Sem liminar, saída de Adjuto do MDB fica para prazo limite

Relatora da ação declaratória de justa causa para desfiliação partidária no Tribunal Regional Eleitoral (TRE), a juíza Ticiana Delgado Nobre negou pedido liminar ao deputado estadual Adjuto Dias para deixar o MDB, e abrir as portas para disputar a prefeitura de Caicó em 6 de outubro pelo partido Republicanos.

A juíza Ticiana D. Nobre deu cinco dias de prazo para que o diretório estadual do MDB, presidido pelo vice-governador Walter Alves, responda aos termos da ação. Decorrido o prazo, segundo o despacho, com ou sem respontas, os autos voltam para apreciação dos pedidos dos deputados, como o prazo de 48 horas para que o Ministério Público Eleitoral (MPE) emita parecer na ação de desfiliação partidária.

Nos autos, consta que o deputado Adjuto Dias alegou estar sofrendo grave discriminação pessoal no MDB, legenda pela qual foi eleito deputado nas eleições de 2022 –, desde o final do ano de 2023, ocasião em que teria tomado conhecimento, pela mídia, de que não seria mais reconduzido à presidência do Diretório Municipal do partido em Caicó, na região do Seridó. uma das suas principais bases de atuação política.

Segundo os autos, Dias argumentou que seria uma forma do partido de penalizá-lo, para que este não tenha direito à legenda, além do fato de o novo presidente do Diretório Municipal, Artur de Araújo Maynard, ter declarado apoio ao projeto de reeleição do atual prefeito de Caicó, Judas Tadeu (PSDB), o qual seria liderado por um histórico adversário do MDB.

Dias sustentou o pedido de liminar em virtude de sua pretensão de ser candidato ao cargo de prefeito e pelo fato de que o prazo para filiação à agremiação partidária pela qual pretende concorrer, se encerrará em 6 de abril, ressaltando, ainda, o perigo da demora inverso, sob o argumento de que o indeferimento da medida pode impedir a sua futura candidatura por outra legenda.

Também alegou o deputado, que por duas gestões, presidiu o Diretório Municipal do MDB, tendo concorrido ao cargo de deputado estadual nas eleições de 2018, ficando na primeira suplência, mas participou ativamente das eleições de 2020 em apoio ao então candidato a prefeito pela legenda e, que foi o único deputado estadual eleito do MDB em 2022, sem, no entanto, ter recebido recursos do Fundo Partidário para a sua candidatura.

Dias ainda sustentou que após a eleição, passou a constatar, por parte de alguns membros da Executiva Estadual, “tratamentos desiguais e injustos no seio da agremiação partidária, sem qualquer tipo de justificativa para o citado tratamento, como já se denotou do próprio repasse dos valores do fundo”.

Disse ainda que o seu mandato como presidente do Diretório Municipal acabou em 15 de julho de 2022, não tendo ocorrido a sua esperada recondução e, que mesmo tendo provocado o partido, o diretório municipal quedou-se caduco até fevereiro de 2024. “A partir daí, segundo o deputado, “por várias vezes o autor foi preterido de reuniões, não foi convocado para atuar nas decisões partidárias e teve que conviver com notícias e insinuações na mídia de que não seria reconduzido ao cargo que ocupava junto ao diretório municipal”.

Em face da impossibilidade de permanência nos quadros do MDB, Dias informou que em 7 de fevereiro de 2024, requereu a desfiliação do partido, mas até agora “não obteve qualquer tipo de resposta, pelo que outra alternativa não lhe restou senão acionar a Justiça Eleitoral para ver declarada a justa causa para sua desfiliação evitando-se, assim, gerar ainda mais transtornos na já desgastada relação partidária”.

Em sua decisão, a juíza Ticiana Nobre pontuou que quanto à probabilidade do direito, embora o requerente alegue, que pleiteou a desfiliação ao partido em 7 de fevereiro, e que não obteve qualquer tipo de resposta, ele mesmo traz aos autos a resposta negativa da agremiação quanto à desfiliação, datada de 18 de março e recebida em 22 do mesmo mês, na qual “resta consignado que o partido não identificou mudança substancial de programa partidário ou grave discriminação política para com o requerente, ressaltando o bom relacionamento entre as partes, acrescentando que o Diretório que estava sob a presidência do deputado teve as atividades encerradas pela Justiça Eleitoral em 15 de julho de 2022 e, que durante quase dois anos, o requerente não teria promovido nova assembleia para convocação de um novo Diretório, nem solicitado ao Diretório Estadual a criação de uma Comissão Provisória no Município”.

Item aponta preferidos para vereador

A pesquisa Item/TRIBUNA DO NORTE ainda sondou os eleitores sobre as intenções de votos para vereador em Caicó. O maior percentual, 39,5%, foi de indecisos ou não citaram nenhum nome. Outros pré-candidatos ao pleito proporcional, 1,75%.

Os eleitores apontaram, espontaneamente, 36 nomes em quem pretendem colocar na Câmara Municipal, os preferidos são Diogo Silva, 5,25%; Ivanildo do Hospital, 4,75%; Max, 4,5%; Lobão, 4,25%; Thales Rangel, 4 0%; Rosângela de Zé Maria, 3,5%; Dr. Júlio Filho, 3,25% e Nildson Dantas, 3,0%. Outros nomes aparecem com menos de 2,75% das intenções de votos.

Quanto aos maiores problemas enfrentados pelos caicoenses, atualmente, o desemprego foi apontado por 14,0%, seguido do atendimento de urgência em saúde, 11,0% e más condições de ruas e acessos, 8,0%.
Outros problemas mais citados são a falta ou demora de exames especializados de saúde, 7,0% e falta falta de projetos habitacionais, 6,5%. Já 25,0% respondeream nenhum dos problemas listados ou não souberam responder.

Dr. Tadeu tem aprovação de 68,5% em Caicó

A administração do prefeito de Caicó, Dr. Judas Tadeu (PSDB) é aprovada por 68,5% dos eleitores do município, segundo sondagem da Item Pesquisas/TRIBUNA DO NORTE, confirmando a sua liderança de 32,0% das intenções de votos, na consulta espontânea, como pré-candidato à reeleição em outubro deste ano. A pesquisa feita entre os dias 14 e 15 de março, aponta que 30,0% dos caicoenses desaprovam a gestão tucana, enquanto 1,5% não souberam dizer ou não quiseram opinar.

