Ziraldo, criador de ‘O Menino Maluquinho’, morre aos 91 anos

Morreu neste sábado, 06, no Rio de Janeiro, aos 91 anos, o escritor Ziraldo, criador de personagens famosos como “O Menino Maluquinho” e “Turma do Perecê”. A informação foi confirmada pela família do desenhista.

Nascido no dia 6 de abril de 1932, no Rio de Janeiro, Ziraldo Alves Pinto foi um cartunista, chargista, pintor, escritor, dramaturgo, cartazista, caricaturista, poeta, cronista, desenhista, apresentador, humorista e jornalista brasileiro. É um dos mais conhecidos e aclamados escritores infantis do Brasil. Ziraldo é pai da cineasta Daniela Thomas e do compositor Antonio Pinto.

Ziraldo passou sua infância em Caratinga, no Rio de Janeiro. Estudou dois anos no Rio de Janeiro e voltou a Caratinga, tendo concluído o módulo científico (atual ensino médio). Formou-se em Direito pela Universidade Federal de Minas Gerais em 1957. Seu talento no desenho já se manifestava desde essa época, tendo publicado um desenho no jornal Folha de Minas com apenas 6 anos de idade.

Começou a trabalhar no jornal Folha da Manhã (atual Folha de S.Paulo), em 1954, com uma coluna dedicada ao humor. Ganhou notoriedade nacional ao se estabelecer na revista O Cruzeiro em 1957 e, posteriormente, no Jornal do Brasil, em 1963. Seus personagens (entre eles Jeremias, o Bom; a Supermãe e o Mirinho) conquistaram os leitores.

Em 1960 lançou a primeira revista em quadrinhos brasileira feita por um só autor, Turma do Pererê, que também foi a primeira história em quadrinhos a cores totalmente produzida no Brasil. Embora tenha alcançado uma das maiores tiragens da época, Turma do Pererê foi cancelada em 1964, logo após o início do regime militar no Brasil.

Em 1960 recebeu o “Nobel” Internacional de Humor no 32º Salão Internacional de Caricaturas de Bruxelas e também o prêmio Merghantealler, principal premiação da imprensa livre da América Latina.

Istoé

Postado em 6 de abril de 2024

Seridó: PSDB recebe pré-candidatos em várias cidades

Neste sábado (6), último dia de filiações partidárias para quem será candidato nas Eleições 2024, o PSDB promoveu na região Seridó o Encontro Regional Tucano. A cidade é administrada pelo prefeito Dr. Tadeu, que lidera com folga todas as pesquisas registradas.

“Além de Caicó, onde o PSDB cresceu com a força de Dr. Tadeu, também nosso partido se agigantou em Parelhas com Dr. Tiago, em Jucurutu com Iogo Queiroz e ganhou novos vereadores em Currais Novos. Estamos prontos. O PSDB vai ganhar com suas cores não só o Seridó, mas as demais regiões do nosso Estado”, discursou Ezequiel Ferreira, líder do partido no RN. Os deputados Nelter Queiroz (PSDB) e Neilton Diógenes (PP), além da prefeita Shirley Targino que representou o deputado federal João Maia.

Além de ganhar nomes fortes para concorrer a vereador em Caicó, o partido cresceu sua bancada em vários municípios. Caicó será um exemplo vitorioso a ser seguido. “Melhoramos com pavimentações, retomamos obras, estamos pagando em dia e equilibramos as finanças da Prefeitura. Estamos mostrando nosso trabalho e queremos continuar assim”, afirmou o prefeito Dr. Tadeu. Em Caicó, além do PSDB, Cidadania, também consta o PP, o MDB e o Podemos. A federação PT/PCdoB e PV fecha a aliança.

Do Seridó, os prefeitos Dr. Tiago Almeida (Parelhas), Novinho (Cerro Corá), Iogo Queiroz (Jucurutu) e Galo (Florânia) do PSDB prestigiaram o evento. Também aliados como Odon Júnior (Currais Novos), Gilson (Carnaúba dos Dantas) e Hudson Pereira (Santana do Seridó). Os pré-candidatos que assinaram a ficha do PSDB: Elídio Queiroz (Jardim de Piranhas), Dra. Fátima Silva (Ouro Branco), Duduca (Ipueira) e vários vices-prefeitos, ex-prefeitos e pre-candidatos às Câmaras Municipais dos 24 municípios da região.

Postado em 6 de abril de 2024

Polícia prende donos dos pit-bulls que atacaram escritora no RJ

A Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro identificou e prendeu, nesta sexta-feira (5/4), os donos dos três pit-bulls que atacaram uma escritora na cidade de Saquarema (RJ).
De acordo com o delegado que investiga o caso, os donos foram presos em flagrante pelo crime de maus-tratos aos animais. No local teria sido constatado que os pit-bulls estariam em um local insalubre, com alimentação inadequada, estavam debilitados e estressados.

Além dos crimes de maus-tratos, os responsáveis pelos cachorros irão responder pelo crime de omissão na cautela de animais, além de lesão corporal culposa.

A escritora Roseana Murray foi levada de helicóptero, em estado grave, para o Hospital Estadual Alberto Torres (Heat), em São Gonçalo, no Rio de Janeiro, onde passou por cirurgia. A mulher perdeu um dos braços e uma orelha em razão do ataque.

A escritora foi atacada por três pit-bulls na manhã desta sexta em Saquarema, Região dos Lagos. Roseana é conhecida principalmente pela produção literária para crianças e jovens.

Após o ataque, a Delegacia de Saquarema determinou o recolhimento dos animais, que foram levados pela Guarda Ambiental para a sede da Secretaria Municipal dos Direitos dos Animais. Confira imagens obtidas pelo Metrópoles:

A escritora nasceu em 1950, no Rio de Janeiro, e ao longo da carreira tem se destacado como autora de poesias, contos, crônicas e literatura infantojuvenil.

Alguns dos livros mais conhecidos de Roseana incluem Receitas de Olhar (1997), Tantos Medos e Outras Coragens (1992) e Poemas de Céu (2009).

Metrópoles

Postado em 6 de abril de 2024

‘Vocês que estão protestando vão levantar uma placa agradecendo’, diz Lula a servidores públicos

Indo de encontro à conduta adotada pela equipe de Segurança e Cerimonial do Governo Federal — que tomou cartazes e faixas de protesto —, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) exaltou a participação de manifestantes em sua visita às obras da ferrovia Transnordestina, em Iguatu, no Ceará, nesta sexta-feira (5). O mandatário ainda prometeu que, antes do fim da gestão, até os que hoje estão insatisfeitos, estarão levantando placas de agradecimento.

Em diversos momentos, o público que acompanhava o discurso do presidente reclamou de lideranças políticas locais. Um dos alvos foi o governador Elmano de Freitas (PT), cobrado por servidores da Educação e do Departamento Estadual de Trânsito (Detran-CE) por melhores condições na carreira.

Cartazes e faixas do grupo foram recolhidos pelo Cerimonial e pela Segurança da Presidência da República pouco antes da chegada do chefe do Executivo Nacional. Durante o discurso do governador, alguns cartazes que passaram despercebidos pelos agentes foram erguidos.

Já em seu discurso, Lula fez menção aos protestos e exaltou o papel dos manifestantes.

“Vi uns companheiros com umas placas aí levantando, protestando, e eu acho maravilhoso que vocês protestem porque houve um tempo em que vocês não poderiam protestar, nem levantar placa neste País. Quando a gente governa de forma democrática, protestem, reivindiquem, porque, se a gente puder, a gente atende, se não pudermos, a gente diz que não pode e a vida continua, fortalecendo o processo democrático”
LULA (PT) Presidente da República

PROMESSA
Já no fim de sua fala, o presidente retomou o assunto ao comentar sobre seu retorno ao Ceará para inaugurar a Transnordestina.

“Eu vou voltar para viajar de trem e espero encontrar com todos vocês, e os companheiros que estão levantando placa protestando vão levantar uma placa agradecendo, porque tudo vai estar resolvido neste País para o povo brasileiro”
LULA (PT) Presidente da República

PROTESTO
Conforme o Diário do Nordeste mostrou, parte do material do protesto dos servidores do Detran-CE foi barrado logo na entrada pelo cerimonial. Em seguida, um agente da segurança reconheceu o material dos profissionais da educação que estavam próximos ao palco do evento. Outros grupos que carregavam faixas exaltando algumas lideranças políticas regionais também entregaram o material.

