Após prestar depoimento, influencer Renato Cariani é indiciado por três crimes

O influencer Renato Cariani prestou depoimento na sede da Polícia Federal, nesta segunda-feira (18), em São Paulo. Ele foi indiciado por tráfico equiparado, associação para tráfico de drogas e lavagem de dinheiro.
O depoimento de Cariani começou por volta de 13h30 e durou cerca de cinco horas. Ele tem negado as acusações, mas não quis falar com a imprensa nesta segunda. Depois que ele saiu, a PF confirmou o indiciamento.

O depoimento de Cariani começou por volta de 13h30 e durou cerca de cinco horas. Ele tem negado as acusações, mas não quis falar com a imprensa nesta segunda. Depois que ele saiu, a PF confirmou o indiciamento.

A investigação está em andamento desde 2019. Uma operação na semana passada cumpriu mandados de busca e apreensão contra outras 3 pessoas e também na sede da Anidrol, empresa da qual Cariani é sócio, que estaria sendo usada para o desvio de produtos químicos para o PCC.

De acordo com o Ministério Público de São Paulo, um amigo de Cariani, Fábio Spinola, é o elo entre ele e o crime organizado.

BAND

Postado em 19 de dezembro de 2023

Hipocondria: estudo sueco constata taxa de mortalidade mais alta em pessoas que temem doenças graves

Um estudo sueco descobriu que pessoas diagnosticadas com hipocondria tendem a morrer mais cedo do que aquelas que não apresentam muita preocupação em relação à saúde. Também conhecida como nosomifalia, a condição é caracterizada pela obsessão com a ideia de ter um problema médico grave não diagnosticado.

A pesquisa, publicada na revista JAMA Psychiatry, foi realizada em nível nacional na Suécia, com 4.129 indivíduos diagnosticados com hipocondria e 41.290 indivíduos semelhantes demograficamente sem hipocondria. Os resultados mostraram que os hipocondríacos tiveram um risco aumentado de morte por causas naturais e não naturais, principalmente suicídio.

As taxas gerais de mortalidade foram mais altas nas pessoas com hipocondria (8,5, em comparação aos 5,5 de pessoas sem a condição). Os hipocondríacos morreram mais jovens, com uma idade média de 70 anos. O seu risco de morte por doenças circulatórias e respiratórias foi maior.

“A prevalência da hipocondria na população geral varia de 4,4% a 9,5% e está associada a um impacto substancial na qualidade de vida e no cotidiano. Além disso, a hipocondria está associada a um risco aumentado de comorbidades psiquiátricas, incluindo transtornos depressivos e de ansiedade, síndrome de fadiga crônica e dor crônica”, diz o levantamento.

Níveis altos de ansiedade
Segundo David Mataix-Cols do Instituto Karolinska, na Suécia, que liderou a pesquisa, o estudo preenche “uma lacuna clara na literatura”.

“Tivemos sorte, porque o sistema de classificação sueco para doenças possui um código separado para a hipocondria, permitindo análise de dados de milhares de pessoas ao longo de 24 anos, de 1997 a 2020” explica à Associated Press.

O pesquisador acrescenta que levantamentos antigos sugeriam que o risco de suicídio poderia ser menor para pessoas com a condição, mas, com base na experiência clínica, ele sabia que isso estaria incorreto. No estudo, o risco de morte por suicídio foi quatro vezes maior para as pessoas com o diagnóstico.

“A hipocondria é geralmente considerada um distúrbio crônico, com baixa probabilidade de remissão sem um tratamento adequado. Hipocondríacos têm muitas consultas médicas, que geralmente levam a uma cadeia de testes, muitas vezes, desnecessários sob um ponto de vista profissional e contraproducentes em um psicológico”, detalha o estudo.

Os pesquisadores defendem que, teoricamente, a alta vigilância pode levar a um diagnóstico precoce de doenças sérias e, potencialmente, reduzir o risco de mortalidade. Porém, segundo eles, existem muitas razões para acreditar que este não é o caso.

“Primeiro, alguns indivíduos com hipocondria vivem níveis muito altos de ansiedade, a ponto de evitarem contato com serviços médicos. Isso pode prejudicar a supervisão de condições potencialmente severas. Segundo, ansiedade crônica e depressão, que são características da hipocondria, estão associadas a uma gama de consequências à saúde, como doenças cardiovasculares e morte precoce. Por fim, o suicídio não foi formalmente investigado entre hipocondríacos, mas isso pode contribuir para a taxa de mortalidade do grupo”, conclui a pesquisa.

“É importante levar a sério”
De acordo com o líder do conselho de pesquisa da Associação Psiquiátrica Americana, Jonathan E. Alpert, encaminhar um paciente excessivamente ansioso para profissionais de saúde mental requer cuidado.

” Os pacientes podem se sentir ofendidos, porque sentem que estão sendo acusados de imaginar sintomas. É preciso transmitir aos pacientes uma grande dose de respeito e sensibilidade, dizendo a eles que isso em si é uma espécie de condição, que tem um nome” diz à Associated Press.

Segundo Alpert, muitas pessoas são hipocondríacas leves, mas também há pessoas no outro extremo do espectro, que vivem em um estado perpétuo de preocupação e sofrimento sobre ter uma doença grave.

“Pessoas com o transtorno estão sofrendo. É importante levar isso a sério e, felizmente, existem bons tratamentos” afirma.

