Viagem de Moro e Rosângela à Argentina custou R$ 23,6 mil ao Congresso, diz jornal

Pelo menos R$ 23,67 mil foram desembolsados pelo Congresso Nacional para custear a participação da deputada federal Rosângela Moro (União-SP) e do seu marido, o senador Sergio Moro (União-PR), em um evento conservador realizado em Buenos Aires, na Argentina. As informações são do jornal O Globo.

Entre os dias 21 e 24 de setembro do ano passado, o casal integrou o 2º Encontro do Grupo Liberdade e Democracia. Os ex-presidentes Mauricio Macri (Argentina) e Sebastián Piñera (Chile) também participaram do evento.

Segundo o jornal, os parlamentares receberam autorização das mesas diretoras das respectivas Casas Legislativas para que representassem o Brasil em missão oficial no país vizinho. A participação em eventos internacionais faz parte do exercício do mandato parlamentar.

No entanto, de acordo com as prestações de contas de Rosângela, ela teve três diárias e meia, totalizando R$ 1,9 mil, além de viagem em classe econômica, com passagens custando R$ 5,1 mil. Já Moro, que palestrou no evento, teve reembolso de R$ 6,8 mil para os trechos aéreos e seguro viagem, além de R$ 9,8 mil referentes à hospedagem.

Ambos compartilharam registros da viagem nas redes sociais, destacando a oportunidade de intercâmbio de conhecimentos e boas práticas. Durante sua palestra, Moro aproveitou para criticar a agenda internacional do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), citando especialmente o encontro com o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro.

“Temos um presidente que tem se aproximado de autocracias a nível internacional e virado às costas para democracias ocidentais”, expressou durante o evento na Argentina.

O evento também contou com outras figuras da direita brasileira, incluindo o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União), e a senadora Tereza Cristina (PP-MS). Entre as lideranças estrangeiras, a então candidata à Presidência da Argentina, Patricia Bullrich, foi uma das palestrantes. O programa incluiu palestras conservadoras, com temas como “educação e doutrinação da esquerda nas escolas e universidades”.

Em nota enviada ao jornal O Globo, os parlamentares afirmaram que as viagens estavam em conformidade com os regimentos internos das Casas Legislativas. A participação de Sergio Moro no evento foi autorizada pelo presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco. Já a deputada Rosângela Moro participou do encontro a convite dos ex-presidentes Mauricio Macri e Sebastián Piñera, com a dispensa concedida pela Casa.

TERRA

Postado em 4 de janeiro de 2024

Registro de armas de fogo em 2023 caiu 82% em relação ao ano anterior

O registro de novas armas de fogo para defesa pessoal de cidadãos que vivem no Brasil caiu em 2023. A redução foi de quase 82% em relação ao ano anterior. Segundo dados do Sistema Nacional de Armas (Sinarm), no ano passado foram cadastradas 20.822 novas armas de fogo para defesa pessoal, número bem inferior às 111.044 armas que foram contabilizadas em 2022.

Segundo a Polícia Federal (PF), esse é o menor número cadastrado de armas de fogo para defesa pessoal desde 2004. Naquele ano, 4.094 registros foram registrados pelo órgão.

As pistolas lideram a lista de armas registradas por civis na PF, com 14.277 cadastros feitos em 2023. Em seguida aparecem as espingardas (2.309 registros) e os rifles (2.215).

Em uma postagem publicada nesta quarta-feira (3) em suas redes sociais, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, se manifestou sobre essa queda nos registros de armas de fogo por civis e também sobre a diminuição do número de crimes violentos letais intencionais. Para ele, essa é uma combinação “muito relevante” para o país.

“Isso prova cientificamente que não é a proliferação irresponsável de armas que enfrenta a criminalidade. E sim polícias equipadas, preparadas tecnicamente, com planejamento adequado. Sem esquecer, claro, o principal para novas e sustentáveis conquistas: políticas de justiça social, a exemplo de escolas de tempo integral”, escreveu.

Política mais restritiva
A queda no cadastro de novas armas de fogo por civis ocorre após o governo federal ter adotado medidas para tentar desarmar a população e diminuir a violência no país. Em julho de 2023, o presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva assinou um decreto que reduz o número de armas e munições em posse de civis.

Também foi editado um decreto que aumentou as alíquotas do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) que incidem sobre armas de fogo, munições e aparelhos semelhantes.

Em entrevista à Agência Brasil, a gerente de projetos do Instituto Sou da Paz, Natália Pollachi, disse que essa redução no registro de armas por civis é explicada principalmente pela política mais restritiva, mas que esse não é o único fator que deve ser levado em consideração. “Com certeza o mais influente foi a mudança de normativa que a gente teve no ano passado”, disse ela.

“O governo federal anterior [Jair Bolsonaro] emitiu uma série de decretos e portarias facilitando bastante o acesso às armas de fogo. E aí, em 2023, logo no dia 1º de janeiro, tivemos um novo decreto do presidente Lula suspendendo novos registros para CACs [Colecionadores, Atiradores Desportivos e Caçadores]”, afirmou Pollachi, lembrando ainda da sinalização do atual governo de que haveria mudanças também na quantidade de armas e calibres permitidos. Essas mudanças ocorreram ao longo do ano.

“É bastante compreensível que, mesmo que as pessoas tivessem interesse em adquirir armas, muitas delas tenham optado por esperar para ver qual seria a nova norma e quais seriam os calibres de uso restrito, para que ela não tivesse que fazer o processo e depois tivesse que refazer ou ter a sua solicitação negada”, acrescentou.

Para a gerente de projetos do Instituto Sou da Paz, a queda nos registros e a política de maior restrição às armas são positivas para o país. Mas ela ressalta que, apesar de a nova regulamentação estar satisfatória, ainda é preciso melhorar a fiscalização para as pessoas que já têm armas de fogo.

“Um dos decretos do governo federal previa a transferência de parte das competências de fiscalização do Exército para a Polícia Federal. Esse é um processo bem delicado, porque a gente está falando da transferência de banco de dados, de todo um processo de expertise, que demanda que a Polícia Federal receba investimentos proporcionais para que ela consiga se empenhar nessa função”.

Outra questão que precisa ser resolvida, destacou, é a publicação e implementação de um programa de recompra de armas que estão em posse de civis. “O governo [deveria] abrir um programa de recompra com valores atraentes para as pessoas que querem se livrar dessas armas – e que talvez tenham comprado por impulso ou em uma quantidade muito grande que hoje não faz mais sentido. A gente tem a campanha de entrega voluntária, que persiste hoje no país, mas os valores que ela paga são bastante desatualizados”.

CNN

Postado em 4 de janeiro de 2024

Cantor sertanejo João Carreiro morre aos 41 anos após cirurgia no coração

O cantor sertanejo João Carreiro morreu na quarta-feira (3) aos 41 anos de idade após passar por uma cirurgia no coração. A informação foi confirmada no perfil oficial do artista no Instagram.

João não resistiu a complicações durante um procedimento para colocar uma válvula no coração. A esposa do cantor, Francine Caroline, postou vídeos e comentários nas redes sociais quando o marido ainda estava na sala de cirurgia.

“O coração dele já está funcionando sozinho, com a nova válvula. Começaram o procedimento para fechar a cirurgia”, comentou Francine em sua conta no Instagram, por volta das 17h de quarta-feira. A esposa de João voltou cerca de duas horas depois pedindo orações pelo marido. Durante a madrugada, Francine escreveu: “Minha vida me deixou”.