Em entrevista à reportagem, um agente da Segurança que retirou os cartazes justificou a medida.

“O Cerimonial informou que não pode (entrar com cartaz) pelo ambiente em si, porque ‘polui’ o ambiente, e para nós da segurança é porque (o cartaz) tapa a cara da pessoa, caso a pessoa resolva fazer algo contra (as autoridades). Mas, quando eles (os manifestantes) saírem, os cartazes vão estar lá (na entrada)”, concluiu.

Diario do Nordeste

Postado em 6 de abril de 2024

‘Meu compromisso não é com a Uber’, diz ministro sobre lei para motoristas

Em entrevista exclusiva à coluna, o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, sai em defesa do Projeto de Lei Complementar (PLC) apresentado pelo governo federal para regulamentares a atividade dos motoristas de aplicativo.

Encaminhado no começo de março ao Congresso Nacional, onde tramita em regime de urgência e tem data limite de votação até o dia 20 deste mês, a proposta vem receber críticas de lideranças de trabalhadores e de parlamentares da esquerda à direita.

Marinho entende que o clima de polarização política do país contamina as discussões e gera desinformação sobre o PLC. “A lei busca trazer uma proteção mínima. Aprovou a lei, daí para frente vai depender da capacidade de negociação da categoria”, avalia.

Ao longo da entrevista, ele defende o sistema de remuneração por hora trabalhada prevista pelo PLC, mas afirma que o governo está aberto a alterações dos parlamentares, como o pagamento por milhas rodadas. “Chama as empresas, chama os trabalhadores e negocia a emenda. Está tudo certo”, diz.

O ministro também defendeu a importância da contribuição para a Previdência Social e a necessidade de o Congresso aprovar o projeto ainda em abril.

Por fim, Marinho fala ainda na criação de linhas de crédito para facilitar a compra de automóveis por motoristas de aplicativo, assim como já acontece com os taxistas. “Nós sempre tivemos isso em mente, mas só dá para fazer depois do projeto aprovado”, afirma.

Confira a íntegra abaixo.

Saíram notícias recentes de que, diante das críticas, o governo estaria pensando em voltar atrás no projeto de lei. Isso procede?

Não, não proceda. Pelo menos que eu saiba (Risos). Esse projeto é resultado de um compromisso do presidente Lula em campanha. O que a categoria — tanto de motorista quanto de entregadores — pedia ao presidente? “Olha, nós estamos abandonados, ninguém olha pra gente. Mas tem um problema: nós não queremos regime CLT, nós queremos autonomia. Direitos e autonomia”. Então, o desafio foi encontrar essa solução.

Fontes que participaram do grupo de trabalho em Brasília disseram que o senhor era favorável à ideia de que havia vínculo empregatício nos moldes CLT entre esses trabalhadores e as plataformas.

Eu exerço relação de trabalho, mas isso não está em questão. O debate que nós, sob a liderança do presidente Lula, desenvolvemos foi o seguinte: vamos buscar enquadrar uma nova categoria que atenda ao desejo majoritário por autonomia, porque a CLT não dá autonomia. Agora, não dá para enquadrar todos os direitos que estão na CLT na categoria de autônomos. E nós queremos a independência com direitos: o direito à representação, o direito a se sindicalizar ou não. É direito, não é obrigação, o cidadão não é obrigado a ficar sócio do sindicato, a Constituição garante essa liberdade.

Até estou dizendo isso porque uma das fake news é: [o trabalhador] vai ser obrigado a ficar sócio. Não é obrigado coisa nenhuma. Se você me perguntar o que eu acho, eu acho que todos os trabalhadores deveriam ser filiados ao sindicato. Porque o sindicato, forte ou fraco, é uma dedução do grau de organização da categoria. Se ele estiver bem organizado, vai ser forte. Se não, [a categoria] vai ser ruim.

A falta de uma liderança organizada enfraquece os motoristas nas negociações com as empresas. Apesar disso, muitos motoristas rechaçaram sindicatos, até porque boa parte tem mais coberturas com políticas mais à direita. Como o senhor enxerga isso?

A polarização que existe na sociedade contamina. De nossa parte, o que nós temos de buscar fazer é o seguinte: vocês pediram proteção, nós estamos trazendo. Vocês pediram autonomia, nós estamos concedendo. Autonomia de trabalhar a hora que quiser, de determinar a jornada e com que plataforma — isso quem define são os trabalhadores.

E quais são os direitos? Tem três questões importantes aqui: pagamentos, Previdência Social e transparência — transparência de quanto a empresa reteve da corrida. Então, essas questões estão todas respondidas pela lei. A lei busca trazer uma proteção mínima. Aprovou a lei, daí para frente vai depender da capacidade de negociação da categoria.

Houve críticas ao projeto de lei sobre o sistema de salários, baseado no pagamento mínimo de R$ 32,10 para cada hora trabalhada. Alguns defendem pagamento por milhas rodadas e tempo de corrida. Como o senhor responde a isso?

Quando se fala de [pagamento] por milha, tudo bem: apresenta uma emenda lá [na Câmara, onde o projeto tramita em regime de urgência]. O deputado [federal Daniel] Agrobom (PL-GO), que eu vou receber por esses dias aqui, com outros deputados, formou também um projeto. Não há problema nenhum nesse sentido, de pegar os projetos de casa e trabalhar. O que oferece melhores condições de transparência para motorista ou controlador? É o valor da milha rodada? Pode ser pior que as horas, e não melhor. Depende muito de como para uma formatação.

Sobre um salário mínimo, minha percepção é de que há um entendimento equivocado do que isso significa. Porque? R$ 32,10 por hora [em corridas] é o mínimo. Falaram: “essas empresas vão transformar isso em máximo”. Com a lei aprovada, com o relatório de transparência que teremos acesso a partir do e-social, vamos fiscalizar. Se a empresa pagou em todos os momentos o mesmo valor, isso é uma ilegalidade cometida perante a lei. Portanto, a empresa será autuada.

O valor de R$ 32,10 é uma formação que leva em consideração o retorno, o reembolso de despesas, o desgaste do carro, do pneu, combustível e tal. Fazendo 176 horas por mês [cálculo estimado de uma jornada mensal], isso vai dar [cerca de] R$ 5.500. Então, esse é o mínimo. As pesquisas dizem que 12% dos motoristas no Brasil ganham R$ 4 mil ou mais por mês. Ou seja, estamos falando de uma minoria que ganha hoje mais do que o mínimo [estipulado pelo projeto de lei] vai garantir a todos os motoristas no Brasil inteiro.

E as reclamações de que o PL foi muito benéfico para as empresas?

As empresas queriam fazer R$ 15, não R$ 32,10. Quem forçou as empresas a fazerem foi o governo. Você sabe dos bate-bocas meus em relação ao início do ano passado [ “se a Uber quiser sair, problema da Uber” ]. Estou preocupado com o Uber , por acaso? Estou preocupado com o meu compromisso, que o presidente nomeado, com os trabalhadores, de trazer uma proteção.

Sobre a chamada inclusão previdenciária, como convencer os motoristas de que é necessário pagar o INSS?

[Há críticos dizendo] “Ah, mas não é desejo de arrecadar?” Como assim “arrecadar”? Não é imposto, é uma contribuição para um sistema de cobertura. Ou você participa dele, ou não tem cobertura. Por exemplo: o ‘boyzinho’ do Porsche passou praticamente em cima do carro do motorista de aplicativo. Três filhos e uma esposa. Se não pagar a Previdência, o que vai acontecer com a viúva e com os filhos? Nenhuma cobertura.

Se você pegou dengue e perdeu um dia de semana, quem vai te dar o respaldo mínimo ali naquele momento? Então, a Previdência traz segurança, direito à aposentadoria, licença maternidade. São 7,5% referenciados no salário mínimo, o que dá R$ 99 por mês. Se pela tabela mínima, em três horas e um pouquinho ele pagou a Previdência.

Lendo o projeto de lei, a questão da “transparência” não está colocada em termos muito vagos? Os critérios de suspensão e definição sobre a percentagem cobrada pelas plataformas não são mencionados expressamente e devem ser definidos por meio de convenção coletiva.

