Ministério da Saúde inclui vacinas de Covid-19 no Calendário Nacional de Vacinação

As vacinas de Covid-19 passaram a fazer parte do Calendário Nacional de Vacinação na nova Caderneta da Criança lançada nesta sexta-feira (5) pelo Ministério da Saúde.

O calendário recomenda esquema de três doses (aos 6, 7 e 9 meses de idade) da vacina de Covid-19. Caso não tenha iniciado ou completado o esquema primário até os 9 meses de idade, a vacina poderá ser administrada até 4 anos, 11 meses e 29 dias, conforme histórico vacinal, respeitando os intervalos mínimos recomendados de 4 semanas entre a 1ª e 2ª dose, e 8 semanas entre a 2ª e 3ª dose.

A Caderneta da Criança é voltada a crianças de até 9 anos e inclui o histórico de vacinação e orientações sobre desenvolvimento físico e mental, além de aspectos da educação, direitos garantidos e prevenção a violências. A impressão e distribuição da versão física do documento foi retomada após ter sido descontinuada há quatro anos.

De acordo com o Ministério da Saúde, todas as regiões do Brasil foram contempladas com um total de 6,4 milhões de exemplares. A pasta distribui o documento para as 26 secretarias estaduais e do Distrito Federal, e para todas as secretarias municipais de saúde das capitais e para os Distritos Sanitários Especiais Indígenas. A caderneta está disponível também em formato digital.

O Ministério da Saúde informou que o cálculo para distribuição do material contempla uma margem de segurança para o caso de eventualidades tais como enchentes, deslizamentos, incêndios ou demais perdas ou extravios. Os responsáveis por crianças que passarem por estas situações, podem se dirigir a uma Unidade Básica de Saúde ou à Secretaria Estadual ou Municipal de Saúde de sua localidade para solicitar outro exemplar.

Veja o Calendário de Vacinação Infantil

  • Ao nascer
    Vacina BCG (Dose única)

Doenças evitadas: formas graves da tuberculose (miliar e meníngea)

Doenças evitadas: Hepatite B

  • 2 meses
    Vacina adsorvida Difteria, Tétano, Pertussis, Hepatite B (recombinante) e Haemophilus influenzae B (conjugada) – (Penta) (1ª dose)

Doenças evitadas: Difteria, Tétano, Coqueluche, Hepatite B e infecções causadas pelo Haemophilus influenzae B

Vacina poliomielite 1, 2 e 3 (inativada) – (VIP) (1ª dose)

Doenças evitadas: Poliomielite

Vacina pneumocócica 10-valente (Conjugada) – (Pneumo 10) (1ª dose)

Doenças evitadas: infecções invasivas (como meningite e pneumonia) e otite média aguda, causadas pelos 10 sorotipos de Streptococus pneumoniae

Vacina rotavírus humano G1P1 8 – (VRH) (1ª dose)

Doenças evitadas: diarreia por rotavírus (Gastroenterites)

  • 3 meses
    Vacina meningocócica C (conjugada) – (Meningo C) (1ª dose)

Doenças evitadas: doença invasiva causada pela Neisseria meningitidis do sorogrupo C

  • 4 meses
    Vacina adsorvida Difteria, Tétano, pertussis, Hepatite B (recombinante) e Haemophilus influenzae B (conjugada) – (Penta) (2ª dose)

Doenças evitadas: Difteria, Tétano, Coqueluche, Hepatite B e infecções causadas pelo Haemophilus influenzae B

Vacina poliomielite 1, 2 e 3 (inativada) – (VIP) (2ª dose)

Doenças evitadas: Poliomielite

Vacina pneumocócica 10-valente (Conjugada) – (Pneumo 10) (2ª dose)

Doenças evitadas: infecções invasivas (como meningite e pneumonia ) e otite média aguda, causadas pelos 10 sorotipos Streptococus pneumoniae

Vacina rotavírus humano G1P1 8 – (VRH) (2ª dose)

Doenças evitadas: diarreia por rotavírus (Gastroenterites)

  • 5 meses
    Vacina meningocócica C (conjugada) – (Meningo C) (2ª dose)

Doenças evitadas: doença invasiva causada pela Neisseria meningitidis do sorogrupo C

  • 6 meses
    Vacina adsorvida Difteria, Tétano, pertussis, Hepatite B (recombinante) e Haemophilus influenzae B (conjugada) – (Penta) (3ª dose)

Doenças evitadas: Difteria, Tétano, Coqueluche, Hepatite B e infecções causadas pelo Haemophilus influenzae B

Vacina poliomielite 1, 2 e 3 (inativada) – (VIP) (3ª dose)

Doenças evitadas: Poliomielite

Vacina Influenza (1 ou 2 doses (anual))

Doenças evitadas: infecções pelo vírus influenza

Vacina Covid-19 (1ª dose)

Doenças evitadas: as formas graves e complicações pela covid-19

Obs.: A vacina Covid-19 está recomendada com esquema de 03 doses (aos 06, 07 e 09 meses de idade). Caso não tenha iniciado e/ou completado o esquema primário até os 09 meses de idade, a vacina poderá ser administrada até 04 anos, 11 meses e 29 dias, conforme histórico vacinal, respeitando os intervalos mínimos recomendados (04 semanas entre a 1ª e 2ª dose; e 08 semanas entre a 2ª e 3ª dose).

  • 7 meses
    Vacina Covid-19 (2ª dose)

Doenças evitadas: as formas graves e complicações pela covid-19

Obs.: A vacina Covid-19 está recomendada com esquema de 03 doses (aos 06, 07 e 09 meses de idade). Caso não tenha iniciado e/ou completado o esquema primário até os 09 meses de idade, a vacina poderá ser administrada até 04 anos, 11 meses e 29 dias, conforme histórico vacinal, respeitando os intervalos mínimos recomendados (04 semanas entre a 1ª e 2ª dose; e 08 semanas entre a 2ª e 3ª dose).

  • 9 meses
    Vacina Febre Amarela (atenuada) – (FA) (1 dose)

Doenças evitadas: Febre Amarela

Vacina Covid-19 (3ª dose)

Doenças evitadas: as formas graves e complicações pela covid-19

Obs.: A vacina Covid-19 está recomendada com esquema de 03 doses (aos 06, 07 e 09 meses de idade). Caso não tenha iniciado e/ou completado o esquema primário até os 09 meses de idade, a vacina poderá ser administrada até 04 anos, 11 meses e 29 dias, conforme histórico vacinal, respeitando os intervalos mínimos recomendados (04 semanas entre a 1ª e 2ª dose; e 08 semanas entre a 2ª e 3ª dose).

  • 12 meses
    Vacina pneumocócica 10-valente (Conjugada) – (Pneumo 10) (Reforço)

Doenças evitadas: infecções invasivas (como meninigite, pneumonia e otite média aguda), causadas pelos 10 sorotipos Streptococus pneumoniae

Vacina meningocócica C (conjugada) – (Meningo C) (Reforço)

Doenças evitadas: doença invasiva causada pela Neisseria meningitidis do sorogrupo C

Vacina Sarampo, Caxumba, Rubéola (Tríplice viral) (1ª dose)

Doenças evitadas: Sarampo, Caxumba e Rubéola

  • 15 meses
    Vacina adsorvida Difteria, Tétano e pertussis (DTP) (1º reforço)

Doenças evitadas: Difteria, Tétano, Coqueluche

Vacina poliomielite 1 e 3 (atenuada) – (VOPb) (1º reforço)

Doenças evitadas: Poliomielite

Vacina adsorvida Hepatite A (HA – inativada) (1 dose)

Doenças evitadas: Hepatite A

Vacina Tetra viral (1 dose)

Doenças evitadas: Sarampo, Caxumba, Rubéola e varicela

  • 4 anos
    Vacina adsorvida Difteria, Tétano e pertussis (DTP) (2º reforço)

Doenças evitadas: Difteria, Tétano, Coqueluche

Vacina Febre Amarela (atenuada) (Reforço)

Doenças evitadas: Febre Amarela

Vacina poliomielite 1 e 3 (atenuada) – (VOPb) (2º reforço)

Doenças evitadas: Poliomielite

Vacina varicela (monovalente) – (Varicela) (1 dose)

Doenças evitadas: Varicela

  • 5 anos
    Vacina Febre Amarela (atenuada) – (FA) (1 dose, caso a criança não tenha recebido as 2 doses recomendadas antes de completar 5 anos)

Doenças evitadas: Febre Amarela

Vacina pneumocócica 23-valente – (Pneumo 23) (1 dose)

Doenças evitadas: infecções invasivas pelo pneumococo na população indígena

  • 9 e 10 anos
    Vacina HPV Papilomavírus humano 6, 11, 16 e 18 (HPV4 – recombinante) (Dose única)

Doenças evitadas: Papilomavírus Humano 6, 11, 16 e 18

Obs.: Vítimas de abuso sexual, na faixa etária de 9 a 14 anos, possuem recomendação de duas doses da vacina HPV. De 15 a 45 anos, a recomendação é de três doses, considerando o histórico vacinal contra o HPV. Pessoas com papilomatose respiratória recorrente (PPR), a partir de 1 ano de idade, devem receber três doses da vacina. Para esses grupos, a vacina deve ser administrada mediante prescrição médica e o intervalo entre as doses deve ser confirmado na Unidade de Saúde.