Segundo o comunicado oficial, o velório do artista será realizado nesta quinta-feira (4), na Câmara Municipal de Campo Grande, no Mato Grosso do Sul. Posteriormente, o corpo será encaminhado para Cuiabá, cidade natal de João, no Mato Grosso.

Pouco antes da cirurgia, João Carreiro publicou um vídeo descontraído. “Se eu ‘empacotar’, não quero saber dessa roupinha aqui. Não combina muito comigo isso aqui. É de florzinha”, brincou o cantor, com a esposa.

Em seguida, João disse que precisaria passar um tempo fora das redes sociais e dos palcos para se recuperar da cirurgia.

O sertanejo é uma das vozes mais conhecidas do meio e ganhou destaque com músicas como “O Bagulho é Louco, Mano”, e “Bruto, Rústico e SIstemático” – trilha sonora da novela Paraíso, da TV Globo, em 2009 –, com a dupla João Carreiro e Capataz.

CNN

Postado em 4 de janeiro de 2024

Cientistas descobrem classe de antibióticos capaz de matar bactérias resistentes

Pesquisadores descobriram uma nova classe de antibióticos capaz de matar bactérias multirresistentes a drogas, um problema de saúde global que preocupa autoridades de saúde.

A resistência a antibióticos ocorre quando cepas de microrganismos que antes respondiam a tratamentos com os antimicrobianos passam a não ser mais suscetíveis, prolongando as infecções, causando novas hospitalizações e aumentando o risco de transmissão.

Por essa razão, a descoberta da nova classe de medicamentos com potencial clínico traz esperança para médicos, autoridades de saúde e pacientes em todo o mundo.

O grupo faz parte dos chamados MPCs (peptídeos macrocíclicos), moléculas de tamanho maior do que a maioria dos antibióticos conhecidos e que apresentam uma atividade antimicrobiana promissora, inclusive combatendo cepas multirresistentes a drogas.

Em um banco de dados com cerca de 45 mil moléculas, os cientistas encontraram a nova substância, chamada zosurabalpina (zosurabalpin, em inglês), e descrita pela primeira vez em um artigo na edição desta quarta-feira (3) da revista Nature por Claudia Zampaloni, Patrizio Mattei, Konrad Bleicher e demais colegas da empresa farmacêutica Grupo Roche (Suíça) e da Universidade de Harvard (EUA), dentre outros.

O grupo de antibióticos possui ação contra bactérias gram-negativas e gram-positivas, mas a zosurabalpina foi eficaz principalmente contra a CRAB (Acinetobacter baumannii carbapenêmico-resistente, na sigla em inglês). A droga foi testada em placas de laboratório infectadas com a bactéria e em camundongos, onde conseguiu inibir o crescimento bacteriano.

A A. baumannii é uma bactéria gram-negativa listada entre os microrganismos de prioridade máxima para a OMS (Organização Mundial da Saúde) devido à resistência antimicrobiana. Segundo um estudo publicado na revista The Lancet, aproximadamente 1,3 milhão de mortes por ano em todo mundo são causadas por bactérias resistentes.

A descoberta é, assim, um marco para o desenvolvimento e pesquisa de novos fármacos capazes de combater microrganismos. “Faz mais de 50 anos desde o lançamento da última classe de antibióticos capaz de tratar infecções causadas por bactérias gram-negativas, e há hoje resistência aos medicamentos de praticamente todas as classes existentes. Qualquer nova classe de antibióticos que tenha a capacidade de tratar infecções causadas por bactérias resistentes, como a CRAB, é um avanço significativo”, disse à FolhaKenneth Bradley, autor correspondente do estudo e chefe global de descoberta de doenças infecciosas da Roche.

No estudo, os autores afirmam que novos antibióticos descritos nos últimos anos são, em sua maioria, derivados de substâncias já existentes, e que encontrar novas classes de drogas é extremamente raro.

Em um estudo complementar também publicado nesta quarta (3) na Nature, Daniel Kahne e colegas da Universidade de Harvard descrevem o mecanismo de ação da substância.

Funciona assim: a bactéria A. baumannii resistente possui várias moléculas de lipopolissacarídeos (LPS) na membrana externa que impedem a penetração do antibiótico na célula. Pense como se fosse uma película protetora. Os especialistas encontraram duas maneiras de impedir essa proteção: bloquear a síntese dos LPS ou interromper o seu transporte até a membrana externa, evitando assim a formação da película, tornando a bactéria suscetível novamente a alguns antibióticos. A nova droga age da segunda forma.

Ao ligar a um complexo de proteínas (LptB2FGC) entre as duas camadas da membrana celular (interna e externa), a zosurabalpina bloqueia a via de transporte do LPS. Essas moléculas acabam se acumulando na membrana interna da bactéria, impedindo outras trocas da bactéria com o meio externo. Sem o transporte, ocorre a morte celular.

Um fato curioso do modo de ação da zorusabalpina é que ela não chega a interagir com o citoplasma, o que dificulta a aquisição de resistência microbiana no longo prazo.

“A membrana externa é importante para as bactérias porque as ajuda a sobreviver em condições adversas e a resistir aos mecanismos de defesa imunológica. O LPS é produzido dentro da célula bacteriana, mas precisa ser transportado para a membrana externa, um processo cuidadosamente controlado por estes microrganismos. Sem a membrana com LPS, as bactérias têm dificuldade em estabelecer infecções. Mesmo para bactérias raras que podem sobreviver sem membranas externas, o sistema de transporte é tóxico para elas, levando-as à morte”, afirmou Bradley.

Como ele é altamente específico por se ligar a um complexo de proteína da A. baumannii, o risco de surgirem cepas resistentes pelo processo de mutação ou transferência horizontal —a aquisição de genes mutados de outras bactérias para a que se tenta combater— é baixo.

Os autores do estudo concluem que a nova molécula supera os mecanismos de resistência a medicamentos existentes, cujos antibióticos atualmente disponíveis são incapazes de superar.

“Com essa descoberta significativa, a zosurabalpina tem o potencial de atender a uma grande necessidade não atendida na luta contra a resistência antimicrobiana”, completam.

Folha de São Paulo

Postado em 4 de janeiro de 2024

Cidade brasileira é 1ª no mundo a vacinar em massa contra a dengue com dose da Takeda

Nesta quarta-feira (3), a cidade de Dourados, segunda maior do Mato Grosso do Sul, se tornou a primeira do mundo a iniciar uma vacinação em massa contra a dengue com o imunizante Qdenga, desenvolvido pelo laboratório japonês Takeda.

A expectativa é que 150 mil moradores do município com idades entre 4 e 59 anos recebam as duas aplicações, fornecidas gratuitamente à prefeitura pela Takeda, até agosto.

A imunização faz parte de um projeto inédito da farmacêutica com a prefeitura de Dourados e com o pesquisador e professor da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS) Julio Croda, que tem como objetivo avaliar o impacto da proteção na vida real. A iniciativa não tem ligação com a campanha nacional, que será realizada pelo Ministério da Saúde nos próximos meses e será destinada apenas a determinados grupos.