A CLT também não é absolutamente esclarecedora. Ela diz que tem uma jornada máxima de 44 horas no Brasil, mas tem negociação que é de 40 horas. Percebe? A negociação pode avançar além disso. O que a lei busca é garantia mínima. Negociar é para melhorar. Melhorar para quem? Para o elo mais fraco, sempre.

O projeto de lei foi apresentado à Câmara em regime de urgência [com votação em plenário para o dia 20 de abril]. Há rumores de que talvez seja retirada a urgência do projeto. Em que pé isso está?

Há uma ponderação de lideranças do Congresso de que talvez fosse o caso [de retirar a urgência]. Eu contraponho. Dia 20 está longe. Trabalhar no ritmo que estou habituado a trabalhar é o suficiente para que as pessoas esclareçam todas as suas dúvidas e votem no projeto. Se retirar urgência de um projeto dessa magnitude, vai para as calendários — esquecimentos! Retirar urgência é não garantia de aprovação neste ano.

Eu não sou uma autoridade do governo que dialoga com o presidente [da Câmara dos Deputados, Arthur] Lira. Tem setor no governo responsável por isso. É o ministro Alexandre Padilha, que especifica uma reunião com os líderes. Eu estive lá. Terça-feira vai ter outra reunião com as lideranças. Solicitei que organizasse uma reunião com todas as bancadas, independente da cor. Estou à disposição para esclarecer, tirar dúvidas.

“Ah? [pagamento por] milha é melhor”. Está bom: faça uma emenda e vamos negociar a emenda. Chamar as empresas, chamar os trabalhadores e negociar a emenda. Está tudo certo. Vamos para frente. O importante é trazer garantias. Não é uma imposição do governo. É resultado de uma conversa tripartida que chegou nisso. É evidente que o Parlamento terá autonomia para fazer os aperfeiçoamentos que achar necessários.

Por fim, para criar melhores condições assim como o taxista tem, a ideia é, a partir do momento em que o PLC for aprovado, trabalhar numa linha de crédito [para a compra de carros, por exemplo]. É uma novidade. Nós sempre tivemos isso em mente, mas só dá para fazer depois do projeto aprovado.

E os entregadores?

Resolvendo isso aqui, vamos voltar a falar com os entregadores, com as plataformas de entrega. Essa é uma mensagem importante para os entregadores: vamos voltar a falar.

UOL

Postado em 6 de abril de 2024

Diretor da PF diz que dinheiro enviado para fugitivos de Mossoró saiu do Rio de Janeiro

O diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, disse nesta sexta-feira (5) ao Jornal da Record que o dinheiro enviado para ajudar os detentos de Mossoró a fugir saiu do Rio de Janeiro.

Segundo Rodrigues, eles contaram também com apoio logístico. Rogério Mendonça, de 35 anos, e Deibson Nascimento, de 33 anos, foram recapturados na quinta-feira (4), em Marabá (PA), após 50 dias de buscas.

“A investigação já apontou financiamento que veio, não da região, mas do Rio de Janeiro, por exemplo. São dados protegidos por sigilo bancário, que fazem parte da investigação, que não posso entrar no detalhamento do responsável de onde partiu exatamente essa transferência”, afirmou. Veja a entrevista completa no Jornal da Record de hoje.

Rodrigues afirmou que o apoio logístico dado aos fugitivos possibilitou que eles ficassem foragidos por tanto tempo e se deslocarem por cerca de 1.600 quilômetros. “Havia moradias que foram utilizadas pelos fugitivos, havia veículos, vestimentas, alimentação, embarcação para ser utilizada do Ceará até o Pará, enfim, toda a estrutura necessária para [eles] ficarem escondidos durante um tempo para fazerem os deslocamentos, inclusive o deslocamento que a nossa atividade investigativa apontou que teria como destino o exterior”, afirmou.

O diretor-geral da PF afirmou ainda que foram presas oito pessoas que tinham relação com a fuga. “Ouvimos 34 pessoas e fizemos 25 perícias de diversas naturezas, entre as quais, identificação de materiais biológicos para identificar eventuais pontos em que os fugitivos estavam. […] Toda essa atividade de inteligência nos conduziu à certeza de que as pessoas [os fugitivos] estariam nesse deslocamento, em uma rodovia feeral e, portanto, momentos antes da abordagem, solicitamos o apoio da Polícia Rodoviária Federal e pudemos então recapturar os dois fugitivos”, explicou.

Caçada aos fugitivos de Mossoró custou R$ 6 milhões ao governo
O Ministério da Justiça informou nesta sexta-feira (5) que o custo total da operação de recaptura dos dois fugitivos do presídio federal de Mossoró (RN) alcançou R$ 6 milhões, uma média de R$ 121 mil por dia. Os valores incluem gastos com passagens, diárias, combustíveis, manutenção e operações aéreas para agentes da Polícia Federal, da Polícia Rodoviária Federal, da Força Nacional e da Força Penal Nacional.

Rogério e Deibson foram transferidos de volta para o presídio de Mossoró durante a madrugada desta sexta-feira (5). Eles estão em celas separadas sob constante monitoramento. Após a fuga, a penitenciária passou por reformas e recebeu um novo sistema de monitoramento por câmeras.

R7

Postado em 6 de abril de 2024

Ministério da Saúde inclui vacinas de Covid-19 no Calendário Nacional de Vacinação

As vacinas de Covid-19 passaram a fazer parte do Calendário Nacional de Vacinação na nova Caderneta da Criança lançada nesta sexta-feira (5) pelo Ministério da Saúde.

O calendário recomenda esquema de três doses (aos 6, 7 e 9 meses de idade) da vacina de Covid-19. Caso não tenha iniciado ou completado o esquema primário até os 9 meses de idade, a vacina poderá ser administrada até 4 anos, 11 meses e 29 dias, conforme histórico vacinal, respeitando os intervalos mínimos recomendados de 4 semanas entre a 1ª e 2ª dose, e 8 semanas entre a 2ª e 3ª dose.

A Caderneta da Criança é voltada a crianças de até 9 anos e inclui o histórico de vacinação e orientações sobre desenvolvimento físico e mental, além de aspectos da educação, direitos garantidos e prevenção a violências. A impressão e distribuição da versão física do documento foi retomada após ter sido descontinuada há quatro anos.

De acordo com o Ministério da Saúde, todas as regiões do Brasil foram contempladas com um total de 6,4 milhões de exemplares. A pasta distribui o documento para as 26 secretarias estaduais e do Distrito Federal, e para todas as secretarias municipais de saúde das capitais e para os Distritos Sanitários Especiais Indígenas. A caderneta está disponível também em formato digital.

O Ministério da Saúde informou que o cálculo para distribuição do material contempla uma margem de segurança para o caso de eventualidades tais como enchentes, deslizamentos, incêndios ou demais perdas ou extravios. Os responsáveis por crianças que passarem por estas situações, podem se dirigir a uma Unidade Básica de Saúde ou à Secretaria Estadual ou Municipal de Saúde de sua localidade para solicitar outro exemplar.

Veja o Calendário de Vacinação Infantil

  • Ao nascer
    Vacina BCG (Dose única)

Doenças evitadas: formas graves da tuberculose (miliar e meníngea)

Doenças evitadas: Hepatite B

  • 2 meses
    Vacina adsorvida Difteria, Tétano, Pertussis, Hepatite B (recombinante) e Haemophilus influenzae B (conjugada) – (Penta) (1ª dose)

Doenças evitadas: Difteria, Tétano, Coqueluche, Hepatite B e infecções causadas pelo Haemophilus influenzae B

Vacina poliomielite 1, 2 e 3 (inativada) – (VIP) (1ª dose)

Doenças evitadas: Poliomielite

Vacina pneumocócica 10-valente (Conjugada) – (Pneumo 10) (1ª dose)

Doenças evitadas: infecções invasivas (como meningite e pneumonia) e otite média aguda, causadas pelos 10 sorotipos de Streptococus pneumoniae

Vacina rotavírus humano G1P1 8 – (VRH) (1ª dose)

Doenças evitadas: diarreia por rotavírus (Gastroenterites)

  • 3 meses
    Vacina meningocócica C (conjugada) – (Meningo C) (1ª dose)

Doenças evitadas: doença invasiva causada pela Neisseria meningitidis do sorogrupo C

  • 4 meses
    Vacina adsorvida Difteria, Tétano, pertussis, Hepatite B (recombinante) e Haemophilus influenzae B (conjugada) – (Penta) (2ª dose)

