A ofensa de senadores para desgastar Lula após indicação de Zanin ao STF

Se nada de novo acontecer nos próximos dias, o presidente da República deve indicar o advogado Cristiano Zanin para ocupar a vaga no Supremo Tribunal Federal (STF) deixado pelo ministro Ricardo Lewandowski, que se propôs no início do mês. Pode parecer estranho, mas tem gente na oposição torcendo muito para que isso se confirme. Zanin, como se sabe, ganhou notoriedade ao zagueiro Lulanos processos da Operação Lava-Jato. Ele não apenas conseguiu anular a imposta ao ex-presidente por corrupção como invalidou como inválido que existiam contra o petista, livrando-o prisão da prisão, resgatando os seus direitos políticos, que tinham sido suspensos, e abrindo o caminho para o terceiro mandato . Nas últimas semanas, um grupo de senadores ligado ao ex-presidente Jair Bolsonaro tem se reunido para traçar as linhas gerais da estratégia a ser adotada pela oposição quando o tema começar a ser discutido. O objetivo é fazer barulho para tentar impor o máximo de desgaste político ao governo.

O ritual de escolha de um ministro do STF começa com a indicação de um nome pelo presidente da República, prossegue com uma sabatina na Comissão de Constituição e Justiça do Senado e, por último, precisa ser aprovado pela maioria no plenário. A última vez que o Congresso rejeitou uma indicação foi em 1894. Em sua maioria apoiadores do ex-presidente Bolsonaro, os parlamentares planejam tumultuar e constranger o indicado, especialmente se ele for mesmo o ex-advogado do presidente. Sob reserva, um senador envolvido conta que o grupo não tem votos suficientes para barrar a candidatura, mas pretenda aproveitar a oportunidade e a exposição que o caso terá para trazer de volta detalhes sobre a manifestação da Lava-Jato que envolveram o atual presidente e o PT. Os movimentos dos bolsonaristas já foram captados pelo Palácio do Planalto,

Na triagem final de candidatos, além de Zanin, o governo ainda analisa os nomes do presidente do Tribunal de Contas da União, Bruno Dantas, e do diretor jurídico da Companhia Siderúrgica Nacional, Manoel Carlos de Almeida Neto. O advogado de Lula é o favorito, mas o páreo ainda não está 100% definido. De acordo com um ministro que acompanha o processo, ainda recebo algumas pequenas ressalvas sobre todos os candidatos. Zanin precisa mostrar que realmente será bem aceito pela maioria dos ministros do Supremo. Com amplo apoio político, Dantas, por sua vez, vem fazendo um ótimo papel no TCU e não seria um bom momento para tirá-lo dali. Manoel Carlos, que foi assessor de Lewandowski e tem o seu apoio, seria o indicado, caso Lula não estivesse tão empenhado em centralizar essa escolha.

Entre os supremos, a ofensiva da oposição é tratada com justificável descrédito. Formalmente, os partidos contrários ao governo somam apenas 23 dos 81 senadores. Com otimismo, as lideranças da oposição calculam que podem chegar a até 38 congressistas, contando com a adesão de políticos de partidos como a União Brasil e o PSD. Mesmo assim, o número não é suficiente para barrar a indicação, cuja aprovação depende de pelo menos 41 votos. O certo é que, se confirmado, Zanin vai enfrentar uma minoria disposta a fazer muito barulho. “Não tem como indicação do Zanin não relembrar todos os crimes pelos quais Lula foi acusado. Ele já tem um posicionamento político-ideológico que contamina qualquer futuro voto no Supremo que eventualmente desagrade o presidente”, diz o senador Jorge Seif (PL-SC). Embora a estratégia não coloque a aprovação em risco,

Mesmo com chances nulas de sucesso, o palco já está montado. Com quase 3 milhões de seguidores nas redes sociais, o senador Cleitinho (Republicanos-MG) diz que vai começar a mobilizar seus apoiadores. “Como meu voto contrário não é suficiente, vou alertar a população que essa indicação seria imoral”, afirma. A oportunidade dada pela sabatina deve jogar luz também na “turma dos dez”, senadores bolsonaristas bastante críticos ao STF. Dela fazem parte nomes como o ex-juiz Sergio Moro, que já venceu de frente com Zanin e Bruno Dantas ao longo da Lava-Jato, e os estridentes Damares Alves, Magno Malta, Eduardo Girão e Marcos do Val. “Independentemente de quem for, estarei preparado para fazer uma sabatina saborosa sobre o histórico jurídico e o conselho do indicado”, garantiu Moro a VEJA. Até aí, tudo bem. Esse é o debate que se espera.

VEJA

Postado em 1 de maio de 2023

Escandalo sexual guerra exposta pelo comando da igreja Deus é Amor

A Igreja Pentecostal Deus é Amor é uma das maiores e mais tradicionais instituições evangélicas do Brasil. Fundada em São Paulo, em 1962, pelo missionário David Miranda (falecido em 2015), a IPDA tem hoje mais de 17 000 templos e filiais em 88 países ( veja o quadro). Todo esse crescimento foi possível mesmo tendo uma das mais rígidas doutrinas entre as denominações religiosas do país. As mulheres, por exemplo, não podem cortar o cabelo, fazer a sobrancelha ou se depilar. Aos homens não são permitidas barbas longas nem calças apertadas. Seus membros também não podem frequentar praias. A reafirmação das normas foi feita em julho do ano passado, durante uma apresentação que contou com a presença da cúpula, como a diretora, Ereni Miranda, viúva do fundador. Três meses depois, no entanto, um grande escândalo abalou a instituição e resultou no afastamento de Léia Miranda, filha de David Miranda, acusada de comportamento sexual impróprio. Na esteira do episódio, a igreja se viu em meio a uma saraivada de influência entre herdeiros do patriarca e o barraco já chegou à Justiça.

O episódio que detonou a guerra familiar foi a divulgação de um áudio de WhatsApp, cuja voz foi atribuída a Léia — nele, a pastora, cantora e missionária supostamente fazia inconfidências sexuais sobre o seu relacionamento com um pastor. O caso ganhou repercussão dentro e fora da igreja e Léia, mesmo dizendo ser vítima de armação, foi afastada pela mãe do comando de duas entidades: a Fundação Reviver e a Associação Beneficente Reviver Help.

O barraco gospel pegou fogo de vez no mesmo dia do anúncio da recompensa. Assim que foi comunicada de seu afastamento, Léia pegou um microfone — no momento ocorria um culto — e fez um discurso tentando o dedo para seus detratores. “Ninguém está acreditando naquele áudio, apenas a diretoria. Porque? Por causa da corrupção ali dentro, por causa do conchavo com a maçonaria, eles querem destruir a Igreja Pentecostal Deus é Amor e eu tenho sido o obstáculo para eles realizarem isso”, disse. Depois, citou nominalmente David Oliveira de Miranda Almeida (seu sobrinho, conhecido como David Neto) e a mãe dele, Débora Miranda (sua irmã). “Falsos, mentirosos, filhos do diabo, escravos de Satanás, agindo desta maneira, pior que ímpios, é como eles estão agindo.”

O incidente ganhou tração nas redes sociais, em especial em páginas de fofoca gospel (sim, elas existem), e chegou à Justiça. Em dois processos distintos, iniciados nas últimas semanas, Débora e David dizem que foram alvos de injúria e difamação e pedem a suspeita criminal da irmã/tia. “Se Léia possuía insatisfações quanto à condução dos assuntos da instituição pela diretoria, o que, curiosamente, só afloraram após ser comunicada da medida interna que lhe desagradou, ela certamente poderia tê-las endereçado de maneira não ofensiva, que não estivesse resumida a ataques pessoal”, disse Débora na ação.

