Zelenski reforça elos com Otan, mas não convence Sul Global no 1º dia do G7

O presidente da Ucrânia, Volodimir Zelenski , mergulhou em uma missão dupla nos últimos dias: instar os países ricos da Otan a manterem seu apoio financeiro às forças ucranianas na guerra contra os russos, ao mesmo tempo em que tenta convencer as nações do Sul Global que ainda se recusam a tomar partido na guerra a aderir à coalizão anti- Rússia .

O líder roubou uma cena em Hiroshima , onde apareceu de surpresa para uma reunião do G7, e programou conversas com líderes do G7 para fortalecer o apoio a esses países à Ucrânia. No sábado (20), convidou-se com o premiê britânico, Rishi Sunak, o chanceler alemão, Olaf Scholz, a primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, e o presidente francês, Emmanuel Macron —responsável por garantir o avião que levou o ucraniano à cúpula.

No domingo (21), ele poderá agradecer pessoalmente ao presidente americano, Joe Biden, que manifestou apoio ao plano de criar um esforço internacional para treinar pilotos ucranianos em caças avançadas, incluindo os jatos F-16 — aeronave de combate que o ucraniano reivindica de seus aliados ocidentais.

A Casa Branca ainda sinalizou que pode enfim fornecer unidades do modelo a Kiev, pedido a que resistiu por meses. Biden ainda deve anunciar no Japão mais um pacote de ajuda militar à Ucrânia de US$ 375 milhões (R$ 1,9 bilhão, na conversão atual), segundo a agência Reuters.

Zelenski ainda se encontrará com o premiê japonês, Fumio Kishida, anfitrião da cúpula, em seu último dia.

Se as reuniões bilaterais demonstram que o apoio de Otan e aliados à Ucrânia segue firme, não está claro se Zelenski foi totalmente bem-sucedido em sua outra missão. Depois de um impasse que durou todo o sábado, deve enfim conversar pessoalmente com o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), no final da tarde do domingo — fontes que pediram anonimamente confirmaram que o petista aceitou o pedido do ucraniano.

O ucraniano conseguiu, porém, se reunir com o premiê indiano, Narendra Modi, no sábado. Após a conversa, este disse que a Índia fará “todo o possível” para resolver o conflito. Zelenski disse ter apresentado “em detalhe a fórmula ucraniana de paz e pedido à Índia para se juntar à sua implementação”, e agradeceu ao líder por apoiar a integridade territorial do país.

Brasil e Índia têm frustrado nações ricas por seus posicionamentos em relação à guerra. Brasília apoiou a resolução da ONU de fevereiro que condenou a invasão russa, mas se recusou a enviar munição para Kiev, como padrão pela Alemanha .

Além disso, Lula fez recentemente uma série de declarações no sentido de equiparar as responsabilidades de ambos os países envolvidos no conflito. Já Nova Déli se absteve na votação da resolução da ONU e intensificou suas bandeiras de petróleo da Rússia, minando os esforços da Otan para sufocar financeiramente o governo de Vladimir Putin. Tanto Modi quanto Lula já conversaram com Zelenski por telefone anteriormente .

Antes de chegar a Hiroshima, Zelenski fez uma parada inesperada também na reunião da Liga Árabe, na Arábia Saudita . Apesar da pressão dos EUA, a maioria das nações árabes reluta em tomar partido em uma guerra que enxergam como disputa entre superpotências.

Em Jiddah, Zelenski exortou os árabes a salvarem ucranianos das “jaulas das prisões russas”. “Infelizmente, há alguns no mundo, e aqui entre vocês, que fecham os olhos para essas jaulas”, disse. “Estou aqui para que todos examinem essa questão.”

Folha de SP

Postado em 22 de maio de 2023

Ciro acumula condenações e enfrenta fila de credores e até bloqueio para licenciar carro

Conhecido pela retórica inflamada contra adversários, o ex-presidenciável Ciro Gomes (PDT) coleciona condenações por danos morais e tem sido alvo de ações de execução em série, o que já resultou em penhora e leilão de imóveis, constante bloqueio de valores em suas contas bancárias, incluindo R$ 101 mil na da sua mulher, chegando até o recente impedimento para licenciar um carro.