Doenças evitadas: Difteria, Tétano, Coqueluche, Hepatite B e infecções causadas pelo Haemophilus influenzae B

Vacina poliomielite 1, 2 e 3 (inativada) – (VIP) (2ª dose)

Doenças evitadas: Poliomielite

Vacina pneumocócica 10-valente (Conjugada) – (Pneumo 10) (2ª dose)

Doenças evitadas: infecções invasivas (como meningite e pneumonia ) e otite média aguda, causadas pelos 10 sorotipos Streptococus pneumoniae

Vacina rotavírus humano G1P1 8 – (VRH) (2ª dose)

Doenças evitadas: diarreia por rotavírus (Gastroenterites)

  • 5 meses
    Vacina meningocócica C (conjugada) – (Meningo C) (2ª dose)

Doenças evitadas: doença invasiva causada pela Neisseria meningitidis do sorogrupo C

  • 6 meses
    Vacina adsorvida Difteria, Tétano, pertussis, Hepatite B (recombinante) e Haemophilus influenzae B (conjugada) – (Penta) (3ª dose)

Doenças evitadas: Difteria, Tétano, Coqueluche, Hepatite B e infecções causadas pelo Haemophilus influenzae B

Vacina poliomielite 1, 2 e 3 (inativada) – (VIP) (3ª dose)

Doenças evitadas: Poliomielite

Vacina Influenza (1 ou 2 doses (anual))

Doenças evitadas: infecções pelo vírus influenza

Vacina Covid-19 (1ª dose)

Doenças evitadas: as formas graves e complicações pela covid-19

Obs.: A vacina Covid-19 está recomendada com esquema de 03 doses (aos 06, 07 e 09 meses de idade). Caso não tenha iniciado e/ou completado o esquema primário até os 09 meses de idade, a vacina poderá ser administrada até 04 anos, 11 meses e 29 dias, conforme histórico vacinal, respeitando os intervalos mínimos recomendados (04 semanas entre a 1ª e 2ª dose; e 08 semanas entre a 2ª e 3ª dose).

  • 7 meses
    Vacina Covid-19 (2ª dose)

Doenças evitadas: as formas graves e complicações pela covid-19

Obs.: A vacina Covid-19 está recomendada com esquema de 03 doses (aos 06, 07 e 09 meses de idade). Caso não tenha iniciado e/ou completado o esquema primário até os 09 meses de idade, a vacina poderá ser administrada até 04 anos, 11 meses e 29 dias, conforme histórico vacinal, respeitando os intervalos mínimos recomendados (04 semanas entre a 1ª e 2ª dose; e 08 semanas entre a 2ª e 3ª dose).

  • 9 meses
    Vacina Febre Amarela (atenuada) – (FA) (1 dose)

Doenças evitadas: Febre Amarela

Vacina Covid-19 (3ª dose)

Doenças evitadas: as formas graves e complicações pela covid-19

Obs.: A vacina Covid-19 está recomendada com esquema de 03 doses (aos 06, 07 e 09 meses de idade). Caso não tenha iniciado e/ou completado o esquema primário até os 09 meses de idade, a vacina poderá ser administrada até 04 anos, 11 meses e 29 dias, conforme histórico vacinal, respeitando os intervalos mínimos recomendados (04 semanas entre a 1ª e 2ª dose; e 08 semanas entre a 2ª e 3ª dose).

  • 12 meses
    Vacina pneumocócica 10-valente (Conjugada) – (Pneumo 10) (Reforço)

Doenças evitadas: infecções invasivas (como meninigite, pneumonia e otite média aguda), causadas pelos 10 sorotipos Streptococus pneumoniae

Vacina meningocócica C (conjugada) – (Meningo C) (Reforço)

Doenças evitadas: doença invasiva causada pela Neisseria meningitidis do sorogrupo C

Vacina Sarampo, Caxumba, Rubéola (Tríplice viral) (1ª dose)

Doenças evitadas: Sarampo, Caxumba e Rubéola

  • 15 meses
    Vacina adsorvida Difteria, Tétano e pertussis (DTP) (1º reforço)

Doenças evitadas: Difteria, Tétano, Coqueluche

Vacina poliomielite 1 e 3 (atenuada) – (VOPb) (1º reforço)

Doenças evitadas: Poliomielite

Vacina adsorvida Hepatite A (HA – inativada) (1 dose)

Doenças evitadas: Hepatite A

Vacina Tetra viral (1 dose)

Doenças evitadas: Sarampo, Caxumba, Rubéola e varicela

  • 4 anos
    Vacina adsorvida Difteria, Tétano e pertussis (DTP) (2º reforço)

Doenças evitadas: Difteria, Tétano, Coqueluche

Vacina Febre Amarela (atenuada) (Reforço)

Doenças evitadas: Febre Amarela

Vacina poliomielite 1 e 3 (atenuada) – (VOPb) (2º reforço)

Doenças evitadas: Poliomielite

Vacina varicela (monovalente) – (Varicela) (1 dose)

Doenças evitadas: Varicela

  • 5 anos
    Vacina Febre Amarela (atenuada) – (FA) (1 dose, caso a criança não tenha recebido as 2 doses recomendadas antes de completar 5 anos)

Doenças evitadas: Febre Amarela

Vacina pneumocócica 23-valente – (Pneumo 23) (1 dose)

Doenças evitadas: infecções invasivas pelo pneumococo na população indígena

  • 9 e 10 anos
    Vacina HPV Papilomavírus humano 6, 11, 16 e 18 (HPV4 – recombinante) (Dose única)

Doenças evitadas: Papilomavírus Humano 6, 11, 16 e 18

Obs.: Vítimas de abuso sexual, na faixa etária de 9 a 14 anos, possuem recomendação de duas doses da vacina HPV. De 15 a 45 anos, a recomendação é de três doses, considerando o histórico vacinal contra o HPV. Pessoas com papilomatose respiratória recorrente (PPR), a partir de 1 ano de idade, devem receber três doses da vacina. Para esses grupos, a vacina deve ser administrada mediante prescrição médica e o intervalo entre as doses deve ser confirmado na Unidade de Saúde.

R7

Postado em 6 de abril de 2024

Caso Miguel: Júri condena mãe e madrasta da criança a mais de 50 anos de prisão cada

O Fórum de Tramandaí, do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJ-RS), condenou na noite desta sexta-feira (5) as duas mulheres que torturaram, mataram e deram sumiço no corpo de Miguel, de 7 anos. O crime aconteceu em 2021 em Imbé, no litoral gaúcho e foi cometido pela mãe da criança e pela então companheira dela.

A mãe, Yasmin Vaz dos Santos Rodrigues (foto acima), foi condenada a 57 anos, 1 mês e 10 dias de prisão. Bruna Nathiele Porto da Rosa (foto abaixo) foi condenada a 51 anos, 1 mês e 20 dias. Os crimes são homicídio triplamente qualificado, tortura e ocultação de cadáver – o corpo de Miguel foi colocado dentro de uma bolsa de viagem e jogado em um rio.

O julgamento de Yasmin, de 28 anos, e Bruna, de 26, começou na quinta-feira (4) e se estendeu até a noite de hoje. Ambas estão presas desde a época do crime.

Relembre o Caso Miguel
De acordo com as investigações, Miguel dos Santos Rodrigues (foto acima) foi dopado, agredido, colocado dentro de uma mala e jogado em um rio que deságua no mar. O corpo nunca foi encontrado. Vídeos encontrados nos celulares das acusadas revelaram que a criança era mantida trancada em um armário e sofria tortura psicológica.

Os depoimentos dos policiais destacaram a frieza da mãe durante o processo. O delegado de polícia Antônio Ractz afirmou, no primeiro dia do julgamento: “Se eu pego uma criança de 7 anos, que eu não alimento, que eu não dou comida, quando eu pego a cabeça dessa criança e bato na parede para quebrar um azulejo, o que eu quero? Eu quero matar.”

SBT

Postado em 6 de abril de 2024

Aos 58 anos, avó canadense quebra recorde mundial ao fazer prancha abdominal por 4,5 horas

Avó de 12 crianças, DonnaJean Wilde, de 58 anos, bateu o recorde mundial de maior tempo em posição de prancha abdominal feminina, após permanecer nela durante 4 horas, 30 minutos e 11 segundos. A execução da prancha foi realizada na escola onde DonnaJean atuou como vice-diretora antes de se aposentar, em Alberta, no Canadá.