A hipocondria é uma condição que, geralmente, se desenvolve durante a vida adulta. Os sintomas incluem medo intenso e prolongado de ter uma doença grave e preocupação de que sintomas pequenos indiquem algo grave. O tratamento pode envolver terapia cognitivo-comportamental, técnicas de relaxamento, educação e, às vezes, medicamentos antidepressivos.

Folha PE

Postado em 19 de dezembro de 2023

Influencers que rejeitaram publicidade para Blaze revelam valores de propostas milionárias

Afinal, quanto os influenciadores ganham da Blaze? Pois bem, não há resposta única para essa questão. A plataforma de jogos de azar — acusada por prática de estelionato — paga valores diferentes para que personalidades da internet divulguem seu site por meio das redes sociais. As cifras variam de acordo com o número de seguidores de cada um desses nomes, e podem chegar a R$ 50 milhões, como especulam algumas figuras que ganham a vida por meio do universo digital.
Youtuber e streamer com 6,6 milhões de inscritos em seu canal, Cellbit revelou recentemente que rejeitou propostas de campanhas publicitárias — “com valores exorbitantes”, em suas palavras — para empresas como Blaze. Neste ano, ele recebeu a oferta de R$ 6 milhões para que divulgasse o site de cassino on-line por meio das redes sociais. Em contrapartida, o jovem de 26 anos precisaria apenas abrir uma live em seu canal, mostrando que estava realizando apostas.

“Foi mais dinheiro do que eu já vi na minha vida inteira. Era muito mais dinheiro do que eu precisava. Não tenho tudo isso guardado, mas tenho um bom dinheiro guardado. E eu recusei! E era só uma parada de jogar algumas horas por live. Nem pensei duas vezes. É uma parada que não condiz com o que espero para o meu público”, contou Cellbit, numa transmissão ao vivo, ao comentar o assunto.

O youtuber ponderou que entende o fato de alguns colegas acabarem aceitando participar das campanhas de publicidade. “Já recebi muitas e muitas propostas de cassino. E todas elas seguem um padrão, que é sempre oferecer muito dinheiro, dando até o dia seguinte para responder. Então, você fica assim, tipo: ‘E se eu recusar e me arrepender?’. Eles botam muita grana na mesa e te dão um tempo muito curto para responder”, explicou o streamer.

Em junho deste ano, o também youtuber Daniel Penin produziu um minidocumentário, disponibilizado gratuitamente por meio do YouTube, em que acusa a plataforma Blaze de pagar influencers como Neymar, Felipe Neto, Viih Tube e Diggo com as quantias perdidas por usuários da plataforma, além de não honrar com prêmios de apostas vencedoras.

Segundo Penin, os influenciadores digitais são pagos mediante valores fixos — que variam entre R$ 100 mil e R$ 50 milhões — ou oscilantes, de acordo com a quantidade de cliques no link e no cupom divulgados por cada um deles. Na publicação direcionada a “parceiros da Blaze” (aqueles que divulgam a plataforma), quem indicar “amigos” para realizar apostas no site ganha “uma comissão de 50% sobre cada assinatura paga pelos usuários”, conforme apurou o GLOBO.

“Os ganhos dependem do número de clientes pagantes que se cadastram com seu link. Com apenas cinco usuários do plano premium indicado, você pode ganhar até US$ 2.500/mês (algo em torno de R$ 12 mil)”, informa a plataforma, por meio de seu site. Não há detalhes, porém, acerca dos valores fixos pagos para celebridades com milhões de seguidores nas redes sociais.

Em junho deste ano, o também youtuber Pedro Orochi, conhecido pelo apelido Orochinho, contou que a empresa lhe ofertou R$ 900 mil para que ele compartilhasse — por meio das redes sociais e ao longo de três meses — vídeos propagandeando o site de apostas.

“Eram R$ 900 mil. Pois é. Eu até pensei: ‘Mano, eu acho errado, mas querendo ou não já ia dar para conseguir comprar meu apartamento’. Mas não vale a pena. Com certeza, se você divulga esse bagulho, muitas pessoas vão se fod*er”, afirmou Orochinho à época. “Não sou nenhum exemplo de bom samaritano. Cheguei perto de aceitar, porque era muito dinheiro. Só que falei: ‘Com que cara vou divulgar um bagulho desses?'”, ponderou ele.

Entenda escândalo da Blaze
No último domingo (17), o “Fantástico”, da TV Globo, começou sua edição com uma reportagem sobre o Crash, conhecido como “Jogo do Aviãozinho”, um dos principais da plataforma Blaze, que vem sendo investigada pela polícia de São Paulo por suspeita de estelionato, após apostadores denunciarem que prêmios mais altos não eram pagos.

Como outros jogos de azar, o Crash é ilegal no Brasil, mas a empresa não tem sede ou representantes legais aqui no Brasil, dificultando as investigações. Neste jogo, uma tela mostra um avião iniciando o voo e o apostador decide a hora de interrompê-lo, enquanto o valor da premiação vai aumentando. Se a palavra “crashed” surgir, a aposta está perdida.

Quem são os influencers investigados?
Uma questão abordada pela reportagem foi a participação de influenciadores digitais na divulgação do jogo, entre eles Viih Tube, Juju Ferrari e Jon Vlogs. Os três responderam a reportagem do Fantástico, dizendo que não têm mais contrato de divulgação com a Blaze (Viih Tube e Juju Ferrari), enquanto a assessoria de Jon Vlogs informou que ele “tem contrato com a Blaze desde 2021 e que a relação é exclusivamente de influenciador, não havendo participação acionária”.