Como parte de sua defesa no caso, Léia processa as redes sociais que continuam divulgando o tal áudio constrangedor. Ela nega que a voz seja sua e contratou um perito para avaliar o material. O profissional, no entanto, não conseguiu verificar a integridade do material, pois há montagens e supressões de vozes. “Léia não teve um caso amoroso com o rapaz. Ela é divorciada, mãe de dois filhos adultos, vive em meio evangélico e é necessário ter uma boa, ilibada, livre de quaisquer máculas”, afirma a defesa.

Essa não é a primeira vez que um membro alto de Deus é Amor é afastado depois de escândalo sexual e de brigas entre familiares. Irmão de Léia, David Miranda Filho saiu da congregação em 2015, após vazarem áudios com conteúdo sexual que ele teria enviado a uma jovem. Depois, ele acabou fundando a sua própria instituição, a Igreja Pentecostal Santificação no Senhor, em São Paulo. Agora, na nova briga familiar, ensaia se aproximar de Léia, com quem teve desavenças na divisão da herança do pai.

A disputa em torno do comando da igreja Deus é Amor (cujo nome David Miranda diz ter sido revelado pelo próprio Deus durante uma madrugada de oração) contrasta com o comportamento rigoroso que o patriarca sempre instruiu de uma família — para ele, o casamento, por por exemplo, é uma “instituição divina” e “uma aliança entre o homem e a mulher até a morte”. Para uma instituição construída sobre rígidos alicerces morais, o barraco gospel em curso parece obra do demônio.

VEJA

Postado em 1 de maio de 2023

Juiz que se posicionou politicamente em período eleitoral é aposentado pelo CNJ

O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) condenou por unanimidade o magistrado Eduardo Luiz Rocha Cubas à pena de aposentadoria compulsória. O juiz federal do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1) foi penalizado em função de sua participação ativa em atos político-partidários no período eleitoral de 2018. A decisão sobre o Processo Administrativo Disciplinar (PAD) 0000197-18.2019.2.00.0000 ocorreu na manhã da terça-feira (25/4), durante a 6ª Sessão Ordinária do CNJ em 2023.

O relator, conselheiro Mauro Martins, afirmou durante o julgamento que, em uma das situações investigadas, o magistrado, como Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe), gravou um vídeo em frente ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), acompanhado do então deputado federal Eduardo Bolsonaro. Durante todo o vídeo o juiz questionava a segurança das urnas e lisura do processo eleitoral. “Ele não pode se manifestar sobre política partidária. A magistratura ou o papel dele como líder de uma associação não dá a ele o direito de se manifestar sobre todo e qualquer assunto, sobretudo sobre a confiabilidade das urnas eletrônicas, um tema que à época gerava intensos debates. Colocou em risco as instituições democráticas, aí incluídas a Justiça eleitoral e a normalidade das eleições”, ponderou o conselheiro.

Para a conselheira Salise Sanchotene, o vídeo pode ter influenciado uma parcela considerável da população brasileira a desacreditar das instituições eleitorais. “Por todo o conjunto do que aconteceu e pelo estado do que vivíamos à época entendo que não há outra resposta que não a aposentadoria compulsória”, defendeu.

O corregedor nacional de Justiça, ministro Luis Felipe Salomão, fez um apelo para que o Plenário pensasse melhor em reformular a chamada “quarentena” e declarou que um juiz não pode usar sua jurisdição para praticar atos políticos, como pendurar a toga em um dia e, logo em seguida, se candidatar a um cargo político. “Tem que haver alguma vedação.”.

Em concordância, o conselheiro Vieira de Mello Filho, que apresentou um voto complementar, sugeriu que a quarentena citada pelo ministro Salomão seja de pelo menos cinco anos, para “que magistrados não usem suas togas para uso pessoal”. Para Vieira de Mello, o caso do juiz Cubas difere de tudo o que vem sendo apreciado pelo Conselho. “Ele não atinge meros desvios de conduta, ele ataca o cerne da Constituição da República, conduta absolutamente reprovável. E não vemos um magistrado pronto a rever seus atos”, pontuou.

A presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) e do CNJ, ministra Rosa Weber, destacou que sem um Poder Judiciário independente, não há democracia; e sem juízes isentos, responsáveis e serenos não há como sustentar o Estado Democrático de Direito. “Quando vejo um caso como esse me vem à mente o ministro Cezar Peluso, que me deu posse no STF. Na ocasião julgávamos um processo criminal. Ele dizia que juiz algum tem prazer em condenar. Aqui não estamos num processo criminal, mas sim num PAD. Sempre penso sobre o que leva uma pessoa a fazer concurso para juiz. E esse tipo de conduta incompatível só pode ensejar que endossemos essa perda de cargo, repito, com enorme tristeza”, afirmou. A pedido da ministra, o Plenário vai examinar em breve a questão da quarentena levantada pelos ministros Luis Felipe Salomão e Vieira de Mello Filho.

CNJ JUS

Postado em 1 de maio de 2023

Pedidos de green card aumentam 28% entre os brasileiros em 2022

O número de brasileiros querendo morar e trabalhar nos Estados Unidos não para de crescer. É o que aponta um levantamento do escritório de advocacia AG Immigration, com informações obtidas no Departamento de Segurança Interna do país. Os números revelam que 23.596 cidadãos do Brasil receberam o documento americano de residência permanente – o chamado green card – em 2022: alta de 28,5% sobre o ano anterior e o maior volume da série histórica.

Com isso, o Brasil foi o nono país que mais recebeu o documento. O ranking é liderado por México (138 mil), Índia (125 mil), China (68 mil), República Dominicana (39 mil) e Filipinas (36 mil).

De acordo com o CEO da AG Immigration, Rodrigo Costa, os dados reforçam o movimento de fuga de cérebros que já vinha sendo observado no Brasil nos últimos anos. “Os três maiores volumes anuais de emissão de green cards foram registrados justamente de 2019 para cá”, explicou. “E não é improvável que um novo recorde seja atingido agora em 2023”.

Na avaliação do executivo, o fenômeno de fuga de cérebros é explicado por dois motivos principais: a escassez de mão de obra nos EUA, que inflaciona salários e estimula a contratação de imigrantes, e a deterioração político-econômica do Brasil na última década, “que muitas vezes provoca um sentimento de desesperança na população”. O maior número de green cards emitidos para brasileiros havia sido em 2019 (19,8 mil).

Naturalização
O levantamento revelou ainda que a quantidade de brasileiros que obtiveram a cidadania americana também bateu recorde em 2022. Ao todo, foram 12.983 naturalizações, leve aumento de 5,7% sobre as 12.448 de 2021 – até então, a máxima histórica. O Brasil foi o 19º país que mais teve nacionais obtendo a cidadania dos EUA, atrás de México (127 mil), Índia (64 mil), Colômbia (17 mil), Irã (14 mil) e Bangladesh (13 mil), por exemplo.

Em geral, um estrangeiro pode naturalizar-se cidadão americano após cinco anos com o green card, desde que a maior parte deste tempo tenha sido passada em solo americano. “Quando a pessoa recebe a residência permanente, ela tem que, de fato, morar no país. Caso contrário, o benefício pode ser revogado”, explica o CEO da AG Immigration. Ele destaca também que, embora haja dificuldades na adaptação de alguns brasileiros à cultura americana, a grande maioria opta por ficar nos EUA, dadas as melhores condições de trabalho, renda e segurança. “Além disso, com a cidadania, o brasileiro ainda pode patrocinar a vinda de familiares, que apenas como residente permanente ele não conseguiria trazer para cá”, diz Costa, que desde 2008 vive na Flórida.

De acordo com outro levantamento, com base em números oficiais do Departamento de Trabalho americano, o Brasil ocupa a sétima posição entre os países que mais tiveram cidadãos indo trabalhar nos EUA. Ao todo, 865 brasileiros foram contratados por empresas americanas no ano fiscal passado. Lideraram o ranking Índia (22.967), China (4.039), México (1.779), Filipinas (1.039), Canadá (1.001) e Coreia do Sul (945). Em média, os brasileiros contratados nos Estados Unidos receberam um salário anual de US$ 72 mil – o equivalente a R$ 30 mil por mês, na cotação atual de cinco reais para cada dólar.