O novo recorde ultrapassa em pouco mais de 10 minutos a marca anterior, estabelecida pela compatriota canadense Dana Glowacka, em 2019. Para que o exercício seja considerado legal, é preciso os antebraços e dedos dos pés do desafiante toquem o chão o tempo todo. O restante do corpo deve permanecer levantado e reto.

Supervisionando a tentativa de recorde estava a árbitra oficial do Guinness World Records, Tina Shi, que monitorou de perto a forma de DonnaJean.

— Meus cotovelos doem muito — disse a recordista ao Guinness, depois de completar sua prancha. — Eu estava muito preocupado em não perder minha forma e acho que é por isso que meus quadríceps doíam, porque eu estava muito tensa.

Segundo a entrevista dada à organização do Livro dos Recordes, ela sentiu que as primeiras horas passaram rapidamente, mas as últimas foram muito mais difíceis.

— A última hora foi a mais desafiadora, apenas para manter o foco e manter a forma — afirmou ela, dizendo que especialmente durante os últimos 30 minutos, ela se concentrou em “respirar, manter a calma e não tremer”.

12 anos de preparação
A motivação para a conquista veio dos 12 netos que compareceram para assistir à tentativa de DonnaJean, além do grande público composto por alunos da escola.

Segundo seu marido, Randy, a recordista sofre de dores crônicas nas mãos e nos braços, por isso, está acostumada a perseverar nas adversidades. Ele acredita que a condição da esposa provou ser útil, e não um obstáculo.

— A dor crônica e a dormência com que ela lida todos os dias a ajudaram a ser capaz de superar a dor do exercício — disse ele.

Ela incorporou o exercício em sua rotina diária há 12 anos, depois de quebrar o pulso e não conseguir correr ou levantar pesos enquanto usava gesso. Atualmente, DonnaJean pratica prancha por até três horas todos os dias e, em preparação para a tentativa de recorde, ela aumentou para seis horas — divididas em dois blocos de três.

— Percebi que conseguia ler e fazer coisas quando estava fazendo pranchas e me apaixonei por isso — lembra ela. Além de assistir filmes na posição de prancha, DonnaJean fez todos os seus estudos de mestrado enquanto treinava.

O recorde mundial da prancha masculina é atualmente de 9 horas, 38 minutos e 47 segundos, alcançado no ano passado por Josef Šálek da República Tcheca.

folha PE

Postado em 6 de abril de 2024

Fendatal: Festival Nacional de Dança chega a Natal em abril para marcar história na dança brasileira

O Fendatal, aguardado evento organizado pelos mesmos responsáveis pelo Fendafor, anuncia sua chegada à cidade de Natal, de 11 a 14 de abril, no Teatro Alberto Maranhão. O festival integra o circuito nacional e internacional de dança, contando ainda com o valioso apoio da Fundação José Augusto, do Governo do Estado do Rio Grande do Norte, da Escola do Teatro Alberto Maranhão e da Loja Devant Acessórios para Dança.

Com uma proposta audaciosa, o Fendatal promete ser um marco para a dança no estado, oferecendo oportunidades únicas para centenas de bailarinos, grupos e escolas. Janne Ruth e Atenita Kaira, idealizadoras do evento, destacam a importância desse momento: “Nosso intuito é fazer a cidade respirar dança, ocupando não apenas o Teatro Alberto Maranhão, mas também outros locais e pontos turísticos com intervenções de dança, proporcionando uma experiência enriquecedora para todos os envolvidos.”

Além das apresentações e competições, o festival também se compromete com políticas afirmativas, destinando 10% das vagas para grupos e escolas que comprovem a presença de 60% de pessoas negras e/ou LGBTQIA+ e outros 10% para projetos sociais e escolas das periferias da cidade e arredores. Essa abordagem inclusiva visa não apenas celebrar a diversidade, mas também garantir oportunidades equitativas para todos os participantes.

Uma das grandes atrações do Fendatal é sua programação pedagógica, que oferecerá cursos ministrados por renomados mestres e professores de dança, incluindo nomes como Adriana Assaf de São Paulo, Jéssica Ferreira de Recife, Denízio Júnior de Fortaleza, Alex Lima de Campinas-SP, além de representantes do Festival de Livorno, na Itália: Lizandra Paz e Felipe Souza de Fortaleza. Esses cursos não apenas aprimoram habilidades técnicas, mas também estimulam a troca de conhecimento e experiências entre os participantes.

Outro destaque do Fendatal são as premiações em dinheiro, bolsas e isenções para festivais nacionais e internacionais, oferecendo aos talentos destacados oportunidades de reconhecimento e projeção em âmbito nacional e global. Além disso, os grupos premiados com desempenho elevado em seus respectivos FENDAS fora de Fortaleza serão exclusivamente considerados para o SUPER PRÊMIO FENDAFOR, durante o Festival em Fortaleza que acontecerá de 28 de junho a 7 de julho, com um prêmio no valor de R$ 12.000,00.

O Fendatal não se limita apenas ao palco do Teatro Alberto Maranhão. O evento oferece um ambiente de intercâmbio cultural e artístico, promovendo conversas online com jurados para feedback imediato e estabelecendo conexões valiosas entre os participantes, diretores de escolas e grupos.

O Fendatal é uma extensão do consagrado Fendafor de Fortaleza, um evento que há 23 anos vem sendo referência em dança, arte e cultura no Brasil e no mundo. Reconhecido pela UNESCO como o segundo maior festival de dança do Brasil e o maior em ação social, o Fendafor tem transformado o cenário da dança no Ceará e se tornou uma plataforma essencial para o reconhecimento e valorização dos talentos locais e internacionais.

Serviço

O público interessado em participar do Fendatal pode adquirir ingressos antecipadamente pelo Sympla, com valores de meia entrada a R$ 40,00 e inteira a R$ 80,00. Na bilheteria do evento, os valores serão de R$ 50,00 (meia) e R$ 100,00 (inteira). Todos os artistas participantes têm acesso livre a todas as sessões do evento, promovendo uma experiência imersiva e enriquecedora para os amantes da dança e das artes em geral.

Para mais informações sobre inscrições, programação e detalhes sobre o Fendatal, acesse o site oficial do evento em www.fendafor.com.br.

Postado em 5 de abril de 2024

Nova reviravolta do Campeonato Potiguar pode salvar Potyguar de Currais Novos do rebaixamento

O presidente da Federação Norte-Rio-Grandense de Futebol, José Vanildo, falou na última quinta-feira (4), com exclusividade ao Jogo Rápido, da 96FM, sobre uma possível irregularidade no Campeonato Potiguar que pudesse mudar o curso da luta contra o rebaixamento.

A “bomba” sobre a situação estourou nesta quinta (5), quando foi revelado pelo blog de Anthony Medeiros que a irregularidade citada por Vanildo seria do jogador do Globo, Renilson, que já tem 20 anos, e deveria ter status de profissional, conforme regulamento do Campeonato Potiguar.

Renilson esteve presente em, pelo menos, duas partidas (contra Santa Cruz e América) com o status de amador.

Segue o artigo que trata da situação:

“É vedada a participação de atletas não profissionais que completarem

20 (vinte) anos de idade. Para fins deste parágrafo, o atleta não profissional estará

regular para a disputa do Campeonato até 1 (um) dia antes do seu aniversário de 20

(vinte) anos de idade”.

96FM

Postado em 5 de abril de 2024

Boate na Lapa, onde turista denunciou estupro coletivo, é interditado preventivamente até o fim das investigações

O barco Portal Club, localizado na Rua do Lavradio, na Lapa, foi interditado pela Secretaria de Ordem Pública (Seop), na noite de quinta-feira. O local foi onde um turista sul-americano, de 25 anos, denunciou ter sido vítima de um estupro coletivo no último domingo. Na manhã desta sexta-feira, uma viatura da Guarda Municipal patrulha a região.

A medida administrativa, segundo a pasta, foi tomada preventivamente para “preservar a segurança, a ordem pública e para que o local permaneça fechado até o encerramento das investigações” da polícia.

Denúncia do crime
Após o crime, o jovem escreveu uma carta sobre o que aconteceu naquela noite. No relato, ela conta que não sabia o que era o “Dark Room” e achou que estava indo para uma pista de dança. Em tradução literal, Dark Room significa quarto escuro. O espaço é um ambiente instalado em barcos ou festas para pessoas que procuram um local discreto para praticar atividades sexuais.