— É um quantitativo de 300 mil doses disponíveis que vence em agosto deste ano e serão utilizadas para esse estudo, o primeiro do tipo para essa vacina a nível mundial. Se utilizarmos todas e conseguirmos atingir uma alta cobertura, poderemos avaliar o impacto na redução do número de casos, de hospitalização e óbito, mas também na questão da imunidade coletiva, no benefício da vacina até nas pessoas que não foram protegidas, como crianças abaixo de 4 anos e idosos acima de 60. A ideia é avaliar o impacto nos próximos 3 a 5 anos, dependendo da circulação de sorotipos e epidemias que possam ocorrer na cidade. Agora o objetivo é atingir uma alta cobertura vacinal — explica Croda.

Em nota, a Takeda destaca que a parceria em Dourados teve início antes mesmo de o Ministério ter decidido incorporar a vacina no Sistema Único de Saúde (SUS), no fim do ano passado, e que se trata de um “monitoramento técnico previsto para qualquer imunizante aprovado”. A iniciativa é semelhante à realizada na pandemia em Serrana, com a CoronaVac, pelo Instituto Butantan, e em Botucatu, com a dose da AstraZeneca pela Fiocruz. Em paralelo, o laboratório diz que “reafirma o seu compromisso” para “viabilizar a vacinação contra a dengue” no Programa Nacional de Imunizações (PNI).

— É importante deixar claro que essa vacinação em Dourados não tem a ver com as doses que o Ministério irá comprar. A expectativa é que o governo adquira 8,5 milhões de doses, a empresa só consegue fornecer para a pasta neste momento um número reduzido. Por isso, vamos discutir quais serão os grupos prioritários para elas. Com certeza, não será possível implementar essa estratégia de oferecer vacina para todo o público autorizado pela Anvisa (de 4 a 59 anos) — afirma Croda, que faz parte da Câmara Técnica de Assessoramento em Imunização (CTAI) do Ministério, que se reunirá no próximo dia 18 para definir os grupos da campanha nacional.

Em outubro, a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomendou o uso da Qdenga por lugares com carga e transmissão elevadas de dengue. Aconselhou que o imunizante, feito de vírus atenuado, seja adotado para crianças de 6 a 16 anos. “Nessa faixa etária, a vacina deve ser introduzida cerca de 1 a 2 anos antes do pico de incidência de hospitalizações relacionadas à dengue, específico para a idade”, disse.

Por enquanto, no Brasil, a Qdenga está disponível na rede privada, com valores para o esquema completo de duas doses, aplicadas com um intervalo de três meses entre elas, que vão de R$ 800 a R$ 1 mil.

Vacinação em Dourados
Croda explica que a vacinação em massa em Dourados poderá fornecer dados adicionais sobre eficácia do imunizante para a comunidade científica. A cidade foi escolhida por ter uma alta carga de dengue (1.429 casos confirmados laboratorialmente a cada 100 mil habitantes no ano passado); ter cerca de 200 mil moradores elegíveis para a vacina e contar com uma boa cobertura de atenção primária e de vigilância epidemiológico. O tempo para se observar o impacto da campanha, porém, dependerá da adesão da população.

— O período mais grave da dengue começa agora e vai até abril e maio. Então vai depender muito da velocidade da vacinação para sabermos se vai ter um impacto ainda neste ano. Se conseguirmos atingir um alto número de pessoas de forma rápida, pode ser observado já agora. Mas se for mais devagar, a cobertura for menor, será difícil — diz o infectologista.

Segundo a prefeitura, o laboratório já entregou cerca de 90 mil das 300 mil doses de vacina previstas. O Núcleo de Imunização da Secretaria Municipal de Saúde começou a distribuí-las para os postos de saúde às 7h30 desta quarta-feira. Para receber a primeira dose, basta se dirigir à unidade de saúde mais próxima, com documentos como CPF e carteirinha do SUS.

A primeira dose foi aplicada em Francisleine Costa, mãe de Julio Cesar da Costa, que morreu vítima da dengue no ano passado aos 15 anos. — Meu filho foi enterrado no dia do aniversário por essa fatalidade. Agora a vacina veio e eu estou fazendo campanha para que todos se vacinem para que não passem pela mesma dor que eu. Estou contente por Dourados ser a primeira cidade do Brasil a prestar esse serviço ao público — disse.

A expectativa é que a cidade receba mais 70 mil doses até o fim de janeiro e, com isso, tenha quantidade suficiente para aplicar a primeira em todos os 150 mil moradores almejados até o fim de janeiro.

— Vamos ter a oferta das vacinas na área urbana, nas unidades dos distritos e ainda nas reservas indígenas. Paralelamente a isso, vamos montar estratégias direcionadas com unidades móveis visitando empresas, o comércio e buscar levar a Qdenga ao maior número de pessoas possível nos dois ou três primeiros meses — diz Edvan Marcelo Marques, gerente do Núcleo de Imunização, em nota.

Nos testes clínicos, a vacina da Takeda demonstrou uma eficácia geral de 80,2% para evitar contaminações e de 90,4% para prevenir casos graves. Para o secretário municipal de Saúde de Dourados, Waldno Lucena, trata-se de um potencial que pode levar a uma “queda drástica” nas hospitalizações.

— Esses números são importantíssimos para a realidade de Dourados que, se atingidos, teremos em pouco tempo, uma queda drástica no número de internações gerais por dengue, principalmente em UTI, que teria mais leitos liberados para que possamos atender outros pacientes — afirma.

Brasil bate recorde de mortes por dengue
Recentemente, a OMS alertou que o Brasil é o país com mais casos de dengue no mundo, responsável por mais da metade dos diagnósticos registrados globalmente. Além disso, em 2023, o país bateu o recorde de ano com mais mortes causadas pela doença.

De acordo com a última atualização do painel de monitoramento das arboviroses, mantido pelo Ministério da Saúde, foram 1.094 óbitos confirmados, além de outros 218 que estão em investigação. Antes, o ano com mais vítimas fatais era 2022 que, segundo a última atualização da série histórica da pasta, contabilizou 1.053 vidas perdidas.

Em relação aos casos, o painel mostra que foram 1.658.816 diagnósticos prováveis da infecção pelo vírus em 2023, 52.871 com evolução para hospitalização. O número é 19% mais alto que o total registrado no ano anterior – 1.393.684. Porém, permanece abaixo de 2015, quando o Brasil atingiu o recorde de 1.688.688 casos de dengue.

FOLHA PE

Postado em 4 de janeiro de 2024

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Postado em 3 de janeiro de 2024

Aluno de escola pública de Currais Novos conquista medalha de ouro na Olimpíada de Matemática

Criada pelo Instituto de Matemática Pura e Aplicada (IMPA) em 2005 e realizada a OBMEP é promovida com recursos do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e do Ministério da Educação (MEC). Destinada a estudantes do 6º ano do Fundamental ao 3º ano do Médio, a competição contribui para estimular o estudo da Matemática e identificar jovens talentos da disciplina.

Em 2023 a Olimpíada reuniu mais de 18,3 milhões de alunos dos ensinos Fundamental e Médio, e alcançou 99,78% dos municípios brasileiros e mais de 55 mil escolas.

Para a Escola Municipal Professor Humberto Gama, em Currais Novos, a medalha de Gabriel é resultado de um trabalho conjunto dos alunos com os professores, que incentivam a participaram da competição.

