Esquerda faz atos vazios contra Bolsonaro sob distanciamento de Lula

Movimentos de esquerda fazem neste sábado (23) uma série de atos dispersos pelo país, convocados em resposta ao ex-presidente Jair Bolsonaro ( PL ), mas que acabaram vazios em meio ao distanciamento do governo Lula ( PT ) e ao racha na visão de partidos e militantes sobre a pertinência da mobilização.

Os golpes de protesto foram anunciados por partidos e entidades após no mês passado que reuniram uma multidão na avenida Paulista, em São Paulo , a favor de Bolsonaro, investigado pela Polícia Federal no inquérito que apura uma tentativa de ataque de Bolsonaro .

Os temas da manifestação da esquerda acabaram sendo pulverizados, incluindo a lembrança aos 60 anos do golpe militar (tema que Lula tem defendido esquecer para não irritar militares) e o pedido de que não haja anistia para golpistas.

Houve manifestações programadas para 22 cidades no Brasil e no exterior. Pela manhã, em capitais como Belo Horizonte, Fortaleza, Curitiba, Campo Grande e Recife, já indicavam que a adesão seria baixa, com a presença de centenas de pessoas.

Nas duas principais manifestações, à tarde, em Salvador e em São Paulo, a presença foi um pouco maior, mas muito longe de concentrar multidões com milhares de pessoas, como já ocorreu em atos anteriores da própria esquerda.

Na capital baiana, segundo estimativa da Polícia Militar, o ato reuniu 4.000 pessoas —a previsão era receber pelo menos 10 mil participantes.

O grupo do Monitor do Debate Político no Meio Digital da USP, porém, estimou em 1.700 pessoas o público presente no pico da manifestação às 16h30. Para o cálculo, foi utilizada metodologia que conta o número de cabeças em imagens ao longo de toda a avenida, sem sobreposição.

Pelo mesmo sorteio, esse grupo havia estimado em 185 mil pessoas o público presente no pico da manifestação com Bolsonaro na Paulista em fevereiro.

Presente na manifestação em Salvador, a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, afirmou que o objetivo da mobilização da esquerda não era se equiparar em números ao ato realizado por Bolsonaro na Paulista, mas sim fortalecer o combate a ditaduras e tentativas de golpe.

“[O objetivo] é fazer atos pelo Brasil inteiro, independente de tamanho. Para reunir as pessoas e aqueles que lutaram contra a ditadura e deixar aceso na memória que não podemos voltar a esse tempo. E também para dizer que não concordamos com a tentativa de golpe de 8 de janeiro.”

Em Salvador, o governador Jerônimo Rodrigues (PT) e o senador Jaques Wagner (PT), que eram esperados, acabaram não comparecendo.

Lula também não participou de nenhuma manifestação e também saiu de lado nas redes sociais. Sobre a sua ausência, Gleisi disse que “não é função do governo nem do presidente fazer mobilizações sociais”.

Em São Paulo, sob chuva, o largo São Francisco, no centro, ficou mais cheio depois das 16h, uma hora depois do começo do ato, mas ainda era possível caminhar entre os militantes.

Contribuíram para deixar o espaço menos vazio um tapume de obras no local e duas grandes bandeiras contínuas por manifestantes, uma do Brasil e outra da Frente Povo sem Medo.

“Acho que São Pedro está do lado de lá”, brincou o deputado estadual Simão Pedro (PT), comparando a chuva com o dia de sol durante o protesto dos bolsonaristas na Paulista no dia 25.

Com discursos em memória das vítimas da ditadura, pedidos de prisão de Bolsonaro e contra anistia aos golpistas, também houve presença de bandeiras da Palestina e críticas às mortes pela Polícia Militar do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos).

Estavam presentes membros do movimento estudantil, da Apeoep (sindicato dos professores), do sindicato dos metalúrgicos, do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto) e de partidos de esquerda.

Com breve e aplaudida presença no ato, José Dirceu (PT) disse não caber em comparação com o público do ato de Bolsonaro, uma vez que à esquerda havia optado por atos espalhados por todo o país na memória do golpe de 1964, o que descaracterizaria um confronto direto com o ex-presidente.

Integrante da Frente Povo Sem Medo, Juliana Donato disse que a chuva atrapalhou uma manifestação, mas que o recado contra a anistia aos golpistas foi dado.

Ela avaliou como um erro a decisão de Lula de não endossar a mobilização, assim como a de cancelar o ato que o governo federal faria para marcar os 60 anos do golpe militar.

“Não só pela data redonda, mas porque ainda vivemos uma ameaça à democracia”, disse. “Lula não fala sobre o golpe não apaga nem o golpe nem a disputa política.”

Em Belo Horizonte, participantes que estiveram ao ato na praça Afonso Arinos usaram camisetas vermelhas com inscrições como “sem anistia”. Além do mote “ditadura nunca mais”, a defesa da Palestina em meio à guerra com Israel também foi um dos temas.

Os manifestantes que dirigiram à praça Santos Andrade, em Curitiba, portaram faixas como “democracia sempre” e “sem anistia para golpista”.

Em Fortaleza, também com a participação de algumas bolsas de manifestantes, bandeiras do MST, de sindicatos e do PSOL foram agitadas durante a manhã.

Também houve atos em São Luís e em Lisboa, que repetiram os motes.

O dia de mobilização pela democracia foi organizado por partidos de esquerda, centrais sindicais e pelas frentes Povo Sem Medo e Brasil Popular, que reúne entidades como MTST, CUT (Central Única dos Trabalhadores), CMP (Central de Movimentos Populares), MST e UNE (União Nacional dos Estudantes).

Ministros do PT e de outros partidos de esquerda evitaram falar que havia uma posição fechada ou mesmo uma orientação para se distanciarem dos atos. Por outro lado, afirmaram que não iriam comparecer por motivos variados, como compromissos familiares e doenças.

Para evitar desgaste com as Forças Armadas, Lula proibiu que ministérios realizassem críticas ou cerimônias em memória dos 60 anos do golpe militar, em 31 de março.