Ciro declarou no ano passado —quando disputou a Presidência e ficou em quarto lugar— patrimônio de R$ 3 milhões, mas a Justiça tem encontrado dificuldade para fazer valer as cobranças.

Prefeito, governador, ministro e quatro vezes candidato à Presidência, Ciro é alvo ou figura como autor em cerca de uma centena de ações criminais e cíveis relativas a danos morais, em especial no Ceará e em São Paulo.

A defesa do ex-presidenciável afirma que Ciro sofre restrição incomum ao seu direito de expressão, que as punições têm valores muito acima do normal e que ele não tem recursos e bens penhoráveis para cobri-las.

Diz ainda que as suas “nítidas dificuldades financeiras” decorrem de ele ser um político honesto, que não responde a processo de dano ao erário e que vive do seu salário.

Como vice-presidente nacional do PDT, Ciro recebe remuneração mensal de R$ 23,5 mil.

Na lista dos que ingressaram na Justiça alegando terem sido ofendidos pelo pedetista estão os ex-presidentes da República Fernando Collor de Mello, Fernando Henrique Cardoso, Michel Temer e Jair Bolsonaro, além de políticos como José Serra (PSDB-SP), Eunício Oliveira (MDB-CE), Damares Alves (Republicanos-DF), Ricardo Salles (PL-SP), Eduardo Cunha (MDB-SP), João Doria (SP) e Valdemar Costa Neto (PL).

Contra alguns desses, como Ricardo Salles (chamado de “ex-ministro do desmatamento e contrabando”), Eduardo Cunha (“trambiqueiro”) e Doria (“farsante”), Ciro obteve vitórias, mas a lista de reveses tem empilhado condenações já na fase de execução que, somadas e corrigidas, ultrapassam a casa do milhão.

Só na Justiça de São Paulo, há 13 processos listados, sendo 9 protocolados de 2018 até agora.

Um deles diz respeito a ele ter chamado em 2018 o vereador paulistano Fernando Holiday (Republicanos) de “capitãozinho do mato”. Holiday entrou no Juizado Especial Cível, e Ciro acabou condenado a indenizá-lo em R$ 38 mil.

A ação de cumprimento da sentença tramitou por quatro anos sem que houvesse o pagamento, apesar de sucessivas tentativas de penhora de imóveis e busca de saldos em contas bancárias. A situação só mudou com a penhora em 2 de fevereiro deste ano da casa de Sobral que Ciro havia herdado da mãe, dona Mazé.

Uma empresa, porém, informou à Justiça que havia comprado a casa dois dias antes, em 31 de janeiro, e apresentou comprovante de repasse de R$ 561 mil para a conta de Giselle Bezerra, mulher de Ciro.

A Justiça então autorizou em abril pedido do advogado do vereador, Felipe Boarin L’Astorina, e bloqueou R$ 101 mil (valor atualizado devido a Holiday) da conta de Giselle. L’Astorina afirmou que entrará agora com ação de execução para pagamento dos honorários de sucumbência (valores devido pelo perdedor da ação aos advogados da parte vencedora).

“O mais importante foi a condenação dele pela ofensa, o que acabou servindo de exemplo para que tenhamos um debate mais civilizado sobre o racismo no Brasil, independente de ideologias”, disse Holiday.

De acordo com esse processo, restaram dois imóveis a Ciro que são impenhoráveis —um por ser sua residência e o outro por estar financiado pela Caixa.

Ciro também entrou com ação contra Holiday, por ter sido chamado de “coronelista”, mas perdeu em todas as instâncias.

Em outra ação de cobrança de honorários de sucumbência, a advogada Regina Marilia Prado Manssur pediu R$ 47 mil em 2020. Ela integrou a defesa de Collor (chamado “playboy safado” e “cheirador de cocaína”), cuja vitória resultou no leilão judicial de um apartamento de Ciro em 2021, no valor de R$ 520 mil.

Manssur também não recebeu ainda os valores, passados três anos.

Na última quinta (18), ela se opôs a pedido dos advogados de Ciro para que o veículo Toyota Hilux SW4 ano 2010 passe de “bloqueio do licenciamento” para “bloqueio da transferência” —o argumento é o de que Ciro não está conseguindo pagar as taxas do Detran.