“A medalha representa o reconhecimento do seu esforço e te lembra que você tem capacidade para alcançar algo muito maior do que as pessoas pensam que é possível, por isso ela é de grande importância para mim”, diz o estudante.

De acordo com as listas divulgadas pela Obmep, a rede pública do Rio Grande do Norte, que engloba instituições municipais, estaduais e federais teve um saldo de três medalhas de ouro, 16 medalhas de prata, 41 bronzes, além de mais de 100 menções honrosas.

Ainda segundo a Obmep, os medalhistas nacionais são convidados a participar do Programa de Iniciação Científica Jr. (PIC) com aulas avançadas para seu desenvolvimento acadêmico. O intuito é estimular os estudantes a seguirem se dedicado à matemática. No que depender de Gabriel Henrique, a meta será alcançada.

“Pretendo trazer mais medalhas para a nossa cidade nos próximos anos, embora o desafio se torne mais difícil. Também quero ajudar os meus amigos a aprenderem essa matéria que tanto amo. Conhecimento não tem valor quando fica guardado”, afirma o medalhista.

TCM

Postado em 3 de janeiro de 2024

Vendas de Natal em shoppings atingem patamar pré-pandemia

Dados da Abrasce (Associação Brasileira de Shopping Centers) divulgados em 29 de dezembro mostram que as vendas realizadas nos estabelecimentos de 19 a 25 de dezembro chegaram a R$ 5,63 bilhões. Representa alta de 0,6% em relação ao mesmo período de 2022, quando foram R$ 5,6 bilhões, e é o maior patamar desde 2019.

O levantamento da entidade mostra que o setor de shoppings cresceu 0,6%, enquanto foi registrada uma queda de 2% das lojas de rua e de 0,9% do varejo total. Eis a íntegra da pesquisa (PDF – kB).

“A resiliência demonstrada pelo setor evidencia sua capacidade de adaptação a desafios econômicos, consolidando a confiança em um horizonte de crescimento sustentável para o próximo ano”, afirmou o presidente da Abrasce, Glauco Humai.

O cientista político cita ainda a diminuição da inadimplência bancária resultante das renegociações do programa Desenrola e do alívio nas taxas de juros finais como razões para o crescimento do setor.

DESENROLA BRASIL
Promessa de campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o Desenrola começou a valer em julho deste ano. O programa foi dividido em duas etapas. Oferece descontos para renegociações de dívidas bancárias, como cartão de crédito e cheque especial, e de outros setores, como boletos atrasados de áreas como energia, água, comércio e educação.

A maior parte das dívidas negociadas (R$ 3,3 bi) são de serviços financeiros, seguidos por seguros (R$ 513 mi) e contas de luz (R$ 143 mi). Segundo o governo, houve caso em que a pessoa devia R$ 835,02, mas pagou só R$ 10,91, com um desconto de 98,6%.

O governo prorrogou o programa de renegociação de dívidas até 31 de março de 2024. A prorrogação vale para a Faixa 1, que contempla pessoas que recebem até 2 salários mínimos ou que estejam inscritas no CadÚnico (Cadastro Único).

Em 20 de novembro, o governo iniciou uma nova fase do programa, permitindo negociar dívidas de até R$ 20.000. O limite anterior era de R$ 5.000.

As condições especiais de negociações do Desenrola permitem descontos médios nas dívidas de 83%. Em alguns casos, o abatimento chega a 99%. As negociações são feitas totalmente por meio digital, na plataforma do Desenrola Brasil.

PODER 360

Postado em 3 de janeiro de 2024

Mãe de Daniel Alves expõe nas redes sociais mulher que acusou o jogador de estupro

A mãe do ex-jogador Daniel Alves, Lúcia Alves, usou suas redes sociais para expor a vítima que acusa o filho de estupro, mesmo o caso seguindo em sigilo judicial.

A matriarca atacou a mulher e questionou se ela estaria realmente sofrendo após o abuso, citando que ela pede uma indenização. Na publicação, Lúcia mostra fotos e vídeos da jovem se divertindo em bares e festas nos últimos meses.

Há cerca de um ano, na noite de 30 de dezembro de 2022, Daniel Alves fez sexo no banheiro da área vip contra a vontade desta mulher em uma boate em Barcelona, na Espanha.

O brasileiro segue preso e aguarda pelo julgamento, que está com data marcada para 5 de fevereiro.

TERRA

Postado em 3 de janeiro de 2024

Geração de novos empregos no RN cresce 97% em novembro de 2023

O mercado de trabalho formal no Rio Grande do Norte vem se comportando numa curva ascendente desde março deste ano, quando foram encerrados 76 postos de trabalho. A partir de então, o volume de novas contratações com carteira assinada só aumentou e, em novembro, alcançou um saldo de 3.342 vagas novas abertas. Esse número representa um aumento de 97% no comparativo com novembro de 2022, cujo saldo foi de 1.697. Nos últimos 11 meses, o RN já criou mais de 25,4 mil empregos formais – cerca de 2% a mais que o volume acumulado no mesmo intervalo do ano passado.

As informações são da edição deste mês do Mapa do Emprego do RN, publicação mensal elaborada pelo Sebrae no Rio Grande do Norte, que é baseada nos dados de novembro do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). O informativo aborda os números do mercado de trabalho formal e a quantidade de vagas acumuladas até o décimo primeiro mês do ano no Rio Grande do Norte.

De acordo com informativo, o segmento dos pequenos negócios, que é a junção de microempresas e pequenas empresas, foi responsável pelo maior volume de vagas abertas no mês. Ao todo, foram 1.891 novas frentes de trabalho geradas em 30 dias – quantidade que é superior em 36% ao volume de empregos gerados pelos pequenos negócios em novembro de 2022 e 30,9% das vagas criadas pelo setor em outubro passado. As micro abriram 1.762 novas vagas e, as pequenas, outros 129 empregos. Melhor desempenho das MPEs Entre janeiro e novembro, as micro e pequenas empresas (MPEs) potiguares acumulam um saldo positivo de 19.651 postos de trabalhos formais criados neste ano. Esse número equivale a 77,6% de todas as novas vagas abertas no estado em 2023. Apesar do desempenho positivo, esse volume ainda é inferior em 8% ao montante de vagas geradas no mesmo período do ano passado, quando, juntas, as MPEs chegaram a contratar 21.380 trabalhadores potiguares.

O mercado de trabalho formal do Rio Grande do Norte em novembro também foi influenciado pelo desempenho das grandes empresas, que antes de março, vinham apresentando déficits consecutivos na geração de empregos. Os empreendimentos desse porte mantiveram o ritmo de contratações e encerraram novembro com 1.343 novas vagas geradas – um acréscimo de 230% no comparativo com o mesmo mês do ano passado e 527 vagas a mais que o mês anterior.

Já as médias empresas em novembro chegaram a abrir 108 novos empregos, quantidade insuficiente para reverter as constantes perdas de vagas registradas ao longo do ano. Em 11 meses, as médias empresas do Rio Grande do Norte acumulam um déficit de 1.142 postos de trabalhos fechados no Estado.

Foram realizadas nos 30 dias de novembro 18.370 admissões e 15.028 desligamentos em todo o Rio Grande do Norte. Com esses resultados, o RN encerrou o 11º mês de 2023 com um saldo de 3.342 empregos gerados, contra os 1.697 gerados em igual mês do ano passado. Esse foi o quinto maior saldo de emprego entre os estados do Nordeste.