O instituto Item perguntou aos 800 entrevistados entre 14 e 15 de março qual o conceito dado à gestão da governadora Fátima Bezerra (PT), tendo os eleitores respondido com uma desaprovação de 48%. Outros 46% disseram que aprovam e 6% não opinaram ou não sabiam. O mesmo foi perguntado sobre a gestão do presidente Lula (PT), cujo índice de aprovação foi de 63%, enquanto a desaprovação chegou a 33%. Não souberam dizer ou não quiseram responder, 4%.

Além de liderar as pesquisas de intenções de votos, com 49,5% na estimulada, o prefeito Dr. Judas Tadeu (PSDB) é pré-candidato à reeleição com índice de rejeição inferior (23,0%) ao eventual concorrente com mais potencial de voto, o deputado estadual Adjuto Dias (MDB), com rejeição de 28,0%.

A pesquisa foi registrada no TRE/RN com o número RN-00205/2024, tem margem de confiabilidade de 95% e margem de de erro de 3,44% para mais ou para menos.

A pesquisa quis saber dos eleitores qual a maior liderança política de Caicó, tendo aparecido em primeiro lugar o ex-governador e suplente de deputado estadual Vivaldo Costa, com 33,5%, seguido do próprio Judas Tadeu, 14,5% e do prefeito de Natal, Álvaro Dias (Republicanos), com 12,5%. O ex-prefeito Bibi Costa, que é irmão de Vivaldo Costa, 6,0%; o deputado Adjuto Dias, 4,5%; ex-prefeito Roberto Germano, 2,5%; ex- candidato a prefeito Diego Vale, 1,5% e outros, 2,0%. Nenhum nome citado ou não sabem, 23,0%.

Os entrevistadores da Item Pesquisas Técnicas também foram a campo perguntar aos eleitores se em 2024 a política em Caicó deveria mudar ou continuar, sendo que 36,5% acham que deve continuar como está. Já 22,5% opinaram que deve mudar e 12,0% disseram que tanto faz. Não souberam ou não quiseram opinar 28,0%.

Tribuna do Norte

Postado em 27 de março de 2024

Veja o que Haddad disse ao ser perguntado se vai ser sucessor de Lula

Candidato à Presidência da República em 2018, o hoje ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta quarta-feira (27/3) que a candidatura à reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em 2026 é “o caminho natural”.

O presidente já sinalizou que pretende concorrer no próximo pleito, mas também não descarta apoiar outro nome para o Palácio do Planalto.

“A melhor coisa que uma pessoa tem que fazer quando está num cargo com o nível de responsabilidade do Ministério da Fazenda é se concentrar no dia a dia do ministério, tentando encontrar alternativas para os problemas que o país está enfrentando”, opinou.

Haddad: “Melhor candidato é Lula”
Segundo ele, 2026 está muito longe e que o melhor candidato é Lula, “que tem direito à reeleição”, destacou o ministro em entrevista à rádio Itatiaia.

“No que depender, acredito, de mim e do Partido dos Trabalhadores, esse é o caminho natural: garantir o direito do presidente de se apresentar, depois de ter feito o grande governo que ele fará com a nossa ajuda”, completou.

Metrópoles

Postado em 27 de março de 2024

PL teme que Moraes tenha estipulado data para prender Bolsonaro

Aliados de Bolsonaro no PL acreditam que Alexandre de Moraes trabalha com um prazo para colher provas e prender o ex-presidente: julho deste ano. Figuras importantes do partido acreditam que, se o ministro tomar uma medida mais aguda contra o ex-presidente, como a determinação de uma prisão preventiva, fará isso antes do início da propaganda eleitoral, que se inicia em agosto. Em 2024, estarão em jogo o comando de prefeituras e assentos nas câmaras municipais.

A avaliação é que, se Bolsonaro estiver solto até agosto, não haverá movimentações agudas da Polícia Federal até o encerramento das eleições, no final de outubro. Isso porque uma determinação de Moraes, durante o pleito, poderia ser interpretada como perseguição política e turbinar a candidatura de políticos do PL.

Pela ótica de deputados próximos ao ex-presidente, Moraes atua para não permitir que Bolsonaro, já tornado inelegível, desempenhe o papel de cabo eleitoral este ano. Tal efeito, avaliam, seria devastador para as pretensões do PL.

Já no STF, Alexandre de Moraes tem dito que não se deixará levar por fatores externos ao nortear suas decisões. Nesta segunda-feira (25/3), a revelação de que Bolsonaro esteve na Embaixada da Hungria acendeu o alerta da Polícia Federal. Contudo, segundo fontes da PF, as imagens de Bolsonaro na embaixada, por si só, são insuficientes para formalizar um pedido de prisão preventiva.

Moraes só determinará o encarceramento do ex-presidente, antes do julgamento pela Corte, caso consiga comprovar o risco de fuga ou de que Bolsonaro tem atrapalhado as investigações.

Fator Trump
Aliados de Bolsonaro acreditam que uma possível vitória de Donald Trump na eleição à presidência dos Estados Unidos, em novembro deste ano, enfraqueceria as chances de cadeia.

Segundo parlamentares do PL, a eventual prisão de Bolsonaro ficaria “mais difícil” com um ultra-aliado na presidência da maior potência mundial. Por essa ótica, o “fator Trump” também aceleraria o rumo das investigações envolvendo Bolsonaro.

Até o momento, os principais institutos de pesquisa norte-americanos apontam empate técnico entre Trump e o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden.

Metropoles

Postado em 27 de março de 2024

Farra do desconto em aposentadorias fatura R$ 2 bi em 1 ano

O Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) escancarou as portas para que associações sem fins lucrativos acusadas de aplicarem descontos indevidos em aposentadorias faturassem mais de R$ 2 bilhões desde janeiro de 2023. Essas entidades respondem a 62 mil processos judiciais em todo o país e chegam a ganhar mais de R$ 30 milhões por mês com contribuições descontadas diretamente da folha de pagamento dos aposentados.

Dados obtidos com exclusividade pelo Metrópoles, por meio da Lei de Acesso à Informação, mostram que existem hoje 29 associações autorizadas pelo INSS a praticar “desconto de mensalidade associativa” nos benefícios de aposentadoria e pensão, por meio de acordos de cooperação técnica. No início do ano passado, eram 21 entidades aptas a aplicar a contribuição em troca de supostos serviços oferecidos aos associados, como assistência em saúde.

No período, o número de filiados explodiu, assim como o faturamento mensal dessas associações, que saltou de R$ 85 milhões, no início de 2023, para R$ 250 milhões atualmente. O problema é que dezenas de milhares de aposentados dizem ter sido filiados a essas entidades sem autorização, o que é ilegal, e se veem obrigados a acionar a Justiça para conseguir reaver o dinheiro descontado indevidamente.