O pedetista também perdeu ação movida contra a Editora Abril pela publicação de uma reportagem em 2018 e foi condenado a arcar com os honorários dos advogados.

“Em que pese o início da execução ter sua origem em fevereiro de 2018, há mais de 5 anos, até o momento não houve satisfação do crédito perseguido”, disse em nota o escritório Fidalgo Advogados.

Ciro chegou a fazer acordo de pagamento amigável em 2021, mas acabou não cumprindo. O débito atualizado, com correção e multa, está em R$ 19 mil.

Serra, chamado de o candidato dos “grandes negócios e negociatas”, ganhou ações que atualmente somam cerca de R$ 800 mil em indenização, de acordo com os processos. Cerca de 10% já foi pago por meio de bloqueio em contas bancárias de Ciro.

De acordo com relatório da Justiça do Ceará de setembro de 2022, havia 71 processos em trâmite em que Ciro era polo passivo. Desse total, 41 tinham como parte ativa Eunício Oliveira, que virou desafeto em 2014, ocasião em que foi chamado de “mistura de Pinóquio com irmão metralha”.

Eunício, que também já foi processado por Ciro, a quem chamou de “coronelzinho decadente, mentiroso e dissimulado”, tem patrimônio declarado de R$ 158 milhões e disse ter arrematado o apartamento leiloado em 2021 no processo movido por Collor.

Ciro também já sofreu três condenações por danos morais em processos contra o ex-candidato a governador do Ceará Capitão Wagner (União Brasil). As ações, ainda em fase de recurso, somam R$ 60 mil, sem correção.

Durante o motim de PMs no Ceará, em 2020, Ciro chamou o então deputado federal de “miliciano”.

OUTRO LADO: ADVOGADO DIZ QUE CIRO E VIVE SÓ DE SEU SALÁRIO

Indicado pela assessoria de Ciro para se manifestar sobre o assunto, o advogado Walber Agra afirma que as “nítidas dificuldades financeiras” de seu cliente decorrem “de ele ser um político honesto, que não responde a nenhum processo de dano ao erário, e ser um cidadão de classe média”.

Agra, que é professor da Faculdade de Direito do Recife e que também advoga para o PDT, divide com o escritório de André Xerez, do Ceará, a defesa de Ciro nos processos.

“O não pagamento se deve exclusivamente a falta de recursos e de bens penhoráveis, haja vista que ele recebe apenas salário para o seu sustento e de sua família”, acrescentou Walber.

O advogado também criticou as condenações e o valor das multas aplicadas.

“O que mais chama a atenção é que a restrição ao direito de liberdade de expressão de Ciro Gomes é muito mais alargada que os demais casos. Outra coisa que chama a atenção é o valor das multas, muito acima da maioria das estabelecidas na jurisprudência.”

ESTADÃO

Postado em 22 de maio de 2023

Vacinação contra a gripe atinge só 33% do público a dez dias do fim da campanha

A vacinação contra a gripe atinge somente um terço da população-alvo após 41 dias da campanha nacional. Segundo dados do sistema Localiza SUS compilados neste domingo (21). Foram vacinadas 27,4 milhões das 81 milhões de pessoas dos grupos prioritários (idosos, gestantes, crianças menores de cinco anos, professores e profissionais de saúde, indivíduos com doenças crônicas, além de indígenas). A meta do Ministério da Saúde é vacinar 90% das pessoas. Faltam só mais dez dias para a campanha terminar.

A campanha nacional de vacinação contra a gripe influenza começou no dia 10 de abril e vai até 31 de maio. Na atual campanha, os estados brasileiros com menor cobertura vacinal do público-alvo são Acre (11%), Roraima (15%), Rondônia (17%) e Rio de Janeiro (18%). Em São Paulo, o índice de imunização está em 28%. Os estados com maiores taxas são Paraíba (40%), Amazonas (37%), Goiás e Ceará (ambos com 35%).

Em 2022 e 2021, a cobertura ficou em 68% e 72%, enquanto atingia índices acima de 90% nos anos anteriores.