Mais serviços

Analisando as vagas criadas no mês pelo tipo de atividade, os setores de serviços e a indústria foram os que mais abriram oportunidades de emprego em novembro. As atividades ligadas à prestação de serviços foram responsáveis por 1.736 postos de trabalho abertos, com destaque para os serviços de teleatendimento, que absorveram 871 novos profissionais com carteira assinada.

Na indústria, as novas admissões somaram 1.402 vagas criadas. O comércio, por sua vez, abriu 357 novos postos. Já o setor agropecuário e a indústria da construção civil finalizaram novembro com desempenho negativo, registrando o encerramento de 64 e 89 postos de trabalho respectivamente.

A respeito da distribuição das vagas criadas no mês por cidade, o Mapa do Emprego indica que Natal concentrou a maior parte das vagas criadas. Foram 1.770 novos postos de trabalho abertos no mês. O município de Parnamirim foi o segundo a abrir mais empregos, com 662 vagas, seguido de Mossoró, que foi responsável por abrir 537 novas frentes de trabalho. Também tiveram saldo positivo os municípios de Extremoz (139 vagas) e Caiçara do Norte(121 vagas). Por outro lado, as cidades potiguares que registraram maiores perdas de vagas foram, nessa ordem decrescente, Lajes (-121), São Gonçalo do Amarante (-92), Serra do Mel (-87), Assú (-80) e Riachuelo (-68).

NOVO CAGED
Rio Grande do Norte
Novembro 2023
Admissões: 18.370
Desligamentos: 15.028
Saldo: 3.342 (+97% ante novembro de 2022)
Estoque de empregos até final de novembro: 483.684

Saldos anteriores
Outubro/2023: 2.257
Novembro/2022: 1.697
Novembro/2021: 3.162
Novembro/2020: 4.163

Por atividade econômica
Serviços: 1.736
Indústria: 1.402
Comércio: 357
Agropecuária: -64
Construção: -89

Por porte da empresa
Grande: 1.343
Média: 108
Micro: 1.762
Pequena: 129

Os cinco municípios potiguares com maiores saldos em novembro/2023
Natal: 1.770
Parnamirim: 662
Mossoró: 537
Extremoz: 139
Caiçara do Norte: 121

Os cinco municípios potiguares com maiores saldos negativos em novembro/2023
Lajes: -121
São G. do Amarante: -92
Serra do mel: -87
Assu: -80
Riachuelo: -68

Tribuna do Norte

Postado em 3 de janeiro de 2024

Vice-líder do Hamas eliminado no Líbano esperava ser morto: ‘Acho que vivi tempo demais’

O vice-líder da organização terrorista Hamas, Saleh al-Arouri, há muito tempo esperava o ataque de drone israelense que fontes de segurança afirmam tê-lo matado, no subúrbio de Beirute, no Líbano, na terça-feira (2), três meses após o ataque-surpresa de seu grupo realizou em Israel e deu início à guerra.

“Estou aguardando o martírio e acho que vivi tempo demais”, disse ele em agosto, instando os palestinos na Cisjordânia ocupada por Israel a pegarem em armas em meio a um aumento da violência.

Sua morte ocorre em um momento crucial para a organização, enquanto Israel tenta erradicá-la em retaliação ao ataque de 7 de outubro, quando terroristas do Hamas atravessaram a fronteira, matando 1.200 pessoas e fazendo 240 reféns.

Israel o acusa de ataques letais contra seus cidadãos, mas um oficial do Hamas disse que ele também estava “no centro das negociações” sobre o desfecho da guerra em Gaza e a libertação de reféns conduzidas por Catar e Egito.

“Quem fez isso realizou um ataque cirúrgico contra a liderança do Hamas”, disse Mark Regev, assessor sênior do primeiro-ministro de Israel — o país geralmente não confirma nem nega a responsabilidade por tais ataques.

Embora menos influente que os líderes do Hamas em Gaza, Arouri era visto como um jogador-chave no movimento, planejando suas operações na Cisjordânia a partir do exílio na Síria, Turquia, Catar e, finalmente, no Líbano, após longos períodos em prisões israelenses.

Como principal oficial do grupo no Líbano, desempenhou um grande papel em solidificar as relações do Hamas com o grupo xiita libanês Hezbollah e, por meio dele, com o Irã, principal apoiador de ambos os grupos.

Arouri se encontrou várias vezes com o líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, além de autoridades iranianas no Líbano. Fontes do Hamas afirmam que ele trabalhou com eles para coordenar posições sobre o conflito em Gaza.

O Hamas confirmou sua morte, mas não fez outros comentários. A Jihad Islâmica, um grupo aliado, jurou vingança por sua morte em um comunicado na terça-feira, dizendo que isso “não ficará impune”.

Dentro do Hamas, Arouri era descrito como um defensor proeminente da reconciliação entre facções palestinas rivais, mantendo uma boa relação com o Fatah, o partido do presidente palestino Mahmoud Abbas, que tem influência na Cisjordânia.

Hamas e Fatah estão em desacordo há anos, travando uma breve guerra civil em 2007 quando o Hamas assumiu o poder em Gaza, embora as organizações rivais tenham continuado a realizar negociações periódicas.

Mas quando se tratava do conflito com Israel, Arouri era considerado um linha-dura. Ele ajudou a fundar a ala militar do grupo terrorista, as Brigadas Izz el-Deen al-Qassam, e Israel o acusou de orquestrar ataques mortais ao longo dos anos.

Dizem que ele esteve por trás do sequestro e assassinato de três adolescentes israelenses na Cisjordânia em 2014, um ato que desencadeou um ataque israelense de sete semanas em Gaza que matou 2.100 palestinos.

Enquanto a ocupação israelense da Cisjordânia continuava, com assentamentos judaicos se expandindo e a criação de um estado palestino parecendo cada vez mais distante, Arouri afirmou que não havia “outra opção” além de se envolver no que chamou de resistência abrangente.

Ele foi um dos principais funcionários do Hamas por trás da expansão do grupo na Cisjordânia, onde seus combatentes realizaram uma série de ataques contra colonos israelenses nos últimos 18 meses.

Vários tiroteios no ano passado ocorreram logo após Arouri fazer ameaças televisionadas contra Israel.

Com os líderes do Hamas em Gaza, Yahya Sinwar, Mohammed Deif e Marwan Issa, escondidos, Arouri esteve envolvido nas negociações em torno da guerra, afirmando em dezembro que nenhum refém seria liberado até que houvesse um cessar-fogo total.

Como membro do bureau político do Hamas, sob a liderança geral de Ismail Haniya, baseado no Catar, Arouri estava acostumado ao diálogo, mesmo — indiretamente — com seus inimigos amargos, os israelenses.

Em 2011, logo após sua própria libertação da prisão, Arouri foi um dos negociadores do Hamas envolvidos em uma troca de prisioneiros com Israel que o grupo espera replicar após a guerra atual, usando reféns capturados em 7 de outubro.

Nascido perto de Ramallah, na Cisjordânia, em 1966, Arouri foi recrutado precocemente pelo Hamas, ingressando no movimento quando este foi formado em 1987, quando os palestinos iniciaram sua primeira Intifada contra a ocupação israelense.