R7

Postado em 6 de abril de 2024

Caso Miguel: Júri condena mãe e madrasta da criança a mais de 50 anos de prisão cada

O Fórum de Tramandaí, do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJ-RS), condenou na noite desta sexta-feira (5) as duas mulheres que torturaram, mataram e deram sumiço no corpo de Miguel, de 7 anos. O crime aconteceu em 2021 em Imbé, no litoral gaúcho e foi cometido pela mãe da criança e pela então companheira dela.

A mãe, Yasmin Vaz dos Santos Rodrigues (foto acima), foi condenada a 57 anos, 1 mês e 10 dias de prisão. Bruna Nathiele Porto da Rosa (foto abaixo) foi condenada a 51 anos, 1 mês e 20 dias. Os crimes são homicídio triplamente qualificado, tortura e ocultação de cadáver – o corpo de Miguel foi colocado dentro de uma bolsa de viagem e jogado em um rio.

O julgamento de Yasmin, de 28 anos, e Bruna, de 26, começou na quinta-feira (4) e se estendeu até a noite de hoje. Ambas estão presas desde a época do crime.

Relembre o Caso Miguel
De acordo com as investigações, Miguel dos Santos Rodrigues (foto acima) foi dopado, agredido, colocado dentro de uma mala e jogado em um rio que deságua no mar. O corpo nunca foi encontrado. Vídeos encontrados nos celulares das acusadas revelaram que a criança era mantida trancada em um armário e sofria tortura psicológica.

Os depoimentos dos policiais destacaram a frieza da mãe durante o processo. O delegado de polícia Antônio Ractz afirmou, no primeiro dia do julgamento: “Se eu pego uma criança de 7 anos, que eu não alimento, que eu não dou comida, quando eu pego a cabeça dessa criança e bato na parede para quebrar um azulejo, o que eu quero? Eu quero matar.”

SBT

Postado em 6 de abril de 2024

Aos 58 anos, avó canadense quebra recorde mundial ao fazer prancha abdominal por 4,5 horas

Avó de 12 crianças, DonnaJean Wilde, de 58 anos, bateu o recorde mundial de maior tempo em posição de prancha abdominal feminina, após permanecer nela durante 4 horas, 30 minutos e 11 segundos. A execução da prancha foi realizada na escola onde DonnaJean atuou como vice-diretora antes de se aposentar, em Alberta, no Canadá.

O novo recorde ultrapassa em pouco mais de 10 minutos a marca anterior, estabelecida pela compatriota canadense Dana Glowacka, em 2019. Para que o exercício seja considerado legal, é preciso os antebraços e dedos dos pés do desafiante toquem o chão o tempo todo. O restante do corpo deve permanecer levantado e reto.

Supervisionando a tentativa de recorde estava a árbitra oficial do Guinness World Records, Tina Shi, que monitorou de perto a forma de DonnaJean.

— Meus cotovelos doem muito — disse a recordista ao Guinness, depois de completar sua prancha. — Eu estava muito preocupado em não perder minha forma e acho que é por isso que meus quadríceps doíam, porque eu estava muito tensa.

Segundo a entrevista dada à organização do Livro dos Recordes, ela sentiu que as primeiras horas passaram rapidamente, mas as últimas foram muito mais difíceis.

— A última hora foi a mais desafiadora, apenas para manter o foco e manter a forma — afirmou ela, dizendo que especialmente durante os últimos 30 minutos, ela se concentrou em “respirar, manter a calma e não tremer”.

12 anos de preparação
A motivação para a conquista veio dos 12 netos que compareceram para assistir à tentativa de DonnaJean, além do grande público composto por alunos da escola.

Segundo seu marido, Randy, a recordista sofre de dores crônicas nas mãos e nos braços, por isso, está acostumada a perseverar nas adversidades. Ele acredita que a condição da esposa provou ser útil, e não um obstáculo.

— A dor crônica e a dormência com que ela lida todos os dias a ajudaram a ser capaz de superar a dor do exercício — disse ele.

Ela incorporou o exercício em sua rotina diária há 12 anos, depois de quebrar o pulso e não conseguir correr ou levantar pesos enquanto usava gesso. Atualmente, DonnaJean pratica prancha por até três horas todos os dias e, em preparação para a tentativa de recorde, ela aumentou para seis horas — divididas em dois blocos de três.

— Percebi que conseguia ler e fazer coisas quando estava fazendo pranchas e me apaixonei por isso — lembra ela. Além de assistir filmes na posição de prancha, DonnaJean fez todos os seus estudos de mestrado enquanto treinava.

O recorde mundial da prancha masculina é atualmente de 9 horas, 38 minutos e 47 segundos, alcançado no ano passado por Josef Šálek da República Tcheca.

folha PE

Postado em 6 de abril de 2024

Fendatal: Festival Nacional de Dança chega a Natal em abril para marcar história na dança brasileira

O Fendatal, aguardado evento organizado pelos mesmos responsáveis pelo Fendafor, anuncia sua chegada à cidade de Natal, de 11 a 14 de abril, no Teatro Alberto Maranhão. O festival integra o circuito nacional e internacional de dança, contando ainda com o valioso apoio da Fundação José Augusto, do Governo do Estado do Rio Grande do Norte, da Escola do Teatro Alberto Maranhão e da Loja Devant Acessórios para Dança.

Com uma proposta audaciosa, o Fendatal promete ser um marco para a dança no estado, oferecendo oportunidades únicas para centenas de bailarinos, grupos e escolas. Janne Ruth e Atenita Kaira, idealizadoras do evento, destacam a importância desse momento: “Nosso intuito é fazer a cidade respirar dança, ocupando não apenas o Teatro Alberto Maranhão, mas também outros locais e pontos turísticos com intervenções de dança, proporcionando uma experiência enriquecedora para todos os envolvidos.”

Além das apresentações e competições, o festival também se compromete com políticas afirmativas, destinando 10% das vagas para grupos e escolas que comprovem a presença de 60% de pessoas negras e/ou LGBTQIA+ e outros 10% para projetos sociais e escolas das periferias da cidade e arredores. Essa abordagem inclusiva visa não apenas celebrar a diversidade, mas também garantir oportunidades equitativas para todos os participantes.

Uma das grandes atrações do Fendatal é sua programação pedagógica, que oferecerá cursos ministrados por renomados mestres e professores de dança, incluindo nomes como Adriana Assaf de São Paulo, Jéssica Ferreira de Recife, Denízio Júnior de Fortaleza, Alex Lima de Campinas-SP, além de representantes do Festival de Livorno, na Itália: Lizandra Paz e Felipe Souza de Fortaleza. Esses cursos não apenas aprimoram habilidades técnicas, mas também estimulam a troca de conhecimento e experiências entre os participantes.

Outro destaque do Fendatal são as premiações em dinheiro, bolsas e isenções para festivais nacionais e internacionais, oferecendo aos talentos destacados oportunidades de reconhecimento e projeção em âmbito nacional e global. Além disso, os grupos premiados com desempenho elevado em seus respectivos FENDAS fora de Fortaleza serão exclusivamente considerados para o SUPER PRÊMIO FENDAFOR, durante o Festival em Fortaleza que acontecerá de 28 de junho a 7 de julho, com um prêmio no valor de R$ 12.000,00.

O Fendatal não se limita apenas ao palco do Teatro Alberto Maranhão. O evento oferece um ambiente de intercâmbio cultural e artístico, promovendo conversas online com jurados para feedback imediato e estabelecendo conexões valiosas entre os participantes, diretores de escolas e grupos.

O Fendatal é uma extensão do consagrado Fendafor de Fortaleza, um evento que há 23 anos vem sendo referência em dança, arte e cultura no Brasil e no mundo. Reconhecido pela UNESCO como o segundo maior festival de dança do Brasil e o maior em ação social, o Fendafor tem transformado o cenário da dança no Ceará e se tornou uma plataforma essencial para o reconhecimento e valorização dos talentos locais e internacionais.