Na campanha, são vacinadas crianças de 6 meses a menores de 6 anos de idade (5 anos, 11 meses e 29 dias), gestantes, puérperas, povos indígenas, trabalhadores da saúde, idosos com 60 anos e mais, professores das escolas públicas e privadas, pessoas com doenças crônicas não transmissíveis e outras condições clínicas especiais, pessoas com deficiência permanente, profissionais das forças de segurança e salvamento e das forças armadas, caminhoneiros, trabalhadores de transporte coletivo rodoviário de passageiros urbano e de longo curso, trabalhadores portuários, funcionários do sistema prisional, adolescentes e jovens de 12 a 21 anos de idade sob medidas socioeducativas e população privada de liberdade.

A influenza é uma infecção viral aguda que afeta o sistema respiratório, de elevada transmissibilidade e distribuição global e com tendência a se disseminar facilmente em epidemias sazonais, podendo também causar pandemias.

O período de incubação dos vírus influenza é geralmente de dois dias, variando entre um e quatro dias. Os sinais e os sintomas da doença são muito variáveis, podendo ocorrer desde a infecção assintomática até formas graves. Os quadros graves ocorrem com maior frequência em indivíduos que apresentam fatores ou condições de risco para as complicações da infecção, lactentes no primeiro ano de vida e crianças de 6 meses a menores de 6 anos de idade, gestantes, idosos com 60 anos ou mais e pessoas com doenças crônicas não transmissíveis e outras condições clínicas especiais.

A transmissão ocorre principalmente de pessoa para pessoa, por meio de gotículas respiratórias produzidas por tosse, espirros ou fala da pessoa infectada para uma pessoa suscetível.

A síndrome gripal (SG) se caracteriza pelo aparecimento súbito de febre, cefaleia, dores musculares (mialgia), tosse, dor de garganta e fadiga. A febre é o sintoma mais importante e dura em torno de três dias. Os sintomas respiratórios como a tosse e outros tornam-se mais evidentes com a progressão da doença e mantêm-se em geral de três por cinco dias após o desaparecimento da febre. Nos casos mais graves, geralmente, existe dificuldade respiratória e há necessidade de hospitalização. Em situações onde ocorre agravamento dos casos, estes podem evoluir para a síndrome respiratória aguda grave ou mesmo a morte.

Band

Postado em 22 de maio de 2023

Jovem brasileiro é aprovado em 10 universidades americanas

O estudante paranaense Davi Guidelli, de 18 anos, se surpreendeu ao ser aprovado por 10 universidades americanas. Davi havia aplicado para 19 universidades nos Estados Unidos. Além das 10 em que foi aprovado, ele ficou na lista de espera de outras três.

Entre as 10 universidades norte-americanas em que foi aceito, Davi escolheu a Universidade de Notre Dame, no estado de Indiana, e só está esperando os trâmites finais para embarcar para a nova fase. O curso tem duração de 4 anos.

Davi nasceu e foi criado em Umuarama, no noroeste do Paraná. O estudante se formou no ensino médio no final de 2022 e precisou se adaptar à rotina intensa de estudos para conquistar uma vaga.

As 19 universidades em que Davi passou foram:

University of Notre Dame – South Bend, Indiana, EUA

Duke University – Durham – Carolina do Norte, EUA

Vanderbilt University – Nashville, Tennessee, EUA

Purdue University – West Lafayette, Indiana, EUA

Olin College of Engineering – Needham, Massachusetts, EUA

University of Illinois at Urbana – Champaign, Illinois, EUA

Case Western Reserve University – Cleveland, Ohio, EUA

Villanova University – Villanova, Pensilvânia, EUA

Union College – Schenectady, NY, EUA

Rochester Institute of Technology – Rochester, Nova York, EUA

BAND

Postado em 21 de maio de 2023

Organização Mundial da Saúde afirma que mundo mais quente pode levar a 9 milhões de mortes por ano

Relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS) aponta que o aumento da temperatura global pode levar a mais de 9 milhões de mortes relacionadas ao clima a cada ano até o final do século.