Ele foi preso em 1992, um ano antes de a liderança do Fatah concordar com os Acordos de Oslo com Israel, aceitando sua existência e abandonando a luta armada em favor de negociar a criação de um estado palestino.

O Hamas rejeitou essa abordagem e, quando Arouri foi libertado em 2007, ele logo retornou à luta. Foi preso novamente até 2010, quando o tribunal superior israelense ordenou sua expulsão.

Ele passou três anos na Síria antes de se mudar para a Turquia até que Israel pressionou Ancara para fazê-lo sair em 2015. Desde então, ele residia no Catar e no Líbano, trabalhando no escritório do Hamas no distrito de Dahiyeh, em Beirute, uma fortaleza do Hezbollah, até o ataque súbito de terça-feira.

r7

Postado em 3 de janeiro de 2024

Limite do juros do cartão de crédito começa a valer nesta quarta (3)

O Banco Central esclareceu nesta terça-feira (02) que o teto de juros para o rotativo do cartão de crédito só entra em vigor amanhã. Segundo o órgão, o feriado de 1º de janeiro adiou em um dia a entrada em vigor da medida.

Os juros para quem atrasar ou parcelar o pagamento da fatura não vão poder ultrapassar o valor da dívida original. Ou seja, se você dever R$ 1 mil no cartão, os juros só poderão chegar a mais R$ 1 mil, assim sua dívida chega ao total máximo de R$ 2 mil.

Esse teto foi estabelecido pelo programa Desenrola, do governo federal. A expectativa era que houvesse uma negociação entre os bancos e o governo para um novo modelo para o rotativo. Como as instituições financeiras não apresentaram nenhuma proposta, valeu o que estava previsto na lei do Desenrola.

Segundo dados do Banco Central, em novembro, os juros do rotativo do cartão estavam, em média, em 431% ao ano.

A partir de primeiro de julho, vai ser permitido ainda a portabilidade do saldo devedor do cartão de crédito para outras instituições bancárias que oferecerem melhores condições, além do aumento da transparência nas faturas.

ebc

Postado em 3 de janeiro de 2024

Jovens nem-nem podem reduzir em 10 pontos porcentuais potencial de crescimento do PIB em 30 anos

Projeção foi feita com exclusividade para o ‘Estadão/Broadcast’ pelo economista Paulo Tafner, com base na faixa de 25 a 29 anos; além de impactos econômicos, inatividade aprofunda problemas sociais e de saúde mental, segundo especialistas

Os jovens de 25 a 29 anos que não estudam nem trabalham podem levar a uma perda de até 10 pontos porcentuais no potencial de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro ao longo de 30 anos. A projeção foi feita com exclusividade para o Estadão/Broadcast pelo diretor-presidente do Instituto Mobilidade e Desenvolvimento Social (IMDS) e especialista em Previdência, Paulo Tafner. Para chegar a tal indicativo, ele projetou qual seria a expansão da renda da população brasileira nessa faixa etária caso estivesse em um nível de escolaridade mais alto, similar ao do Chile.

De acordo com o dado divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 6 de dezembro, o Brasil tinha cerca de 10,9 milhões de nem-nem em 2022, considerando a faixa etária completa dos que não estudam nem trabalham, que vai de 15 a 29 anos, conforme classificação da instituição. A situação é considerada crônica no País, que não consegue reduzir esse contingente, e provoca diversos problemas sociais e de saúde mental, além das questões econômicas, segundo especialistas (leia mais abaixo). Do total dos que estão fora das escolas e do emprego, 36,45% tinham entre 25 e 29 anos, ainda segundo a Síntese de Indicadores Sociais 2023 do IBGE.

“Eles são numerosos e são jovens. São pessoas que vão deixar de produzir por toda uma vida”, diz Tafner. Isso ocorre porque a juventude brasileira tem baixa escolaridade, inserção ruim no mercado de trabalho e, quando ficar mais velha, sairá precocemente do emprego, fatores que impactam na produtividade do trabalhador, de acordo com a análise do pesquisador.

A projeção considerou a renda gerada por essa população e a correlação com o PIB. No estudo, Tafner avalia as mudanças demográficas globais para considerar o intervalo de 30 anos. A população estudada deve viver o auge da capacidade de trabalho e contribuição para a economia nesse período. A tendência é a de que o Brasil passe pelo pico populacional desse grupo etário na próxima década.

Embora a faixa etária dos nem-nem pelo IBGE seja mais ampla, o estudo priorizou o grupo restrito por ser majoritariamente responsável financeiramente pelo domicílio em que vive. O restante dos nem-nem ainda é dependente (15 a 17 anos) ou está em processo de emancipação (18 a 24 anos). “Esse contingente focado no estudo atinge o ponto mais elevado de participação no mercado de trabalho”, afirma Tafner.

Segundo o especialista, o potencial de alta do PIB do Brasil é de até 40% nas próximas três décadas. No estudo, Tafner considera que 22% de todos os brasileiros que têm entre 25 e 29 anos são nem-nem. Esse contingente gera uma perda de até 10 pontos porcentuais no que poderia expandir a economia brasileira. “Em vez de gerar 40% de crescimento a mais, geraria 30%”, conclui, considerando o potencial produtivo da faixa etária analisada.

“Eles são numerosos e são jovens. São pessoas que vão deixar de produzir por toda uma vida”

Paulo Tafner

diretor-presidente do Instituto Mobilidade e Desenvolvimento Social (IMDS)

O estudo Principais Desafios para a Juventude no Brasil e Impactos sobre a Renda e a Produtividade, realizado por Tafner, em outubro de 2023, junto com Sérgio Guimarães Ferreira e Leandro Rocha, ambos do IMDS, e Samuel Franco e Débora Leandro, da Oppen Social, avaliou como os jovens de 15 a 29 anos estão inseridos na sociedade brasileira, quais são suas dificuldades e potencialidades, e como eles podem contribuir para o crescimento do Brasil.

O Chile, país utilizado para fazer a comparação de nível educacional com Brasil, tinha 40,5% da sua população com ensino superior completo em 2020. Já aqui esse índice não era superior aos 23%. No país vizinho, o PIB per capita é 1,5 vez maior do que o brasileiro.

Segundo um levantamento feito em 2022 pela PwC, que utilizou dados da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), o Chile ocupa o 32º lugar entre os países-membros com maior taxa de empregabilidade de jovens. Outros países da América Latina que estão no relatório são México (27º), Peru (35º), Costa Rica (36º) e Colômbia (37ª). O Brasil não foi analisado neste estudo por ainda não fazer parte da OCDE.

Já no Reino Unido, o estudo da PwC mostrou que o PIB poderia aumentar em 38 bilhões de libras caso a quantidade de jovens nem-nem, que em 2020 chegava a 14% no país, fosse reduzida para o nível alemão, que tinha 8,4%. A Alemanha foi utilizada como comparação por ter, na época, a segunda menor taxa de desemprego da OCDE e a terceira menor taxa de jovens nem-nem de 20 a 24 anos.

MULHERESNEM-NEM GERAM MAIS PERDA NO PIB DO QUE HOMENS

As mulheres nem-nem têm maior peso nessa projeção feita por Tafner. Para ele, isso ocorre pelo fato de elas serem, em média, mais escolarizadas do que os homens e porque a taxa de participação dos jovens no mercado de trabalho aumenta conforme completam as etapas de ensino.