Enquanto isso, os líderes dos movimentos de esquerda enfatizaram, ao longo da semana, a importância de lembrar os dados para evitar que se repita. As entidades se dividem entre minimizar a postura do governo Lula ou criticar o presidente pelo veto.

Folha de São Paulo

Postado em 24 de março de 2024

Alckmin afirma que queda de popularidade do Governo Federal é recorte de momento

Após uma pesquisa do Instituto DataFolha apontar a queda da popularidade do Governo Federal, o vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, afirma que esse é apenas um recorte de momento. O levantamento foi divulgado na quinta-feira (21) e apontou que a gestão do presidente Lula foi avaliada como ótima ou boa por 35% dos brasileiros, mas classificada como ruim ou péssima por 33% da população.
A pesquisa foi realizada com cerca de duas mil pessoas em 147 municípios, nos dias 19 e 20 de março.

Alckmin falou sobre o levantamento durante uma coletiva de imprensa concedida após a inauguração da Cápsula Inovação Senac, no Centro do Rio, nesta sexta-feira (22).

O vice-presidente ainda comentou sobre o bloqueio no orçamento desse ano, anunciado pelo Governo Federal. Alckmin disse a medida é correta, frente ao desejo do Governo de déficit zero.

Nesta sexta-feira (22), os ministérios da Fazenda e do Planejamento e Orçamento anunciaram o bloqueio de R$ 2,9 bilhões no orçamento deste ano para bater meta de gastos.

Segundo o Governo Federal, a medida acontece por causa do limite de gastos estabelecido pelo arcabouço fiscal. O corte será feito nos gastos livres dos ministérios, que são aqueles que não são obrigatórios.

Ainda de acordo com a União, o bloqueio pode ser revertido nos próximos meses, caso haja redução de alguma despesa obrigatória ou que preencha os requisitos para a abertura de um crédito suplementar no mês de maio.

band

Postado em 23 de março de 2024

Justiça de SP proíbe Michelle Bolsonaro de receber título de cidadã paulistana no Theatro Municipal

A Justiça de São Paulo proibiu liminarmente que Michelle Bolsonaro receba título de cidadã paulistana no Theatro Municipal sob multa de R$ 50.000 por descumprimento.
A ação foi movida por deputada federal Erika Hilton (PSOL- SP) e sua secretária parlamentar Amanda Marques Paschoal.

“Por todo o exposto, defiro o efeito suspensivo, para suspender os efeitos dos atos do Poder Executivo Municipal que autorizem a realização da sessão solene de entrega do título honorífico de cidadã paulistana à homenageada, Sra. Michelle de Paula Firmo Reinaldo Bolsonaro, no Theatro Municipal de São Paulo, sob pena de aplicação de multa”, explica o relator.

A decisão diz ainda que Ministério Público opinou pelo indeferimento do uso do equipamento público.

Michelle iria receber o título de cidadã paulistana na próxima segunda-feira (25), cerimônia que, usualmente, é realizada na Câmara Municipal, o que não será o caso desta vez.

A CNN procurou o Theatro Municipal e a assessoria de imprensa de Michelle Bolsonaro, mas ainda não teve resposta.

Pedido de investigação
Três parlamentares do PSOL apresentaram um pedido de investigação sobre uma homenagem à ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro: o vereador Celso Giannazi (PSOL), o deputado Carlos Giannazi (PSOL) e a deputada Luciene Cavalcanti (PSOL-SP).

A manifestação dos políticos foi entregue ao Ministério Público de São Paulo (MP-SP) e ao Ministério Público Eleitoral (MPE) no dia 13 de março.

O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, que havia dado aval para o uso do equipamento público, classificou como “perseguição” a representação impetrada pelo PSOL para barrar a homenagem da ex-primeira dama.

Nunes ressaltou que esta ação não é salutar para a democracia e que o título de cidadão paulistano já homenageou centenas de outras autoridades.

Na última quarta-feira (20), o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) havia negado o pedido para barrar uma homenagem à ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, mas a equipe da deputada Erika Hilton recorreu a decisão.

CNN

Postado em 23 de março de 2024

Laje de supermercado desaba, mata três e fere 12 em Pontal do Paraná

O desabamento de uma laje em um supermercado de Pontal do Paraná, no litoral do estado, matou três mulheres, de acordo com o Corpo de Bombeiros.

A parte da estrutura que cedeu, conforme as primeiras informações da corporação, sustentava seis caixas d’água do estabelecimento, que ficou alagado após o acidente.

O desabamento aconteceu no início da noite de sexta-feira (22), em uma unidade do grupo Super Rede, no balneário Canoas.

A RPC apurou que o estabelecimento foi inaugurado ao público na manhã do mesmo dia em que houve o acidente. Na quinta-feira (21), um dia antes, uma solenidade com autoridades anunciou a abertura do espaço.

O g1 tenta localizar a defesa do supermercado.

De acordo com o Corpo de Bombeiros, a área que desabou atingiu a área de panificação do supermercado, em uma restrita para funcionários.

“Desde o momento do acionamento, todas as equipes estavam em peso dando todo o apoio e suporte não só para vítimas, mas para familiares e quem estava envolvido na situação”, disse a secretária de segurança de Pontal do Paraná, Any Messina.
A secretária explicou, ainda, que o local deve passar por vistoria da Polícia Científica.

Em nota, o Governo do Paraná afirmou que a Polícia Civil (PC-PR) vai investigar o caso.

Na manhã deste sábado (23), a corporação confirmou que a ocorrência terminou com 12 vítimas: além das três pessoas que morreram, 10 tiveram ferimentos leves e duas pessoas ficaram estado grave.

Perto das 12h de sábado, os bombeiros encerraram as buscas e concluíram que não havia mais vítimas.

Ainda conforme o Corpo de Bombeiros, as vítimas graves foram encaminhadas ao Hospital de Paranaguá.

Os corpos das mulheres que morreram, que ainda não tiveram as identidades reveladas, foram encaminhados ao Instituto Médico-Legal (IML) de Paranaguá.