Antes mesmo de o programa ir ao ar, alguns influenciadores se manifestaram nas redes sociais. Jon Vlogs postou em seus stories vídeos gravados em Las Vegas, explicando o funcionamento dos cassinos on-line e justificando:

“Gente, todo mundo sabe o que é um cassino. Vamos ser sinceros? Esse aqui (onde está) só está funcionando porque está ganhando dinheiro. Alguns ganham dinheiro, outros perdem. Uns saíram tristes, outros felizes e por aí vai. Mas deixa eu trocar uma ideia sobre cassino online com vocês. Todo cassino online é igual, a licença é igual, tem uma legislação para isso. E dentro disso, temos as provedoras, que são os jogos que vocês jogam. O que muda são as portas de entradas, os sites em que vocês entram para jogar.”

Durante a tarde, o influenciador Carlinhos Maia também postou um vídeo falando sobre seu trabalho de influencer para a plataforma de apostas online. “Pra você que tá em casa: se você não tem cabeça, não jogue! Se você não consegue se controlar na cachaça, não beba! O mundo, as pessoas, sempre vão estar influenciando você pra alguma coisa. Se eu disser: ‘pule do penhasco’, você vai pular porque eu tô dizendo a você? Não! Vai dizer, ‘ah me influenciou’. Eu não jogo. Eu divulgo, mas não jogo’.

Os advogados contratados pela Blaze alegam que a empresa tem sede em Curaçao e que, então, a atividade dela não configura infração penal mesmo que os apostadores sejam brasileiros.

Folha PE

Postado em 19 de dezembro de 2023

Vaticano autoriza que padres católicos abençoem casais do mesmo sexo

Em uma decisão considerada histórica, o Vaticano informou nesta segunda-feira (18) que um documento aprovado pelo Papa Francisco passa a permitir que padres católicos abençoem casais do mesmo sexo. Os padres, porém, vão ter autonomia pra decidir quando dar essa bênção.

O Vaticano também enfatizou que a benção é um sinal de igreja acolhe a todos, mas que ela não legitima situações consideradas irregulares e nem pode ser equiparada ao sacramento do matrimônio concedido a casais heterossexuais.

Já no Chile a população rejeitou nesse domingo a mudança da Constituição do país. A Carta Magna chilena é da época da ditadura do general Augusto Pinochet. O texto proposto porém é considerado ainda mais conservador que o atual. Essa é a segunda vez que os chilenos votam contra uma nova constituição.

Em 2021 uma outra proposta de constituição foi rejeitada. O presidente do país Gabriel Borich afirmou que não vai uma terceira tentativa pra atualizar a constituição. Em vez disso, irá concentrar esforços pra aprovar as reformas tributária e previdenciária.

EBC

Postado em 19 de dezembro de 2023

Companhias aéreas prometem vender 25 milhões de passagens por até R$ 799 em 2024

A iniciativa do governo federal para reduzir o preço das passagens aéreas terminou com a promessa de que, em 2024, haverá tarifas menores. Duas das três principais companhias aéreas brasileiras anunciaram a venda de 25 milhões de bilhetes por até R$ 799 no ano que vem.
O Ministério de Portos e Aeroportos anunciou iniciativas para tentar reduzir preços, mas sem medidas concretas.

Acabou com clima de “vamos ver” a reunião realizada mais cedo em Brasília, dentro do esforço do governo para tentar reduzir preços das tarifas aéreas.

No fim do encontro, as empresas aéreas anunciaram ações individuais, e com parâmetros diferentes entre os concorrentes. O Ministério de Portos e Aeroportos, por sua vez, entregou uma lista de intenções para tentar ajudar a reduzir custos e aumentar a concorrência, mas sem ações de impacto.

Executivos do setor esperavam mais medidas pelo governo federal.

Entre as medidas anunciadas pelo setor privado, Azul e Gol apresentaram o plano de venda de assentos com preço limite.

A Gol quer, em 2024, vender 15 milhões de assentos com preço de até R$ 699. Já a Azul quer oferecer até 10 milhões de passagens por até R$ 799.

Dados da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) mostram que, em 2022, 79% das passagens vendidas tiveram preço de até R$ 800.

Isso correspondeu a cerca de 20 milhões de assentos no ano passado, com valor comparável aos 25 milhões de assentos prometidos pelas duas empresas para 2024.

A Azul também anunciou que oferecerá gratuitamente a marcação de assento e a bagagem despachada para compras realizadas de última hora. A Gol, por sua vez, prometeu fazer promoções com bilhetes entre R$ 600 e R$ 800 para compras com 21 dias de antecedência da viagem.

A Latam não se comprometeu com a venda de passagens a um valor máximo, mas informou que aumentará a oferta diária de assentos em cerca de 10 mil. Além disso, promete oferecer toda semana um destino promocional com valor de até R$ 199, mas sem número estabelecido de bilhetes nessa faixa de preço.

Diálogo com a Petrobras
O governo, por sua vez, anunciou que “intensificou o diálogo com vários agentes do mercado para encontrar alternativas” para reduzir o preço das passagens.

Entre as iniciativas, o Ministério de Portos e Aeroportos menciona as reuniões com a Petrobras e o Ministério de Minas e Energia sobre o preço do Combustível de Aviação (QAV). O insumo tem impacto de até 40% no custo das aéreas.