Os menores salários identificados pela pesquisa foram para o cargo de babá (R$ 7.314 por mês), auxiliar de limpeza (R$ 7.384) e preparador de comida (R$ 7.800). A maior remuneração foi para um cardiologista contratado por uma clínica médica, com R$ 208.333 mensais. Em geral, os maiores salários entre os brasileiros foram para profissionais da medicina, administração, engenharia e economia.

CNN

Postado em 1 de maio de 2023

À sombra de Elizabeth II, coroação de Charles III não comove britânicos

A coroação de Charles III e de sua esposa Camilla acontecerá no próximo sábado na Abadia de Westminster, em Londres. A de sua mãe, Elizabeth II , em 1953, contornou com uma pomposa cerimônia e enorme fervor popular. Mas poucos traços restaram desse ímpeto nacional. Uma pesquisa realizada em meados de abril mostrou que dois terços dos britânicos não estão interessados ​​no evento.

Em um mercado londrino está tudo pronto para a coroação de Charles III: chaveiros, colheres e dedais de costura com a imagem do novo rei. No entanto, faltam os clientes, que parecem pouco entusiasmados com o evento.

– As pessoas compram menos do que no Jubileu do reinado de 70 anos de Elizabeth II no ano passado – lamentou Kirtesh Patel, que vende objetos dedicados ao novo monarca no mercado de Walthamstow, no nordeste da capital britânica.

Canecas com o retrato de Charles e a frase “A Coroação de Sua Majestade” são vendidas por 6 libras (o equivalente a R$ 37,50) e chaveiros por 3 (cerca de R$ 18,75). – As pessoas estão menos interessadas neste rei – disse o comerciante indiano de 44 anos. Como justificativa, o vendedor também mencionou a margem superior a 10%, que afetou milhões de britânicos.

A soberana que faleceu em setembro, aos 96 anos, era extremamente popular. Mas seu herdeiro é um rei idoso, de 74 anos, e seu casamento com Camilla está longe do glamour de William, seu filho, com Catherine.

“Custa muito”
Perto de sua loja, Carole McNeil, uma professora aposentada de 82 anos, decidiu desde o início que não é “antimonarquia” e que acompanhará a coroação. Ela relata, no entanto, que se sente “incomodada” porque a cerimônia “custa muito” ao país, ainda que seja muito mais modesta do que a cerimônia de 1953. Para Carole, a família real deveria fazer mais:

– Quando você ouve falar em todo o dinheiro que eles têm, eles mesmos deveriam pagá-la – opinou.

Rose Vetich se declara “republicana” e exclui a possibilidade de assistir à coroação. – Se o tempo estiver bom, vou passear pelo campo para tentar não pensar na monarquia – afirmou esta professora e pesquisadora de 49 anos.

A opinião de Rose é minoritária: 58% dos britânicos mantinham seu apoio à monarquia e apenas 26% gostariam de um chefe de Estado eleito, de acordo com uma pesquisa recente. Por isso, há também aqueles que, como Peter Haseldine, aguardam com ansiedade pelas comemorações do fim de semana.

Contadora aposentada, Haseldine esteve presente em 1953, com apenas cinco anos de idade, ao Mall, uma avenida que faz parte do Palácio de Buckingham, para celebrar a ascensão ao trono de Elizabeth II. – Que multidão! – lembrou ele.

– Viva o rei! – proclamou sua esposa Lynn Jones, uma funcionária pública aposentada, patrocinada de se apresentar como uma “grande defensora da monarquia”. A casa deles está decorada com bandeiras com a imagem de Charles III. – A geração mais antiga é mais favorável à Coroa – admite Lynn.

A várias gerações de distância, Louisa Keight, de 25 anos, “ainda não teve tempo” para pensar sobre tudo isso. – Pode ser que acompanhe a cerimônia porque pode ser interessante do ponto de vista acadêmica ou histórica – afirmou um jovem. Como muitos britânicos, ela não é a favor nem contra a monarquia. – É uma situação complicada – disse.

O GLOBO

Postado em 1 de maio de 2023

Governo envia comitiva para comunidade Yanomami atacada por garimpeiros

A ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, anunciou pelas redes sociais o envio de uma comitiva interministerial à comunidade Uxiú, na Terra Indígena Yanomami, que foi invadida por garimpeiros na tarde desse sábado. No ataque, um yanomami morreu após ser atingido por um tiro e dois baleados foram transportados para a capital de Roraima, Boa Vista, onde estão internados no Hospital Geral de Roraima (HGR).

Segundo a ministra, foi solicitado apoio do Ministério da Justiça e Segurança Pública para que a Polícia Federal (PF) investigue o caso.

Sônia também destacou que, embora tenha se agravado nos últimos anos, a invasão criminosa da Terra Indígena Yanomami é um problema histórico. “A situação de invasores na TI Yanomami vem de muitos anos e, mesmo com todos os esforços [que estão] sendo realizados pelo governo federal, ainda faltam muitas ações coordenadas até a retirada de todos os invasores do território”, escreveu a ministra.

Em nota, o Ministério da Justiça e Segurança Pública informou que tomou conhecimento dos crimes ocorridos no território Yanomami e enviará uma comitiva ao local nesta segunda-feira (1°). “Irão a Roraima o secretário Nacional de Segurança Pública, Tadeu Alencar, o diretor da Força Nacional, coronel Fernando Alencar e o Diretor de Amazônia e Meio Ambiente da Polícia Federal, Humberto Freire”, diz a nota.

O ministério informa ainda que duas equipes da Polícia Federal já estão na comunidade indígena, onde ouviram testemunhas e realizaram perícias. “Outras diligências seguem em andamento para identificar e prender os autores de crimes, enquanto as ações de desintrusão [desocupação] dos invasores das terras indígenas continuam no âmbito da Operação Libertação”, acrescentou o ministério.

BAND

Postado em 1 de maio de 2023

Lula anuncia política de reajuste do salário mínimo e isenção de IR

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), anunciou, no domingo, 30, que vai enviar ao Congresso Nacional, nos próximos dias, um projeto de lei (PL) que, se aprovado, tornará obrigatório o reajuste do salário mínimo acima da inflação. Lula também se comprometeu a, até o fim de seu atual mandato, em 2026, aprovar a isenção do pagamento do imposto de renda para quem ganha até R$ 5 mil mensais.

“Nos próximos dias, encaminharei ao Congresso Nacional um projeto de lei para que esta conquista seja permanente e o salário mínimo volte a ser reajustado todos os anos acima da inflação”, antecipou Lula ao fazer um pronunciamento em rede nacional de rádio e TV, por ocasião do Dia do Trabalhador, nesta segunda-feira, 1º.

Segundo o presidente, a “valorização do salário mínimo” é parte do projeto de governo, que busca “recompor as conquistas perdidas pelos trabalhadores e trabalhadoras” ao longo dos últimos anos. “A partir de amanhã, o salário mínimo passa a valer R$ 1.320,00 para trabalhadores da ativa, aposentados e pensionistas. É um aumento pequeno, mas real”, reconheceu Lula ao ponderar que, nos últimos seis anos, o reajuste do valor salário mínimo sempre ficou abaixo da inflação acumulada.

Fim do congelamento

Lula também comentou a medida que eleva, a partir de maio, a faixa de isenção do Imposto de Renda cobrado de trabalhadores formais – uma promessa de campanha do presidente. A correção da tabela já tinha sido anunciada pelo ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho.

“Estamos mudando a faixa de isenção do Imposto de Renda, que há oito anos estava congelada em R$ 1.903,98. A partir de agora, até R$ 2.640,00 por mês não pagará mais nenhum centavo de imposto”, pontuou Lula ao classificar esta como “outra medida muito importante”.