G1

Postado em 23 de março de 2024

RJ registra 7 mortes causadas pela chuva

O número de mortes pela chuva no Estado do Rio de Janeiro subiu para sete pessoas no começo da manhã deste sábado (23). A informação foi confirmada pelo Comitê de Chuvas RJ, que cuida das ações de combate aos efeitos do temporal.

Em Arraial do Cabo, na Região dos Lagos, um homem morreu depois de ser atingido por um raio no Pontal do Atalaia.

Em Santa Cruz da Serra, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, um homem se afogou depois que o caminhão que dirigia caiu num rio.

Na manhã deste sábado (23), uma criança de 4 anos foi retirada com vida dos escombros em Petrópolis. O pai dela, de 25 anos, foi encontrado morto após o desabamento da casa de uma família no bairro Independência. Cinco pessoas foram retiradas com vida do local. Quatro óbitos foram confirmados.

Em Teresópolis, também na Região Serrana, o Corpo de Bombeiros atua nas buscas por uma vítima que estaria soterrada sob os escombros de uma casa que desabou, na comunidade da Coreia. Duas pessoas foram resgatadas com vida pelos bombeiros. Um óbito foi confirmado.

Dificuldade no resgate
Bombeiros militares especializados em salvamento em desastres e cães farejadores do canil do Corpo de Bombeiros foram destacados para auxiliar nas buscas.

Em todo o estado, o Corpo de Bombeiros foi acionado para cerca de 100 ocorrências relacionadas às chuvas. Pelo menos 90 pessoas foram resgatadas com vida. As ocorrências também incluem cortes de árvores, deslizamentos de terra, desabamento e inundações.

Durante a madrugada deste sábado (23), os bombeiros tiveram que interromper os trabalhos de resgate algumas vezes por conta dos riscos de novos desabamentos. O trabalho de busca é definido como sendo de grande complexidade e ainda chove no centro de Petrópolis.

Parte da energia elétrica da região do bairro Independência teve que ser cortada para a ação dos bombeiros.

Ainda durante a madrugada, na região central do município, sirenes alertavam sobre o risco de novas enchentes. A prefeitura decretou situação de emergência. Nas últimas 24 horas, a Defesa Civil da cidade da Região Serrana registrou 150 ocorrências.

G1

Postado em 23 de março de 2024

Rússia prende suspeitos de ataque com 133 mortos e fala de ‘contatos na Ucrânia’; Estado Islâmico diz fazer ‘guerra pelo islã’

A Rússia diz ter prendido neste sábado (23) 11 pessoas, incluindo os quatro atiradores do atentado a uma casa de show em Moscou que deixou 133 mortos.

O atentado, reivindicado por um braço do grupo terrorista Estado Islâmico, aconteceu na casa de shows Crocus City Hall, na noite de sexta-feira (22), e é o pior dos últimos 20 anos na Rússia.

Segundo autoridades russas, quatro homens armados invadiram o local enquanto a banda Picnic se preparava para se apresentar. O Ministério de Interior da Rússia disse que todos são estrangeiros, mas não havia divulgado a nacionalidade dos criminosos até a última atualização desta reportagem.

Em seu primeiro pronunciamento sobre o atentado, neste sábado, o presidente russo, Vladimir Putin, afirmou que todos os terroristas que participaram do ataque foram detidos.

Putin disse que o grupo tentava fugir para a Ucrânia quando foi capturado. O serviço secreto do governo russo afirmou ainda que os suspeitos tinham contatos no país vizinho. O conselheiro da presidência ucraniana Mykhaylo Podolyak disse em suas redes sociais que as acusações são “insustentáveis e absurdas”.

“A Ucrânia não tem a menor ligação com este incidente. A Ucrânia trava uma guerra em grande escala com a Rússia e resolverá isso no campo de batalha. As versões dos serviços especiais russos sobre a Ucrânia são absolutamente insustentáveis ​​e absurdas”, declarou.

Perseguição
O parlamentar russo Alexander Khinshtein, aliado de Putin, afirmou que os responsáveis pelo ataque foram detidos após uma perseguição na região de Bryansk, a cerca de 350 km de onde o atentado aconteceu.

Khinshtein disse que a perseguição começou após o motorista de um carro se recusar a obedecer a uma ordem de parada.

“Durante a perseguição, foram disparados tiros, e o carro capotou. Um terrorista foi detido no local, os demais fugiram para a floresta. Como resultado da busca, um segundo suspeito foi encontrado e detido”, disse.
Segundo Khinshtein, buscas continuaram sendo feitas para localizar outros dois suspeitos que escaparam. Dentro do veículo onde estavam os suspeitos, as autoridades disseram ter encontrado armas e passaportes do Tadjiquistão.

Esse foi o pior atentado na Rússia desde a invasão de uma escola em 2004 em Beslan. O Estado Islâmico reivindicou a autoria do ataque em seu canal no Telegram.

Tiros e coquetel molotov

O ataque começou no saguão da sala de shows. Em seguida, os homens entraram no auditório e abriram fogo contra as pessoas que aguardavam para assistir ao show.

Uma pessoa que estava no local afirmou que os homens entraram atirando e, em um momento, jogaram um coquetel molotov no local.

Quando a testemunha tentou fugir, descobriu que uma das saídas estava trancada. Ela atravessou o salão para tentar fugir de outro ponto de saída, mas também não conseguiu. Então, se refugiou no subsolo da casa de shows até que agentes dos serviços de emergência chegaram.

Foram ouvidas duas explosões no local, que pegou fogo. Os bombeiros conseguiram controlar as chamas, mas, segundo a agência de notícias Tass, o teto do Crocus City Hall pode cair a qualquer momento.

Putin foi informado

O governo da Rússia disse o presidente Vladimir Putin foi informado do ataque logo nos primeiros minutos e que tem sido constantemente atualizado dos fatos.

“O presidente recebe constantemente informações sobre o que está acontecendo e sobre as medidas sendo tomadas por todos os serviços relevantes. O chefe de Estado deu todas as instruções necessárias”, disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov.