O Ministério também mencionou que vai permitir o uso do Fundo Nacional de Aviação Civil (Fnac) como garantia em operações de crédito das aéreas brasileiras. Também prometeu estimular a entrada de novas aéreas no Brasil para aumentar a concorrência e criar novos nichos de mercado, além de reafirmar os planos de investimento em aeroportos regionais e para reduzir o volume de processos de passageiros contra as companhias do setor.

Em nota, a Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear) diz que medidas anunciadas pelas empresas “mostram a cooperação do setor com a agenda de democratização da aviação”.

A nota lembra, porém, “que somente com ações estruturantes e de longo prazo o setor poderá efetivamente ter redução de custos, condição necessária para crescer e retomar suas condições de oferta”.

CNN

Postado em 19 de dezembro de 2023

Trump planeja maior deportação da “história da América” se for reeleito

O ex-presidente dos EUA e candidato presidencial republicano Donald Trump disse no domingo (17) que planeja a “maior deportação da história americana” se reeleito em 2024.

Falando em um comício em Reno, Nevada, Trump também chamou o atual presidente dos EUA, Joe Biden, de “indivíduo de baixo QI” e o “pior, mais incompetente e mais corrupto presidente” na história do país.

Um dia antes, no sábado (16), o ex-presidente disse que os imigrantes sem documentação estavam “envenenando o sangue do nosso país”, repetindo linguagem que anteriormente atraiu críticas como xenófoba e ecoando a retórica nazista.

Trump fez os comentários durante um evento de campanha em New Hampshire, onde criticou o número recorde de migrantes que tentam cruzar ilegalmente a fronteira dos EUA.

CNN

Postado em 19 de dezembro de 2023

STF concede liberdade provisória a 46 réus pelos atos golpistas do 8/1

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), concedeu, nesta segunda-feira (18/12), liberdade provisória a 46 acusados de participação nos atos antidemocráticos que culminaram na depredação e invasão das sedes dos Três Poderes, em Brasília, no dia 8 de janeiro.
A decisão de Moraes se baseou nos acordos firmados entre a Procuradoria-Geral da República (PGR) e 46 réus que estavam acampados em frente aos quartéis do Exército, mas não participaram das invasões aos prédios públicos.

Os acusados, agora em liberdade provisória, deverão cumprir medidas cautelares, como o uso de tornozeleira eletrônica, suspensão do porte de arma de fogo e cancelamento do passaporte.

Segundo o STF, das mais de 2.000 pessoas presas em decorrência dos atos de 8/1, apenas 66 seguem detidas.

Os acusados firmaram um Acordo de Não Persecução Penal (ANPP), em que devem confessar a prática delituosa e cumprir determinadas condições. No caso dos réus do dia 8/1, eles deverão prestar 300 horas de serviços a comunidades ou entidades públicas, além de participar, presencialmente, de um curso sobre Democracia, Estado de Direito e Golpe de Estado.

8 de janeiro
No dia 8 de janeiro de 2023 milhares de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) protestaram contra a eleição democrática do atual chefe do Executivo, Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Além das críticas ao petista, os manifestantes também levantaram bandeiras antidemocráticas, como a intervenção militar com Jair Bolsonaro no poder.

Os manifestantes invadiram e depredaram o Palácio do Planalto, o STF e o Congresso Nacional. De acordo com a Corte, 243 pessoas foram presas dentro dos prédios públicos e 243 na Praça dos Três Poderes.

A Suprema Corte tem analisado os processos dos manifestantes acusados de participarem nos atos golpistas. Até o momento, o STF condenou 30 réus pela participação nas manifestações antidemocráticas de 8 de janeiro.

Metrópoles

Postado em 19 de dezembro de 2023

Marcelinho Carioca: o que se sabe sobre o sequestro do ex-jogador

Agressão, trinta e seis horas de cativeiro e vídeo forçado. O ex-jogador de futebol Marcelinho Carioca foi libertado, na tarde dessa segunda-feira (18/12), de um sequestro que começou na madrugada de sábado (16/12) para domingo (17/12), depois que ele saiu do show de Thiaguinho na Neo Química Arena, o Itaquerão, na zona leste da cidade.
Ele tinha ido levar ingressos do show para uma amiga em Itaquaquecetuba, na região metropolitana de São Paulo. Segundo a polícia, o carro do ex-jogador — uma Mercedes — teria chamado a atenção de criminosos, que o renderam. Durante a abordagem, o ex-atleta foi agredido com uma coronhada no olho esquerdo.

Tanto Marcelinho quanto a amiga, com quem trabalhou na prefeitura da cidade, foram levados pelos criminosos.

Para a polícia, os sequestradores não perceberam, no primeiro momento, quem era a vítima. Ao descobrir que era o ex-jogador, decidiram pedir resgate para a família.

Transferências via Pix
Os bandidos usaram o celular do ex-jogador para se passar por ele e pedir R$ 30 mil no domingo (17/12). O pagamento, de acordo com a PM, foi feito.

Já na manhã desta segunda-feira, os criminosos teriam feito um novo pedido, se passando por Marcelinho, de mais R$ 12 mil. Mais uma vez, a transferência foi feita.

Inicialmente, a Polícia Militar havia informado que os bandidos receberam duas transferências de R$ 30 mil.

Quando a notícia do sequestro veio à tona, a quadrilha ligou para a família e exigiu mais dinheiro. O ex-jogador, no entanto, foi resgatado antes.