Serviço

O público interessado em participar do Fendatal pode adquirir ingressos antecipadamente pelo Sympla, com valores de meia entrada a R$ 40,00 e inteira a R$ 80,00. Na bilheteria do evento, os valores serão de R$ 50,00 (meia) e R$ 100,00 (inteira). Todos os artistas participantes têm acesso livre a todas as sessões do evento, promovendo uma experiência imersiva e enriquecedora para os amantes da dança e das artes em geral.

Para mais informações sobre inscrições, programação e detalhes sobre o Fendatal, acesse o site oficial do evento em www.fendafor.com.br.

Postado em 5 de abril de 2024

Nova reviravolta do Campeonato Potiguar pode salvar Potyguar de Currais Novos do rebaixamento

O presidente da Federação Norte-Rio-Grandense de Futebol, José Vanildo, falou na última quinta-feira (4), com exclusividade ao Jogo Rápido, da 96FM, sobre uma possível irregularidade no Campeonato Potiguar que pudesse mudar o curso da luta contra o rebaixamento.

A “bomba” sobre a situação estourou nesta quinta (5), quando foi revelado pelo blog de Anthony Medeiros que a irregularidade citada por Vanildo seria do jogador do Globo, Renilson, que já tem 20 anos, e deveria ter status de profissional, conforme regulamento do Campeonato Potiguar.

Renilson esteve presente em, pelo menos, duas partidas (contra Santa Cruz e América) com o status de amador.

Segue o artigo que trata da situação:

“É vedada a participação de atletas não profissionais que completarem

20 (vinte) anos de idade. Para fins deste parágrafo, o atleta não profissional estará

regular para a disputa do Campeonato até 1 (um) dia antes do seu aniversário de 20

(vinte) anos de idade”.

96FM

Postado em 5 de abril de 2024

Boate na Lapa, onde turista denunciou estupro coletivo, é interditado preventivamente até o fim das investigações

O barco Portal Club, localizado na Rua do Lavradio, na Lapa, foi interditado pela Secretaria de Ordem Pública (Seop), na noite de quinta-feira. O local foi onde um turista sul-americano, de 25 anos, denunciou ter sido vítima de um estupro coletivo no último domingo. Na manhã desta sexta-feira, uma viatura da Guarda Municipal patrulha a região.

A medida administrativa, segundo a pasta, foi tomada preventivamente para “preservar a segurança, a ordem pública e para que o local permaneça fechado até o encerramento das investigações” da polícia.

Denúncia do crime
Após o crime, o jovem escreveu uma carta sobre o que aconteceu naquela noite. No relato, ela conta que não sabia o que era o “Dark Room” e achou que estava indo para uma pista de dança. Em tradução literal, Dark Room significa quarto escuro. O espaço é um ambiente instalado em barcos ou festas para pessoas que procuram um local discreto para praticar atividades sexuais.

“Aconteceu o que foi relatado, que eu realmente não consigo nem repetir. Não sei como deixei aquele quarto escuro. Quando recuperei um pouco a consciência, estava sentado em uma cadeira na boate chorando e gritando com minha amiga de um lado e uma segurança do outro”, escreveu ela.

A jovem conta que, quando se deu conta do que aconteceu, tentou explicar as seguranças, mas teve dificuldades por não saber falar português. “Fiquei muito chocada naquele momento, eu estava gritando e chorava tanto que nem conseguia respirar”, conta ela.

O GLOBO teve acesso a vídeos do interior do barco, que mostram a vítima conversando com seguranças e o gerente do barco após um jovem denunciador do estupro coletivo e, depois, deixando um Portal Club acompanhado das seguranças da casa noturna e de duas amigas.

Só depois que uma pessoa chegou e começou a traduzir, ela conseguiu se comunicar com as seguranças. “Pedi que me mostrassem as câmeras para entender o que havia acontecido, e a segurança disse que só poderia fazer isso com autorização da polícia. Comecei a entrar em pânico novamente porque eles realmente não estavam me dando nenhuma solução”, escreve ela.

Pela razão de ter perdido a consciência algumas vezes, ela relata não saber precisar de quantas pessoas estavam envolvidas, mas desconfia de amigos do rapaz que ela conheceu no local.

“A segurança disse que me viu entrando naquele quarto escuro com um homem por minha própria vontade. Eu disse a ele que realmente não sabia o que estava comemorando porque isso realmente não existe no meu país. Pensei que era outra pista de dança. Ele fez um gesto como se não pudesse fazer nada com isso. Comecei a me desesperar novamente. Se a segurança do local não poderia me ajudar e entender o que estava acontecendo, como a polícia iria fazer?”, diz ela em outro trecho da carta.

No relato, ela diz que uma amiga decidiu chamar a polícia, mas os funcionários dizem que não é necessário, já que tem uma delegacia na rua e que os seguranças acompanhariam as duas até o local.

“Durante todo o caminho, não consegui parar de gritar e chorar. A segurança me disse que eu tinha que me enganou porque não poderia ir até a delegacia daquele jeito. Eu não consegui me irritar.[…] Percebi os riscos das relações sexuais, não sabia se tinha usado camisinha ou não. Comecei a entrar em pânico de novo, não consigo respirar”, escreve ela.

Com o desespero, elas desistem do registro e vão direto para o hospital.

“Aquele momento foi realmente horrível. Todo o processo como vítima. Lembro quando estava me dando todas as soluções. Estou vivendo esse horror, e eles estão em casa dormindo”.

Na carta, ela agradece o tratamento da equipe do hospital e diz que foi tratado da melhor maneira possível.

“Estou de volta em casa e só quero descansar e esquecer. Acordar e pensar que toda minha viagem pelo Brasil foi um pesadelo, que isso não aconteceu e voltar à minha vida normal. Não sei se há justiça ou não, mas já disse tudo o que tinha a dizer e fiz tudo o que tinha que fazer. Espero que a minha história ajude outras mulheres que passaram pela mesma coisa a serem encorajadas a falar, que saibam que não estão sozinhas. Quando realmente consegui explicar o que aconteceu comigo, foi uma equipe muito grande de mulheres que me acolheu em todos os lugares onde passei meu tempo pelo Brasil, sem dúvida eu não teria conseguido isso sem elas”, escreve ela.

A vítima atuou na Comissão da Mulher da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) na terça-feira e em seguida fez o registro de ocorrência na Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam) do Centro do Rio. Nos primeiros relatos, ela contou que desconfia que alguém possa ter adulterado sua bebida.

Segundo a Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam) do Centro, uma perícia foi realizada no local e os agentes analisaram imagens de câmeras de segurança. Testemunhas estão sendo ouvidas e demais diligências estão em andamento para esclarecer o caso.

Outra vítima
Após a repercussão do caso da turista, outra mulher procurou a Comissão da Mulher da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) para denunciar um estupro coletivo na mesma boate, em novembro do ano passado. Segundo a deputada Renata Souza (Psol), a vítima atuou diretamente pelas redes sociais.

— É uma situação muito semelhante. Ela conta que foi para o barco assistir ao show de um amigo e começou a passar mal de repente. Ela disse que a essa é a última coisa que se lembra. Depois, ela acordou no Dark Room, despida e com dois homens, também despidos. Ela se desesperou na hora sem entender o que aconteceu — conta Renata.

De acordo com Renata, a mulher descobre que foi estuprada após ir ao banheiro e que a todo momento as seguranças fizeram crer que ela entrou no quarto escuro por livre vontade.

Barco não tem autorização dos Bombeiros para funcionar
O Corpo de Bombeiros informou que o barco Portal Club funciona irregularmente, uma vez que não tem o certificado de Vistoria Anual (CVA) — que garante a segurança contra incêndio e pânico. Por essa razão, o espaço será vistoriado e poderá ser fechado. Pessoas que frequentam a região contam o local fica lotado aos finais de semana e que a maioria do público é de jovens, com idades entre 19 e 27 anos.

O estabelecimento está localizado na Rua do Lavradio, na Lapa, uma das mais movimentadas da região. Ao lado funcionam também a Delegacia da Criança e do Adolescente Vítima (DCAV), a Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi), além da subsecretária de Inteligência da Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro. A cerca de 600 metros funciona também a Delegacia de Atendimento à Mulher (DEAM), que investiga o caso.

Em nota divulgada nas redes sociais, o Portal Club disse que está comprometido com a investigação e que deseja que os responsáveis ​​sejam “devidamente punidos”. Veja na íntegra:

Diante dos graves acontecimentos relatados, a casa deseja deixar claro publicamente que repudia veementemente e nunca irá apoiar qualquer forma de intolerância, opressão ou violência contra as mulheres.