Um aliado do presidente, Dmitry Medvedev, disse que tanto os atiradores como as pessoas por trás do atentado serão perseguidos e mortos.

“Todos eles devem ser encontrados e destruídos sem pena, como terroristas. Morte por morte”, afirmou em seu canal no Telegram.

A Rússia intensificou a segurança em aeroportos e estações em toda a capital, uma vasta região urbana que abriga 21 milhões de pessoas. Todos os eventos públicos de larga escala foram cancelados no país.

G1

Postado em 23 de março de 2024

Em audiência no STF, Cid confirma o que disse na delação e nega que tenha sido induzido por autoridades

Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, confirmou nesta sexta-feira (22) ao Supremo Tribunal Federal (STF) o que disse em sua delação premiada.

Cid também disse que não sofreu pressão de autoridades no processo da delação.

O ex-ajudante de ordens deu depoimento nesta sexta para explicar áudios gravados por ele e que se tornaram públicos após reportagem da revista Veja. Nos áudios, Cid diz que a Polícia Federal, nas audiências da delação, queria que ele desse uma determinada versão dos fatos. “Queriam que eu [Cid] falasse coisa que eu não sei, que não aconteceu”. Ele também criticou o ministro Alexandre de Moraes, do STF, relator do caso.

Cid é tenente-coronel e uma das pessoas mais próximas de Bolsonaro durante o mandato do ex-presidente. Cid é investigado, assim como Bolsonaro e outros políticos e militares, em inquéritos que investigam tentativa de golpe de Estado e fraude em cartões de vacina.

Quando concordou com a delação premiada, Cid estava preso preventivamente. Pelas regras da delação, ele se comprometeu a contar o que sabe em troca da diminuição de uma eventual pena. Em seguida, ele foi solto e pôde ser investigado em liberdade.

Mas, ao gravar os áudios, Cid desobedeceu regras da delação, como fazer comentários sobre o acordo, que está em sigilo. O STF também entendeu que ele tentou obstruir a Justiça ao fazer as gravações. Por isso, ele foi preso após o depoimento desta sexta.

“Diante da necessidade de afastar qualquer dúvida sobre a legalidade, espontaneidade e voluntariedade da colaboração de Mauro César Barbosa Cid, que confirmou integralmente os termos anteriores de suas declarações, torno pública a ata de audiência realizada para a oitiva do colaborador”, escreveu Moraes.

O depoimento desta sexta foi para o desembargador Airton Vieira, magistrado instrutor no gabinete de Moraes.

Perguntado sobre os áudios, Cid reconheceu as próprias falas e disse que “a conversa privada, informal, privada, particular, sem intuito de ser exposta entrevista de grande circulação.”

O tenente-coronel disse que “não lembra para quem falou essas frases de desabafo, num momento ruim” e que “ainda não conseguiu identificar quem foi essa pessoa.” O delator afirmou não acreditar que alguém de seu círculo próximo tivesse contato com a imprensa, que justificasse os vazamentos. Ele disse que a conversa (da qual foi extraída os áudios) “possivelmente” ocorreu por telefone.

Falou ‘besteira’
Questionado sobre a quem se referia em pontos dos áudios em que fala sobre outras pessoas a serem presas, o tenente-coronel afirmou que o áudio foi um “um desabafo, quer chutar a porta e acaba falando besteira” e que falou de maneira genérica, “em razão da situação que está vivendo”.

Interrogado pelo desembargador sobre quem seriam os policiais que o teriam pressionado a falar algo que não soubesse, disse que “nunca houve induzimento às respostas”.

Cid explicou que os policiais, quando começavam as perguntas, tinha uma outra visão dos fatos. E que Cid então relatava o que, segundo ele, realmente tinha ocorrido.

“Eles tinham outra linha investigativa e a versão dos fatos era outra. Ele explica como tinha ocorrido. Os policiais traziam os fatos na forma que estavam investigando”, disse Cid sobre ter afirmado que, ao realizar a delação, os policiais não acreditavam no que ele contava.

Cid também disse que nenhum policial forçou respostas e que ele quer manter o acordo de delação. Como Cid descumpriu as regras da delação, o STF pode decidir romper o acordo.

Prisão
Segundo o STF, após prestar depoimento ao auxiliar de Moraes, Cid foi encaminhado ao Instituto Nacional de Criminalística da Polícia Federal, onde fez um exame de corpo de delito. Na sequência, foi levado para o Batalhão de Polícia do Exército, local em que ficará preso.

Como é oficial do Exército, Cid tem a prerrogativa de ser preso em um estabelecimento militar.

Além da prisão do tenente-coronel, agentes da PF cumpriram mandado de busca e apreensão na residência do ex-ajudante de ordens. Um celular dele e outro da esposa de Cid foram apreendidos.

g1

Postado em 23 de março de 2024

Rússia classifica movimento LGBT como entidade extremista

O regime da Rússia acrescentou nesta sexta-feira (22/03) o “movimento internacional LGBT” a uma lista de organizações extremistas e terroristas. A inclusão veio em seguida a uma decisão da Suprema Corte do país, de novembro do ano passado, que acatou um pedido do Ministério da Justiça e determinou que os ativistas LGBTQ+ deveriam ser designados como extremistas.
A agência estatal de notícias RIA disse que a designação se aplica ao “movimento social LGBT e suas unidades estruturais”.

A lista é administrada pela agência Rosfinmonitoring, que tem poder para congelar contas bancárias de pessoas ou grupos designados como extremistas ou terroristas.

Até o momento, essa relação contém os nomes de 14.000 pessoas e entidades, incluindo o grupo terrorista islamista Al-Qaeda, a empresa americana Meta, proprietária do Facebook e Instagram, e os apoiadores do líder oposicionista Alexei Navalny, morto em uma prisão russa em fevereiro deste ano.

No início da semana, um tribunal russo ordenou que dois funcionários de um bar gay fossem mantidos em prisão preventiva, acusados de administrarem uma “organização extremista”, sendo este o primeiro caso desse tipo após a decisão da Suprema Corte.