“Aconteceu o que foi relatado, que eu realmente não consigo nem repetir. Não sei como deixei aquele quarto escuro. Quando recuperei um pouco a consciência, estava sentado em uma cadeira na boate chorando e gritando com minha amiga de um lado e uma segurança do outro”, escreveu ela.

A jovem conta que, quando se deu conta do que aconteceu, tentou explicar as seguranças, mas teve dificuldades por não saber falar português. “Fiquei muito chocada naquele momento, eu estava gritando e chorava tanto que nem conseguia respirar”, conta ela.

O GLOBO teve acesso a vídeos do interior do barco, que mostram a vítima conversando com seguranças e o gerente do barco após um jovem denunciador do estupro coletivo e, depois, deixando um Portal Club acompanhado das seguranças da casa noturna e de duas amigas.

Só depois que uma pessoa chegou e começou a traduzir, ela conseguiu se comunicar com as seguranças. “Pedi que me mostrassem as câmeras para entender o que havia acontecido, e a segurança disse que só poderia fazer isso com autorização da polícia. Comecei a entrar em pânico novamente porque eles realmente não estavam me dando nenhuma solução”, escreve ela.

Pela razão de ter perdido a consciência algumas vezes, ela relata não saber precisar de quantas pessoas estavam envolvidas, mas desconfia de amigos do rapaz que ela conheceu no local.

“A segurança disse que me viu entrando naquele quarto escuro com um homem por minha própria vontade. Eu disse a ele que realmente não sabia o que estava comemorando porque isso realmente não existe no meu país. Pensei que era outra pista de dança. Ele fez um gesto como se não pudesse fazer nada com isso. Comecei a me desesperar novamente. Se a segurança do local não poderia me ajudar e entender o que estava acontecendo, como a polícia iria fazer?”, diz ela em outro trecho da carta.

No relato, ela diz que uma amiga decidiu chamar a polícia, mas os funcionários dizem que não é necessário, já que tem uma delegacia na rua e que os seguranças acompanhariam as duas até o local.

“Durante todo o caminho, não consegui parar de gritar e chorar. A segurança me disse que eu tinha que me enganou porque não poderia ir até a delegacia daquele jeito. Eu não consegui me irritar.[…] Percebi os riscos das relações sexuais, não sabia se tinha usado camisinha ou não. Comecei a entrar em pânico de novo, não consigo respirar”, escreve ela.

Com o desespero, elas desistem do registro e vão direto para o hospital.

“Aquele momento foi realmente horrível. Todo o processo como vítima. Lembro quando estava me dando todas as soluções. Estou vivendo esse horror, e eles estão em casa dormindo”.

Na carta, ela agradece o tratamento da equipe do hospital e diz que foi tratado da melhor maneira possível.

“Estou de volta em casa e só quero descansar e esquecer. Acordar e pensar que toda minha viagem pelo Brasil foi um pesadelo, que isso não aconteceu e voltar à minha vida normal. Não sei se há justiça ou não, mas já disse tudo o que tinha a dizer e fiz tudo o que tinha que fazer. Espero que a minha história ajude outras mulheres que passaram pela mesma coisa a serem encorajadas a falar, que saibam que não estão sozinhas. Quando realmente consegui explicar o que aconteceu comigo, foi uma equipe muito grande de mulheres que me acolheu em todos os lugares onde passei meu tempo pelo Brasil, sem dúvida eu não teria conseguido isso sem elas”, escreve ela.

A vítima atuou na Comissão da Mulher da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) na terça-feira e em seguida fez o registro de ocorrência na Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam) do Centro do Rio. Nos primeiros relatos, ela contou que desconfia que alguém possa ter adulterado sua bebida.

Segundo a Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam) do Centro, uma perícia foi realizada no local e os agentes analisaram imagens de câmeras de segurança. Testemunhas estão sendo ouvidas e demais diligências estão em andamento para esclarecer o caso.

Outra vítima
Após a repercussão do caso da turista, outra mulher procurou a Comissão da Mulher da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) para denunciar um estupro coletivo na mesma boate, em novembro do ano passado. Segundo a deputada Renata Souza (Psol), a vítima atuou diretamente pelas redes sociais.

— É uma situação muito semelhante. Ela conta que foi para o barco assistir ao show de um amigo e começou a passar mal de repente. Ela disse que a essa é a última coisa que se lembra. Depois, ela acordou no Dark Room, despida e com dois homens, também despidos. Ela se desesperou na hora sem entender o que aconteceu — conta Renata.

De acordo com Renata, a mulher descobre que foi estuprada após ir ao banheiro e que a todo momento as seguranças fizeram crer que ela entrou no quarto escuro por livre vontade.

Barco não tem autorização dos Bombeiros para funcionar
O Corpo de Bombeiros informou que o barco Portal Club funciona irregularmente, uma vez que não tem o certificado de Vistoria Anual (CVA) — que garante a segurança contra incêndio e pânico. Por essa razão, o espaço será vistoriado e poderá ser fechado. Pessoas que frequentam a região contam o local fica lotado aos finais de semana e que a maioria do público é de jovens, com idades entre 19 e 27 anos.

O estabelecimento está localizado na Rua do Lavradio, na Lapa, uma das mais movimentadas da região. Ao lado funcionam também a Delegacia da Criança e do Adolescente Vítima (DCAV), a Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi), além da subsecretária de Inteligência da Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro. A cerca de 600 metros funciona também a Delegacia de Atendimento à Mulher (DEAM), que investiga o caso.

Em nota divulgada nas redes sociais, o Portal Club disse que está comprometido com a investigação e que deseja que os responsáveis ​​sejam “devidamente punidos”. Veja na íntegra:

Diante dos graves acontecimentos relatados, a casa deseja deixar claro publicamente que repudia veementemente e nunca irá apoiar qualquer forma de intolerância, opressão ou violência contra as mulheres.

Assim que tomamos conhecimento do incidente, a casa generosamente acolheu a vítima e se colocou à disposição das autoridades para que os fatos fossem imediatamente investigados e esclarecidos. Além disso, são fornecidas imagens e áudio do circuito de segurança aos responsáveis ​​​​pela investigação, onde será comprovado todo o apoio que prestamos à vítima, juntamente com os dados dos clientes apresentados no dia, que foram colocados o nome na lista ou ingresso adquirido antecipadamente.

Estamos comprometidos com a busca pela verdade e desejamos que os responsáveis ​​sejam devidamente punidos.

Como uma casa LGBTQIA+, estamos sempre empenhados na luta pelos direitos das minorias e das mulheres. Estamos e sempre estaremos aqui para oferecer todo o apoio e colaboração possível.

O GLOBO

Postado em 5 de abril de 2024

‘Acharam que era ansiedade’, diz irmã de jovem morta com suspeita de dengue

“Éramos companheiras, parceiras, cúmplices. Ela era tudo na minha vida.” As palavras são de Luiza Cunha de Amorim, de 18 anos, que perdeu a irmã mais velha, Sofia, de 22, com suspeita de dengue , no dia 27 de março.

Sofia estava grávida de 7 meses, e o bebê também não resistiu. Ao UOL , Luiza relata as dificuldades no atendimento à irmã e os momentos difíceis que passou sem sua melhor amiga.

‘Pensaram que era ansiedade ‘
Luiza conta que a irmã começou a sentir náuseas e desconforto no dia 22 de março. Sofia não se preocupou pois acreditava que eram sintomas da gestação. Dois dias depois, o estado de saúde da jovem piorou e ela foi internada. A família passou de Pirenópolis a Goiânia para acompanhar Sofia no hospital.

No primeiro dia de internação, uma inspiradara teve falta de ar , e exames mostraram que, além de estar com as placas baixas, algumas enzimas hepáticas também estavam alteradas , o que poderia indicar dengue. Segundo os médicos, porém, o diagnóstico só seria confirmado após outro exame, que levaria alguns dias para ficar pronto.

No segundo dia de internação, os médicos tinham quase certeza de que a falta de ar e o desconforto de Sofia eram causados ​​pela ansiedade. Chegaram até a enviar uma psicóloga para conversar com ela, mas minha irmã explicou que não se tratava de ansiedade, mas de um mal-estar real. Eles queriam dar alta para ela, alegando que poderiam terminar o tratamento em casa. Minha mãe se opôs veementemente, pois Sofia ainda estava com exames alterados e suspeitas de dengue. Não tinha como levá-la para casa nessa situação.