De acordo com o documento, a mudança climática aumenta o risco de transmissão de doenças, altera os processos produtivos e interfere nos meios de subsistência de populações espalhadas pelo mundo, de forma desigual.

“Todos os aspectos da saúde são afetados pelas mudanças climáticas – desde ar, água e solo limpos até sistemas alimentares e meios de subsistência”, apontou o relatório, acrescentando: “Mais atrasos no combate às mudanças climáticas aumentarão os riscos à saúde, prejudicarão décadas de melhorias na saúde global e violarão nossos compromissos coletivos”.

Conforme os objetivos de desenvolvimento sustentável adotados pelas Nações Unidas em 2015, foi acordado trabalhar para acabar com a pobreza e a desigualdade e garantir uma vida saudável que promova o bem-estar para todos.

No entanto, países africanos, nações mais pobres e pequenos Estados insulares em desenvolvimento, apesar de contribuir menos historicamente para as emissões globais, enfrentam as maiores consequências das mudanças climáticas, disse a OMS.

“Dentro dos países também pode haver grandes disparidades naqueles mais vulneráveis aos impactos das mudanças climáticas. Populações que vivem na pobreza, idosos, mulheres, crianças, povos indígenas, trabalhadores ao ar livre, socialmente isolados e pessoas com condições médicas pré-existentes geralmente correm maior risco. Aproximadamente 2 bilhões de pessoas não têm acesso a água potável segura. Além disso, existem cerca de 600 milhões de casos de doenças transmitidas por alimentos em todo o mundo” diz o relatório.

O impacto das mudanças nos padrões de temperatura e chuva também ameaçam aumentar a transmissão de doenças por mosquitos, carrapatos e roedores, ainda de acordo com a organização, o que já mata mais de 700 mil pessoas por ano.

Atualmente a OMS considera que um bilhão de pessoas em 43 países correm risco de contrair cólera. A doença foi tratada por um representante da Unicef em coletiva de imprensa nesta semana em Genebra, na Suíça, como a “pandemia dos pobres”.

O Sul

Postado em 21 de maio de 2023

Lula decide negociar encontro com Zelenski após pressão no G-7

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu negociar o encontro com o presidente da Ucrânia, Volodmir Zelenski, após pressão das 7 principais democracias desenvolvidas do mundo reunidas na cúpula do G-7 em Hiroshima, no Japão. Lula vem sendo emparedado pelos países-membros do G-7 na cúpula em Hiroshima para confirmar o encontro.

As tratativas entre os dois governos evoluíram nas últimas horas e a delegação brasileira sugeriu que o encontro aconteça no final da tarde deste domingo, 21, no horário local do Japão. A possível reunião, no entanto, ainda não está confirmada.

Até a noite de sábado, 20, Lula resistia ao encontro com o líder ucraniano, que veio ao G7 para tentar ampliar sua aliança na guerra contra a Rússia. De acordo com relatos, o presidente brasileiro ficou desconfortável com a pressão da comunidade internacional pela reunião bilateral diante da postura brasileira de manter neutralidade no conflito.

No entanto, Lula resolveu acenar positivamente para mostrar que está disposto a conversar com todos com o objetivo de negociar a paz.

Na mnhã de domingo no Japão (noite de sábado no Brasil), no primeiro compromisso de domingo no G-7, Lula participou de uma homenagem às vítimas da bomba atômica lançada sobre Hiroshima em agosto de 1945, ao final da 2ª Guerra Mundial. A deposição de flores no Parque Memorial da Paz foi organizada pela cúpula e contou com a participação dos chefes de governo presentes, exceto Zelenski.

O evento foi fechado à imprensa e sem a realização de discursos. Existia a expectativa de que Zelenski pudesse participar da homenagem e, consequentemente, da “foto de família” tirada ao final do momento solene ao lado dos outros chefes de governo. O retrato fotografaria o líder ucraniano junto a Lula em um momento em que ainda não se sabia que o presidente brasileiro havia aceitado a proposta de uma reunião bilateral com Zelenski.