Repressão aos direitos civis
Como parte de uma cruzada liderada pelo presidente russo, Vladimir Putin, em prol do que ele considera valores familiares em oposição à “decadência” dos costumes ocidentais, as autoridades russas adotaram na última década uma série de restrições a expressões referentes a orientação sexual e identidade de gênero.

Moscou vem aumentando a repressão às liberdade civis no país desde o início de sua invasão da Ucrânia, em fevereiro de 2022. Naquele mesmo ano, Moscou proibiu o que chamou de “propaganda gay” entre adultos e tornou ilegal o uso de expressões referentes a “relações sexuais não-tradicionais” em público e na mídia. Em 2013, essas expressões já haviam sido banidas junto aos menores de idade.

Também em 2022, a Rússia ampliou as restrições aos chamados “agentes estrangeiros”, o que tornou mais fácil para o governo fechar o cerco contra ONGs e portais de internet que recebem qualquer tipo de apoio vindo do exterior.

No ano passado, a Rússia baniu as cirurgias de redesignação sexual. O presidente da Duma (Parlamento russo) qualificou essa prática como “o caminho para a degeneração”.

Desde o recrudescimento da repressão na Rússia, veículos independentes de imprensa, como o jornal Novaya Gazeta e o portal Medusa, foram fechados pelas autoridades ou forçados ao exílio.

Band

Postado em 23 de março de 2024

Mauro Cid é preso após depoimento ao STF

O ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), Mauro Cid, voltou a ser preso nesta sexta-feira (22) após prestar depoimento no Supremo Tribunal Federal (STF) sobre áudios vazados em que ele critica Alexandre de Moraes e a Polícia Federal (PF).
Após o término da audiência de confirmação dos termos da colaboração premida, que durou cerca de 1h30, foi cumprido mandado de prisão preventiva expedido pelo Ministro Alexandre de Moraes contra Cid por descumprimento das medidas cautelares e por obstrução à Justiça. Cid foi encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML) pela PF.

“Queriam que eu falasse coisa que eu não sei”
Os áudios publicados pela “Veja” indicam que Mauro Cid teria afirmado a um interlocutor que os policiais, ao interrogá-lo, queriam que ele falasse coisas que não aconteceram.

“Eles (os policiais) queriam que eu falasse coisa que eu não sei, que não aconteceu”, teria dito Mauro Cid em uma mensagem de áudio enviada, segundo a revista, a um amigo.

A conversa, afirma a revista, teria durado mais de uma hora. “Eles estão com a narrativa pronta. Eles não queriam saber a verdade, eles queriam só que eu confirmasse a narrativa deles. Entendeu?”, teria dito o militar ao amigo.

“Sentença pronta”
Sobre Alexandre de Moraes, a “Veja” informou que Cid fez uma série de considerações sobre a condução do processo. “O Alexandre de Moraes já tem a sentença dele pronta”, teria afirmado.

Os áudios teriam sido gravados após o último depoimento de Cid à PF, em 11 de março.

Cid é considerado uma das principais peças da apuração sobre a possível tentativa de golpe encabeçada por Bolsonaro, integrantes de seu governo e aliados. O STF homologou o acordo de delação do ex-ajudante de ordens em 9 de setembro de 2023.

Como a delação está em andamento, o STF mantém sob sigilo o acordo. Cid já prestou sete depoimentos à PF. O último durou aproximadamente oito horas.

CNN

Postado em 22 de março de 2024

Câmara aprova mudanças no novo ensino médio; disciplinas obrigatórias vão ter aumento de carga horária

A Câmara dos Deputados aprovou mudanças no novo ensino médio. A principal é na divisão da carga horária dos alunos.

O projeto estava em discussão desde outubro de 2023. O novo ensino médio, aprovado em 2017, foi alvo de críticas desde que foi implementado, em 2022. Por isso, o governo propôs mudanças pontuais. E o texto aprovado na quarta-feira (20) na Câmara ficou assim:

A carga horária total continua a mesma – 3 mil horas -, mas a divisão entre as disciplinas obrigatórias e as optativas do chamado itinerário formativo mudou. Hoje, o ensino médio exige 1,8 mil horas para disciplinas obrigatórias e 1,2 mil horas para optativas. Pelo projeto, serão 2,4 mil horas para as obrigatórias e 600 horas para optativas.

Hoje, português e matemática são obrigatórios em todos os anos do ensino médio, além de estudos e práticas de educação física, arte, sociologia e filosofia. No projeto aprovado, a lista é mais específica: linguagens, artes, educação física, matemática, ciências da natureza e ciências humanas e sociais.

O projeto também muda a composição dos itinerários formativos, as disciplinas que os estudantes escolhem se aprofundar. Hoje, as redes de ensino decidem quantas e quais disciplinas ofertam. O projeto delimita esses itinerários. As escolas deverão oferecer cursos das quatro áreas do conhecimento ou curso de formação técnica e profissional. O aluno poderá escolher dois itinerários.

No caso do ensino técnico, os deputados também alteraram a carga horária. Hoje, são 1,8 mil horas para matérias obrigatórias e 1,2 mil horas para o curso escolhido. Pelo texto aprovado, a carga fica em 2,1 mil horas para as obrigatórias e 900 horas para o curso técnico. Em alguns cursos, como enfermagem e eletrônica, a carga pode chegar a até 1,2 mil horas.

Mudanças também no ensino à distância. Hoje, a lei permite oferta de conteúdos obrigatórios on-line. Os deputados definiram que a carga horária destinada à formação geral básica deve ser presencial. Com exceção do ensino mediado por tecnologia, em disciplinas como matemática, química, com base em regulamentação ainda a ser elaborada.

O projeto ainda tem que passar pelo Senado, que ainda pode fazer alterações no texto. Mas o que já foi aprovado tem o apoio de organizações educacionais, como o Todos pela Educação.