Assim que tomamos conhecimento do incidente, a casa generosamente acolheu a vítima e se colocou à disposição das autoridades para que os fatos fossem imediatamente investigados e esclarecidos. Além disso, são fornecidas imagens e áudio do circuito de segurança aos responsáveis ​​​​pela investigação, onde será comprovado todo o apoio que prestamos à vítima, juntamente com os dados dos clientes apresentados no dia, que foram colocados o nome na lista ou ingresso adquirido antecipadamente.

Estamos comprometidos com a busca pela verdade e desejamos que os responsáveis ​​sejam devidamente punidos.

Como uma casa LGBTQIA+, estamos sempre empenhados na luta pelos direitos das minorias e das mulheres. Estamos e sempre estaremos aqui para oferecer todo o apoio e colaboração possível.

O GLOBO

Postado em 5 de abril de 2024

‘Acharam que era ansiedade’, diz irmã de jovem morta com suspeita de dengue

“Éramos companheiras, parceiras, cúmplices. Ela era tudo na minha vida.” As palavras são de Luiza Cunha de Amorim, de 18 anos, que perdeu a irmã mais velha, Sofia, de 22, com suspeita de dengue , no dia 27 de março.

Sofia estava grávida de 7 meses, e o bebê também não resistiu. Ao UOL , Luiza relata as dificuldades no atendimento à irmã e os momentos difíceis que passou sem sua melhor amiga.

‘Pensaram que era ansiedade ‘
Luiza conta que a irmã começou a sentir náuseas e desconforto no dia 22 de março. Sofia não se preocupou pois acreditava que eram sintomas da gestação. Dois dias depois, o estado de saúde da jovem piorou e ela foi internada. A família passou de Pirenópolis a Goiânia para acompanhar Sofia no hospital.

No primeiro dia de internação, uma inspiradara teve falta de ar , e exames mostraram que, além de estar com as placas baixas, algumas enzimas hepáticas também estavam alteradas , o que poderia indicar dengue. Segundo os médicos, porém, o diagnóstico só seria confirmado após outro exame, que levaria alguns dias para ficar pronto.

No segundo dia de internação, os médicos tinham quase certeza de que a falta de ar e o desconforto de Sofia eram causados ​​pela ansiedade. Chegaram até a enviar uma psicóloga para conversar com ela, mas minha irmã explicou que não se tratava de ansiedade, mas de um mal-estar real. Eles queriam dar alta para ela, alegando que poderiam terminar o tratamento em casa. Minha mãe se opôs veementemente, pois Sofia ainda estava com exames alterados e suspeitas de dengue. Não tinha como levá-la para casa nessa situação.

Após o pedido da família, os exames em Sofia foram refeitos. Com resultados preocupantes, os médicos optaram por fazer uma ausculta pulmonar seguida de um raio-x —foi constatado, então, que havia líquido nos pulmões.

No terceiro dia de internação, o jovem teve falência múltipla de órgãos e morreu . “Uma médica muito competente supervisionou o caso, mas era tarde demais para reverter o quadro. Se ao menos fosse feito mais cedo, talvez o desfecho fosse diferente.”

É angustiante pensar que, se ouvisse Sofia desde o início, a história poderia ter sido outra. A falta de atenção e cuidado com o paciente é devastadora. No caso de Sofia, não foi apenas uma vida perdida, mas duas, pois o bebê também não resistiu. Só ouviram a liberação dela quando já era tarde.

Para a família, houve negligência médica e o caso será levado à Justiça. “Estamos tomando medidas legais não por dinheiro, mas para que a Justiça seja feita e para que isso sirva de lição. Os médicos precisam entender que cada paciente é um ser humano com uma história, sentimentos, família e sonhos. A morte de Sofia foi uma tragédia que poderia ter sido evitada fez com que seus sintomas fossem ouvidos desde o início. É uma dor insuportável que nada pode amenizar”, diz a irmã.

O Hospital Mater Dei Premium disse, em nota, que segue “rigorosamente os protocolos estabelecidos pelo Ministério da Saúde para assistência a pacientes com dengue” e que “presta solidariedade à família”.

Bebê foi considerado um milagre
Sofia era casada e, segundo a irmã, usava DIU (dispositivo intrauterino). O método contraceptivo “estava em dia” e a gravidez foi uma surpresa para toda a família. Luíza seria a madrinha e todo o enxoval já estava praticamente pronto. Sofia e o marido também estavam realizando um grande sonho: mudar para uma casa própria.

O Dante [bebê] já foi um milagre em nossas vidas desde o princípio. Nós vibramos muito, por mais que fosse inesperado, ele foi amado desde o primeiro segundo. Fizemos tantos planos que saberíamos que não serão realizados.

Companheirismo

Sofia e Luiza cresceram juntas e se tornaram melhores amigas. A jovem conta que a irmã era uma mulher amável, educada, compreensiva e apaixonada pela literatura.

Ela sempre foi uma pessoa que gostava de unir todo o mundo. Não brigava com ninguém. Nós nunca ficamos por muito tempo brigadas. Acho que, no máximo, cinco, dez minutos, e depois a gente já estava junta e grudada de novo, assistindo a filmes, conversando, fofocando.

Lembro que na noite anterior a ela começamos a passar mal, conversamos por horas, contamos piadas. Tínhamos uma relação muito boa. Parece que a qualquer momento vou acordar esse pesadelo. A ficha está caindo agora, mas preciso ser forte. Nunca mais vou ter a mesma empolgação que antes, mas a vida continua. É muito triste que tenha de ser sem ela.

Homenagem
Luiza tatuou uma frase que recebeu de Sofia em uma dedicatória de um livro, como forma de homenagem. O sobrinho também foi lembrado com uma tatuagem.

Fiz [tatuagem do] pezinho e mãozinha dele. Ele foi velado com minha irmã e estava todo formado. Foi o bebê mais lindo que já vi na vida. Escrevi Dante com a letra do meu cunhado, pai do bebê, porque ele comprou um vinho em Portugal e escreveu na garrafa. Ele bebeu o vinho no dia em que Dante nasceu, e ele acabou bebendo no dia que ele veio ao mundo e faleceu também.

Luiza diz que a irmã já está fazendo falta para ela e toda a família. “Em todos os momentos, ela faz falta. Desde a hora em que eu acordo até a hora em que vou dormir e agora até sonhando ela tem feito falta. Vou carregar Sofia na minha alma pelo resto da minha vida. Na minha pele, não meu corpo e na minha carne até o dia em que eu virar pó.”

UOL

Postado em 5 de abril de 2024

Gari do Alemão escreve livro sobre rotina nas ruas do RJ e dará palestra em Harvard

A rotina de varrição das ruas no bairro de Ramos, no Complexo do Alemão , conjunto de comunidades na zona norte do Rio de Janeiro , rendeu livro e vai levar Valdeci Boareto, 55, palestrante em Harvard, uma das universidades mais prestigiadas do mundo.

O gari do Alemão foi chamado para falar nos Estados Unidos meses após o lançamento de seu primeiro livro.

“No início, quando o pessoal da conferência foi designado, eu pensei que fosse trote. Como tive que ralar muito para conseguir tudo o que tenho na vida, foi difícil acreditar no convite para andar de avião pela primeira vez a caminho de um lugar incrível”, conta.

O autor vai participar do painel “Servindo ao Brasil” da Brazil Conference at Harvard & MIT, evento anual promovido por estudantes brasileiros em Boston, que terá sua edição décima no fim de semana.

Com moderação do médico Drauzio Varella , a conversa será composta por servidores públicos que atuam no fortalecimento da democracia brasileira. Boareto vai falar de saneamento básico e o papel da sociedade na limpeza urbana. Completam a mesa uma professora de escola municipal, uma enfermeira do SUS, uma profissional do Ibama e uma agente da Polícia Civil.

“Ter pela primeira vez um coletor de lixo e escritor em Harvard é muito importante. A mensagem de que a presença de Valdeci na conferência passa é que existem heróis na sociedade brasileira que geralmente não têm acesso a espaços de poder, mas garantem uma vida em sociedade harmoniosa”, afirma Eduardo Vasconcelos, copresidente da conferência.

O escritor chegou a repetir cinco vezes a quarta série porque seu principal especificamente na escola era se alimentar, em vez de estudar. Ele terminou o ensino médio aos 28 anos.