Lula pressionado no G7
A presença inesperada do presidente da Ucrânia, Volodmir Zelenski, constrangeu o petista a aceitar o pedido por uma reunião bilateral, ao que ele resistia. Hoje, no último dia da cúpula, Lula encaixou um encontro com Zelenski em meio a uma agenda cheia, com seis reuniões marcadas, entre chefes de governo e empresários, para além da visita dos chefes de governo ao Parque Memorial da Paz e da sessão conjunta “Rumo a um mundo pacífico, estável e próspero”.

Lula escolheu participar do G-7 ao ter a garantia de que teria uma participação relevante no encontro, não apenas em painéis secundários, e após ter a convicção de que conseguiria se equilibrar na pauta da guerra na Ucrânia, sem ser pressionado a assinar qualquer declaração com tom crítico à Rússia.

Embora o comunicado conjunto endossado pelo País foque em segurança alimentar e evite endurecer contra Moscou, como queria o presidente, o espaço para Lula sair ileso do G-7 ficou cada vez menor. Ao trazerem Zelenski de surpresa para a cúpula, os organizadores – abertamente pró-Ucrânia – criaram uma saia justa diplomática para quem entende ser preciso adotar neutralidade no conflito, como Brasil, Índia e Indonésia. Uma verdadeira armadilha.

Zelenski pediu formalmente o encontro com o presidente brasileiro. Lula se esquivou o quanto pode, mas aceitou o convite após a pressão da comunidade internacional. O Brasil tenta adotar uma postura neutra no conflito no Leste Europeu. A pauta do encontro ainda não está definida, mas Zelenski deve repetir o que fez em encontro com premiê da Índia, Narendara Modi: instar Lula a adotar uma postura crítica sobre a invasão russa da Ucrânia.

Ao contrário dos integrantes do G-7, o Brasil assumiu uma postura mais neutra em relação à guerra, argumentando às vezes que Zelensky, os EUA e os países europeus compartilhavam a culpa pela invasão do líder russo, Vladimir Putin. Lula suavizou sua postura nas últimas semanas, porém, atenuando alguns comentários e enviando o assessor para assuntos internacionais do Palácio do Planalto, Celso Amorim, a Kiev.

Encontro com Modi
O presidente da Ucrânia, Volodmir Zelenski, roubou a cena da cúpula do G-7 ao chegar ontem ao Japão em um avião da França, após participar na véspera da cúpula da Liga Árabe, que tem entre seus membros nações pró-Rússia e neutras. Organizada às pressas, a visita de Zelenski fez com que os líderes do G7 divulgassem a declaração final um dia antes do previsto, na qual condenaram a Rússia pela invasão da Ucrânia e pediram à China, aliada de Moscou e que nunca condenou a invasão, que “pressione a Rússia para que encerre sua agressão” e “retire imediatamente, totalmente e sem condições suas tropas” do país do Leste Europeu. No comunicado, também alertaram contra a “coerção econômica”, que Pequim é acusada de fazer contra vários países.

Após uma chegada surpresa na cúpula do G-7, o presidente ucraniano, que tenta ampliar o círculo de apoio a seu país, se reuniu com o francês Emmanuel Macron, o chanceler da Alemanha, Olaf Scholz, a primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, com os quais trocou abraços ou apertos de mão calorosos.

Também se encontrou com o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, cujo país se nega a condenar a agressão russa na Ucrânia. Com ele, o encontro foi mais contido, tendo início com um protocolar aperto de mãos. A Índia tem vínculos políticos, econômicos e militares estreitos com a Rússia e, apesar da pressão dos EUA, escolheu um meio termo que, dizem autoridades do país, centra-se em seus próprios interesses e crescente influência – posição que frustra Kiev e os aliados ocidentais de Modi.

Em seu primeiro encontro com Zelenski desde o início da invasão, o premier indiano ressaltou a importância de resolver a guerra pelo diálogo e a diplomacia, e expressou seu desejo de contribuir para os esforços de paz. “Entendo perfeitamente seu sofrimento e dos cidadãos ucranianos. Posso te assegurar que, para resolver [esse conflito], a Índia, e eu pessoalmente, faremos todo o possível”, disse Modi a Zelenski.

Em uma breve mensagem no Twitter, Zelenki disse que discutiu as necessidades humanitárias da Ucrânia e convidou Modi a unir-se à iniciativa de paz da Ucrânia. A iniciativa impõe como pré-condição para quaisquer negociações para acabar com o conflito a retirada da Rússia de todo o território ucraniano.