Associação em nome de laranja
O Metrópoles apurou que parte dessas associações está em nome de aposentados de até 80 anos de idade e moradores da periferia das capitais do país. Esse é o caso da Associação dos Aposentados Mutualistas para Benefícios Coletivos (Ambec), entidade que mais cresceu no último ano, saltando de 40 mil para 600 mil associados e faturando R$ 30 milhões por mês, 1.500% a mais do que há um ano – R$ 1,8 milhão.

A Ambec tem um acordo com o INSS para descontar R$ 45 por mês de aposentados em troca de supostos benefícios. Em todo o país, a associação já foi alvo de 4,7 mil processos judiciais e acumula condenações por danos morais. A entidade fica sediada em um escritório na Vila Olímpia, na zona sul de São Paulo, onde toda semana chegam dezenas de intimações judiciais.

Como o Metrópoles revelou em dezembro do ano passado, a Ambec foi criada em nome de laranjas – tinha como presidente formal a auxiliar de dentista Maria Inês Batista de Almeida, de 63 anos, que mora na periferia da zona leste de São Paulo –, mas, na prática, é uma associação ligada a seguradoras de saúde de um empresário próximo de lobistas e políticos do Centrão no Congresso Nacional.

Trata-se do empresário Maurício Camisotti, dono do Grupo Total Health, que apareceu na investigação da CPI da Covid, em 2021, como autor de uma transferência de R$ 18 milhões à Precisa Medicamentos, do lobista Francisco Maximiano, envolvido na negociação de compra da vacina indiana Covaxin pelo governo federal, que acabou cancelada por suspeita de fraude.

E-mails, conversas de WhatsApp e documentos reunidos pelo advogado Eli Cohen, advogado da empresa que cuida da gestão da Ambec – cujo sócio e antigo homem de confiança rompeu com o empresário – sugerem a participação de Camisotti na escolha de supostos laranjas para presidir as entidades e mostram que as seguradoras pelas quais os aposentados pagam quando se filiam à associação são do grupo dele.

Nas interpelações judiciais feitas pela empresa defendida por Cohen, há menção, inclusive, a um ex-agente do INSS citado como vendedor de dados pessoais de aposentados para a Ambec. O Ministério Público Federal (MPF) abriu dois inquéritos para investigar fraudes contra aposentados atribuídas à entidade. Ambos foram unificados e estão em andamento.

O Metrópoles procurou Maurício Camisotti e a Ambec, mas não obteve retorno até a publicação desta reportagem. O espaço segue aberto para manifestação.

Assinatura falsa
Grande parte das pessoas prejudicadas por essas entidades são pobres, moradores de periferias e com baixo grau de escolaridade. São as que mais dependem do dinheiro da aposentadoria e recebem o piso do INSS, equivalente a R$ 1,4 mil mensais. Há casos nos quais fraudes em assinaturas e abordagens predatórias ficaram comprovadas pela Justiça em duras sentenças que aplicam às associações multas por danos morais.

Esse é o caso, por exemplo, de Emília Rodrigues, moradora de Araraquara, no interior de São Paulo, que afirmou à Justiça ter descoberto descontos de R$ 47 mensais da Rede Ibero Americana de Associações de Idosos do Brasil (Riaam), de Minas Gerais. A entidade é presidida por uma aposentada de Belo Horizonte de 75 anos de idade, fatura mensalmente R$ 1,3 milhão e tem 23 mil associados.

Assim como Emília, mais de mil pessoas processaram a entidade. No caso dela, a Riaam tentou provar que a aposentada era associada a uma ficha supostamente assinada por ela. Não deu certo. Uma perita nomeada pela Justiça atestou que a assinatura era falsa, o que deu ensejo a uma condenação da entidade. Procurada pelo Metrópoles, a Riaam não respondeu até a publicação desta reportagem. O espaço segue aberto para manifestação.

Entidade de Sergipe filiou paulista com RG antigo
Outra entidade cujo salto de filiados e faturamento chama a atenção é a Associação Universo, que dobrou de tamanho entre 2023 e 2024 e tem 296 mil filiados. Segundo dados do INSS, ela fatura R$ 11 milhões por mês. No início do ano passado, eram R$ 2 milhões mensais. No boleto dos aposentados, ela aparece como “APPS Universo”. Sua presidente é uma aposentada de 79 anos.

A Universo tem a peculiaridade de ser alvo de ações inclusive no interior de São Paulo, apesar de sediada em Sergipe. Em uma delas, o próprio juiz do caso notou que um homem residente em Presidente Venceslau desde 2012 seria um associado em Mato Grosso do Sul. O RG dele em posse da entidade é de antes de 2017, mas, segundo a própria Universo, ele foi filiado em 2022. A entidade foi condenada a pagar R$ 3 mil a ele por danos morais.

A advogada Joana Vargas, que representa a Universo, afirmou que a entidade existe há 17 anos e oferece “uma série de benefícios e vantagens essenciais à terceira idade”.

“Estamos em constante evolução na implementação de procedimentos de segurança, no sentido de propiciar ao associado máxima clareza no objeto da adesão, como também mecanismos de certificação da idoneidade da operação. Não obstante, eventuais equívocos detectados no momento da filiação são imediatamente resolvidos e, se necessário, indenizados”, afirmou.

Inscrita há 4 meses já fatura R$ 10 milhões
Na lista de entidades com nomes exóticos que têm aparecido como destinatárias de pequenos descontos nas folhas de pagamento dos aposentados está, por exemplo, a Master Prev. Ela firmou seu termo de cooperação com o INSS em novembro de 2023 e já fatura R$ 10 milhões.

Na Justiça, há 431 processos contra a entidade sobre cobranças abusivas de aposentados que dizem desconhecê-la. A presidente do local é uma aposentada de 65 anos moradora de Santos, no litoral paulista. Ela assumiu o posto em julho do ano passado, em uma ata registrada num cartório de São Paulo. Procurada, a Master Prev não se manifestou.

Salto de 400% no faturamento
A Amar Brasil tinha faturamento de R$ 2,4 milhões em janeiro de 2023 e hoje arrecada R$ 10 milhões mensais com contribuições de aposentados. Até 2022, quando foi registrada a eleição de sua nova diretoria, repleta de aposentados de São Paulo, a entidade estava registrada em Belo Horizonte (MG).