Por isso, o especialista defende que investir em políticas públicas para tirar as mulheres da condição de nem-nem pode melhorar o nível de escolaridade da nação e, consequentemente, reduzir a perda do potencial de crescimento do PIB. “Se tiver de investir em nem-nem como política pública, o ideal é investir em todo mundo. Mas, se eu tivesse de investir pensando em PIB, eu focaria nas mulheres”, diz. Tafner calcula que o investimento em mulheres pode reduzir essa perda estimada para o potencial de crescimento de até 10 pontos porcentuais para 3 pontos porcentuais.

7 milhões
É o número de mulheres entre 15 e 29 anos que se enquadram como nem-nem no País
Conforme a síntese de indicadores do IBGE, divulgada no início de dezembro, as jovens mulheres entre 15 e 29 anos que nem estudam e nem trabalham eram cerca de 7 milhões em 2022, representando 63,4% de um total de aproximadamente 10,9 milhões de nem-nem no País. Dessas, 2 milhões estavam cuidando de parentes e dos afazeres domésticos, também de acordo com a síntese.

As mulheres entram na equação nem-nem por duas razões principais: gravidez precoce e maior participação no cuidado de outras pessoas em casa, segundo a economista e pesquisadora do Instituto Singularidades, Claudia Costin. “Na verdade, ela trabalha, mas é um trabalho que não é reconhecido como trabalho produtivo, que é o cuidado dos irmãos mais jovens ou de uma criança que nasceu dela ainda adolescente”, explica.

“Na verdade, a jovem nem-nem trabalha, mas é um trabalho que não é reconhecido como produtivo, que é o cuidado dos irmãos mais jovens ou de uma criança que nasceu dela ainda adolescente”

Claudia Costin

economista e pesquisadora do Instituto Singularidades

O trabalho doméstico informal não é calculado como fator de produtividade para a economia, de acordo com Marcelo Neri, economista e diretor da Fundação Getulio Vargas (FGV Social) e fundador do Centro de Políticas Sociais (FGV Social/CPS). “O trabalho doméstico não é computado quando se calcula o Produto Interno Bruto (PIB), por exemplo. As mulheres que cuidam dos filhos e dos idosos estão trabalhando. É um trabalho que existe e é importante, mas, em geral, não é considerado nas estatísticas e nem nas análises.”

Caso as mulheres nem-nem voltassem aos estudos, o potencial de desempenho traria mais resultados do que os homens porque a média de escolarização delas é superior à deles. “A taxa de mulheres nem-nem é muito mais alta do que a dos homens. É uma questão de gênero. Isso reflete um pouco a cara da desigualdade brasileira, que discrimina pretos, pessoas da periferia e mulheres”, afirma Neri.

Para a presidente do Instituto Brasileiro de Direito Previdenciário (IBDP), Adriane Bramante, a situação previdenciária pode enfrentar um desequilíbrio nas contas em decorrência da queda na taxa de natalidade ao longo dos anos somada à ausência da força de trabalho ativa, como o público de mulheres nem-nem. “Somos de uma geração que ninguém quer ter filhos ou se arrisca a ter apenas um. Vivemos em um período de inversão dessa pirâmide demográfica, com menos nascimentos e as pessoas vivendo por mais tempo. Por isso, a importância de ter as pessoas contribuindo em idade ativa.”

Estadão

Postado em 3 de janeiro de 2024

Pix ultrapassa R$ 15 trilhões movimentados e promete forte disputa com cartão de crédito em 2024

O Pix contabilizou 143 milhões de pessoas físicas cadastradas de janeiro a novembro de 2023, com um recorde de R$ 15,3 trilhões movimentados no acumulado do ano. O número é quase três vezes os R$ 5,2 trilhões de 2021, e 40% maior que os R$ 10,9 trilhões do ano passado.

O novo ano também começa com uma agenda de inovações avançadas em relação à automatização dos pagamentos, apesar de atrasos no calendário. A prioridade do Banco Central, nesta área, será o lançamento do chamado Pix Automático, que tem a premissa de facilitar pagamentos recorrentes, de forma programada e mediante autorização prévia do usuário pagador.

Na prática, vai abranger pagamentos recorrentes a empresas, como as contas de escola, condomínio, clubes, planos de saúde, distribuidoras de energia e água, entre outras. Na ponta, terá a mesma funcionalidade do tradicional débito automático. Porém, como o sistema do Pix possibilita múltiplas transações em tempo real, haverá maior facilidade no processo de efetivação dos débitos.

Em entrevista ao programa da Miriam Leitão na Globonews, Roberto Campos Neto, presidente do BC, colocou como prioridade a programabilidade dos pagamentos, aproximando a trilha do Pix a do cartão de crédito.

A mudança será mais profunda para as empresas e pequenos e médio empreendedores. Hoje, as pessoas jurídicas precisam firmar um acordo com cada banco para oferecer um serviço com pagamento mensal automático, em crédito ou débito. Esse processo é acompanhado de tarifas e toda uma cadeia logística.

No Pix automático, com o sistema único, não haverá a necessidade de convênio entre diversos bancos, mas apenas um. Logo, o processo será mais direto.

Outro efeito, segundo o BC, deve ser a redução dos custos para as empresas recebedoras. Além disso, a funcionalidade pode ajudar a diminuir os índices de inadimplência que atrapalham o fluxo de caixa dos negócios.

— Essa utilidade irá substituir o débito automático de contas recorrentes e com periodicidade definida. Isso pode fazer com que o DDA (Débito Direto Autorizado) e o débito automático percam espaço — avalia Rafael Guazelli, advogado especialista em direito bancário.

A nova funcionalidade do sistema de pagamento instantâneo será um complemento para o chamado Pix Agendado, usado somente entre pessoas físicas.

Esse agendamento pode ser usado no pagamento de doações, mesadas, aluguéis, entre outros pagamentos recorrentes entre duas pessoas.

Atrasos
Inicialmente prevista para abril do próximo ano, a ferramenta foi adiada para outubro de 2024. A estimativa foi ajustada, segundo o Banco Central, em função da complexidade do novo produto e o tempo necessário para desenvolver o papel de cada um dos participantes. O BC também fala em “questões organizacionais” internas.

No momento, há um cenário de mobilização de servidores, que pedem reestruturação de carreira e reajuste salarial.

A chamada operação-padrão começou em julho deste ano. Em função disso, há constante atraso na divulgação de dados econômico-financeiros mensais na autoridade monetária. A agenda Pix também foi afetada.

— Das novidades de 2024 a mais avançada é do Pix automático, pois ele trará mais flexibilidades aos usuários. Há também o Pix internacional, mas as principais dificuldades incluem o câmbio entre países, sistematização e parametrização dos usuários e a verificação de informações em tempo real — avalia Luciano Bravo, CEO da empresa Inteligência Comercial.

Novos números
O sistema de transferências instantâneas do BC também fecha 2023 com 13,3 milhões de empresas cadastradas, de pequenos a grandes negócios, além das 43 milhões de pessoas físicas.

Em janeiro de 2023, 64% das transações eram entre pessoas físicas. No último levantamento feito (novembro), essa parcela era de 53% total de operações.