“E até o final do meu mandato, a isenção valerá para até R$ 5 mil por mês”, acrescentou Lula, voltando a se comprometer com a elevação gradual da faixa de isenção que, segundo o governo federal, passará a vigorar já a partir de maio por meio da combinação de duas medidas.

Além de, na prática, elevar a faixa de isenção dos atuais R$ 1.903,98 para R$ 2.112, o governo concederá um desconto de R$ 528 sobre o imposto pago na fonte, que é retido automaticamente, todos os meses. A soma dos dois valores totaliza os R$ 2.640,00 anunciados – cifra que equivale a dois salários mínimos de R$ 1.320.

Trabalhadores

“Não haverá reconstrução do Brasil sem a valorização dos trabalhadores e das trabalhadoras. O Brasil vai voltar a crescer com inclusão social e com novos empregos sendo criados. Podem estar certos de que o esforço de seu trabalho vai ser cada vez mais reconhecido e recompensado. E o 1º de Maio, que sempre foi um dia de luta, voltará a ser um dia de conquista para o povo trabalhador”, disse Lula, ao defender a política de valorização do salário mínimo como um “grande instrumento de transformação social”.

“Foi graças a isso que [nos governos petistas, entre 2003 e 2016], milhões de brasileiros e brasileiras saíram da extrema pobreza, abrindo caminho para uma vida melhor. É preciso lembrar que a valorização do salário mínimo não é essencial apenas para quem o ganha. Com mais dinheiro em circulação, as vendas do comércio aumentam. A indústria produz mais. A roda da economia volta a girar e novos empregos são criados.”

Agência Brasil

Postado em 1 de maio de 2023

Santiago Peña, de 44 anos, vence eleições no Paraguai

O economista Santiago Peña, de 44 anos, do Partido Colorado, foi eleito presidente do Paraguai neste domingo, 30. Ele assumirá o cargo no dia 15 de agosto, e o mandato é de cinco anos.

Com 99,89% das urnas apuradas, o resultado é o seguinte:

. Santiago Peña: 42,74 %

. Efraín Alegre: 27,48 %

. Payo Cubas: 22,92 %

As informações são da Justiça Eleitoral do país. Mesmo antes da definição, quando a apuração apontava a liderança do vencedor, o atual presidente, Mario Abdo Benitez, do mesmo Partido Colorado de Peña, afirmou em uma rede social que seu colega tinha sido eleito.

O jornal “ABC Color” afirma que a eleição está decidida. O próprio Peña também já afirmou que é o vencedor, de acordo com a agência Reuters.

Esperava-se que a disputa fosse concorrida, pois o candidato da esquerda, Efraín Alegre, havia conseguido formar uma coalizão ampla e aparecia bem nas pesquisas.

O Partido Colorado domina a política paraguaia desde a década de 1950, mas, recentemente, acreditava-se que a popularidade do partido estaria em baixa por uma economia em desaceleração e acusações de corrupção.

Cerca de 4,8 milhões de paraguaios foram convocados às urnas neste domingo, em eleições nas quais também foram eleitos senadores, deputados, governadores e vereadores.

g1

Postado em 1 de maio de 2023

Número de mortos em desabamento em Olinda sobe para 6

Sobe para seis o número de mortos do desabamento de um edifício de três andares no bairro de Jardim Atlântico, em Olinda, região metropolitana do Recife, na noite de quinta-feira (27).

A última vítima foi encontrada na madrugada deste sábado (29), uma mulher de 60 anos sem vida.

Outras cinco pessoas foram retiradas dos escombros com vida, duas com ferimentos graves, de acordo com o Corpo de Bombeiros Militar de Pernambuco.

A corporação foi acionada às 22h08 de quinta-feira, chegando ao local 20 minutos depois.

As causas da tragédia ainda estão sendo investigadas. Em razão do acidente, imóveis que ficam nos arredores do Edifício Leme, que fica na Rua Olegário Mariano, 990, também foram interditados.

A edificação, que tem 32 apartamentos, já havia sido desocupada e condenada para moradia pela Defesa Civil do município desde 2001. No momento do incidente, no entanto, pelo menos 16 pessoas e três cachorros estariam no local.

Entre as vítimas fatais, que não tiveram os nomes revelados, estão uma mulher de 60 anos, um homem de 32 anos e um adolescente de 13 anos, que morava com os pais, que não estavam no prédio no momento do desabamento.

O edifício está localizado em uma área em que outras dezenas de prédios já foram desocupados pela Defesa Civil de Olinda por problemas estruturais.

Entre os feridos resgatados estão dois homens e três mulheres. Os dois homens, um de 45 anos e o de 53, identificado apenas como Ebenezer, estão internados no Hospital da Restauração, na área central do Recife.

Ebenzer era casado com Maria José, uma das vítimas fatais. Ele foi encontrado pelos bombeiros sob os escombros por volta das 8h30 da manhã, depois de passar mais de dez horas soterrado.

Duas mulheres, ambas com 25 anos, foram encaminhadas para a UPA da PE-15, em Olinda, e já tiveram alta. Uma terceira está internada no Hospital Miguel Arraes, em Paulista, e seu quadro de saúde segue estável, sem gravidade.

Por volta das 19h50, duas mulheres foram encontradas já sem vida no local. Uma última vítima do sexo feminino segue desaparecida. Os bombeiros continuam a procurá-la sob os escombros na noite desta sexta.

Vizinhos do prédio falaram sobre o susto e o medo. O mecânico Saulo Farias, 54 anos, foi uma das primeiras pessoas a chegar ao local, por volta das 22h10. “Eu já estava indo deitar quando ouvi um barulho muito forte e corri para a rua. Quando vi era o prédio caindo. Tinha muita poeira e logo depois a fumaça começou. Chamamos os bombeiros e muita gente se juntou para tentar ajudar porque a gente ouvia as pessoas pedindo socorro. Foi muito assustador”, afirmou.

“A gente sabe que tem outros prédios que podem cair a qualquer momento porque estão com problemas e já haviam até sido condenados e desocupados. O problema é que a prefeitura de Olinda interdita e vai embora. Aí as famílias que não têm para onde ir, voltam.”

Em nota, a Prefeitura de Olinda confirmou que o edifício foi interditado há mais de 20 anos pela Defesa Civil, após uma vistoria conjunta entre Estado, Município e Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).

De acordo com o coronel do Corpo de Bombeiros Waldyr Oliveira, atual secretário de Defesa Civil de Olinda, a prefeitura não sabia que o edifício havia sido reocupado. No entanto, os relatos de moradores e vizinhos apontam que a reocupação é antiga e que boa parte dos apartamentos foram alugados para outras famílias que não as proprietárias originais.

A região onde a edificação está localizada tem um histórico de prédios com problemas estruturais e desabamentos. Há dezenas de imóveis com rachaduras e outros danos aparentes e muitos, assim como o Leme, já foram condenados por especialistas, mas continuam abrigando famílias inteiras.

“Em seguida, os órgãos exigiram da seguradora do imóvel a demolição do mesmo. A mesma seguradora também é responsável pela vigilância do prédio e deveria proibir a ocupação”, disse. A prefeitura afirma que atua junto à Justiça, a fim de obrigar as seguradoras a executarem as demolições.

“Dezenas de ações foram movidas pela Procuradora do Município. Como exemplo, têm-se os casos dos edifícios Verbena e JK, onde a Caixa Seguradora, responsável pela Guarda e Conservação dos prédios, foi obrigada a demoli-los, realocando eventuais ocupantes”, afirmou o município.

Atualmente, no entanto, de acordo com a prefeitura, existem casos em que a Justiça já determinou a demolição do imóvel, após a ação municipal, porém as seguradoras se recusam a dar cumprimento à ordem judicial, mesmo sendo cobrada multa diária no caso de descumprimento.