Após a troca de dirigentes, muito comum em diversas associações que firmaram contratos com o governo nos últimos anos, o endereço mudou para uma sala na Vila Olímpia, em São Paulo. A mudança foi registrada em cartório em novembro de 2022, mesmo ano em que a Amar Brasil firmou seu contrato com o INSS.

Em uma das condenações na Justiça por descontos indevidos, o juiz do caso afirmou que a associação “não trouxe nenhum documento comprovando a referida contratação” da aposentada que a processou. Segundo dados do INSS, no início deste ano, a Amar tinha 212 mil filiados. Ela responde a 3,3 mil processos judiciais.

Questionada pelo Metrópoles, a Amar Brasil apenas afirmou que estaria comprometida “com os associados” e que acionou o setor responsável para “prestar os devidos esclarecimentos” ao que foi apresentado pela reportagem, sem dar mais esclarecimentos.

O que diz o INSS
O Metrópoles questionou o INSS sobre os descontos indevidos feitos por entidades e sobre o aumento das parcerias e reclamações contra elas. O órgão não se manifestou.

Em dezembro, o INSS afirmou apenas que “mantém acordos de cooperação técnica com entidades de classe para desconto de mensalidade associativa com algumas instituições”, com base na Lei nº 8.213/1992 e no Decreto nº 3.048/1999. “Desde que autorizada pelos filiados, a mensalidade associativa pode ser descontada diretamente do benefício. Cabe destacar que o desconto não é do INSS, mas sim da entidade”, diz o órgão. Ainda segundo o INSS, “o beneficiário que for descontado indevidamente deve entrar em contato com a entidade por meio do SAC, que consta na própria rubrica de desconto no extrato de pagamento, ou pode pedir o serviço de excluir mensalidade associativa pelo Meu INSS ou Central 135.”

Metrópoles

Postado em 27 de março de 2024

Caso Marielle: deputados pedem vista e adiam votação sobre prisão de Brazão

Deputados da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) pediram vista e adiaram, por duas sessões, a votação sobre a prisão preventiva do deputado federal Chiquinho Brazão, preso como um dos suspeitos de mandar matar a vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes.

Como Brazão é parlamentar federal, a prisão precisa ser aprovada pela maioria absoluta da Câmara dos Deputados. O relator do caso na CCJ, deputado Darci de Matos (PSD-SC), defendeu que a prisão respeitou as exigências constitucionais que dizem que a detenção de um parlamentar só pode ser feita em flagrante e por crime inafiançável.

Os deputados federais Gilson Marques (Novo-SC) e Roberto Duarte (Republicanos-AC) pediram vista alegando que precisam de tempo para analisar se a prisão preventiva foi legal, argumentando que não tiveram tempo de analisar o relatório da Polícia Federal, a decisão de prisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal de Justiça (STF), e relatório do Darci de Matos.

“O deputado está preso. Qual é a pressa? Qual é a pressa? Nós precisamos dormir com a cabeça no travesseiro para ter certeza de fazer a coisa certa”, argumentou Gilson Marques.

O parlamentar Roberto Duarte também saiu em defesa do pedido de vista. “Nós precisamos avaliar a questão da prisão preventiva decretada pelo Supremo Tribunal Federal. Nós observamos ainda, na imprensa nacional, que não existem provas cabais e que não houve sequer o contraditório. Nós precisamos defender o contraditório sempre e o devido processo legal”, afirmou o deputado acreano.

O pedido de vista foi criticado por parlamentares que defendiam a análise imediata do caso para o encaminhamento da questão, ainda nessa terça-feira (26), para o plenário da Câmara.

Band

Postado em 27 de março de 2024

Não existe comunismo no Brasil, diz presidente do Superior Tribunal Militar

O presidente do Superior Tribunal Militar, ministro Francisco Joseli Parente Camelo, afirmou que o Brasil não é um país comunista, em entrevista ao repórter Túlio Amâncio, no Bandnews TV.

“Comunismo acabou. Para mim não existe o comunismo, no Brasil não existe. E outra coisa, o presidente Lula é um sindicalista. Eu não vejo o presidente Lula ou jamais o vi como um comunista. As pessoas têm uma mania de pensar que ser de esquerda é ser comunista, isso não existe”, disse.

“Ser de esquerda, realmente… ela quer um Brasil melhor, um Brasil mais solidário, um Brasil que pense no mais pobre, é tudo isso o que a esquerda pensa. Então, ser de esquerda não é ser comunista. E o comunismo, para mim, não existe no nosso país”, completou.

Questionado se identifica-se com a esquerda ou a direita, o ministro disse que os militares não possuem partido.

“Nós militares não somos nem de esquerda e nem de direita e nem temos partido. Nós queremos o melhor para o Brasil. Nós queremos é que a sociedade brasileira viva feliz como sempre foi. Queremos que a pacificação volte ao nosso país”, finalizou.

O que é o Superior Tribunal Militar
O Superior Tribunal Militar (STM) é o órgão máximo da Justiça Militar, que tem por responsabilidade processar e julgar os crimes militares previstos no Código Penal Militar brasileiro.

Presente no país há mais de 200 anos, a Justiça Militar passou a integrar o Poder Judiciário brasileiro em 1934. Seus julgamentos seguem a mesma sistemática dos demais tribunais superiores.

O STM é composto por 15 ministros vitalícios, nomeados pelo presidente da República, depois de aprovada a indicação pelo Senado Federal. Ao todo, são três oficiais-generais provenientes da Marinha, quatro oficiais-generais do Exército e três oficiais-generais da Aeronáutica, todos da ativa e do posto mais elevado da carreira. Completam o quadro cinco magistrados dentre brasileiros civis maiores de 35 anos.

O Tenente-Brigadeiro Joseli assumiu a presidência do Superior Tribunal Militar (STM) em março do ano passado. Em 45 anos como militar da Força Aérea Brasileira (FAB), ele já atuou como foi comandante da Base Aérea de Salvador (BASV); Adido de Defesa e Aeronáutico junto à Embaixada do Brasil na Argentina; Assessor-Chefe para Assuntos de Aeronáutica na Subchefia Militar do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República, e Secretário de Coordenação e Assessoramento Militar do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República.

band

Postado em 27 de março de 2024

Novos nomes na política: George Costa

O Professor e atleta de Jiu-jítsu George Costa, idealizador do projeto social ” vida Nova jiu-jítsu” que atende mais de 70 crianças e adolescentes do nosso município há mais de 5 anos, lança a sua Pré-candidatura a Vereador de currais Novos para o Pleito de 2024, George se filiará pelo partido REDE.