Na graduação, Boareto precisou sair do curso de psicologia para não ter como pagar a mensalidade. Com a interrupção dos sonhos de concluir o ensino superior e de abrir um consultório para orientar pessoas mais pobres, o gari encontrou na escrita uma maneira de transmitir seus conhecimentos aos leitores.

No livro “Comportamento que te Salva – A Vida Sob o Olhar de um Gari que Só quer Respeito”, o autor aborda a inteligência emocional por meio de suas experiências na limpeza urbana.

Uma das histórias de que ele mais gosta é a do dia em que ele limpava a área debaixo de um viaduto. Uma pessoa começou a sujar tudo de novo e rir do seu trabalho. Com autocontrole, Valdeci começou a aconselhar o pedestre, que avisou estar com problemas pessoais. No fim da conversa, os dois se abraçaram.

“Nós sempre encontramos pessoas que vão querer estragar nosso trabalho. Ali eu tenho domínio próprio, resiliência e empatia, habilidades que abordo no livro”, explica.

Há 27 anos na Comlurb, o servidor público começou a escrever durante a pandemia. Em 2020, ele se desestabilizou ao se deparar com duas carretas cheias de corpos em frente ao Hospital Municipal Ronaldo Gazolla em Acari, zona norte da cidade.

Para se libertar dos gatilhos emocionais, o gari mudou para Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense.

“Eu nunca escrevi, mas durante a pandemia percebi que a vida passava muito rápida. Foi aí que comecei a registrar as minhas histórias para deixar um legado à população”, diz.

Após finalizar a escrita, o autor identifica o amigo Guilhermo Kalifer. Fundador do Instituto +QLivro, consultoria para escritores de favelas e de baixa renda. “O instituto auxiliou Valdeci na organização, diagramação e na edição do livro em parceria com uma editora”, afirma Kalifer.

A obra foi publicada com custo limitado e parcelada em dez vezes. O autor conseguiu antecipar o pagamento integral da dívida no segundo mês.

“Parcelamos e reduzimos o valor principalmente pela história que ele queria contar. Valdeci é tão batalhador que conseguiu uma vaga para palestrar na Bienal do Livro”, disse Thaís Oliveira, editora-chefe da Sal&Luz.

O lançamento da publicação foi em grande estilo na Bienal do Livro de 2023. O servidor público acompanhou o passeio dos alunos da Escola Municipal Padre Manoel da Nóbrega, zona norte do Rio, onde trabalha na coleta de lixo há dois anos.

“A presença de um escritor na escola traz representatividade para os alunos. Ainda que sejam incentivados por nós, professores, eles têm um exemplo prático de uma pessoa próxima que a literatura fez chegar em um lugar de destaque”, conta Liliana Narciso, professora .

Agora, Boareto prepara um novo livro voltado para o público infantil. Após voltar de Harvard, ele pretende dar continuidade à obra e abrir um projeto com uma equipe de assistentes sociais e psicólogos para dar palestras em favelas.

“O ‘comportamento que te salva’ é aquele que te faz crescer e definir o seu futuro”, resume.

Folha de SP

Postado em 5 de abril de 2024

‘Me sinto maravilhoso’, diz paciente curado do HIV com tratamento raro; veja entrevista

Nas últimas quatro décadas, a ciência trilhou um caminho brilhante na lida com o vírus HIV. Em uma via, foram criados testes confiáveis ​​e ágeis. Paralelamente, os cientistas conseguiram colocar no mercado — e nos sistemas de saúde — ofertas de medicamentos antirretrovirais, que iniciaram a ação do agente infeccioso no organismo, o que permite aos pacientes (que seguem o tratamento com rigor) vivam plenamente e com saúde, longe da síndrome da imunodeficiência adquirida, a Aids .

Mais recentemente, a medicina se vê diante de uma nova e fantástica revolução: um pequeno grupo de pessoas que apresenta a remissão total, algo próximo da cura, para o contato com o vírus. Entre eles, é o norte-americano Paul Edmonds, de 68 anos, que passou por um difícil transplante de células-tronco com material de outra pessoa — que tinha o organismo com uma mutação resistente ao HIV. Transplantado há cinco anos, ele está há três sem tomar os medicamentos antirretrovirais. Quando chegar aos cinco, poderá ser considerado totalmente curado do vírus, que segue sem qualquer sinal de aparecimento em seu organismo até agora.

O tratamento, delicado e custódio, só foi possível porque Paul também buscava saída para outra doença grave: o quadro de leucemia mieloide aguda, um tipo de câncer no sangue. Recuperado dos dois problemas de saúde, o artista plástico que levará ao mundo sua história de esperança. Ao GLOBO, ele falou sobre como se sente agora, do estigma em relação ao HIV e de sua jornada dentro do City of Hope, um dos maiores centros de tratamento do câncer do mundo, localizado em Los Angeles, nos Estados Unidos.

Como você está agora?
Sinto-me maravilhoso. Já faz cinco anos desde que fizemos o transplante, me sinto ótimo. Sou considerado curado para a leucemia e o HIV segue em remissão. Está tudo ótimo.

Como é sua rotina? Tem que fazer muitos exames ainda?
Vou fazer um acompanhamento ao longo do caminho. No começo, passando por exames em todas as semanas. Depois para uma vez a cada catorze dias e então uma vez a cada três semanas, uma vez ao mês. Agora faço uma vez a cada seis meses. Em breve, assim espero, será só uma vez ao ano. Tenho que viajar cerca de duas horas para chegar ao hospital e ver o médico, não é tão fácil.

Como reagiu quando recebeu o diagnóstico de HIV?
Recebi meu diagnóstico para o vírus HIV e para Aids (a síndrome que causa imunodeficiência após a infecção não tratada pelo vírus) porque minha contagem de células T CD4 estava muito baixa, em 1988. Na época, comecei com o AZT, pois era a única droga disponível naquele ano. Foi bem quando baixaram a dose do medicamento pela metade, sou grato por terem feito isso. Acho que perdi muitos amigos por conta da toxicidade desse tipo de droga. Mas era um medicamento muito difícil de lidar, as drogas no começo (para HIV) eram muito ruins, os efeitos eram muito severos. Eles começaram a melhorar em 1990. Quando fui detectado com HIV as pessoas costumavam viver apenas cerca de 2 anos após descobrir o vírus. Então, eu fui sorteado.

E o diagnóstico de leucemia?
Eu sempre via meu médico para controlar o HIV, a cada três meses fazia exames. Em junho de 2018, algo parecia errado. Meu médico me encaminhou para um hematologista que tinha síndrome mielodisplásica (um problema relacionado à falência da medula óssea). Nessa época eu morava em São Francisco, mas decidi ir para Los Angeles, para o City of Hope (um hospital e centro de pesquisa clínica). Pouco antes descobri que uma síndrome havia evoluído para leucemia mieloide aguda. Pouco depois do diagnóstico começamos a quimioterapia, o que ocorreu entre outubro e janeiro. Em fevereiro de 2019, porém, fizemos o transplante de medula óssea. Acho que por conta do meu diagnóstico de HIV, que convivi por tantos anos, consegui aceitar melhor e estava um pouco mais preparado para lidar com algo assim. Mesmo com a quimioterapia eu me dei bem. Não foi tão ruim quanto eu esperava e nem tão difícil quanto os primeiros medicamentos para HIV.

Qual o procedimento de um transplante de células-tronco?
É parecido com uma transfusão de sangue. Levou algo como 30 minutos. Não sinto nada, sabe? Não fiquei doente, ou algo assim. Eles (os médicos) não sabem como você irá reagir. É bem arriscado, se algo não for certo ou seu corpo pode ser rejeitado. Há problemas que podem até ser fatais. Mas não passei por nada disso. Tive um quadro de doença do enxerto contra hospedeiro (uma complicação comum em transplantes do tipo), algumas aftas e os olhos ficaram um pouco secos, foi apenas isso.

Sente o corpo diferente?
Meus exames melhoraram muito, tanto a função do fígado quanto do rim. Eles não eram péssimos, mas ainda são melhores.

Como foi tomada a decisão de aceitar um procedimento tão inovador e extremo? Você poderia seguir por um caminho mais conservador…
Eu não tinha muita opção. Era fazer isso ou não fazer nada e eu provavelmente não iria sobreviver. Foi automático, ao receber a proposta disse “com certeza, vamos nessa”.

Além de sua decisão pessoal, seu tratamento oferece uma grande contribuição para a ciência, para a humanidade. Qual é a sua sensação sobre isso?
Me levou um tempo até entender o que eu represento para muitas pessoas. Tenho participado de conferências sobre HIV, para algumas pessoas (médicos e cientistas) é um exemplo do que eles estão trabalhando para o que acontece. Tem sido uma grande experiência. Passarei, inclusive, meu aniversário de 69 anos, no próximo mês de julho, na conferência internacional de HIV em Munique, na Alemanha.