“A Prefeitura de Olinda se solidariza com as famílias das vítimas e vai continuar atuando para que os prédios condenados do município sejam totalmente demolidos pelas seguradoras responsáveis.”

A seguradora do edifício que desabou parcialmente é a Caixa Seguradora. Procurada, a empresa ainda não se manifestou. O espaço permanece aberto para manifestação.

Vítimas resgatadas com vida
Vítima de sexo feminino, 25 anos (UPA Olinda);
Vítima de sexo feminino, 25 anos (UPA Olinda);
Vítima de sexo feminino, 30 anos (Hospital Miguel Arraes);
Vítima de sexo masculino, 45 anos (Hospital da Restauração);
Vítima de sexo masculino, 53 anos (Hospital da Restauração);

Seis pessoas não resistiram aos ferimentos:
Rodolfo Henrique Pereira da Silva, 31 anos;
Heverton Benedito dos Santos, 13 anos;
Maria José Barbosa da Silva, 52 anos;
Vítima do sexo feminino, 32 anos;
Vítima do sexo feminino, 16 anos;
Vítima do sexo feminino, 60 anos;

Nas redes sociais, Lupécio Carlos do Nascimento (Solidariedade), prefeito de Olinda, lamentou a tragédia. “Estamos mobilizados para prestar toda assistência para as vítimas”, disse ele. No post, aparece o nome Edifício Lene, mas a prefeitura de Olinda disse que se chama Leme.

A governadora de Pernambuco, Raquel Lyra (PSDB), por meio das redes sociais, também disse que o governo prestará todo o apoio necessário ao município. “Os bombeiros já estão atuando na ocorrência e no socorro de possíveis vítimas. Ficaremos atentos ao trabalho”, publicou.

No final da tarde, o Ministério Público de Pernambuco (MPPE) divulgou nota prestando solidariedade às vítimas e se colocando à disposição para “os encaminhamentos necessários”. O MPPE ainda diz que tem atuado nos desdobramentos da tragédia, para a apuração dos fatos e “responsabilização dos implicados” e em relação às medidas emergenciais aos sobreviventes.

CNN

Postado em 30 de abril de 2023

Ex-funcionários de Big Techs revelam que redes sociais são projetadas para viciar usuários

Tentar dissociar a tecnologia do ser humano é uma missão um tanto quanto complicada hoje em dia. Há especialistas que dizem que já somos seres biônicos e que o celular virou uma extensão dos nossos braços – se não está na mão, está sempre em um lugar de fácil alcance.

Além dos smartphones, ainda temos os notebooks, TVs, tablets… Telas, telas e mais telas.

A evolução tecnológica experienciada nos últimos anos resultou em um mundo conectado como nunca antes, com distâncias “encurtadas” e um acesso à informação muito maior. No entanto, especialistas também apontam um lado “negativo” do desenvolvimento tecnológico.

Para eles, no Vale do Silício, coração da revolução digital, existem extremos opostos: polos de desenvolvimento massivo de tecnologia e uma população cada vez mais “desconectada” da vida real.

Por lá, já são vários os ex-funcionários das “Big Techs” que decidiram expor o que veem como “falta de regulamentação” e “falta de controle” de uma indústria “que é projetada, dia a dia, para dominar a atenção e gerar vícios”.

Em entrevista à CNN, Tristan Harris, co-fundador e diretor do Center For Humane Technology (ou Centro para uma Tecnologia mais Humana, em tradução livre) e ex- designer de Ética do Google, explica que há milhares de engeheiros das Big Techs que vão trabalhar todos os dias com um único objetivo: tentar entender como prender a atenção de uma pessoa e fazer com que ela sempre volte.

Ele contou, também, que as maiores e mais efetivas estratégias têm um único alvo muito vulnerável – a psicologia humana. “A compulsividade é projetada. Há engenheiros cujo único trabalho é entender como tomar a maior parte da atenção de alguém e fazer com que ela volte no dia seguinte”.

“Dois bilhões de pessoas usam o Facebook todos os dias. Mais de um bilhão usa o YouTube. É um perigo real, e devemos fazer com que as pessoas tenham consciência disso”, acrescentou Harris.

Sintomas reais

Dados recentes apontam que as taxas de solidão dobraram em anos recentes nos Estados Unidos, e experimentos simples conseguem indicar sintomas similares aos da abstinência quando se está longe do celular – estress, suor, entre outros.

Especialistas no estudo do cérebro humano explicam o vício em telas como “ciclos de recompensas frequentes e rápidos”, com potencial para alterar a forma como interagimos com os outros e com o ambiente.

“O cérebro interpreta toda e qualquer mensagem, curtida e comentário como uma recompensa. A dopamina surge no centro de prazer do cérebro e muda a forma como a mente trabalha”, explica o neurologista Adam Gazzaley.

“É como se fosse um looping infinito, e é muito difícil resistir. A linha da distração para o vício é muito tênue”, acrescentou.

Vício pode levar ao suicídio
John Jones, um jovem americana que praticava basquete no Ensino Médio acabou abandonando seus sonhos para o vício – que quase o levou ao suicídio. Após ter sido abusado sexualmente na infância, o rapaz contou à CNN que desenvolveu uma compulsão por telas e que “quando não estava online, estava dormindo”.

“Tudo que não fosse obrigatorio, eu não fazia. Não ia às aulas e deixei de fazer basquete. Ficava muitos e muitos dias sem falar nada”, acrescentou o jovem.

Entre jogos, vídeos no YouTube e pornografia, o John abandonou definitivamente a escola e o contato com o mundo real, até mesmo com seus próprios pais e familiares, o que, aos poucos, o levou a planejar o seu próprio suícidio.

Depois da tentativa de tirar sua própria vida, Jones entrou em uma clínica de reabilitação específica para casos de compulsão tecnológia. Por lá, em conversa com a CNN, o jovem disse ter conseguido recuperar algumas capacidades tão simples quanto a observação da natureza, se comprometeu com alguns “desafios” para retomar a vida antes do vício.

Entre outras tarefas, John listou como “metas”: Cancelar jogos, usar um celular sem acesso à internet, deixar de usar álcool, drogas e tomar café, fazer exercicio físico e promover contatos sociais,

Esperanças e esforços
Mesmo com cenários muitas vezes extremos, em que é impossível imaginar uma reversão de padrões, há quem proponha soluções para equilibrar o uso de tecnologia com as conexões “offline” da vida real.

Nas escolas Waldorf, espalhadas pelos quatro cantos do mundo, a proposta é justamente promover a educação de crianças e jovens sem o apoio de qualquer tipo de aparelho digital. A instituição defende que as crianças aprendem “vendo, fazendo, ouvindo, mexendo o corpo”, e que por isso é necessário estimular essas atividades.

Pais dos “pequenos” do Sillicon Valley têm essa percepção e, por isso, procuram soluções como as oferecidas pela Waldorf.

“Queremos continuar nutrindo a criatividade, porque sentimos que isso vai prepará-los para o que vem à medida que foram ficando mais velhos. Não queremos que eles sejam máquinas. Queremos que as crianças cresçam e se tornem bons cidadãos do mundo”, disse um dos pais dos alunos à CNN.