Postado em 26 de março de 2024

Anderson, vocalista do Molejo, volta a ser internado e está em estado grave

Anderson Leonardo, vocalista do Grupo Molejo, voltou a ser internado neste domingo (24). Segundo nota, divulgada pela assessoria do grupo, o cantor foi hospitalizado novamente devido ao agravo da doença e está em estado grave.

“Pedimos a todos os fãs e amigos que continue em orações pelo nosso cantor”, disse a assessoria, por meio de nota divulgada nas redes sociais.

Anderson tinha recebido alta médica na última terça-feira (19). O músico foi internado no final de fevereiro, dia 27, após o Carnaval, para dar continuidade ao tratamento de imunoterapia e medicações para dores, causadas pelo câncer inguinal, tipo raro que afeta toda a região da virilha, diagnóstico que o cantor recebeu em 2022.

Antes da alta, o artista passou pelo procedimento de bloqueio de plexo nervoso hipogástrico para dor, que foi bem-sucedido, como informou a assessoria do cantor na época.

CNN

Postado em 26 de março de 2024

AGU de Bolsonaro pode complicar ex-presidente se falar à PF

Bruno Bianco, ex-advogado-geral da União do governo Bolsonaro, pode complicar mais a situação jurídica do ex-presidente na Justiça caso tenha de prestar depoimento à Polícia Federal (PF). Bianco confirmará à PF a versão dada pelo ex-comandante da Aeronáutica Baptista Júnior de que Bolsonaro questionou Bianco por um “ato” contra o resultado da eleição.

Segundo o ex-comandante militar, Bianco respondeu a Bolsonaro que não haveria qualquer alternativa jurídica para contestar o resultado da eleição, que transcorreu de forma legal. A conversa aconteceu no Palácio da Alvorada, em 1º de novembro de 2022, dois dias após Lula derrotar Jair Bolsonaro nas urnas.

Se for chamado a falar à PF como testemunha, Bianco confirmará a versão do brigadeiro Baptista Júnior. O ex-AGU acrescentará que, durante sua gestão, a pasta nunca recebeu consulta formal sobre uma forma para questionar as eleições.

E que, quando foi questionado em conversas, sempre defendeu a legalidade das eleições. Bianco também ressaltará que colaborou com a transição de governo, e que a AGU agiu como órgão de Estado.

Metropoles

Postado em 26 de março de 2024

PF deve investigar outros crimes sem resolução citados por Lessa e testemunhas; entenda

A Polícia Federal deve investigar outros homicídios com suspeita de participação do crime organizado no Rio que não foram desvendados por autoridades estaduais. Os assassinatos foram citados no inquérito sobre as mortes da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, inclusive na delação premiada do ex-policial militar Ronnie Lessa.

Integrantes da cúpula da PF e do Ministério da Justiça veem nos depoimentos de Lessa e dos demais investigados e testemunhas caminhos para alcançar o desfecho de outros casos envolvendo milícias, tráfico, jogo do bicho e disputa por territórios, incluindo homicídios praticados pelo Escritório do Crime, grupo que tinha Lessa como um dos seus matadores de aluguel.

Investigadores avaliam que provas recolhidas nas operações de busca e apreensão no domingo, como celulares e documentos, vão ajudar a trazer novos elementos para corroborar as informações apresentadas no inquérito.

O relatório final da PF sobre o Caso Marielle aponta um cenário de omissão e ações de sabotagem na Polícia Civil, responsável por elucidar os crimes que ficaram sem resposta. De acordo com a investigação, a estrutura que deveria ser direcionada para as apurações atuou, na verdade, a favor de organizações criminosas.

“A Divisão de Homicídios da Polícia Civil do Rio, devidamente capitaneada por Rivaldo Barbosa, se tornou um ambiente pernicioso para que organizações criminosas das mais diferentes espécies encontrassem ali um refúgio para a impunidade dos seus crimes”, diz o relatório da PF.

Rivaldo foi preso preventivamente por supostamente ter desviado o foco das apurações para proteger o deputado federal Chiquinho Brazão e o conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio Domingos Brazão — ambos também detidos, suspeitos de serem os mandantes.

Segundo o blog Segredos do Crime, do GLOBO, Lessa deu relatos sobre outros 11 crimes à PF, além do homicídio de Marielle. Entre os casos, está o assassinato não desvendado do candidato a vereador e presidente da Portela, Marcos Falcon, em 2016. Em depoimento à PF, o delegado Brenno Carnevale, atual secretário municipal de Ordem Pública do Rio, relatou o sumiço de peças do inquérito de Falcon e a ingerência de Rivaldo sobre a apuração. A filha do ex-presidente da Portela também afirmou em depoimento que o próprio pai era avisado por policiais da delegacia quando era citado em investigações.

Carnevale também conta no inquérito que a apuração sobre a morte do contraventor Haylton Escafura, em 2017, foi retirada de sua alçada sem qualquer explicação — uma decisão judicial relatou que, diante da inércia da delegacia, a investigação “aparenta não ter mais se desenvolvido rumo a uma conclusão”.

Lessa, por sua vez, relatou que foi contratado pelo bicheiro Bernardo Bello para matar a ex-presidente do Salgueiro Regina Celi, o que acabou não acontecendo. O relatório da PF também cita como exemplo de investigação “sabotada” a morte de José Luis de Barros Lopes, o Zé Personal, em 2011 — ele era genro de Maninho, ex-patrono do Salgueiro. Em outro caso conectado com a contravenção, depoimentos afirmam que policiais da delegacia receberam propina para que a morte de Geraldo Pereira, que era funcionário do bicheiro Rogério Andrade, não fosse investigada.

No curso das investigações sobre a morte de Marielle, também foi assassinado o ex-policial militar Edmilson da Silva de Oliveira, o Macalé, em 2021. Ele é apontado pelas investigações como um elo entre os mandantes e os executores de Marielle.

Apesar de tratarem o caso Marielle como encerrado, as autoridades querem convencer os irmãos Brazão e Rivaldo a colaborarem com a Justiça. Por isso, preveem encaminhá-los para presídios federais diferentes — sem contato um com o outro, os alvos podem cair no dilema de quem vai colaborar primeiro e receber os benefícios penais decorrentes do acordo.

A expectativa é que os casos se mantenham na PF do Rio, comandada pelo delegado Leandro Almada. Ele assina o relatório do caso Marielle e foi o responsável pela investigação que apurou a existência de uma organização criminosa para atrapalhar a resolução do assassinato da vereadora.