Vídeo forçado
Enquanto estava no cativeiro, Marcelinho disse que foi obrigado a gravar o vídeo em que diz manter um relacionamento com a amiga, que seria casada. O teor da declaração é falso, segundo Marcelinho, e só foi feito porque ele estava com uma arma apontada para sua cabeça

“Eles disseram: ‘Cara, você tem que colaborar para a gente pegar todo o seu dinheiro’ (….) Não é fácil ter um revólver apontado para sua cabeça”, disse o ex-jogador, emocionado, após ser levado para a Delegacia Antissequestro, no centro da capital.

Marcelinho negou ter um caso com a mulher sequestrada e afirmou que eles são apenas amigos. Disse, ainda, ser amigo do marido dela. Para a polícia, a ideia dos bandidos era criar uma pista falsa.

O cativeiro
Segundo a polícia, o sequestro aconteceu na Rua Salesópolis, em Itaquaquecetuba. Os bandidos levaram os dois até a Rua Ferraz de Vasconcelos, no mesmo município, local do cativeiro. Já o veículo da vítima foi abandonado na Rua Jacareí. No veículo, havia uma arma de airsoft.

Marcelinho disse não ter visto o rosto dos sequestradores, pois ficou o tempo todo com um capuz. Ele afirmou ainda que, em dado momento nessa segunda-feira, ouviu o barulho de um helicóptero e comentários dos sequestradores. “Eu escutei os sequestradores dizendo: ‘A casa caiu, a casa caiu. Nós temos que libertar ele (sic)’”, afirmou o ex-jogador.

Uma denúncia anônima fez a Polícia Militar fazer patrulhas na região do cativeiro. No início da tarde de segunda-feira, os agentes conseguiram localizar o esconderijo e resgatar Marcelinho e a amiga. Uma moto desmontada no local também chamou a atenção dos policiais.

Uma testemunha conseguiu gravar o momento em que Marcelinho Carioca foi encontrado pela Polícia Militar

Quem foi preso
A polícia prendeu Eliane Lopes de Amorim, Jones Santos Ferreiro e Wadson Fernandes Santos, que seriam “conteiros”, ou seja, receberam os depósitos que totalizaram R$ 42 mil.

Além deles, foram detidas no cativeiro Thauannata Lopes dos Santos e Fernanda Santos Nunes. De acordo com as investigações, pelo menos oito pessoas participaram do sequestro.

A carreira de Marcelinho
Nascido no Rio de Janeiro, Marcelinho Pereira Surcin tem 51 anos e iniciou sua carreira no Flamengo. Em 1994, o ex-meia chegou ao Corinthians, onde se tornou ídolo e quinto maior artilheiro do clube Alvinegro.

Pelo time paulista, Marcelinho ganhou o Mundial de Clubes da Fifa, maior título da sua carreira, além de dois Campeonatos Brasileiros, uma Copa do Brasil e quatro Campeonatos Paulistas.

A carreira do jogador ainda contou com passagens por Vasco, Santos, Brasiliense e Santo André.

Após a aposentadoria dos gramados, Marcelinho chegou a se lançar na carreira política e ocupou cargo na Câmara dos Deputados por um breve período no ano de 2015. Atualmente, o ex-jogador atua como comentarista.

Metrópoles

Postado em 19 de dezembro de 2023

OBRAS: Prefeitura inicia pavimentação da rua “Francisquinho Mateus” no bairro Santa Maria Goretti

A Prefeitura de Currais Novos através da Secretaria Municipal de Obras e Serviços Urbanos (SEMOSU) iniciou mais uma obra de pavimentação no bairro “Santa Maria Goretti”, contemplando a rua “Francisquinho Mateus”. A obra, orçada em R$ 32.961,77, tem 513.1 m² de extensão e está sendo executada com recursos próprios da Prefeitura. A pavimentação trará grandes benefícios para os moradores, melhorando o acesso às moradias e amenizando os problemas causados em períodos chuvosos.

Postado em 19 de dezembro de 2023

Grupo criminoso foi preso em Acari pelo 13º Batalhão da PM de Currais Novos-RN

Em uma ação do 13º BPM de Currais Novos sob o comando do Major Mycael Campos e do sub comandante capitão Miranda e da equipe do sargento Francisco em Acari realizaram grande apreensão de material oriundo de crimes.

Foram apreendidos: Um Revólver, cocaína, maconha, duas balanças de precisão, alicate, muitas joias e mais de dez mil reais em dinheiro. A Polícia deteve no local sete pessoas que foram conduzidas e apresentadas no plantão de polícia em Caicó, um dos presos é foragido da justiça de Jucurutu.

Toda a ação criminosa aconteceu por volta das 16hs desta segunda-feira (18) no açude Gargalheiras em Acari-RN, o grupo criminoso estava em uma casa alugada.

Repórter Seridó

Postado em 19 de dezembro de 2023

Após desaparecimento e relato de sequestro, Marcelinho Carioca chega a delegacia em SP

O ex-jogador Marcelinho Carioca foi solto por criminosos e chegou à delegacia de Itaquaquecetuba (SP) por volta das 14h20min desta segunda-feira. Marcelinho chegou à unidade policial em uma viatura da Polícia Militar, com o rosto coberto com uma toalha e acompanhado de uma mulher no banco de trás.
O ex-jogador de futebol estava desaparecido desde o domingo (17), quando foi de carro para uma festa em Itaquera, Zona Leste da capital paulista. A polícia prendeu duas mulheres, que estariam tomando conta do cativeiro, e um homem, identificado pela PM como o sequestrador de Marcelinho. Os três chegaram algemados à delegacia, dentro de uma viatura.