“Agradeço a Índia por apoiar a integridade territorial e soberania de nosso país, em particular nas plataformas das organizações internacionais, e por fornecer auxílio humanitário para a Ucrânia”, escreveu. A linguagem ecoa as próprias declarações indianas sobre a guerra — termo que Nova Délhi evita usar — e sobre o território disputada da Caxemira.

A Índia há muito tempo tenta equilibrar seu laços com a Rússia e o Ocidente. Durante a Guerra Fria, mostrou relutância em aliar-se à União Soviética. Mas, embora desde então a Índia tenha cultivado relações mais próximas com os EUA, Moscou continua como uma parceiro de confiança, um fornecedor-chave de energia e fonte da maior parte do armamento militar indiano.

A crise na Ucrânia e a escalada de tensões entre a Rússia e o Ocidente tem deixado essa posição em uma corda bamba. A Índia aumentou suas compras de petróleo russo, o que irritou a Ucrânia e os EUA. Também recusou-se a apoiar resoluções na ONU que condenaram a agressão russa.

Além dos encontros deste sábado, Zelenski deve se reunir hoje com o presidente americano, Joe Biden, e o primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida.

Estadão

Postado em 21 de maio de 2023

‘Atrasos nos consignados é a confissão do crime’, diz Rogério Marinho

Numa semana efervescente em Brasília, a TRIBUNA DO NORTE, entrevistou o senador potiguar, Rogério Marinho (PL), líder da oposição no Senado. Rogério Marinho falou que o arcabouço fiscal rima com calabouço, mas entende que é melhor qualquer regra a não ter regra nenhuma. Ao avaliar o governo de Fátima (PT/RN), Rogério Marinho disse que o Rio Grande do Norte é um estado colapsado pela ausência de gestão. Comentando sobre o atraso dos consignados do governo do Estado nos bancos, tachou de confissão de um crime. Sobre eleições municipais disse que o PL tem condições de lançar candidatos em Natal, Parnamirim, São Gonçalo do Amarante, Mossoró, entre outras cidades do Estado. E acrescentou que a parceria com o prefeito Álvaro Dias para 2024 depende “do candidato que ele apresentar”.

Como o senhor responde a algumas críticas de opositores de ter esquecido o RN e se voltado pra bandeira da direita?
Fui eleito pra ser senador da República, eu represento dentro do Senado Federal, o estado do Rio Grande do Norte, aliás é o único lugar em que o Rio Grande do Norte tem o mesmo tamanho que os demais estados, são três senadores por cada unidade federativa, sempre que tiver os interesses do Rio Grande do Norte em jogo o estado vai contar comigo independente do espectro ideológico. Eu tenho tentado fazer um mandato, que leve em consideração o que eu me comprometi em praça pública quando fui candidato em defender um legado virtuoso do ponto de vista da economia, da reestruturação da nossa estrutura econômica ao longo dos últimos seis anos, de defender valores ligados à família, ligados à liberdade, ligados ao livre arbítrio e ao empreendedor e é dessa maneira que eu tenho me comportado. Tenho recebido no nosso gabinete prefeitos de diversos municípios do Rio Grande do Norte, a sociedade organizada através de seus representantes de federações, de associações, vereadores, o nosso gabinete tem uma extensão do estado. É o que estamos fazendo, agora tenho a responsabilidade adicional de ser líder da oposição no Senado da República. É evidente que a minha postura, a forma como eu me comporto, leve em conta o cenário nacional com implicações no Rio Grande do Norte.

Como o senhor avalia a questão do atraso do governo estadual em relação aos empréstimos consignados dos servidores?
É a confissão de um crime, chama-se apropriação indébita, a não ser que tenha mudado a lei, porque na hora em que o cidadão que é funcionário, vai a um banco, contrai empréstimo, autoriza a consignação no contracheque de uma parcela a favor de um determinado banco pra amortizar um empréstimo que ele fez. O governo se apropria desse recurso, não paga o banco e deixa com que o cidadão fique inadimplente, negativado, aí existe um crime, claro. Eu espero que não haja omissão do Ministério Público, isso eu não vou nem discutir, tenho certeza que o Ministério Público vai se pronunciar, não vai precisar que ninguém faça nenhum gesto. Eu não acredito que o Ministério Público vai se omitir.