Repercussão ampla
Usada pelo ex-ministro da Justiça Flávio Dino para “federalizar” indiretamente o caso Marielle, a lei 10.446 diz que a PF pode ser acionada para investigar casos com “repercussão interestadual ou internacional” relacionadas à “violação de direitos humanos”, aos quais o país “se comprometeu a reprimir em decorrência de tratados internacionais de que seja parte”. Essas mortes provocadas pela contravenção e a milícia em associação com autoridades policiais poderiam ser enquadradas nessa definição.

— É preciso que se veja nessa janela uma oportunidade para aprofundar o combate ao crime organizado no Rio de Janeiro e no Brasil — disse ontem o ministro Gilmar Mendes, do STF.

Também com o intuito de dar um novo fôlego a investigações que não chegaram ao fim, a deputada Luciene Cavalcante (PSOL-SP) enviou um ofício ao Ministério Público Federal (MPF) do Rio pedindo que as investigações que foram supervisionadas por Rivaldo sejam revisadas.

O GLOBO

Postado em 26 de março de 2024

Relatora da ONU diz que Israel comete genocídio na Faixa de Gaza

A relatora especial das Nações Unidas (ONU) para os direitos humanos nos territórios palestinos ocupados, Francesca Albanese, publicou relatório nesta segunda-feira (25) afirmando que existem “motivos razoáveis” para sustentar que Israel promove um genocídio na Faixa de Gaza.

Israel rebate dizendo que o informe é uma “inversão obscena da realidade” e diz que respeita o direito humanitário internacional.

Essa é a primeira vez que um informe ligado à ONU acusa Israel de genocídio. A relatora, que tem um mandato independente, foi nomeada pelo Conselho de Direitos Humanos da ONU.

“A natureza esmagadora e a escala do ataque de Israel à Gaza e as condições de vida destrutivas que [Israel] infligiu revelam uma intenção de destruir fisicamente os palestinos, enquanto grupo”, diz o informe da relatora.

O governo de Tel Aviv enfrenta ainda a acusação de genocídio na Corte Internacional de Justiça (CIJ), resultado de denúncia apresentada pela África do Sul e apoiada por diversos países, entre os quais, o Brasil.

A relatora para os direitos humanos nos territórios palestinos, Francesca Albanese, pede ainda que os países promovam um embargo de armas contra Israel, além da adoção de outras medidas econômicas e políticas que garantam o cessar-fogo imediato e duradouro, incluindo sanções contra o governo de Tel Aviv.

Genocídio é processo
A especialista da ONU argumenta que o genocídio pode ser caracterizado como “a negação do direito de existência de um povo e a subsequente tentativa ou sucesso na sua aniquilação” e que esse crime é “‘um composto de diferentes atos de perseguição ou destruição’, que vão desde a eliminação física até a ‘forçada desintegração’ das instituições políticas e sociais de um povo, da cultura, da língua, sentimentos e religião. O genocídio é um processo, não um ato”.

De acordo com Albanese, os atos de Israel em Gaza podem ser caracterizados como genocídio porque o país teria cometido, ao menos, três atos proibidos pela Convenção para a Prevenção e a Repressão do Crime de Genocídio, de 1948. Seriam eles: o assassinato de membros do grupo; os sérios danos corporais ou mentais aos membros do grupo, além de infligir “deliberadamente ao grupo condições de vida calculadas para provocar a sua destruição física, no todo ou em parte”.

A relatora especial da ONU para Palestina ainda cita o bloqueio à ajuda humanitária na região como outro elemento para caracterizar o crime de genocídio.

“O bloqueio reforçado de Israel a Gaza causou a morte por fome, incluindo dez crianças por dia, ao impedir o acesso a abastecimentos vitais.”

De acordo com o informe, Israel tem buscado ocultar sua conduta em Gaza sustentando que está respeitando o Direito Humanitário Internacional (DHI). “Israel invocou estrategicamente o quadro do DHI como ‘camuflagem humanitária’ para legitimar a sua violência genocida em Gaza”, completou.

Albanesa defende que não há respeito ao DHI porque “Israel tratou, de fato, todo um grupo protegido e a sua infraestrutura de sustentação da vida como ‘terrorista’ ou ‘apoiador do terrorismo’, transformando assim tudo e todos num alvo”.

Outro elemento usado pela relatora especial para caracterizar a ação de Israel em Gaza como genocídio são as declarações de autoridades de Tel Aviv que, segundo ela, estariam tentando desumanizar os palestinos.

“A desumanização pode ser entendida como fundamental para o processo de genocídio”, destacou.

Conflito colonial
A relatora da ONU Francesca Albanese sustentou ainda em seu informe que a ação de Israel em Gaza é mais uma fase de um longo processo de apagamento colonial.

“Durante mais de sete décadas, este processo sufocou o povo palestino como grupo – demograficamente, culturalmente, econômica e politicamente –, procurando deslocá-lo, expropriar e controlar as suas terras e recursos.”

“As ações de Israel foram impulsionadas por uma lógica genocida integrante do seu projeto colonial de colonização na Palestina, sinalizando uma tragédia anunciada”, completou Albanese, acrescentando que “deslocar e apagar a presença árabe indígena tem sido uma parte inevitável do processo de formação de Israel como um ‘Estado Judeu’”.

Israel
O ministério das Relações Exteriores de Israel divulgou nota em que condena o relatório de Albanese que, de acordo com Tel Aviv, “continua a sua campanha de deslegitimação da própria criação e existência do Estado de Israel”.

“Fica claro no relatório que a Relatora Especial começou com a conclusão de que Israel comete genocídio e depois tentou provar as suas opiniões distorcidas e politicamente motivadas com argumentos e justificações fracas”, destacou o comunicado.

“O relatório é, portanto, uma inversão obscena da realidade, onde um suposto perito pode fazer acusações ultrajantes, quanto mais extremas, melhor”, completou.

Ainda de acordo com o comunicado, o relatório “é uma tentativa de esvaziar a palavra genocídio da sua força única e do seu significado especial” e que a guerra em Gaza “é contra o Hamas e não contra civis palestinos”.

O comunicado de Israel finaliza dizendo que o parecer “é mais uma mancha no seu mandato tendencioso e só traz ainda mais descrédito ao Conselho dos Direitos Humanos”.

ebc

Postado em 26 de março de 2024

Saúde deixa faltar drogas para hanseníase e pacientes ficam sem tratamento

O Ministério da Saúde vem enfrentando um cenário de escassez de medicamentos para hanseníase. Como resultado, pacientes de todo o país com a doença não conseguem iniciar ou acabam interrompendo o tratamento em todo o país.