Após o pedido da família, os exames em Sofia foram refeitos. Com resultados preocupantes, os médicos optaram por fazer uma ausculta pulmonar seguida de um raio-x —foi constatado, então, que havia líquido nos pulmões.

No terceiro dia de internação, o jovem teve falência múltipla de órgãos e morreu . “Uma médica muito competente supervisionou o caso, mas era tarde demais para reverter o quadro. Se ao menos fosse feito mais cedo, talvez o desfecho fosse diferente.”

É angustiante pensar que, se ouvisse Sofia desde o início, a história poderia ter sido outra. A falta de atenção e cuidado com o paciente é devastadora. No caso de Sofia, não foi apenas uma vida perdida, mas duas, pois o bebê também não resistiu. Só ouviram a liberação dela quando já era tarde.

Para a família, houve negligência médica e o caso será levado à Justiça. “Estamos tomando medidas legais não por dinheiro, mas para que a Justiça seja feita e para que isso sirva de lição. Os médicos precisam entender que cada paciente é um ser humano com uma história, sentimentos, família e sonhos. A morte de Sofia foi uma tragédia que poderia ter sido evitada fez com que seus sintomas fossem ouvidos desde o início. É uma dor insuportável que nada pode amenizar”, diz a irmã.

O Hospital Mater Dei Premium disse, em nota, que segue “rigorosamente os protocolos estabelecidos pelo Ministério da Saúde para assistência a pacientes com dengue” e que “presta solidariedade à família”.

Bebê foi considerado um milagre
Sofia era casada e, segundo a irmã, usava DIU (dispositivo intrauterino). O método contraceptivo “estava em dia” e a gravidez foi uma surpresa para toda a família. Luíza seria a madrinha e todo o enxoval já estava praticamente pronto. Sofia e o marido também estavam realizando um grande sonho: mudar para uma casa própria.

O Dante [bebê] já foi um milagre em nossas vidas desde o princípio. Nós vibramos muito, por mais que fosse inesperado, ele foi amado desde o primeiro segundo. Fizemos tantos planos que saberíamos que não serão realizados.

Companheirismo

Sofia e Luiza cresceram juntas e se tornaram melhores amigas. A jovem conta que a irmã era uma mulher amável, educada, compreensiva e apaixonada pela literatura.

Ela sempre foi uma pessoa que gostava de unir todo o mundo. Não brigava com ninguém. Nós nunca ficamos por muito tempo brigadas. Acho que, no máximo, cinco, dez minutos, e depois a gente já estava junta e grudada de novo, assistindo a filmes, conversando, fofocando.

Lembro que na noite anterior a ela começamos a passar mal, conversamos por horas, contamos piadas. Tínhamos uma relação muito boa. Parece que a qualquer momento vou acordar esse pesadelo. A ficha está caindo agora, mas preciso ser forte. Nunca mais vou ter a mesma empolgação que antes, mas a vida continua. É muito triste que tenha de ser sem ela.

Homenagem
Luiza tatuou uma frase que recebeu de Sofia em uma dedicatória de um livro, como forma de homenagem. O sobrinho também foi lembrado com uma tatuagem.

Fiz [tatuagem do] pezinho e mãozinha dele. Ele foi velado com minha irmã e estava todo formado. Foi o bebê mais lindo que já vi na vida. Escrevi Dante com a letra do meu cunhado, pai do bebê, porque ele comprou um vinho em Portugal e escreveu na garrafa. Ele bebeu o vinho no dia em que Dante nasceu, e ele acabou bebendo no dia que ele veio ao mundo e faleceu também.

Luiza diz que a irmã já está fazendo falta para ela e toda a família. “Em todos os momentos, ela faz falta. Desde a hora em que eu acordo até a hora em que vou dormir e agora até sonhando ela tem feito falta. Vou carregar Sofia na minha alma pelo resto da minha vida. Na minha pele, não meu corpo e na minha carne até o dia em que eu virar pó.”

UOL

Postado em 5 de abril de 2024

Gari do Alemão escreve livro sobre rotina nas ruas do RJ e dará palestra em Harvard

A rotina de varrição das ruas no bairro de Ramos, no Complexo do Alemão , conjunto de comunidades na zona norte do Rio de Janeiro , rendeu livro e vai levar Valdeci Boareto, 55, palestrante em Harvard, uma das universidades mais prestigiadas do mundo.

O gari do Alemão foi chamado para falar nos Estados Unidos meses após o lançamento de seu primeiro livro.

“No início, quando o pessoal da conferência foi designado, eu pensei que fosse trote. Como tive que ralar muito para conseguir tudo o que tenho na vida, foi difícil acreditar no convite para andar de avião pela primeira vez a caminho de um lugar incrível”, conta.

O autor vai participar do painel “Servindo ao Brasil” da Brazil Conference at Harvard & MIT, evento anual promovido por estudantes brasileiros em Boston, que terá sua edição décima no fim de semana.

Com moderação do médico Drauzio Varella , a conversa será composta por servidores públicos que atuam no fortalecimento da democracia brasileira. Boareto vai falar de saneamento básico e o papel da sociedade na limpeza urbana. Completam a mesa uma professora de escola municipal, uma enfermeira do SUS, uma profissional do Ibama e uma agente da Polícia Civil.

“Ter pela primeira vez um coletor de lixo e escritor em Harvard é muito importante. A mensagem de que a presença de Valdeci na conferência passa é que existem heróis na sociedade brasileira que geralmente não têm acesso a espaços de poder, mas garantem uma vida em sociedade harmoniosa”, afirma Eduardo Vasconcelos, copresidente da conferência.

O escritor chegou a repetir cinco vezes a quarta série porque seu principal especificamente na escola era se alimentar, em vez de estudar. Ele terminou o ensino médio aos 28 anos.

Na graduação, Boareto precisou sair do curso de psicologia para não ter como pagar a mensalidade. Com a interrupção dos sonhos de concluir o ensino superior e de abrir um consultório para orientar pessoas mais pobres, o gari encontrou na escrita uma maneira de transmitir seus conhecimentos aos leitores.

No livro “Comportamento que te Salva – A Vida Sob o Olhar de um Gari que Só quer Respeito”, o autor aborda a inteligência emocional por meio de suas experiências na limpeza urbana.

Uma das histórias de que ele mais gosta é a do dia em que ele limpava a área debaixo de um viaduto. Uma pessoa começou a sujar tudo de novo e rir do seu trabalho. Com autocontrole, Valdeci começou a aconselhar o pedestre, que avisou estar com problemas pessoais. No fim da conversa, os dois se abraçaram.

“Nós sempre encontramos pessoas que vão querer estragar nosso trabalho. Ali eu tenho domínio próprio, resiliência e empatia, habilidades que abordo no livro”, explica.

Há 27 anos na Comlurb, o servidor público começou a escrever durante a pandemia. Em 2020, ele se desestabilizou ao se deparar com duas carretas cheias de corpos em frente ao Hospital Municipal Ronaldo Gazolla em Acari, zona norte da cidade.

Para se libertar dos gatilhos emocionais, o gari mudou para Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense.

“Eu nunca escrevi, mas durante a pandemia percebi que a vida passava muito rápida. Foi aí que comecei a registrar as minhas histórias para deixar um legado à população”, diz.

Após finalizar a escrita, o autor identifica o amigo Guilhermo Kalifer. Fundador do Instituto +QLivro, consultoria para escritores de favelas e de baixa renda. “O instituto auxiliou Valdeci na organização, diagramação e na edição do livro em parceria com uma editora”, afirma Kalifer.

A obra foi publicada com custo limitado e parcelada em dez vezes. O autor conseguiu antecipar o pagamento integral da dívida no segundo mês.

“Parcelamos e reduzimos o valor principalmente pela história que ele queria contar. Valdeci é tão batalhador que conseguiu uma vaga para palestrar na Bienal do Livro”, disse Thaís Oliveira, editora-chefe da Sal&Luz.

O lançamento da publicação foi em grande estilo na Bienal do Livro de 2023. O servidor público acompanhou o passeio dos alunos da Escola Municipal Padre Manoel da Nóbrega, zona norte do Rio, onde trabalha na coleta de lixo há dois anos.