— O anúncio das novas funcionalidades tende a permitir ainda mais a adesão do brasileiro ao Pix. No entanto, ainda podemos ver uma dificuldade maior das pessoas jurídicas na utilização do pix, preferindo ainda a TED, boleto e o cartão. Talvez um dos motivos seja a imposição de tarifa às pessoas jurídicas — analisa Adriano Marrocos, conselheiro do Conselho Federal de Contabilidade.

Folha PE

Postado em 3 de janeiro de 2024

PT não pode celebrar resultado e achar tudo errado, diz Haddad

Aprovação de reformas, boa relação com lideranças do Congresso e números da economia acima do esperado. O desempenho de Fernando Haddad à frente do Ministério da Fazenda o coloca como possível sucessor do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na visão de economistas, parlamentares e cientistas políticos.

Indagado sobre o tema em entrevista exclusiva ao GLOBO, Haddad diz que o nome de Lula é consenso no PT para 2026, mas alerta que o partido precisa começar a se preparar para essa transição, porque o problema “vai se colocar” na eleição seguinte.

Ele nega que almeje o posto, diz que disputou a Presidência em 2018 por uma questão atípica, já que Lula estava preso, e rebate com ironia as críticas feitas por petistas em redes sociais à condução da política econômica: “Nos cards de Natal, o que aparece é assim: ‘A inflação caiu, o emprego subiu. Viva Lula!’ O meu nome não aparece. Haddad é um austericida”, afirma.

O senhor teve atuação decisiva para o governo este ano com a aprovação da agenda econômica no Congresso. Muita gente diz que isso o coloca como possível sucessor do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Como avalia essa ideia?

Acredito que existe consenso dentro do PT e da base aliada sobre a candidatura do presidente Lula em 2026. Na minha opinião, é uma coisa que está bem pacificada. Não se discute.

Mas em algum momento o presidente precisará de um sucessor.

O Lula foi três vezes presidente. Provavelmente, será uma quarta.

Ao mesmo tempo que é um trunfo ter uma figura política dessa estatura por 50 anos à disposição do PT, também é um desafio muito grande pensar o day after.
Eu não participo das reuniões internas sobre isso. Mas, excluído 2026, o fato é que a questão vai se colocar. E penso que deveria haver uma certa preocupação com isso.

Porque a natureza da liderança do Lula é diferente da de outros fenômenos eleitorais. O bolsonarismo tem uma dinâmica muito diferente.

O senhor pensa na possibilidade de um dia ser sucessor do presidente Lula?

Eu não penso. E só passou pela minha cabeça em 2018 porque era uma situação em que ninguém queria ser vice do Lula. E aí, um dia, ele falou: “Haddad, acho que vamos sobrar só nós dois”. Dentro da cadeia. Eu disse: “Pense bem antes de me convidar, porque vou aceitar”. E acabou acontecendo.

Mas era um momento particular. Eu próprio me engajei na sensibilização do Ciro Gomes e do Jaques Wagner para que eles fossem vice. Porque entendia que eram figuras mais consensuais. Sobretudo o Jaques Wagner dentro do PT.

O PT aprovou recentemente um documento que fala de ‘austericídio’ (suicídio econômico por políticas de cortes de gastos), de uma corrente encampada pela presidente Gleisi Hoffmann. Quem faz mais oposição hoje ao senhor, o PT ou o ministro da Casa Civil, Rui Costa?

Olha, é curioso ver os cards que estão sendo divulgados pelos meus críticos sobre a economia, agora por ocasião do Natal. O meu nome não aparece. O que aparece é assim: “A inflação caiu, o emprego subiu. Viva Lula!” E o Haddad é um austericida.

Então, ou está tudo errado ou está tudo certo. Tem uma questão que precisa ser resolvida, que não sou eu que preciso resolver.

Não dá para celebrar Bolsa, juros, câmbio, emprego, risco-país, PIB que passou o Canadá, essas coisas todas, e simultaneamente ter a resolução que fala “está tudo errado, tem que mudar tudo”.
Alguma coisa precisa ser pensada a respeito, mas não tenho problema com isso.

Mas isso atrapalha de alguma forma?

Eu fui criticado no MEC, mas virei o melhor ministro da Educação da história do país, depois que deixei o MEC. Melhor prefeito da história de São Paulo, depois que deixei a prefeitura. Tomara que aconteça a mesma coisa agora (como ministro da Fazenda).

Como o senhor avalia a sua agenda com a da Casa Civil, elas são conciliáveis?

Têm sido. Há debates, às vezes, mais acalorados, às vezes, menos acalorados. Mas há a noção de que primeiro tem um árbitro. Já leva a informação organizada e aguarda o presidente tomar a decisão.

Tem uma pessoa que já comandou o país por oito anos e está completamente apto a arbitrar as divergências. Não considero ruim que haja divergências. É natural.
Mas toda discussão é para organizar a informação da melhor maneira possível para que o governo tome a decisão. A minha experiência é que, quando a informação está bem organizada, o presidente dificilmente erra.

Agora, quando está mal organizada, pode acontecer. Mas, organizando bem, ele dá o caminho.

E a articulação política do governo, o senhor acha que está bem organizada?

No que diz respeito à Fazenda, minha parceria com o ministro Alexandre Padilha (Relações Institucionais) é antiga. Padilha trabalhou comigo na prefeitura, foi um colega de ministério. E as coisas estão acontecendo.

Não é fácil essa função. Falam que o pior emprego do mundo é o do ministro da Fazenda, mas tem concorrente, que é o do Padilha.
O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), recentemente ficou bravo e reclamou que tinham vazado uma informação do Planalto de que a relação entre vocês não estava tão boa.

Pois é, e nós nos falamos naquele dia. Então, não tinha procedência nenhuma.

O senhor acabou construindo uma relação muito boa com Lira. Como isso aconteceu?

Ela começou bem porque a transição de governo não foi feita pelo Executivo anterior, mas pelo Legislativo. O Executivo sumiu. Foi algo inédito. Tanto Arthur Lira quanto o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), foram fundamentais neste processo.

A relação começou numa situação de crise, em que as pessoas compreenderam o que estava em jogo. Teve um episódio em que estava uma discussão e eu falei: “Nós não estamos discutindo quem vai ganhar o campeonato. Nós estamos discutindo se vai ter campeonato, porque, se a gente não se entender, a gente não chega em junho”.

Era uma situação caótica. Governadores gritando, Bolsa Família fora do Orçamento, calote nos precatórios. A gente tinha R$ 200 bilhões de problema para resolver.

A Argentina passou por uma transição também difícil, e o senhor chegou a demonstrar preocupação com a vitória do candidato Javier Milei. Como vê o início deste governo?

A preocupação não era em relação à política interna da Argentina, que é um país soberano e escolhe democraticamente os seus presidentes. Eu estava preocupado com o Mercosul. E até agora não houve, do meu conhecimento, nenhuma sinalização a esse respeito.

Até porque estávamos, à época, negociando com a União Europeia, tinham muitas coisas encaminhadas que poderiam ser colocadas em risco. Mas tenho dúvidas sobre a eficácia de um pacote ultraortodoxo para a situação que a Argentina enfrenta hoje.

Se o povo vai aguentar e se vai produzir os resultados almejados. Mas é uma preocupação de um observador que deseja o bem do país vizinho. Estou acompanhando à distância e com os filtros, não estou lá vendo medida por medida.

O GLOBO

Postado em 3 de janeiro de 2024