O boletim de ocorrência foi registrado como desaparecimento de pessoa e localização de veículo na Delegacia Seccional de Mogi das Cruzes (SP). O Sistema de Identificação Automatizada de Impressões Digitais foi acionado para apurar as circunstâncias e identificar os envolvidos.

Marcelinho Carioca é ídolo e o quinto maior artilheiro da história do Corinthians

O GLOBO

Postado em 18 de dezembro de 2023

Desaparecido, Marcelinho Carioca foi sequestrado, confirma polícia

A Polícia Civil de São Paulo confirmou, nesta segunda-feira (18), que o ex-jogador de futebol Marcelinho Carioca, 51 anos, foi sequestrado. Ele havia desaparecido no domingo (17), após ir a uma festa na zona leste da cidade.

A notícia é do Metrópoles. O carro do atleta foi encontrado em Itaquaquecetuba, na região metropolitana de São Paulo. A Delegacia Anti-Sequestro (DAS) foi acionada.

Marcelinho Carioca é um ex-jogador brasileiro, com passagens por Flamengo, Vasco, Santos e Corinthians, onde se tornou ídolo e quinto maior artilheiro da história do clube.

Além do futebol, o ex-atleta chegou a ocupar um cargo na Câmara dos Deputados por um breve período no ano de 2015.

Fonte: Blog do Gustavo Negreiros

Postado em 18 de dezembro de 2023

Vereador Iranilson Medeiros, destina emenda impositiva para unidade Básica de saúde do Bairro José Dantas.

Vereador Iranilson Medeiros, destina emenda impositiva no valor de 10 mil reais para unidade Básica de saúde do Bairro José Dantas, para instalação de novos equipamentos.
“Eu faço isso com o coração repleto de gratidão, em saber que essa unidade básica, irá melhorar ainda mais o seu funcionamento em pról da nossa comunidade.” Disse o parlamentar .

Postado em 18 de dezembro de 2023

O perigoso avanço das drogas K, conhecidas como maconha sintética

Na terminologia grega, a palavra fármaco pode significar tanto remédio quanto veneno. Foi nos Estados Unidos dos anos 1960, depois na Europa, que um desses medicamentos, com esse duplo potencial, foi desenvolvido em laboratório, à base de canabinoides sintéticos de conhecida função terapêutica. A ideia era que as substâncias recriadas artificialmente para agir no cérebro de forma similar ao THC, o princípio ativo da maconha, fossem empregadas em pacientes com dores crônicas, distúrbios de ansiedade e sono, entre outros. Ao longo do tempo, porém, seu uso se desvirtuou do propósito original, desaguando num mercado paralelo sem nenhum controle. Agora, a explosão da droga, ora conhecida como maconha sintética (mesmo não tendo nada a ver com a planta da Cannabis e às vezes nem mais conter o THC de laboratório), ora como K2, K4, K9 ou spice, entrou no radar das autoridades no Brasil. O motivo: pela primeira vez ela se espalha perigosamente pelo país, por todas as classes sociais.

Produzido com fórmulas que se valem de até 300 diferentes componentes e 100 vezes mais potente que a maconha, o entorpecente da vez pode viciar em questão de dias, levando a efeitos devastadores e imprevisíveis — daí o recente alerta emitido pelo Ministério da Justiça para tentar frear seu crescimento. Só em São Paulo, as apreensões das drogas K subiram dez vezes neste ano. Secretarias de Segurança de uma dezena de outros estados, como Rio de Janeiro, Paraná e Acre, também registraram o comércio dessas deletérias substâncias, que, num lance de marketing, se vendem como um tipo de maconha, quando não são. Embora tenha encontrado terreno fértil nas cracolândias, a droga vem sendo consumida em abundância em eventos de concentração de jovens, como festas embaladas a música eletrônica. Um recente estudo feito pela Unicamp em raves de três capitais achou vestígios do temido K em quatro de cada dez pessoas.

Um empurrão a seu ascendente mercado certamente é o preço, entre 5 a 30 reais. Processada no estado líquido, a droga pode ser fumada numa mescla com tabaco ou mesmo Cannabis, ingerida em papelotes borrifados, inalada em pipetas ou adicionada a chás. Há casos até de uso em cigarros eletrônicos. Não importa o caminho pelo qual tome contato com o organismo, é como um tsunami, capaz de abalar a saúde de múltiplas maneiras. “Atuo há quatro décadas na área e tenho presenciado o inferno provocado por essa droga, que muitas vezes leva à UTI”, afirma Dartiu Xavier da Silveira, coordenador do centro de tratamento de dependentes químicos da Unifesp.

Conforme a dose e frequência, o usuário apresenta reações que vão de agressividade, alucinações auditivas e visuais, convulsões e taquicardia a tendências suicidas, complicações neurológicas e infarto agudo. Não raro, os consumidores mergulham em um estágio de letargia, o “efeito zumbi”, que pode se estender por horas a fio. “É extremamente perigosa, a pessoa se descola completamente da realidade e perde o domínio físico e mental”, diz o psiquiatra Jorge Jaber, dono de uma tradicional clínica com seu nome, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, que desde o ano passado vem recebendo vítimas das nocivas substâncias sintéticas.