“Essas questões foram todas corrigidas, e digo mais: melhoradas muito fortemente com o texto que foi aprovado ontem na Câmara. Tanto os alunos que estão no ensino regular eles vão ter mais tempo de formação geral básica, ao mesmo tempo em que eles terão a possibilidade de ter itinerários de aprofundamento daquelas áreas que eles têm mais interesse, que têm vocação, que querem ter mais aprendizado nessas áreas, e também para a educação profissional e técnica”, afirma Priscila Cruz, presidente-executiva do Todos pela Educação.

g1

Postado em 22 de março de 2024

Datafolha: Reprovação de Lula é de 33% e aprovação, 35%

A reprovação ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em cerca de um ano e três meses de gestão, subiu, de 30% em dezembro para 33% na pesquisa do instituto Datafolha divulgada nesta quinta-feira, 21. Já a aprovação caiu de 38% para 35%. A avaliação regular continuou em 30%. Não sabem ou não responderam são 2%, mesmo número do levantamento anterior.

O Datafolha realizou a sondagem nestas terça-feira, 19, e quarta-feira, 20. O instituto fez 2.002 entrevistas com eleitores de 147 municípios. A margem de erro é de 2 pontos porcentuais para mais ou para menos.

Entre os evangélicos, a reprovação ao governo Lula subiu de 38% para 43%, enquanto a aprovação oscilou de 26% para 25%. Os que consideram o governo regular caíram de 34% para 30%.

O levantamento mostra também que 44% dos entrevistados acreditam que o governo Lula tem mais vitórias do que derrotas, enquanto 42% consideram o contrário.

No segmento com renda de dois a cinco salários mínimos, a avaliação negativa de Lula foi de 35% para 39%. Já na faixa de cinco a dez salários, esta avaliação subiu de 38% para 48%.

Para 58% dos eleitores entrevistados, o presidente da República fez menos do que poderia no governo. Já 24% consideram que Lula cumpriu o prometido, e 15%, que superou expectativas.

terra

Postado em 22 de março de 2024

Vaca goiana de R$ 21 mi entra para o Guinness como mais cara do mundo

Goiânia – Avaliada em R$ 21 milhões, uma vaca nelore nascida em Goiás entrou para a história e para o Guinness World Records como a fêmea bovina mais cara do mundo. O título foi concedido em julho do ano passado, quando o animal Viatina-19 FIV Mara Móveis foi vendido.
O lance milionário é de criadores da Casa Branca Agropastoril, Agropecuária Napemo e Nelore HRO. Eles compraram um terço do animal por cerca de R$ 7 milhões.

Em nota publicada no site oficial em fevereiro deste ano, o Guinness World Records informou que foi o maior valor registrado para esse tipo de venda. Segundo a plataforma, o preço é baseado na genética da Viatina-19, considerada de alta qualidade.

A vaca tem pouco mais de 5 anos de idade e nasceu em Nova Iguaçu de Goiás, no norte goiano. De acordo com o primeiro dono do animal, ela “já era especial desde o nascimento”, em razão da genética.

“Desde que ela nasceu percebemos que era um animal diferenciado, acima da média das outras bezerras nascidas naquela época”, disse Silvestre Coelho Filho ao portal G1.

De acordo com o médico veterinário João Carneiro, especialista em reprodução bovina, a vaca vem de uma linhagem bastante valiosa. Seguna ele, a avó dela era uma “barriga de ouro”. Ainda segundo ele, por esse motivo, ocorre um investimento de biotecnologia e reprodução genética desses animais.

Padrão de qualidade
Diretora da Casa Branca Agropastoril, Fabiana Marques Borrelli aponta que a Viatina-19 simboliza o padrão de qualidade superior que buscam e “sua valorização e reconhecimento no Guiness são provas de que o investimento em excelência genética proporciona retorno, seja em produtos diferenciados, em retorno financeiro e em imagem”.

Em nota à imprensa, Fabiana detalhou ainda que o reconhecimento mundial da Viatina-19 eleva o prestígio da pecuária brasileira e “solidifica seu lugar como um ícone da genética Casa Branca de classe mundial”.

Metrópoles

Postado em 22 de março de 2024

MPF denuncia Silvinei Vasques e mais 7 por fraude em licitações na PRF

O Ministério Público Federal (MPF) denunciou oito pessoas suspeitas de fraudar licitações e contratos referentes a compra de 15 viaturas operacionais blindadas consideradas ineficazes. Os veículos, chamados de caveirões, foram destinados à Superintendência da Polícia Rodoviária Federal (PRF) do Rio de Janeiro entre 2020 e 2022, durante a gestão do ex-superintendente Silvinei Vasques, um dos denunciados.
De acordo com o MPF, a compra dos veículos blindados teria causado um prejuízo de R$ 13 milhões aos cofres públicos. A comercialização das viaturas teria sido realizada pela empresa Combat Armor Defense.

A denúncia é assinada pelo procurador da República Eduardo Benones e acontece no âmbito da Operação Megatherium, que também tem como alvos os empresários e sócios da Combat Armor Defense do Brasil.

O MPF pediu a prisão preventiva dos empresários e sócios da empresa e também de dois policiais rodoviários, responsáveis pela licitação. Os servidores teriam elaborado os Estudos Técnicos Preliminares e o próprio Documento de Oficialização de Demanda para compra das viaturas.

Ainda segundo o órgão federal, o pregão foi realizado em 2020, tendo estabelecido prazos pequenos para apresentação de protótipo e a entrega dos veículos.

Conforme a investigação, as licitações eram caracterizadas pelos mesmos concorrentes e propostas irreais acima do preço, nos quais a Combat ganhava, na maior parte dos casos, pela modalidade “menor preço”.

O MPF destaca que existem 59 empresas habilitadas para comercializar o serviço de blindagem nível III, no entanto, a Combat Armor não está entre elas. O Ministério Público frisa que os blindados entregues pela companhia não são capazes de realizar serviços básicos desempenhados pela PRF, como subir ladeiras por não possuírem a mecânica necessária.

“Até onde é sabido, a Combat não teria capacidade operacional para atender todos os contratos firmados com a Administração, sobretudo por sua falta de capilaridade aparente e expertise a nível Brasil. Isso traz dúvidas sobre como conseguiria atender Rio de Janeiro, Distrito Federal, Santa Catarina, Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Norte, Paraná, Pará e Bahia concomitantemente”, reforça o procurador.