Chegou, na sua vida, a lidar com estigma e preconceito por ter sido revelado com o HIV?
Me mudei para São Francisco em 1976. Em 1980, as pessoas começaram a ficar doentes e ninguém sabia direito o que estava acontecendo. Chegaram a chamar de “câncer gay”. Aquela foi uma época realmente assustadora, as pessoas tinham medo umas das outras. Foi um tempo muito sombrio. Foi por isso que só fui me testar em 1988, demorei porque achei possível que o teste desse positivo. Naquele ano, meu pai morreu de câncer de pulmão e notei que se soubéssemos antes do quadro dele, talvez seria possível fazer algo a mais. Então decida-me testar. O estigma esteve presente, isso sempre foi uma luta, mas melhorou.

Qual foi o papel de seu marido em seu tratamento?
Nos conhecemos em 1992 em São Francisco, estamos juntos há 32 anos. Passamos por tudo juntos, nos apoiamos e nos cuidamos. Ele também é HIV positivo, ele não sabia quando nos conjuramos, mas se testou. Porém ele está muito bem, claro.

Agora você sabe que terá muitos anos com saúde. Como você deseja viver?
Quero continuar o que estou fazendo agora. Seguirei pintando quadros e conversando em conferências sobre HIV. Há algumas semanas estivemos na Universidade da Califórnia, em San Diego, com uns 300 estudantes e eles ficaram muito abertos em conversar comigo, passaram umas duas horas fazendo perguntas.

Chegou a conhecer seu doador?
Enviei uma carta, mas ele prefere manter o anonimato. Eu respeito isso. Tudo o que sei é que trata-se de um homem dos Estados Unidos que hoje deve ter uns 40 anos. Adoraria conhecê-lo, mas respeito o desejo dele.

Suas redes sociais são cheias de pessoas querendo saber de seu tratamento. Recebe muitas mensagens?
Sim, tudo é muito positivo. Só recebo boas mensagens, é algo maravilhoso. Sinto que dou esperança às pessoas.

O GLOBO

Postado em 5 de abril de 2024

Cassação de Moro: TRE afastou impedimento ou suspeita de desembargadora por foto com ex-juiz

O Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR) divulgou nesta quinta-feira (4) uma nota em que “reforça a confiança” na atuação de todos os seus sete juízes e afasta “hipóteses de impedimento e suspeita” em torno da desembargadora Cláudia Cristina Cristofani no julgamento das duas ações que podem levar à cassação do senador Sergio Moro ( União Brasil -PR).

Cristofani pediu vista na última quarta-feira (3) e suspendeu o julgamento, após o desembargador José Rodrigo Sade votar pelas denúncias de Moro por abuso de poder econômico e defender a perda do mandato do parlamentar, o que empatou o placar em 1 a 1 O caso será retomado na próxima segunda-feira (8) com o voto de Cristofani.

Antes mesmo do caso ser pautado, a desembargadora apresentou discussão nos bastidores sobre sua participação no julgamento, após o colunista do GLOBO Lauro Jardim revelar uma foto em que ela aparece ao lado de Moro, então juiz federal.

“A desembargadora prestou ao TRE-PR o esclarecimento de que se trata de uma imagem antiga de magistrados que trabalhavam no mesmo prédio e que não possui relação de amizade com o investigado, ficando isenta das hipóteses de impedimento e suspeita de condições em lei”, informou o tribunal na nota.

Em resposta enviada ao blog logo após pedir vista no julgamento, Cristofani disse que nunca foi amiga de Moro. “Nunca me privei de qualquer contato particular com ele, mas tão só o encontrei acidentalmente entre colegas”, escreveu a desembargadora.

“A fotografia de um grupo de sete juízes federais foi tirada há mais de 30 anos – se foram até a longa década de 90 para colher uma foto em que aparecem juntos colegas que trabalharam por anos no mesmo prédio, a ausência de material recente na era digital mais revela que não são amigos pessoais do que o oposto.”

Próximo a votar no julgamento de Moro, a desembargadora também disse que, em 35 anos de carreira como juíza, está “acostumada a contrariar interesses, indiferentemente de quem seja”.

Em entrevista à equipe da coluna publicada em fevereiro, o presidente do TRE paranaense, Sigurd Bengtsson, já havia saído em defesa dos colegas, ao ser questionado sobre a foto dela com Moro.

“Eu não vejo nenhum descrédito. Quando tomei posse no dia 1º, eu disse publicamente que tenho confiança na desembargadora. Não tem como imaginar um descrédito só de um juiz aparecer ao lado de outro juiz”, afirmou Bengtsson.

O plano do presidente do TRE paranaense está concluído o julgamento até a próxima terça-feira (9).

Conforme informou a coluna, nem o PT nem o PL pretendem tentar o impedimento da desembargadora. Para os dois partidos, um eventual impedimento da desembargadora pode ser um “tiro pela culatra”.

Isso porque se Cristofani não pudesse votar nas ações que atingiram Moro, o TRE do Paraná teria que convocar o substituto: o desembargador João Pedro Gebran Neto, do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4).

Gebran e Moro são amigos há mais de 20 anos. Além disso, o desembargador não apenas validou as decisões de Moro no âmbito da Lava-Jato, como em alguns casos defendeu até o mesmo o aumento da pena de condenados pelo ex-juiz, como na ação do triplex do Guarujá.

O GLOBO

Postado em 5 de abril de 2024

CFM proíbe procedimento pré-aborto; entidades criticam

O Conselho Federal de Medicina (CFM) publicou esta semana uma resolução que veda ao médico a realização da chamada assistolia fetal para interrupção de gravidez – no caso de aborto previsto em lei e oriundo de estupro – quando houver possibilidade de sobrevida do feto. A decisão foi tomada em sessão plenária no fim de março.

Conforme definição do CFM, o ato médico da assistolia provoca a morte do feto, antes do procedimento de interrupção da gravidez, por meio da administração de drogas – geralmente cloreto de potássio e lidocaína, injetados no coração do feto. Já morto, ele é retirado do corpo da mulher.

“É vedada ao médico a realização do procedimento de assistolia fetal, ato médico que ocasiona o feticídio, previamente aos procedimentos de interrupção da gravidez nos casos de aborto previsto em lei, ou seja, feto oriundo de estupro, quando houver probabilidade de sobrevida do feto em idade gestacional acima de 22 semanas”, destaca a publicação.

Viabilidade

Atualmente, pela literatura médica, um feto com 25 semanas de gestação e peso de 500 gramas é considerado viável para sobreviver a uma vida extrauterina. No período de 23 a 24 semanas, pode haver sobrevivência, mas a probabilidade de qualidade de vida é discutida. Considera-se o feto não viável até a 22ª semana de gestação.

Ética médica

O conselheiro do CFM e relator da resolução, Raphael Câmara, ressaltou que, a partir da 22ª semana de gestação, há possibilidade de vida extrauterina, e a realização da assistolia fetal pelo profissional nesses casos, portanto, não teria previsão legal.

Ele lembrou ainda que o Código de Ética Médica estabelece que é vedado ao profissional praticar ou indicar atos médicos desnecessários ou proibidos pela legislação vigente no país. “Estamos falando de fetos viáveis. Fetos de sete, oito, nove meses.”

Direitos

De acordo com o conselheiro, o CFM não se opõe a casos de aborto previstos em lei, uma vez que a resolução trata apenas da proibição da assistolia fetal a partir da 22ª semana de gestação. Ele defende que o texto não tira o direito de mulheres vítimas de estupro de se submeterem ao aborto garantido por lei nesse tipo de circunstância.

“Não estamos tirando o direito da mulher de se livrar daquela gravidez indesejada”, disse. “A mulher não é obrigada a ficar com aquele fruto indesejável do estupro”, completou. Segundo ele, após 22 semanas, os casos não configurariam mais aborto, mas antecipação de parto.

“A mulher [vítima de estupro] vai poder fazer isso a qualquer momento”, destacou em entrevista coletiva nesta quinta-feira (4), referindo-se à antecipação do parto e citando como procedimentos possíveis a indução do parto vaginal ou a cesárea.

Para o CFM, ultrapassado o marco temporal das 22 semanas de gestação, deve-se preservar o direito da gestante vítima de estupro à interrupção da gravidez e o direito do nascituro à vida por meio do parto prematuro, “devendo ser assegurada toda tecnologia médica disponível para sua sobrevivência após o nascimento”.