As consequências para quem está sob seu efeito, ou na fase de abstinência, são tão severas que é comum ver usuários chegando às clínicas de ambulância. Depois de ter experimentado a droga na Europa, onde morou por quase dez anos, um especialista em TI, de 33, caiu na armadilha de voltar a consumi-la no Brasil, no ano passado. Desenrolou-se a partir daí um pesadelo, que pôs sua vida em suspenso. “Primeiro, você tem uma sensação maravilhosa, como se os problemas desaparecessem, mas depois aquilo acaba com a sua vida. É pior do que o crack”, relata ele, que foi internado. O calvário incluiu o drama da abstinência — febre, convulsão e diarreia, tudo ao mesmo tempo. Centros de atendimento a dependentes químicos, especialmente em São Paulo, onde a droga mais se disseminou, registram casos de moradores de bairros nobres que, arrastados pelos sombrios desdobramentos da maconha sintética, foram parar nas cracolândias.

Diversas histórias ouvidas por VEJA ajudam a dimensionar o elevado poder de danos envolvido na experiência. Não faz muito tempo, uma técnica de enfermagem de 46 anos, desesperada, decidiu ver como era, com o objetivo de ajudar a filha, uma jovem de 21 que se tornara dependente daquelas substâncias. Em três dias, a mãe se viciou, e as duas seguem agora em tratamento. Como muitos que se deixam aproximar da droga, ela subestimou seu potencial destrutivo, impossível de controlar. “Além do vício, existe o perigo de um quadro de psicose, com completa perda da noção de realidade, em certos casos irreversível”, enfatiza o psiquiatra Fábio Pinheiro, à frente da Clínica Huxley, no interior paulista, que neste ano internou quinze adeptos da droga K. No pior cenário, ela leva à morte — só em 2023 houve o registro de dez óbitos na cidade de São Paulo, o que os especialistas sabem ser subnotificado.

Um dos grandes desafios no combate ao entorpecente é que sua produção não obedece a um padrão. Os traficantes se utilizam de centenas de matérias-primas que desembarcam no país vindas de todo o canto — Ásia, Europa, África, Paraguai e México — e são processadas em laboratórios de fundo de quintal. Uma investigação do Ministério Público paulista revelou que vários componentes são também comprados na dark web, o obscuro subterrâneo das redes, em sua maioria provenientes de indústrias como a de derivados de petróleo e de itens têxteis. “Além de ser uma droga de difícil apreensão por se apresentar em variados formatos, alguns inodoros, ela está pulverizada nas mãos de um mercado de microtraficantes”, afirma o promotor Tiago Dutra Fonseca.

Nos Estados Unidos, os canabinoides sintéticos já tomaram contornos de uma epidemia, drama que motivou autoridades a instalar máquinas, parecidas com as de refrigerantes, com remédios para overdose. O primeiro registro de sua ocorrência no Brasil data de 2017 — uma atividade encabeçada, segundo o MP, pelo Primeiro Comando da Capital, o PCC, maior facção criminosa do país. De acordo com o inquérito, durante a pandemia, o grupo testou o entorpecente em presídios, que ali entrava escondido em livros e cadernos. Diante da alta incidência da droga nas carceragens, o Ministério da Justiça e secretarias de estado vetaram inclusive a entrada em suas unidades de papel sulfite, usado como base para a substância borrifada. Como se vê, não faltam evidências de que a batalha contra esse mal — que, como tantas drogas, traz consigo uma ilusão de alegria, deixando um rastro de destruição —se faz mais urgente do que nunca.


VEJA

Postado em 18 de dezembro de 2023

Com planos ambiciosos, PT e PL já veem obstáculos na corrida eleitoral

“Será outra vez Lula e Bolsonaro disputando em 2024”, anunciou o presidente da República à militância de seu partido durante a Conferência Eleitoral do PT em Brasília, no último fim de semana, dando a largada para a corrida às prefeituras do ano que vem. O embate direto com a direita é a aposta da sigla de esquerda para dar a volta por cima em relação a 2020, quando teve o pior desempenho da história, não elegendo sequer um prefeito nas capitais. O PL do ex-presidente Jair Bolsonaro tem a mesma estratégia para alavancar os votos nos municípios. Ancorado em seu maior cabo eleitoral, a agremiação tem a ousada meta de quadruplicar o número de prefeituras (elegeu 349 há três anos) e se firmar como o principal contraponto ao PT no país. Mas, às vésperas do ano eleitoral, ambos os partidos encontram-se às voltas ainda com disputas internas e cheios de dúvidas sobre alianças competitivas em algumas das mais importantes cidades.

De volta ao Palácio do Planalto após seis anos, o PT acumula indefinições. Nos cinco maiores colégios eleitorais, só tem pré-candidato em Belo Horizonte, com o deputado federal Rogério Correia, mas até isso pode mudar se algum aliado com mais chances de vitória exigir o apoio como moeda de troca no cenário nacional. Levando-se em conta as dez metrópoles mais populosas, o partido definiu candidatura própria também em Porto Alegre, com a deputada Maria do Rosário. Em outras, como Salvador e Fortaleza, há divergências sobre o caminho a seguir.

Na capital da Bahia, que o PT comanda desde 2007, o governador Jerônimo Rodrigues quer lançar o seu vice, Geraldo Júnior (MDB) — e com isso, manter o apoio emedebista a sua gestão —, embora o PT já tenha escolhido o deputado estadual Robinson Almeida, que é bancado pelo senador Jaques Wagner. O cenário em Fortaleza é igualmente conturbado. Ali, o diretório adiou a decisão sobre ter candidato para o ano que vem, enquanto negocia com o PDT um nome comum às duas siglas e tenta apaziguar o interesse de três filiados que querem a indicação.