Os denunciados são:

Silvinei Vasques (ex-diretor-geral da PRF);
Antônio Ramires Lorenzo (ex-chefe de gabinete do Ministério da Justiça);
Mauricio Junot de Maria (ex-CEO da Combat Armor Defense);
Cauê da Glória Gonzaga Junot de Maria (filho de Junot)
Alexandre Carlos Silva (PRF);
Marcelo de Ávila (PRF);
Eduardo Fonseca Martins (PRF);
Wesley de Assis Leopoldo (PRF).
O Metrópoles não conseguiu contato com as defesas dos denunciados. O espaço segue aberto para manifestações.

Metrópoles

Postado em 22 de março de 2024

Por que Temu virou ameaça para gigantes do varejo Shopee, Shein e Amazon

Um recorde de 123 milhões de americanos assistiram este ano ao Super Bowl, final da principal liga de futebol americano dos Estados Unidos.

Além de assistirem ao maior evento esportivo do país, a um show de uma grande atração no intervalo e a várias filmagens de Taylor Swift no meio da multidão, eles também foram impactados por seis comerciais de 30 segundos da Temu – uma empresa chinesa de comércio eletrônico.

Considerada uma “mistura de Shopee e Shein”, a empresa estaria se preparando para desembarcar no Brasil ainda este semestre, conforme o site Exame Insight, ligado à revista Exame, e o colunista Lauro Jardim, do jornal O Globo.

A BBC News Brasil questionou a Temu sobre a possível chegada da empresa ao mercado brasileiro, mas não obteve resposta até a publicação desta reportagem.

A gigante varejista chinesa tem sido criticada por políticos no Reino Unido e nos EUA – uma investigação do governo americano concluiu que existe um “risco extremamente elevado” de que os produtos vendidos na Temu possam ter sido fabricados com trabalho análogo à escravidão.

A Temu afirma que “proíbe estritamente” o uso de trabalho forçado, penal ou infantil por todos os seus vendedores.

A empresa, que vende de tudo — de roupas a eletrônicos e móveis — foi lançada nos EUA em 2022 e mais tarde no Reino Unido e no resto do mundo.

Desde então, ela tem liderado consistentemente as paradas globais de downloads de aplicativos, com quase 152 milhões de americanos usando a plataforma todos os meses, de acordo com dados coletados pela ferramenta de análise SimilarWeb.

É a “Amazon com esteroides”, diz o analista de varejo Neil Saunders.

Com o slogan “compre como um bilionário”, a popularidade da plataforma explodiu, realizando entregas em cerca de 50 países em todo o mundo.

Marketing agressivo
Um comercial típico de 30 segundos do Super Bowl custa cerca de US$ 7 milhões (R$ 35 milhões). Durante o evento deste ano, a Temu teve seis deles.

“É muito dinheiro para um comercial muito curto”, diz Saunders.

“Mas ele é visto por um número enorme de pessoas e sabemos que depois daquele comercial os downloads da Temu dispararam”, acrescenta.

Os dados da SimilarWeb sugerem que o número de visitantes individuais da plataforma em todo o mundo aumentou em quase 25% no dia do Super Bowl em comparação com o domingo anterior, com 8,2 milhões de pessoas navegando no site e no aplicativo.

No mesmo período, os visitantes da Amazon e do Ebay caíram 5% e 2%, respectivamente.

“Eles também gastaram muito dinheiro em micromarketing, convencendo influenciadores a promover produtos e sugerir compras na plataforma por meio de redes sociais como TikTok e YouTube”, diz Saunders.

Esses influenciadores normalmente têm menos de 10 mil seguidores, de acordo com Ines Durand, especialista em comércio eletrônico da SimilarWeb.

“Os microinfluenciadores têm comunidades fortes, por isso seu apoio significa uma forte confiança nestes produtos”, explica ela.

A Temu é propriedade da gigante chinesa Pinduoduo Holdings – “um monstro no comércio eletrônico chinês”, segundo Shaun Rein, fundador do China Market Research Group.

“Em toda a China, todos compram produtos na Pinduoduo, desde caixinhas de som até camisetas ou meias”, diz ele.

Da fábrica para o cliente
A empresa compete com a rival Alibaba pelo primeiro lugar entre as empresas chinesas mais valiosas listadas na bolsa de valores dos EUA.

Seu valor atual é de pouco menos de US$ 150 bilhões (R$ 750 bilhões – a título de comparação, a Petrobras, empresa mais valiosa da bolsa brasileira está avaliada atualmente em R$ 478 bilhões).

Com o mercado consumidor chinês sob seu domínio, a Pinduoduo Holdings expandiu-se para o exterior com a Temu, utilizando o mesmo modelo que garantiu seu sucesso anterior. Segundo Rein, que mora em Xangai, a empresa tornou-se uma grande fonte de orgulho e patriotismo.

“Eles [os chineses] estão orgulhosos de que as empresas chinesas possam matar os dragões do comércio eletrônico dos Estados Unidos, como a Amazon”, afirma.

Uma rápida navegação pelo aplicativo ou pelo site da Temu traz de tudo, desde tênis com biqueira de aço até um dispositivo projetado para ajudar idosos e mulheres grávidas a calçar meias. A coleção variada de bens manufaturados é quase inteiramente produzida em fábricas na China, explica Rein.

“A Temu usa um sistema incrível baseado na coleta de dados em grande escala”, diz Ines Durand.

“Eles coletam dados sobre tendências de consumo, os produtos mais pesquisados e clicados, e fornecem [essas informações] aos fabricantes individuais.”

Durand diz que, enquanto a Amazon vende estes dados aos fabricantes a um preço elevado, a Temu entrega gratuitamente aos produtores – informações que estes utilizam para “testar o mercado” com um número relativamente pequeno de produtos.

A plataforma costuma usar imagens geradas por inteligência artificial para se manter atualizada com as últimas tendências, de modo que o produto à venda pode nem existir ainda, de acordo com Durand. Então eles são enviados ao consumidor por via aérea.