CNN

Postado em 30 de abril de 2023

Megalomania de Elon Musk começa a cobrar preço alto e afetar negócios

No espaço de apenas uma semana, o bilionário sul-africano Elon Musk, menor apenas que seu ego, o dono da verdade, sofreu várias reveses. Para quem gosta de esticar a corda e testar limites, Musk foi confrontado pela dura realidade, que não se esquivou de mostrar a ele que nem sempre (pelo menos) é possível dominar o mundo. Em poucos dias, viu o foguete Starship, da SpaceX, se transformar em uma bola de poeira e fragmentos sobre o Golfo do México. Também foi contido por más notícias no balanço da Tesla, fabricante de carros elétricos e autônomos. Além de tudo isso, descobrir que mudanças propostas por ele na política de tratamento dos usuários do Twitter saiu pela culatra. Na maioria desses casos, os bolsos do gênio explosivo ficaram um pouco menos fundos. Segundo o Índice de Bilionários da Bloomberg,

Para quem é considerado um dos homens mais abatidos do planeta, com pelo menos 150 bilhões de dólares acumulados, Musk tem alguma gordura para gastar, é bem verdade. Seus repentes, no entanto, vieram causar prejuízos faz algum tempo. Há apenas dois anos, ele era apontado pela revista Forbescomo o primeiro bilionário do ranking, com uma fortuna estimada em 300 bilhões de dólares. De lá para cá, as perdas têm sido constantes e recentes. A turbulenta compra do Twitter por 44 bilhões de dólares foi um ponto de inflexão. Após assumir o comando da empresa, em outubro do ano passado, ele promoveu demissões, revelou o tamanho das equipes dedicadas à segurança e responsabilidade interna e cedeu o sistema de controle, o selo de procedência da rede do passarinho azul, para qualquer pessoa disponível a pagar uma taxa que varia de 8 dólares por mês (usuários comuns) até 1 000 dólares mensais (empresas).

Para surpresa de absolutamente ninguém, a estratégia de Musk não funcionou. Na semana passada, a empresa removeu o selo de todas as contas que não estavam pagando pelo serviço de assinatura. Depois, destrambelhado, saiu distribuindo a marca de referência a seu bel-prazer, em contas com mais de 1 milhão de seguidores — incluindo Kobe Bryant e Michael Jackson, que já faleceram. Muitas celebridades que foram sagradas com o retorno da verificação correram aos seus perfis para esclarecer que não estavam pagando nada por aquilo. Entre idas e vindas, ataques e recuos, trinta dos principais anunciantes reduziram seus gastos em uma média de 40% no microblog. Além disso, o tráfego na plataforma diminui: em janeiro de 2023, já sob a batuta de Musk, o número de visitantes no Twitter caiu 2% em relação ao mesmo período do ano passado.

A confusão reverberou de forma negativa em outros negócios de Musk. A maior parte da fortuna do bilionário está ligada à montadora de automóveis Tesla, cujas ações ficaram entre as cinco de pior desempenho no ano passado. Além de problemas nas fábricas e da alta sentida americana, a empresa tem sofrido com os veículos que usam seu sistema de assistência ao motorista, nos modos piloto automático e autônomo. Segundo a Administração Nacional de Segurança Rodoviária (NHTSA, na sigla em inglês), de julho de 2021 a junho de 2022 esses carros passaram envolvidos em 273 acidentes. Desde 2016, uma agência federal investigou 35 colisões nas quais os sistemas de direção autônoma provavelmente estavam em uso. Até agora dezenove pessoas morreram.

A Tesla diz que os recursos de inteligência artificial não tornam os carros 100% autônomos e os motoristas devem estar “preparados para assumir o controle a qualquer momento”. A empresa destruiu o sistema em 2015 e o primeiro acidente fatal nos Estados Unidos foi relatado em 2016, um caso que nunca foi a julgamento. Mesmo assim, está prevista uma série de testes relacionados ao sistema de direção semiautomática, que Musk afirmou ser mais seguro do que os motoristas humanos. O empresário, a propósito, foi além. Ele prometeu — por meio de sua conta no Twitter, claro — um sistema totalmente autônomo ainda para este ano. Contudo, é preciso lembrar que Musk faz promessas desse tipo desde 2019. “A tendência é muito clara para a direção totalmente autônoma”, disse. “Acho que faremos isso este ano.”

Enquanto espera os carros e andam por aí, soltos e faceiros, Musk tem tempo para se dedicar a um de seus brinquedos mais queridos, a empresa espacial SpaceX. Criada para transportar pessoas e alcançar a “órbita da Terra, da Lua, de Marte e além”, tem colecionado algumas conquistas e muitas derrotas em busca de lugar de destaque na exploração comercial do espaço. Nem mesmo a explosão do foguete Starship, transmitida ao vivo a partir da base de lançamentos Starbase, no sul do Texas, com os requintes de uma emissora convencional, incluindo apresentadores e comentaristas, parece incomodar a claque de Musk. Apesar de saber que estava sendo consumido no ar cerca de 10 bilhões de dólares, a turma formada pelos funcionários aplaudiu entusiasmada o malsucedido lançamento. E lá estava a mandachuva, entre a ironia e o sorriso, acompanhando a cena.

Para ele, a rigor, pouco importa no momento a glória ou o drama. O investimento em discutido é quase um esporte, chameriz para as invencionices que não cessam de ampliar. No asfalto, no espaço, não há limites, em permanente afronta à ética científica e ao bom senso. A despeito dos alertas, despeje fortunas na criação de implantes radiais que certamente ao homem se comunicar com computadores. Em nome de uma suposta liberdade de expressão, tornou o Twitter um território em que tudo é autorizado, inclusive postagens que incitam à intolerância.

VEJA

Postado em 30 de abril de 2023

Jovens abandonam bebidas alcoólicas como sinónimo de saúde e autocuidado

Para Gabriela Paschoal, 25, a decisão de abrir mão de bebidas alcoólicas foi uma das grandes responsáveis ​​por melhorias em sua qualidade de vida. A sobriedade contribuiu para uma maior clareza mental e disposição para alcançar seus objetivos profissionais e pessoais, diz.

Sua escolha e de outros jovens mostra uma tendência que começa a aparecer nos estudos, especialmente entre a geração Z. Pesquisas internacionais indicam que os mais jovens estão bebendo menos.

No Brasil, esses indicadores ainda são oscilantes, mas o consumo de bebidas alcoólicas caiu após o aumento registrado no primeiro ano de pandemia . Segundo a Vigitel (Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico), do Ministério da Saúde, em 2021 houve queda no consumo considerado excessivo de álcool por jovens brasileiros.

Entre os de 18 a 24 anos, 19,3% entravam nessa estatística, a menor porcentagem desde 2014. Em 2020, esse indicador era de 25%. Na faixa etária de 25 a 34 anos, também ocorreu uma diminuição: cerca de 25% dos manipulados responderam ter bebido demais em uma mesma ocasião. Sem ano anterior, foram 30,9%.

O beber em excesso foi classificado como quatro ou mais doses para mulheres e cinco ou mais para homens. De acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde), não há nível seguro de consumo de álcool, isto é, não é possível indicar uma quantidade que não afeta a saúde.

Gabriela considera que, até meados do ano passado, a frequência do seu consumo impactava sua saúde mental e seu bem-estar. “Estava passando por uma fase difícil e bebia muito. Se triste algo bom, bebia para comemorar. Se estava triste, bebia para afogar as mágoas”, conta.

Na tentativa de melhorar sua rotina, decidiu se desafiar e passar dois meses sem beber. Desde então, conta nos dedos as vezes em que consomes algum tipo de bebida alcoólica. Ela também sente que não gosta dos efeitos.

“Não foi uma escolha tão consciente ao decidir parar de beber, foi muito mais uma tentativa de fazer algo diferente para melhorar o meu dia a dia. Mas depois, percebi muitos benefícios”, relata a jovem, que hoje trabalha como modelo.

Dentre as mudanças, houve economia financeira, mais disposição e melhora na saúde mental. “Minhas crises de pânico praticamente sumiram. Deu aquela claridade mental para ir atrás dos meus planos.”

Thereza Andrada, 28, também considera a escolha de não beber um investimento em sua saúde mental. “Eu tenho diagnóstico de ansiedade, e não acho que beber ajuda em meu bem-estar mental ou físico. Não me vejo voluntariamente consumindo algo que me faria perder o controle”, pondera.