Nas capitais onde o PT já definiu que não terá postulante próprio, como São Paulo, Rio e Recife, a legenda enfrenta problemas para indicar o vice. Em São Paulo, a vaga na chapa de Guilherme Boulos (PSOL) está garantida, mas o nome petista ainda não existe. A lista de possibilidades inclui a professora Ana Estela Haddad, mulher do ministro Fernando Haddad, e até a ex-prefeita Marta Suplicy, hoje secretária da gestão Ricardo Nunes (MDB). No Rio e em Recife, Eduardo Paes (PSD) e João Campos (PSB) resistem à ideia de entregar o posto aos petistas — os dois são nomes quase certos na corrida aos governos do Rio e de Pernambuco em 2026, o que eleva o valor do posto. “Eles querem os votos do PT, mas querem esconder a aliança. Se não tivermos as vices, vamos ter de negociar outras condições de participação nos governos para manter o apoio”, diz um assessor do comitê criado pela sigla para organizar as campanhas.

Do lado bolsonarista, as coisas também não andam bem. Um dos gargalos é a dificuldade dos dois principais nomes do PL — Bolsonaro e o presidente da sigla, Valdemar Costa Neto — de formar consensos. A eleição em São Paulo é um bom exemplo. Há poucos dias, o ex-presidente verbalizou, mais uma vez, o apoio ao deputado Ricardo Salles, seu ex-ministro e representante do bolsonarismo raiz, que tanto agrada a parte expressiva da direita. Já Valdemar, que havia dado sinal verde para Salles procurar outra sigla, prefere o acerto com o atual prefeito Ricardo Nunes, de quem espera indicar o vice.

O ex-presidente admite o enrosco e já disse que, às vezes, tem de “engolir” o candidato do aliado, e vice-versa. “Nós temos realmente tido problemas com vários nomes para disputar a prefeitura na mesma cidade. Isso não é fácil, mas para podermos crescer temos de abrir mão. Então, por vezes, eu engulo o candidato do Valdemar e ele engole o candidato meu”, disse, durante evento do PL. Para a prefeitura do Rio, por exemplo, após o general Walter Braga Netto ter ficado inelegível por decisão do Tribunal Superior Eleitoral, o grupo bolsonarista emplacou, ao menos por ora, o nome do deputado Alexandre Ramagem. O ex-­chefe da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) já recebeu o apoio do governador fluminense, Cláudio Castro (PL). “Nós achamos um nome que convergiu. Teremos um candidato e acredito que o Ramagem tem tudo para se viabilizar”, afirmou Castro.

Nomes que passaram pelo governo Bolsonaro ou se elegeram no embalo da onda bolsonarista são apostas no PL em outras capitais. Ex-ministros como Gilson Machado (Turismo) e Marcelo Queiroga (Saúde) devem ser candidatos em Recife e João Pessoa, respectivamente. O partido também tende a escolher parlamentares bem colocados em 2022 para assumir pré-­candidaturas em cidades com horário político próprio. Em Goiânia, o deputado federal Gustavo Gayer, segundo mais votado do estado, assumiu a direção municipal da legenda com o aval de organizar sua própria campanha. Mas investir em nomes já testados nas urnas não é, ao menos por enquanto, garantia de sucesso. Em Belo Horizonte, o deputado estadual Bruno Engler, recordista de votos para a Assembleia, está apenas em quarto lugar, com 10%, segundo pesquisa Real Time Big Data de novembro.

Tanto PT quanto PL correm para resolver a tempo os imbróglios e indefinições atuais e escoram suas ambições para 2024 em dois fatores. Um deles é o dinheiro. Donos das maiores bancadas eleitas para a Câmara, PL e PT terão as maiores fatias do fundo eleitoral e maior tempo de rádio e TV. O outro é o peso dos seus cabos eleitorais, mas a polarização política pode ter limites quando o que está em jogo são as disputas municipais. “A preocupação é outra, diz respeito à qualidade do atendimento no posto de saúde, no transporte público e na escola dos filhos”, aponta o cientista político Adriano Oliveira, da Universidade Federal de Pernambuco. As urnas também mostram que, ao menos nas últimas disputas, o eleitor optou por partidos mais ao centro do espectro ideológico: tanto em 2016 quanto em 2020, as siglas com mais prefeitos eleitos foram MDB, PP, PSD e PSDB.

Para Lula e Bolsonaro, investir em 2024 é estratégico para os seus planos eleitorais. Ambos indicam que irão entrar de cabeça nas principais disputas municipais de olho em um bom desempenho que fortaleça as suas posições para a eleição nacional de 2026. Como mostrou a Conferência Eleitoral do PT, a sigla vai explorar fortemente os investimentos do governo federal para alavancar seus candidatos. Uma das ferramentas, por exemplo, é um aplicativo que irá dar a cada candidato da legenda as obras e programas tocados pela gestão Lula em seus municípios. “A pessoa não terá nem de produzir o material, basta clicar e a propaganda sairá pronta”, diz o secretário nacional de comunicação do partido, Jilmar Tatto. Já Bolsonaro, animado com a vitória de Javier Milei na Argentina, se prepara para voltar a rodar o país levando a tiracolo a ex-primeira-dama Michelle, outro trunfo eleitoral do PL. Tanto Lula quanto o ex-­presidente confiam em suas respectivas capacidades de liderança para corrigir os rumos dessa confusa largada. As urnas dirão se eles estão certos.

VEJA

Postado em 18 de dezembro de 2023