Câmara avalia que cabe ao Estado brasileiro a aplicação de opções estabelecidas em lei de tutela e acolhimento para garantir que não haja contato indesejado, evitando, assim, o agravamento do sofrimento materno e preservando a vida extrauterina do recém-nascido.

Outros casos

Questionado se a resolução abarca os demais casos de aborto legal previstos no Brasil, como quando há risco de vida para a gestante e fetos com anencefalia, o conselheiro explica que o texto se aplica apenas a casos de gravidez oriunda de estupro.

“Quando há indício de morte materna, não há qualquer vedação [da assistolia fetal], a qualquer momento”, disse, ao citar, como exemplo, casos de gravidez ectópica (quando o feto se forma fora do útero) e de perfusão arterial reversa, condição rara que afeta fetos gêmeos.

Constitucionalidade

Para a coordenadora da organização não governamental (ONG) feminista Grupo Curumim, Paula Viana, a resolução “mais desprotege do que atende aos direitos das mulheres”. “É uma resolução muito ambígua”, avaliou.

“Não existe, na Constituição brasileira, esse conceito de vida desde a concepção. Portanto, é uma resolução também inconstitucional, que desprotege, principalmente meninas e mulheres. A criminalização fica visível, pois considera valores, coloca a vida de meninas e mulheres com baixo valor, expõe mais a riscos.”

Enfermeira de formação, Paula destaca que o conceito de saúde precisa ser muito mais amplo do que o proposto pela resolução. “A gente tem que pensar saúde de forma integral, de forma mais abrangente, em todas as dimensões da vida de uma pessoa e, nesse caso, explicitamente, estão envolvidas a saúde mental, a saúde emocional e, consequentemente, a saúde física.”

“A gente tem um estatuto legal que permite essa proteção, não importa a idade gestacional. Isso não é discutível na pauta da preservação e da promoção da saúde. É uma resolução com forte caráter moralista e, infelizmente, violadora de tantos direitos.”

“Casos de violação e violência sexual são muito complexos, envolvem a família, a comunidade”, disse. “O que o CFM está fazendo é colocar, além da barreira no acesso a esse direito, também colocar barreiras na qualidade da atenção. O que está sendo negado é o acesso à melhor tecnologia que existe, segundo a Organização Mundial da Saúde, a Federação Internacional de Ginecologia e Obstetrícia.”

Limbo e riscos

A coordenadora de Defesa dos Direitos da Mulher da Defensoria Pública do Rio de Janeiro, Flávia Nascimento, avalia que, com a resolução, vítimas de estupro que estejam com mais de 22 semanas de gestação passam a ocupar uma espécie de limbo ao tentar acessar o aborto legal em serviços de saúde.

“A gente tem uma legislação, desde 1940, que não impõe nenhuma limitação ao direito ao aborto legal. Não se discute, isso é um direito”, disse. “Os serviços de saúde devem se organizar para atender, de forma ilimitada, na forma que está na legislação, as três hipóteses [vítimas de estupro, quando há risco de vida para a gestante e fetos com anencefalia].”

Para Flávia, o CFM, “exorbitando seu poder regulamentador”, cria, com a resolução, uma limitação aos profissionais de saúde e que se aplica única e exclusivamente a casos de aborto legal decorrentes de crimes de estupro.

“Veja que não limitou a realização desse procedimento em casos de risco de vida, que é o que a gente chama de aborto terapêutico necessário. Mas limitou nos casos de aborto humanitário. Aqui a gente já percebe que não há nenhum fundamento científico para impor essa limitação. Não há qualquer justificativa.”

“É uma norma que é expressamente contrária à lei. Pode fazer com que os profissionais de saúde deixem de cumprir com seu dever legal, podendo incidir, inclusive, em ato criminoso, como omissão de socorro.”

Revitimização

Flávia lembra que, na maioria das vezes, a busca por serviços de saúde para aborto legal acima de 22 semanas acontece em casos de gestação infantil ou de jovens meninas. “Muitas vezes, meninas que ainda não tiveram a primeira menstruação, que são vítimas de violência sexual e descobrem a gravidez por alterações no corpo. E já descobrem no estágio mais avançado.”

“A gente sabe que essas meninas que sofrem violência têm dificuldade pra falar da violência sofrida, muitas vezes, porque têm medo ou porque até desconhecem que estão vivenciando uma situação de violência. Falar sobre violência sexual, sobre direitos sexuais e reprodutivos, durante muito tempo, foi um debate interditado. Vem sendo um debate interditado”, criticou a coordenadora.

“O que essa resolução faz é promover mais violência contra meninas e jovens mulheres, adolescentes principalmente, perpetuando essa situação de violência que elas sofreram, obrigando a levar uma gestação a termo que, além de revitimizá-las, por conta da situação de violência, ainda reforça o risco de vida.”

Judicialização

Dentre as possíveis consequências citadas pela coordenadora está o aumento da judicialização de casos de aborto após a 22ª semana de gestação. “Isso gera uma insegurança no profissional de saúde que tem o dever legal de agir, que deve trabalhar nessa perspectiva do cuidado em saúde, que deve proteger essa mulher e essa menina que buscam um serviço de saúde.”

“Esse profissional de saúde vai buscar respaldo jurídico para legitimar aquele ato que já é legal, mas que, diante dessa normativa ilegal, inconstitucional e inconvencional do CFM, vai fazer com que essas pessoas busquem um atendimento jurídico e judicializem esses casos. Isso vai promover um aumento de demandas no Poder Judiciário, demandas totalmente desnecessárias”, acrescentou.

“Piora tudo, não resolve nada. É regulamentar um procedimento que, na verdade, vai prejudicar a saúde de meninas e mulheres. E ainda de forma seletiva porque o procedimento vai poder ser realizado em algumas hipóteses de aborto legal, mas, exclusivamente, em casos de gestação decorrente de estupro, não vai poder ser realizado.”

*Colaborou Tâmara Freire, da Rádio Nacional – EBC

Postado em 5 de abril de 2024

Casos de câncer de próstata aumentarão devido ao envelhecimento populacional, diz estudo

Os registros de casos de câncer de próstata irão registar um aumento acentuado nos próximos anos em todo o mundo, especialmente nos países menos ricos, devido ao envelhecimento progressivo da população mundial, segundo um estudo publicado na revista The Lancet. Essa estimativa é atribuída ao “aumento da esperança de vida e às mudanças nas pirâmides etárias”, dizem os autores.

“De acordo com as nossas conclusões, o número anual de novos casos duplicará, passando de 1,4 milhão em 2020 para 2,9 milhões em 2040”, resumem os autores do estudo publicado nesta quinta-feira, realizado já considerando as alterações demográficas observadas hoje.

O câncer de próstata, tumor mais comum entre os homens, representa 15% de todos os cânceres masculinos. Na maioria dos casos manifesta-se após os 50 anos e a sua frequência aumenta consideravelmente à medida que a idade avança para além deste limiar.

Muitos países pobres ou em desenvolvimento veem a esperança de vida das suas populações aumentar gradualmente, o que deverá, consequentemente, aumentar o número de cânceres da próstata. E “ao contrário de outros problemas importantes, como o câncer de pulmão ou as doenças cardiovasculares, este aumento de casos não será evitado pelas políticas de saúde pública”, apontam os investigadores.

Os fatores de risco para o câncer da próstata, como a hereditariedade ou a estatura elevada, são muito menos evitáveis ​​do que, por exemplo, fumar no caso do cancro do pulmão. Apenas foi estabelecida uma ligação com o excesso de peso, mas não se sabe se existe um mecanismo de causa e efeito.

Os autores do estudo consideram, no entanto, que é possível limitar o aumento dos casos de câncer da próstata através de diversas ações. Por exemplo, defendem que se procurem diagnósticos menos tardios em países menos ricos, uma vez que a doença é mais frequentemente detectada muito tarde para um tratamento eficaz. Por outro lado, existe o risco de “sobrediagnóstico e sobretratamento” nos países desenvolvidos, segundo os especialistas.

O GLOBO

Postado em 5 de abril de 2024

Ministros rivais de Prates se alinham a Haddad por pagamento de dividendos da Petrobras

Antes de resistir ao pagamento dos dividendos extraordinários da Petrobras, os ministros Rui Costa (Casa Civil) e Alexandre Silveira (Minas e Energia) agora são mostrados detalhadamente à distribuição do dinheiro a acionistas.

Costa e Silveira estão alinhados ao ministro Fernando Haddad (Fazenda). A decisão será arbitrada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva ( PT ), com base na análise dos riscos para a execução do plano de investimentos da estatal.