Desde a adolescência, a atriz conta que já experimentou uma série de bebidas alcoólicas, mas o gosto não agrada-a. “Acho que muita gente bebe para se sentir incluído ou por pressão social, mas para mim não faz sentido consumir algo que não gosto do sabor”, afirma.

Apesar de não considerar uma escolha difícil, Thereza diz se sentir incomodada com a reação de algumas pessoas. Entre familiares e amigos próximos, a aceitação é boa e não há muitos questionamentos. Porém, ao conhecer pessoas novas, a jovem afirma que muitas vezes se sente pressionada ou julgada.

“É uma busca incessante pra você beber, e parece que as pessoas só aceitam a minha escolha quando falo do histórico de alcoolismo em minha família”, diz.

Em aplicativos de relacionamento, por exemplo, sinalize em seu perfil que não consuma álcool, mas mesmo assim bebidas, acaba sendo questionada em alguns sanitários. “Às vezes a pessoa diz que não sabe para onde me chamar, só por eu não beber. Mas não faz diferença, podemos ir num bar e eu vou tomar um refrigerante.”

Folha de SP

Postado em 30 de abril de 2023

‘Não é agora, com 80 anos, que vou desacelerar’, diz Drauzio Varella

Prestes a completar 80 anos, na quarta (3), o médico e escritor Drauzio Varella diz que não pretende desacelerar o ritmo frenético das atividades, entre elas uma coluna na Folha , atendimento voluntário na cadeia, palestras, participações em programas de TV, produção de material para o seu site, canal no YouTube e rede social.

“Sempre trabalhei muito. Tive fases da vida em que dizia: ‘preciso reduzir’. E não consegui. Não é agora com 80 anos que vou aprender”, afirmou à Folha na última quarta (26) o autor de 18 livros, entre eles o best-seller ” Estação Carandiru” (1999).

Ele estava com a voz rouca e se queixando de dor de garganta por ter passado grande parte do dia anterior em um estúdio congelado gravando entrevistas para um videocast no YouTube, que estreia no dia 3. Entre os convidados estão o diretor Zé Celso Martinez Corrêa , a cantora Negra Li , o padre Julio Lancelotti e o rapper Dexter.

Com o fechamento do dinâmico particular, Drauzio conta que tem buscado formas mais eficientes de comunicação e se dedicado à leitura e à escrita. Revisitou recentemente o clássico “Anna Karenina”, de Liev Tolstói. “Com a idade de hoje, pude entender melhor a estrutura do livro.”

Maratonista há mais de 30 anos, ele não tem corrido nas ruas do centro de São Paulo como costumava fazer. Mas não devido à onda de saques e assaltos na região . “Nunca tive problema nenhum. Ao contrário, muitos [dos usuários de crack] me conhecem da cadeia. O que me preocupa mais agora é a condição das nossas calçadas.”

Quando o sr. nasceu, a espera de vida era de 45 anos. Pensava que chegaria tão bem aos 80? Não, não imaginava [risos]. Quando eu era menino, eu me lembro que, quando se falava de pessoas de 50 anos, era [se referindo a] um velho. Os jornais davam manchete: ‘sexagenário é atropelado na av. São João’. Eram poucas as pessoas que chegavam aos 60 anos. Minha geração foi observando esse aumento estupendo da duração da vida. Naquela época, colocar uma pessoa de 50 anos na mesa cirúrgica, precisava pensar se valia a pena quando não era uma emergência. Hoje, a gente opera a pessoa com 90 anos e ela sai muito bem.

Seu pai morreu aos 80 anos. Essa idade te desperta algum temor ou reflexão em especial? Claro que você se preocupa com isso. A geração do meu pai foi fumante, a minha também, mas a dele não parou de fumar como a minha. E ele foi tendo complicações. Eu parei de fumar aos 36 anos e, claro, eu acho que eu vou viver muito mais, mas não há garantias.

O Sr. é ateu e já esteve à beira da morte, por causa da febre amarela . Naquela situação limite, apegou-se em algo espiritual, religioso? Não, porque [ser ateu] é mais forte do que eu. Você não tem domínio sobre essas coisas. Elas são como são. A vida dos religiosos deve ser mais fácil. Eu rezo e vou resolver os meus problemas assim, vou me sentir amparado por alguém, pela figura de Deus. Mas quando isso não faz sentido prático para você, você não consegue fingir que está tendo esses princípios religiosos.

Se tivesse que escolher seus maiores acertos e maiores erros quais seriam? Acertei primeiro escolhendo a profissão. Desde pequeno queria ser médico e nunca me arrependi dessa escolha. O segundo acerto foi quando escolheri a oncologia . No começo dos anos 1970, a ênfase da oncologia era a cirurgia e a radioterapia. A quimioterapia ensaiava os primeiros passos. Eu pude acompanhar esses avanços todos até o que temos hoje, o impacto da biologia molecular.

Outro acerto foi durante a epidemia de Aids . No Hospital do Câncer, eu era chefe do serviço de imunologia, e a Aids era uma doença que dava depressão imunológica, dispensava oportunistas e câncer, que eram as coisas que mais me interessavam na medicina.

E, por causa da epidemia de Aids, entendeu que a função dos médicos não é só atender os doentes, é também educar, contar para a sociedade as coisas que ele aprendeu, tentar fazer com que os outros não precisem passar por situações que a seguiram leva. E isso me dá muito prazer.

E os erros? São vários [risos]. Eu não fui um aluno brilhante . Entrei na faculdade e, como precisava trabalhar, comecei a dar aula em cursinho. Ficava na faculdade o dia inteiro, ia para o cursinho e dava aula até as 11h da noite, todos os dias, de segunda a sexta. No sábado dava aula o dia inteiro, e no domingo de manhã também.

Acho que as coisas erradas que eu fiz foram no exercício profissional. A medicina é uma profissão muito curiosa. Você trata cem doentes, cura 99, mas com um doente as coisas não dão certo por uma série de razões. Você vai esquecer os 99 e só vai pensar naquele doente em que as coisas não deram certo.
No começo da profissão faltava maturidade para entender essa coisa da vida e da morte.

A tendência do médico quando o doente vai mal, quando as coisas que você faz dá errado, é se afastar do doente. E isso aconteceu comigo numa certa fase. Eu fiquei tão triste com os doentes que evoluíam mal que eu pensei que essa fase não dependia de mim. [Pensava] ‘Estudei medicina para curar, trate as pessoas não para que elas morram na minha frente’. Era altamente frustrante.

E quando isso mudou? Com o passar do tempo, comecei a enxergar a verdadeira arte da medicina. Quando as coisas vão bem, você dá o remédio, o doente fica bom. Qualquer médico é capaz de fazer isso. Mas como você acompanha a pessoa nos momentos finais da vida? O que você faz? O que você aprende com ela?

Mais tarde, com mais maturidade, isso me deu uma grande realização. Mais até do que curar os doentes. A figura do médico é crucial quando ele exerce o papel dele de verdade. Quando ele leva aqueles dados todos em consideração e tenta fazer com que aquele final tenha o mínimo sofrimento possível.

O Sr. lidar bem com a morte de pessoas próximas? Acho que sim, mas isso começou lá atrás. Eu perdi minha mãe com quatro anos. Aí fomos morar com a avó paterna, e ela morreu quando eu tinha oito anos. Depois eu vivi isso tantas vezes no exercício da profissão que eu me preparo para essa realidade.

Eu perdi meu irmão mais novo, ele tinha 45 anos, era médico, a gente trabalhava junto. Eu tinha 47 anos, fui o médico dele. Se o meu irmão estivesse vivo, teria 78 anos, um velho como eu. E eu tenho a imagem dele com 40 e poucos anos. Ele era muito bonito. Passavam dez mulheres na rua, as dez olhavam para ele e nenhuma para mim [risos].

Quando você vai perder pessoas queridas , a felicidade possível, o teto que você consegue alcançar, é rebaixado. Não é que você vai ficar infeliz para o resto da sua vida, mas vai te faltar alguma coisa e isso é para sempre.