Documento do ministério obtido pela Folha informa que os medicamentos usados no tratamento de primeira linha da hanseníase —poliquimioterapia e clofazimina— são doados pela OMS (Organização Mundial de Saúde) e ainda não foram recebidos.

O ministério disse em nota à reportagem que a OMS afirmou que houve atraso por problemas de produção e pelos problemas logísticos no transporte marítimo na região do Oriente Médio. A previsão é receber os produtos ainda em março.

No entanto, o Ministério da Saúde reconhece no documento que, em relação à clofazimina, os quantitativos recebidos no ano de 2023 já não eram adequados para suprir a demanda da rede por causa do aumento do consumo.

Entidades apontam que a distribuição irregular dos medicamentos já é observada desde o início da pandemia da Covid-19 e que a pasta não elaborou nenhum plano alternativo efetivo para lidar com o problema.

Em resposta à escassez, a pasta sugere no documento e em nota enviada à reportagem o uso de medicamento de segunda linha, conhecido como ROM (Rifampicina + Ofloxacino + Minociclina), em dose única mensal. Segundo a pasta, há respaldo científico para isso.

Mas especialistas apontam que os medicamentos de segunda linha oferecidos para suprir momentaneamente a situação não são eficazes para todos os tipos da doença. Além disso, que esses produtos também estão em falta em algumas regiões.

Francisco Faustino Pinto, coordenador nacional do Morhan (Movimento de Reintegração das Pessoas Atingidas pela Hanseníase), disse que só há estudo científico de eficácia para a forma indeterminada da doença, não servindo para os outros tipos.

“[A recomendação de remédios de segunda linha] causa mais confusão que qualquer outra coisa. Apesar do discurso de posse da ministra Nísia [Trindade, da Saúde], que prometia destaque e abordagem transversal da hanseníase, observamos reduções orçamentárias e uma falta de avanço nesse sentido”, disse.

Para Marco Andrey Cipriani Frade, presidente da Sociedade Brasileira de Hansenologia e coordenador do Centro de Referência Nacional em Dermatologia Sanitária com ênfase em Hanseniase da USP (Universidade de São Paulo) de Ribeirão Preto, o Ministério da Saúde tem adotado abordagens “simplistas e irresponsáveis”, como a proposta do esquema ROM mensal, sem respaldo científico, além da mera escassez de medicamentos.

“Não tem havido esforços eficazes para assegurar a soberania do Brasil na produção ou aquisição desses e de outros fármacos essenciais para o tratamento da hanseníase”, afirmou Frade.

Os representantes das entidades acrescentam ainda que há um desconhecimento da pasta sobre a realidade local das unidades de saúde porque muitas não possuem também os medicamentos de segunda linha.

Essa escassez de medicamentos está afetando diretamente pacientes como o pintor Jairon Pereira Lima, 38, que aguarda desde fevereiro para iniciar o tratamento em Porto Nacional (TO), após a confirmação da doença.

Lima relata ter feito quatro visitas a uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA), sendo sempre informado de que o medicamento ainda não chegou. Ele descreve que a doença já está impactando significativamente sua qualidade de vida, pois sente fortes dores musculares.

“As manchas estão aumentando, e os sintomas da doença são bastante desconfortáveis. Há dias em que não consigo agachar devido à intensa dor muscular. A médica teve que prescrever remédios para aliviar a dor”, diz.

A gravidade da situação é evidenciada pelo fato de a Sociedade Brasileira de Hansenologia já ter feito denúncia ao Ministério Público do Rio de Janeiro, tendo uma audiência marcada para terça-feira (26). Além disso, pacientes também estão procurando o órgão em outros estados.

Segundo dados do painel de hanseníase do Ministério da Saúde, houve aumento de 4,8% nos novos casos da doença. Foram 19.129 de janeiro a novembro de 2023, contra 18.247 no mesmo período do ano anterior.

Dados da Sociedade Brasileira de Hansenologia mostram que o Brasil é o 2º país com mais casos de hanseníase —perdendo apenas para a Índia em números absolutos, além de concentrar mais de 90% dos doentes diagnosticados nas Américas.

Em junho do ano passado, o governo lançou o Comitê Interministerial para Eliminação da Tuberculose e Outras Doenças Determinadas Socialmente. A meta para a hanseníase é interromper a transmissão em 99% dos municípios, eliminar a doença em 75% das cidades e reduzir em 30% o número de novos casos.

A médica hansenologista e professora universitária Seyna Ueno Rabelo Mendes ressalta a importância de iniciar o tratamento precocemente para interromper a cadeia de transmissão da doença, que é infectocontagiosa, além de evitar que a hanseníase cause sequelas graves com repercussões neuroimunológicas, resultando em incapacidade física e estigma. A hanseníase é uma doença que afeta os nervos, limitando a capacidade de a pessoa realizar atividades diárias.

“Estou com uma paciente que interrompeu o tratamento e está com dor nos membros. Em Porto Nacional, temos cerca de 200 pacientes com hanseníase, entre os que já estão em tratamento e os que precisam iniciar. Mas os medicamentos chegaram apenas para atender seis pessoas”, diz.

Em nota, o Ministério da Saúde diz que tem tomado medidas para evitar novos desabastecimentos. Entre elas, promoção de audiências públicas para verificar a possibilidade de produção nacional do medicamento de primeira linha.

O vencedor da chamada pública conjunta do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação e do Ministério da Saúde foi o projeto de desenvolvimento apresentado pelo Laboratório Farmacêutico do Estado de Pernambuco.

“A liberação da primeira parcela do financiamento pela Financiadora de Estudos e Projetos ocorreu em julho de 2023. Contudo, é importante salientar que a implementação de produção de medicamentos constitui-se em um processo complexo e corresponde a uma solução de médio e longo prazo”, disse.

Folha de São Paulo

Postado em 26 de março de 2024

Com cenário inflacionário incerto, BC opta por mais flexibilidade na Selic

A ata da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, se debruçou sobre o cenário incerto do processo de redução da inflação e, por isso, decidiu por ter mais flexibilidade na condução da política monetária.

Na semana passada, o colegiado reduziu em 0,5 percentual a taxa básica de juros, que chegou a 10,75% ao ano. No entanto, ao contrário das reuniões anteriores com corte de 0,5 p.p, o Copom sinalizou apenas mais um corte na mesma magnitude. A queda do plural de “próximas reuniões”, inclusive, foi o grande assunto do mercado pós decisão do colegiado. Na ata, divulgada nesta terça-feira, 26, o comitê do Banco Central aponta que houve um debate no Copom sobre a comunicação. Ainda que a autoridade monetária afirme que “o cenário-base não se alterou substancialmente”, o BC reconhece que, devido às incertezas, “julgou-se mais apropriado ter maior flexibilidade”. Segundo o Banco Central, “há mais incerteza nas conjunturas domestica e internacional”.