“Isso significa que os produtos não precisam ser armazenados. Eles não precisam ir para estoques, uma vez que são enviados de avião, vão direto para o cliente”, diz Ines Durand.

Brecha tributária
Um terço dos pacotes que chegaram aos EUA no ano passado, se aproveitando de uma brecha tributária, eram da Temu e da concorrente Shein, de acordo com um relatório do Congresso dos EUA.

Muitos países têm um limite para a isenção de compras internacionais, concebido para ajudar os cidadãos a importar bens.

No Brasil, a questão se tornou polêmica em meio à campanha de varejistas brasileiras por isonomia tributária com plataformas asiáticas como Shein e Shopee.

Essas empresas se aproveitam de uma isenção de impostos para compras no valor de até US$ 50, que deveria valer apenas para remessas entre pessoas físicas. O varejo nacional reivindica o fim dessa isenção, mas a medida é criticada por consumidores atraídos pelo baixo preço das lojas virtuais asiáticas.

A Tamu, cujos produtos são enviados diretamente das fábricas aos consumidores, eliminando intermediários, se utiliza de benefícios semelhantes em mercados como EUA e Reino Unido.

No entanto, novas regulações podem estar no horizonte para fechar brechas no comércio internacional, de acordo com Mickey Diaz, diretora de operações da empresa global de frete Unique Logistics.

“O Reino Unido já começou a olhar para a Temu com algum escrutínio, incluindo a venda de armas que de outra forma não seriam permitidas no Reino Unido, que estavam sendo importadas devido a essas brechas”, explica ela.

Questão trabalhista
A Temu também tem sido criticada com relação às suas cadeias de fornecedores, com políticos do Reino Unido e EUA acusando a gigante do comércio eletrônico de permitir a venda no seu site de bens produzidos com trabalho análogo à escravidão.

No ano passado, a deputada britânica Alicia Kearns, chefe do comitê seleto de relações exteriores, disse à BBC que queria um maior escrutínio do marketplace online para garantir que “os consumidores não contribuam inadvertidamente para o genocídio uigur”.

Kearns, que é membro do Partido Conservador do Reino Unido, se referia aos alegados abusos aos direitos humanos perpetrados pelo governo da China contra o povo uigur e outras minorias étnicas e religiosas.

A Temu, por sua vez, afirma que “proíbe estritamente” o uso de trabalho forçado, penal ou infantil por todos os seus vendedores.

A empresa disse ainda à BBC que qualquer um que faça negócios com ela deve “cumprir todos os padrões regulatórios e requisitos de conformidade”.

“Os comerciantes, fornecedores e outros terceiros devem pagar seus funcionários e contratados em dia e cumprir todas as leis locais aplicáveis sobre salários e horários”, disse um porta-voz da varejista.

“Nossos padrões e práticas atuais não são diferentes de outras grandes plataformas de comércio eletrônico em que os consumidores confiam, e as alegações a esse respeito são completamente infundadas”, acrescentou o representante.

Apesar das polêmicas, analistas esperam maior expansão para a Temu.

“Provavelmente veremos as equipes começarem ampliar sua oferta, talvez apostando em alguns produtos com preços ligeiramente mais elevados”, prevê o analista de varejo Neil Saunders.

Segundo Shaun Reid, o foco será conquistar uma fatia ainda maior do mercado.

“Nos próximos dois ou três anos, a estratégia deles será apenas aumentar o reconhecimento da marca e a participação no mercado. Eles não se importam com os lucros”, afirma.

“Foi exatamente isso que aconteceu com a Pinduoduo quando foi lançada na China. Eles estavam oferecendo produtos incrivelmente baratos apenas para conquistar participação de mercado.”

*Com a colaboração da BBC News Brasil para informações referentes ao Brasil.

Postado em 22 de março de 2024

Presidente do Palmeiras questiona silêncio do futebol sobre os casos Daniel Alves e Robinho

A presidente do Palmeiras , Leila Pereira, questionou, nesta quinta-feira (21), o silêncio do mundo do futebol sobre as condenações por estupro de Robinho e Daniel Alves , referindo-se a estes casos como “um tapa na cara” das mulheres .

A dirigente, uma das poucas mulheres no comando de um time da primeira divisão, está em Londres como chefe da delegação da seleção brasileira, que disputa um amistoso contra a Inglaterra no estádio de Wembley, no sábado (23).

“Ninguém fala nada, mas eu, como mulher aqui na chefia da delegação, tenho que me posicionar sobre os casos do Robinho e Daniel Alves”, disse ao UOL.

“Isso é um tapa na cara de todos nós, mulheres, especialmente o caso de Daniel Alves, que pagou pela liberdade . Acho importante eu me posicionar. Cada caso de impunidade é a semente do crime seguinte”, acrescentou.

Leila Pereira foi nomeada chefe de delegação pela CBF (Confederação Brasileira de Futebol) para os dois amistosos que serão disputados na Europa no mês deste. O jogo seguinte será na próxima terça-feira (26), contra a Espanha, em Madri.

Até o momento a CBF não se pronunciou sobre as sentenças dos dois ex-jogadores de 40 anos. Tampouco seus ex-companheiros de equipe ou clubes em que jogaram.

O ex-atacante Robinho deverá cumprir no Brasil sua pena de nove anos de prisão por um estupro coletivo a uma jovem na Itália em 2013, após o Superior Tribunal de Justiça aceitar o pedido da Justiça italiana para que homologasse as cláusulas impostas em 2017 e ratificada em 2022.

A decisão judicial coincidiu com a autorização de um tribunal espanhol para que Daniel Alves deixasse a prisão mediante o pagamento de uma fiança de um milhão de euros (5,4 milhões de reais), enquanto se aguarda o recurso sobre a sua sentença.

O ex-lateral-direito foi condenado em fevereiro a quatro anos e meio de prisão por estuprar um jovem em um barco em Barcelona em 2022.

Folha de SP

Postado em 22 de março de 2024