A mudança ocorre em meio à fritura do presidente do estatal, Jean Paul Prates, que era a favor de pagar 50% dos dividendos. À Folha o ministro de Minas e Energia liderou conflito com Prates e disse não abrir mão de autoridade .

Nesta quinta-feira (4), o nome de Aloizio Mercadante, presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), passou a ser citado no Palácio do Planalto como potencial sucessor de Prates .

Interessado em receber o reforço na caixa, o Ministério da Fazenda considera que o pagamento dos dividendos extras aos acionistas não afeta o plano de investimentos da companhia, segundo integrantes da equipe de Haddad.

Sob orientação de Lula, Costa convocou uma reunião com Haddad e Silveira. Os três concordaram nesta quarta-feira (3) com o pagamento dos dividendos extraordinários.

Mesmo com o avanço das conversas, ainda é certo o momento em que o pagamento será feito. No governo, há quem defende um escalonamento.

A gestão Lula ainda aguarda, para bater o martelo final, a atualização de dados a serem fornecidos pela diretoria da empresa sobre o plano de investimentos. O objetivo é garantir que a liberação dos recursos não prejudique os transportes de longo prazo da companhia, tema sensível para Lula.

O tema gerou polêmica no governo porque Prates defendeu o pagamento de 50% dos dividendos extras. O conselho da empresa, em concordância com os membros do governo, decidiu no mês passado representar os recursos.

Os dividendos extras para a União não estão previstos no orçamento no primeiro relatório de avaliação de receitas e despesas do Orçamento da União, enviado no final de março ao Congresso.

Esse dinheiro pode ajudar a fortalecer a caixa do governo em um momento de pressão no Legislativo com medidas que levam à perda de receitas, como a desoneração da contribuição previdenciária das prefeituras.

Se os R$ 43,9 bilhões de dividendos extras para pagamentos, o governo, como acionista majoritário, poderá receber R$ 12,59 bilhões.

A proteção do plano de investimento é central na decisão sobre o pagamento dos dividendos. A razão é a necessidade de garantir o equilíbrio entre a dívida e a caixa da empresa para que o investimento programado não seja represado por restrição orçamentária.

Após reunião na Casa Civil de quarta, Haddad fez neste ponto com razão e disse que a distribuição dos dividendos extras dependia do plano de investimentos do estatal.

Segundo Haddad, o conselho de administração da empresa ainda discutirá se vai ou não faltar recursos para o plano de execução dos investimentos. Haddad falou em um cronograma para que essas informações sejam prestadas pela diretoria da empresa ao conselho.

“A gente combinou um cronograma para que essas informações cheguem o quanto antes ao conselho, para que uma decisão final possa ser tomada”, disse o titular da Fazenda.

Relatório elaborado pela área técnica da Petrobras para o conselho de administração, comunicado antes da reunião que decidiu pelo não pagamento dos dividendos, indicou que as configurações previstas pela própria companhia para o pagamento de 100% dos dividendos em 2022 não existiam mais.

Entre eles, o preço do barril (Brent) de US$ 100, margens de diesel nas máximas históricas e forte geração de caixa, que permitiram o pagamento de dividendos extraordinários em todos os trimestres.

Nas condições de 2022, o grau de confiança para o apetite ao risco era de 90%. Agora, diante das novas condições, o nível de confiança cai mais de 10 pontos percentuais num cenário de a Petrobras pagar metade dos dividendos extraordinários, de acordo com informações obtidas pela Folha .

Entre alguns conselheiros da União, há uma preocupação com o posicionamento do TCU (Tribunal de Contas da União) sobre as mudanças nesses parâmetros e o risco de comprometimento do plano de investimentos.

É que o parâmetro de grau de confiança para o risco de pagar 100% dos dividendos extras em 2022 foi apresentado para o corte de contas.

Prates defendeu o pagamento de 50% dos dividendos extras. Mas se absteve na votação do conselho em março, que decidiu em reter o pagamento.

O que ampliou o desgaste de Prates no governo foram os tuítes disparados por ele na rede social X (antigo Twitter), em meados de março, declarando que a orientação para reter os dividendos extraordinários da Petrobras partiu do governo Lula, aumentando a polêmica em torno dos dividendos e sem levar em consideração o relatório dos técnicos da empresa que foram apresentados aos conselheiros.

O GLOBO

Postado em 5 de abril de 2024

Flatulência: o novo efeito colateral associado ao cigarro eletrônico

Os cigarros eletrônicos têm efeitos colaterais ainda menos comuns do que se imagina. De acordo com um levantamento feito por um jornal britânico, até fevereiro deste ano, um total de 1.009 foram registrados pela Agência Reguladora de Medicamentos e Produtos de Saúde do Reino Unido. Dentre eles, estão presentes aumento nas flatulências, dor de cabeça, espirros e náuseas.

Um estudo feito pela Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) afirma que os cigarros eletrônicos aumentam em 1,79 vez a probabilidade de infarto . A sociedade ainda afirma que quase 3 milhões de brasileiros fazem uso regular dos DEFs, mesmo que a venda e a comercialização desses produtos tenham sido proibidas em 2009 pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

A sociedade também alertou para o risco de intoxicação, especialmente por ingestão acidental, absorção pela mucosa oral ou contato com a pele em caso de vazamento.

Desde 2019, tanto o CDC quanto a Food and Drug Administration (FDA) registraram um aumento nos casos de lesão pulmonar aguda grave associada ao uso de produtos de cigarro eletrônico ou vapes. E afirma que já ocorreu o óbito de uma criança por ingestão acidental de e-líquidos.

Além disso, os usuários apresentam alterações no DNA semelhantes às descobertas em fumantes de cigarro tradicional. De acordo com pesquisadores da Universidade College London (UCL), na Inglaterra, e da Universidade de Innsbruck, na Áustria, isso indica a possibilidade de desenvolvimento de câncer.

O GLOBO

Postado em 5 de abril de 2024

Clubes europeus oferecem R$ 1 bilhão para tirar Vini Jr. do Real Madrid; saiba quais

Vinicius Júnior pode ter uma mudança na carreira a partir da próxima temporada. O atacante do Real Madrid desperta interesse de grandes clubes europeus. Ainda que tenha reiterado a vontade de permanecer na equipe espanhola, as propostas que chegam ao presidente Florentino Pérez estão na casa de R$ 1 bilhão, o que pode fazer com que o negócio se torne uma vontade do Real Madrid.

A possível chegada de Mbappé ao elenco comandado por Carlo Ancelotti é vista como um facilitador para a negociação, já que o brasileiro e francês podem acabar disputando posição. Visando uma oportunidade de negócio, Chelsea, Liverpool e próprio Paris Saint-Germain, atual clube de Mbappé, bateram na porta do Real Madrid. A informação foi revelada e repercutida pelos jornais espanhóis El Debate e Sport.

Os três clubes estariam dispostos a pagar 200 milhões de euros (R$ 1 bilhão) pelo brasileiro. Caso uma negociação dessas se concretize, Vinicius Júnior passaria ao posto de segundo jogador mais caro da história, atrás de Neymar, contratado pelo PSG por 222 milhões de euros em 2017.

Além das cifras, o negócio esbarra na vontade de Vini Júnior. O contrato do jogador vai até 2027 e o atacante espera permanecer no Real Madrid. Os casos de racismo sofridos por ele na Espanha foram apontados pela imprensa espanhola como elemento que poderia impulsionar a saída do atleta, mas isso vai na contramão do que Vini falou na última coletiva da Data Fifa, quando defendeu a seleção brasileira.

“Pensei em sair, sim. Mas se saio daqui, estou dando o que querem aos racistas. Vou seguir lutando e jogando no melhor do mundo, ganhando títulos e fazendo muitos gols, para que vejam cada vez a minha cara. Sigo evoluindo para isso. Jogar futebol e fazer a alegria das minhas pessoas e de todos que vão ao estádio. Racistas sempre serão minoria. Como sou um jogador atrevido, que joga no Real Madrid e ganhamos muitos títulos, é complicado. Mas vou seguir firme e forte, pois o presidente me apoia, o clube me apoia, para que eu continue e possa ganhar muitas coisas”, declarou.

Vinicius Júnior está no Real Madrid desde 2018. Ele faturou o título da Champions League 2021/22, marcando o gol do título na final contra o Liverpool. São ainda dois títulos do Campeonato Espanhol, uma Copa do Rei, três Supercopas da Espanha e uma Supercopa da UEFA.

Estadão

Postado em 5 de abril de 2024