Quando você vai perder pessoas queridas, a felicidade possível, o teto que você consegue alcançar, é rebaixado

Dráuzio Varella
médico

Esse é um dos aspectos mais duros da velhice, quando você começa a perder as pessoas que te cercam. Você precisa se adaptar a essa posição nova e, se não fica atento, fica sozinho. Quantas pessoas de idade caem nessa situação porque não se prepararam para esse momento? A gente não pode cair nessa de jeito nenhum.

E quais são os próximos planos? Pretende desacelerar? Não quero desacelerar. Não quero primeiro porque eu não sei. Sempre trabalhei muito. Tive fases da vida em que diziam: ‘tô trabalhando demais, que absurdo, preciso reduzir’. E não consegui. Não é agora com 80 anos que vou aprender. Por outro lado, tem uma premência por causa da idade. Não fiz tudo o que eu queria ainda.

O que ainda falta? Quero melhorar essa comunicação, encontrando formas mais eficientes de transmitir informações, ler mais. Li há pouco tempo o “Anna Karenina”. Até tinha começado a ler no passado, mas tive que parar. Agora li com enorme prazer. Com a idade de hoje, pude entender melhor a estrutura do livro, aqueles personagens que o Tosltói descreve maravilhosamente bem. Quero me aplicar mais. Ter mais tempo para ler e escrever.

Ainda corre na região central de São Paulo? Sente-se inseguro com o aumento da violência ? Não corro tanto quanto eu corri porque a epidemia atrapalhou um pouco, mudou os nossos costumes. Correr na rua não me preocupa pela violência, nunca tive problema nenhum.

Ao contrário, conheço a população que vive no centro, os craqueiros, muitos me conhecem da cadeia. O que me preocupa mais agora é a condição das nossas calçadas. É difícil ter que correr olhando pro chão, senão você tropeça e cai. Já tomei alguns tombos assim. E o último que eu tomei fiquei chateado.

O Sr. e a [atriz] Regina [Braga] estão casados ​​há mais de 40 anos. Qual o segredo para um casamento tão longevo? Eu acho que é o respeito mútuo. É um privilégio de poucos. Ou as pessoas se separam rapidamente ou continuam a viver juntos mas é aquele relacionamento que, de fora, você olha e diz: ‘que tristeza! A vida é isso?’ Vai dar um desencanto com a vida em comum.

Mas é possível você ter uma relação decente com uma pessoa em que um não queira prejudicar o outro, que um veio na relação para ajudar o outro e vice-versa. Quando você tem a sua parte emocional equilibrada, sobra muito tempo para o resto.

Quando penso nos anos que passei com desencontros, um com ciúme do outro, um criando problemas para o outro, eu penso: ‘que perda de tempo! A vida é uma só!’ A gente que tem casa, comida, roupa para vestir, que tem dinheiro para passear, tem que ser feliz.

RAIO-X
Drauzio Varella, 79 Médico cancerologista formado pela USP, dirigiu durante 20 anos o serviço de imunologia do Hospital do Câncer (SP). Foi um dos pioneiros no tratamento da Aids no Brasil, especialmente do sarcoma de Kaposi. Em 1986, iniciou em rádios campanhas de prevenção à Aids. A partir de 2000, começou sua participação em programas da rede Globo e sua coluna na Folha . Tem um portal de notícias de saúde e um canal no YouTube. Realiza atendimentos voluntários em um centro de detenção provisória. É autor de 18 livros, entre eles o best-seller “Estação Carandiru” (1999). Casado com a atriz Regina Braga, é pai da editora e tradutora Mariana e da médica Letícia. Tem duas netas. Faz 80 anos no dia 3 de maio de 2023

Folha de SP

Postado em 30 de abril de 2023

STF forma maioria e suspende comercialização de ouro com base na presunção de boa-fé

Os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) formaram maioria para seguir a liminar de Gilmar Mendes que suspendeu a compra e venda de ouro com base na presunção de boa-fé. A decisão foi feita nesta sábado, 29, e atende a pedidos do Partido Verde (PV) e do Partido Socialista Brasileiro (PSB), que questiona uma lei que permite que distribuidoras de títulos e valores mobiliários (DTVMs) realizem a compra de ouro com base unicamente em dados fornecidos por vendedores. As legendas acreditam que a falta de fiscalização incentiva o garimpo ilegal, uma vez que é a única garantia de procedência legal do material é a a palavra do garimpeiro. “É preciso que esse consórcio espúrio, formado entre garimpo ilegal e organizações criminosas, seja o quanto antes paralisado. O provimento de medida cautelar, pelo Supremo Tribunal Federal, é o meio adequado e necessário para tanto”, afirmou Gilmar Mendes.

Além da suspensão da prática, ele solicitou a formulação de uma nova legislação para a fiscalização do comércio de ouro. O voto do ministro foi acompanhado pelos colegas Alexandre de Moraes, Rosa Weber, Dias Toffoli, Edson Fachin e Cármen Lúcia. Ainda estão pendentes dos pronunciamentos de André Mendonça, Nunes Marques e Luiz Fux. A sessão plenária seguirá até terça-feira, 2. O Ministério da Justiça e Segurança Pública deve encaminhar ao Congresso Nacional uma medida provisória para melhorar a fiscalização do ouro, com novas regras como a obrigatoriedade da nota fiscal eletrônica nas transações. O texto foi elaborado pelo grupo de trabalho montado contra o garimpo ilegal após a crise humanitária na terra indígena Yanomami.

JP NEWS

Postado em 30 de abril de 2023

Agrishow: organização cancela cerimônia de abertura após polêmica com Bolsonaro

Após o Banco do Brasil suspender o patrocínio à Feira Internacional de Tecnologia Agrícola em Ação (Agrishow), evento do setor do agronegócio que terá a presença do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), os organizadores cancelaram a cerimônia de inauguração.

Em nota, a organização informou que, “em virtude de toda a repercussão gerada pela cerimônia de abertura da 2ª edição da Agrishow, as entidades realizadoras do evento optaram por não realizar solenidade de abertura da feira, prevista para o dia 1º de maio, às 11h” (leia a nota completa abaixo).

A feira ocorrerá em Ribeirão Preto (SP). Ante a previsão da ida do candidato derrotado nas últimas eleições presidenciais, a organização do evento alertou o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, sobre um provável mal-estar. O movimento soou como se os organizadores estivessem desconvidando Fávaro.

A Agrishow tinha o governo federal e o Banco do Brasil como os dois principais patrocinadores, mas o Executivo decidiu cancelar o apoio financeiro na sexta-feira (28/4). Fávaro pretendia utilizar o evento para o lançamento oficial de uma linha de financiamento em dólar para o agronegócio, que será operada pelo BNDES, e para anunciar mais recursos para o Plano Safra deste ano.

Bolsonaro deve ir ao evento acompanhando o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), seu aliado político.

Leia a nota da Agrishow na íntegra:

“Em virtude de toda a repercussão gerada pela cerimônia de abertura da 2ª edição da Agrishow, as entidades realizadoras do evento (Abag – Associação Brasileira do Agronegócio, Abimaq – Associação Brasileira de Indústria de Máquinas e Equipamentos, Anda – Associação Nacional para Difusão de Adubos, Faesp – Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo e SRB – Sociedade Rural Brasileira), optaram por não realizar solenidade de abertura da feira, prevista para o dia 1º de maio, às 11h.

A Agrishow mantém a sua tradição de ser a principal vitrine do setor, apresentando o que há de mais moderno em tecnologia para o agronegócio, soluções para pequenas, médias e grandes propriedades, estimulando a realização de negócios.

Reiteramos o convite para que mantenha a sua agenda de visita ao evento para conhecer as inovações que estão ampliando a competitividade e o desenvolvimento do setor.”

Metrópoles

Postado em 30 de abril de 2023