“A presença de um escritor na escola traz representatividade para os alunos. Ainda que sejam incentivados por nós, professores, eles têm um exemplo prático de uma pessoa próxima que a literatura fez chegar em um lugar de destaque”, conta Liliana Narciso, professora .

Agora, Boareto prepara um novo livro voltado para o público infantil. Após voltar de Harvard, ele pretende dar continuidade à obra e abrir um projeto com uma equipe de assistentes sociais e psicólogos para dar palestras em favelas.

“O ‘comportamento que te salva’ é aquele que te faz crescer e definir o seu futuro”, resume.

Folha de SP

Postado em 5 de abril de 2024

‘Me sinto maravilhoso’, diz paciente curado do HIV com tratamento raro; veja entrevista

Nas últimas quatro décadas, a ciência trilhou um caminho brilhante na lida com o vírus HIV. Em uma via, foram criados testes confiáveis ​​e ágeis. Paralelamente, os cientistas conseguiram colocar no mercado — e nos sistemas de saúde — ofertas de medicamentos antirretrovirais, que iniciaram a ação do agente infeccioso no organismo, o que permite aos pacientes (que seguem o tratamento com rigor) vivam plenamente e com saúde, longe da síndrome da imunodeficiência adquirida, a Aids .

Mais recentemente, a medicina se vê diante de uma nova e fantástica revolução: um pequeno grupo de pessoas que apresenta a remissão total, algo próximo da cura, para o contato com o vírus. Entre eles, é o norte-americano Paul Edmonds, de 68 anos, que passou por um difícil transplante de células-tronco com material de outra pessoa — que tinha o organismo com uma mutação resistente ao HIV. Transplantado há cinco anos, ele está há três sem tomar os medicamentos antirretrovirais. Quando chegar aos cinco, poderá ser considerado totalmente curado do vírus, que segue sem qualquer sinal de aparecimento em seu organismo até agora.

O tratamento, delicado e custódio, só foi possível porque Paul também buscava saída para outra doença grave: o quadro de leucemia mieloide aguda, um tipo de câncer no sangue. Recuperado dos dois problemas de saúde, o artista plástico que levará ao mundo sua história de esperança. Ao GLOBO, ele falou sobre como se sente agora, do estigma em relação ao HIV e de sua jornada dentro do City of Hope, um dos maiores centros de tratamento do câncer do mundo, localizado em Los Angeles, nos Estados Unidos.

Como você está agora?
Sinto-me maravilhoso. Já faz cinco anos desde que fizemos o transplante, me sinto ótimo. Sou considerado curado para a leucemia e o HIV segue em remissão. Está tudo ótimo.

Como é sua rotina? Tem que fazer muitos exames ainda?
Vou fazer um acompanhamento ao longo do caminho. No começo, passando por exames em todas as semanas. Depois para uma vez a cada catorze dias e então uma vez a cada três semanas, uma vez ao mês. Agora faço uma vez a cada seis meses. Em breve, assim espero, será só uma vez ao ano. Tenho que viajar cerca de duas horas para chegar ao hospital e ver o médico, não é tão fácil.

Como reagiu quando recebeu o diagnóstico de HIV?
Recebi meu diagnóstico para o vírus HIV e para Aids (a síndrome que causa imunodeficiência após a infecção não tratada pelo vírus) porque minha contagem de células T CD4 estava muito baixa, em 1988. Na época, comecei com o AZT, pois era a única droga disponível naquele ano. Foi bem quando baixaram a dose do medicamento pela metade, sou grato por terem feito isso. Acho que perdi muitos amigos por conta da toxicidade desse tipo de droga. Mas era um medicamento muito difícil de lidar, as drogas no começo (para HIV) eram muito ruins, os efeitos eram muito severos. Eles começaram a melhorar em 1990. Quando fui detectado com HIV as pessoas costumavam viver apenas cerca de 2 anos após descobrir o vírus. Então, eu fui sorteado.

E o diagnóstico de leucemia?
Eu sempre via meu médico para controlar o HIV, a cada três meses fazia exames. Em junho de 2018, algo parecia errado. Meu médico me encaminhou para um hematologista que tinha síndrome mielodisplásica (um problema relacionado à falência da medula óssea). Nessa época eu morava em São Francisco, mas decidi ir para Los Angeles, para o City of Hope (um hospital e centro de pesquisa clínica). Pouco antes descobri que uma síndrome havia evoluído para leucemia mieloide aguda. Pouco depois do diagnóstico começamos a quimioterapia, o que ocorreu entre outubro e janeiro. Em fevereiro de 2019, porém, fizemos o transplante de medula óssea. Acho que por conta do meu diagnóstico de HIV, que convivi por tantos anos, consegui aceitar melhor e estava um pouco mais preparado para lidar com algo assim. Mesmo com a quimioterapia eu me dei bem. Não foi tão ruim quanto eu esperava e nem tão difícil quanto os primeiros medicamentos para HIV.

Qual o procedimento de um transplante de células-tronco?
É parecido com uma transfusão de sangue. Levou algo como 30 minutos. Não sinto nada, sabe? Não fiquei doente, ou algo assim. Eles (os médicos) não sabem como você irá reagir. É bem arriscado, se algo não for certo ou seu corpo pode ser rejeitado. Há problemas que podem até ser fatais. Mas não passei por nada disso. Tive um quadro de doença do enxerto contra hospedeiro (uma complicação comum em transplantes do tipo), algumas aftas e os olhos ficaram um pouco secos, foi apenas isso.

Sente o corpo diferente?
Meus exames melhoraram muito, tanto a função do fígado quanto do rim. Eles não eram péssimos, mas ainda são melhores.

Como foi tomada a decisão de aceitar um procedimento tão inovador e extremo? Você poderia seguir por um caminho mais conservador…
Eu não tinha muita opção. Era fazer isso ou não fazer nada e eu provavelmente não iria sobreviver. Foi automático, ao receber a proposta disse “com certeza, vamos nessa”.

Além de sua decisão pessoal, seu tratamento oferece uma grande contribuição para a ciência, para a humanidade. Qual é a sua sensação sobre isso?
Me levou um tempo até entender o que eu represento para muitas pessoas. Tenho participado de conferências sobre HIV, para algumas pessoas (médicos e cientistas) é um exemplo do que eles estão trabalhando para o que acontece. Tem sido uma grande experiência. Passarei, inclusive, meu aniversário de 69 anos, no próximo mês de julho, na conferência internacional de HIV em Munique, na Alemanha.

Chegou, na sua vida, a lidar com estigma e preconceito por ter sido revelado com o HIV?
Me mudei para São Francisco em 1976. Em 1980, as pessoas começaram a ficar doentes e ninguém sabia direito o que estava acontecendo. Chegaram a chamar de “câncer gay”. Aquela foi uma época realmente assustadora, as pessoas tinham medo umas das outras. Foi um tempo muito sombrio. Foi por isso que só fui me testar em 1988, demorei porque achei possível que o teste desse positivo. Naquele ano, meu pai morreu de câncer de pulmão e notei que se soubéssemos antes do quadro dele, talvez seria possível fazer algo a mais. Então decida-me testar. O estigma esteve presente, isso sempre foi uma luta, mas melhorou.

Qual foi o papel de seu marido em seu tratamento?
Nos conhecemos em 1992 em São Francisco, estamos juntos há 32 anos. Passamos por tudo juntos, nos apoiamos e nos cuidamos. Ele também é HIV positivo, ele não sabia quando nos conjuramos, mas se testou. Porém ele está muito bem, claro.

Agora você sabe que terá muitos anos com saúde. Como você deseja viver?
Quero continuar o que estou fazendo agora. Seguirei pintando quadros e conversando em conferências sobre HIV. Há algumas semanas estivemos na Universidade da Califórnia, em San Diego, com uns 300 estudantes e eles ficaram muito abertos em conversar comigo, passaram umas duas horas fazendo perguntas.

Chegou a conhecer seu doador?
Enviei uma carta, mas ele prefere manter o anonimato. Eu respeito isso. Tudo o que sei é que trata-se de um homem dos Estados Unidos que hoje deve ter uns 40 anos. Adoraria conhecê-lo, mas respeito o desejo dele.

Suas redes sociais são cheias de pessoas querendo saber de seu tratamento. Recebe muitas mensagens?
Sim, tudo é muito positivo. Só recebo boas mensagens, é algo maravilhoso. Sinto que dou esperança às pessoas.

O GLOBO

Postado em 5 de abril de 2024