Segundo a autoridade monetária, alguns membros argumentaram que se a incerteza se mantiver elevada, um ritmo mais lento de distensão monetária pode ser adotado. Ou seja, os cortes podem passar a ser menor que 0,5 ponto a partir da reunião de junho. “Alguns membros argumentaram ainda que, se a incerteza prospectiva permanecer elevada no futuro, um ritmo mais lento de distensão monetária pode revelar-se apropriado, para qualquer taxa terminal que se deseje atingir”, informou o BC no documento.

Para o economista André Perfeito, o posicionamento da autoridade monetária sobre o forward guidance é correto. “A diretoria do BCB acertou ao usar o instrumento, mas mesmo vendo que não há alteração ao cenário base da instituição achou por bem iniciar o fim do instrumento dado o aumento da volatilidade”.

Inflação
Entre os riscos para a inflação apontados estão fatores nas duas direções — que aumentam a instabilidade — no viés altista dos preços estão uma maior persistência das pressões inflacionárias globais e resiliência na inflação de serviços, acima da projetada, que se relaciona ao aquecimento do mercado de trabalho e aceleração nos rendimentos reais. “Ao fazer o balanço do consumo ao longo dos últimos anos, prevaleceu, ainda assim, a visão de que a sustentação do consumo se deu por um mercado de trabalho dinâmico, tanto no nível de emprego quanto de salários, pela expansão de benefícios sociais, pela lenta desalavancagem das famílias e, por fim, pelo processo desinflacionário, que contribuiu para aumento da renda real disponível”, afirma o BC.

Já no viés baixista, o Copom lista uma desaceleração da atividade econômica global mais acentuada do que a projetada e os impactos do aperto monetário sincronizado sobre a desinflação global se mostrarem mais fortes do que o esperado — relacionando à política monetária dos Estados Unidos, que optou por continuar com os juros no maior patamar em 22 anos no país. “Na conjuntura internacional, o cenário desinflacionário se mostra mais incerto, em função de um contexto de atividade resiliente nos Estados Unidos e seu impacto nas condições financeiras globais. Além disso, os impactos da política monetária sobre a atividade e a inflação também geram incerteza na velocidade da desinflação em diversos países”, diz o documento.

veja

Postado em 26 de março de 2024

Vendas de ovos da Páscoa devem crescer até 20%

A s vendas de ovos de Páscoa e chocolates para a Semana Santa ainda estão abaixo das expectativas, com perspectivas de melhorar com a chegada do feriado nesta semana. Em alguns supermercados de Natal, as sessões estão recheadas de diversas opções e sabores, mas sem tantos clientes faltando cinco dias para a Páscoa. Segundo projeções de supermercadistas, a expectativa de vendas é de 10 a 20% de crescimento em relação a 2023.

Para o subgerente de um supermercado na zona Oeste de Natal, Adrielson Silva, as vendas devem se intensificar nos próximos dias. “Estamos esperando melhoria nesses últimos três dias. Quando se aproxima, com oferta e divulgação, o cliente vem buscar. Graças a Deus sempre vendemos todo o estoque, não chega a sobrar”, explica.

Segundo o gerente Ronile Sotero, há a expectativa também para que as vendas melhorem em chocolates como caixas e barras para os próximos dias. “O pessoal tem optado por outras opções, como caixas e barras. Normalmente o pessoal deixa para última hora para presentear amigos e familiares.

“A expectativa é muito boa, não só para ovos de Páscoa e chocolates de maneira geral e todos os produtos que envolvem a sazonalidade da páscoa, como vinhos, peixes e azeites. Houve uma preparação na aquisição de produtos para se fazer muitas ofertas para os consumidores. É uma Páscoa plena, já totalmente distante das questões da pandemia. Estamos com as lojas muito abastecidas, produtos expostos e vamos começar as ofertas”, explica Gilvan Mikelyson, presidente da Associação dos Supermercados do Rio Grande do Norte.

O assistente de cozinha Márcio Zani, 58 anos, pretende gastar de R$ 200 a 300 neste ano na compra de quatro ovos de Páscoa para seus netos. “Estou achando o preços normais até aqui”, explica, acrescentando que no ano passado gastou praticamente o mesmo valor.

Há ainda os clientes que pesquisam ao máximo antes de fecharem a compra. É o caso do caseiro Francisco de Assis, 52 anos. Ele estima gastar em torno de R$ 200 a 300 em ovos de Páscoa e chocolate para os seus quatro filhos. “Geralmente compro um para cada. Acho que esse ano está um pouco caro, estou pesquisando muito para achar os melhores valores”, citou.

Na semana passada, o Instituto Fecomercio RN (IFC) divulgou que a data deve movimentar cerca de R$ 194,2 milhões nos municípios de Natal e Mossoró – um aumento de mais de 10% em comparação ao ano passado, quando a expectativa era injetar aproximadamente R$ 176,5 milhões.

Em todo o Rio Grande do Norte, impulsionada também pelo alto número de pessoas que viajará durante o feriado, a Páscoa movimentará cerca de R$ 498 milhões. Para o presidente da Fecomércio RN, Marcelo Queiroz, a expectativa não é apenas de um crescimento nas vendas, mas de uma maior distribuição dos gastos no interior do Estado.

“Nossa pesquisa revelou que mais de 16% dos natalenses e quase 19% dos mossoroenses pretendem viajar durante o feriado da Páscoa – gastando cerca de R$ 400 para visitar, principalmente, outros municípios do Rio Grande do Norte. As cidades do interior serão o destino de mais de 60% dos natalenses e de 50% dos mossoroenses, então esperamos uma capilaridade maior dos gastos pelo estado”, explicou Marcelo Queiroz.

Cerca de 63,7% dos natalenses devem ir às compras para o feriado da Páscoa. A maioria pertence ao sexo masculino (65,3%), possui de 25 a 34 anos de idade (69%), ensino superior completo (67,5%) e renda familiar de 5 a 10 salários-mínimos (73,7%). Além disso, a maior parte pretende comprar principalmente em shoppings (57,9%) e presenteará os filhos (45,3%).

Tribuna do Norte

Postado em 26 de março de 2024