O senhor acha que isso pode imputar a governadora Fátima Bezerra em crime de responsabilidade e abrir porta do impeachment?
Ai o Ministério Público precisa atuar, quem determinou e teve a iniciativa de propor, quem perpetrou a ação. Isso certamente dentro do devido processo legal isso vai ficar evidenciado. Eu não vou aqui prejulgar, porque não sei quem foi ou deixou de ser, mas foi uma confissão do crime. Eu não tenho dúvida que o Ministério Público não vai se omitir, ele vai atuar.

O senhor está fazendo algum movimento político para assumir a direção do Partido Liberal no RN?
Após o resultado das eleições de 2022, eu tenho conversado com o deputado João Maia e com os outros os deputados, federais e estaduais, com prefeitos, diante dessa nova configuração que ocorreu e vamos de forma consensual buscarmos uma melhor configuração da nossa instituição a nível de estado pra nos prepararmos para as eleições de 2024 e a subsequente de 2026. O deputado João Maia é presidente do PL há mais de 20 anos, é um deputado extremamente atuante, sem dúvida nenhuma um dos mais consistentes e qualificados quadros que o Rio Grande do Norte tem, quando se fala de relatorias importantes e relatorias que há necessidade de um especialista, via de regra o nome que nós escutamos lá é o do deputado João Maia, certamente em qualquer mudança que por ventura aconteça dentro do PL, ele será parte integrante, será membro importante, qualquer mudança que houver, será consensualizada.

Como estão às conversas pra definições de candidaturas do PL para prefeito de Natal?
Agora em junho, julho a gente vai começar a trabalhar. O PL hoje é um partido que tem acho que 20% do tempo de TV, tem 100 deputados federais dos 513 ou 20% da Câmara dos Deputados, 14 senadores, então é um partido com dimensões e com uma envergadura e legitimidade que lhe posiciona de forma quase que natural para disputas importantes nas grandes cidades brasileiras. A discussão vamos começar a fazer internamente em junho. Vamos trabalhando e ver o que vai acontecer. Mas é bem provável que o PL aqui em Natal e nas principais cidades do estado tenha candidato a prefeito.

Com todo esse capital político, quatro deputados federais e um senador no RN, o senhor defende que o PL tenha candidaturas majoritárias nas principais cidades, como Natal, Mossoró, Parnamirim?
Eu defendo que o PL tenha legitimidade para trabalhar candidaturas majoritárias nas principais cidades do estado, mas isso é um processo interno de construção. Vamos conversar com o partido.

O senhor tem conversado com o prefeito de Natal, Álvaro Dias sobre sucessão ou tem algum compromisso com ele?
Depende do candidato que ele apresentar. Vamos aguardar e discutir internamente no partido, porém em 2026 pretendo apoiá-lo para candidatura majoritária, evidentemente levando em consideração que nós vamos ficar dentro do mesmo espectro ideológico. Vamos aguardar aí, faltam três anos e meio.

Em 2026 está no seu visor uma candidatura a governador do estado?
O ano de 2026 está muito distante, faltam três anos e meio. No meio do caminho tem a eleição pra prefeito de Natal. Talvez o mais importante nesse processo é construir um projeto. Estamos diante de um estado colapsado, quando comparamos com estados vizinhos, vemos que há uma diferença enorme na questão da gestão pública. A questão não é o espectro ideológico, que podemos inclusive ter visões diferentes em relação ao mundo e ao país, mas é claramente gestão, quem sai do Rio Grande do Norte para a Paraíba ou para o Ceará, não precisa olhar a placa de sinalização, nota-se que saiu do estado pela forma da conservação das estradas. Hoje se tem uma saúde pública com filas quilométricas em cirurgias eletivas, a dívida do estado enorme com diversos municípios na questão da comissão tripartite. A governadora apesar de ser da educação, estamos com o menor Ideb do Brasil, isso é uma vergonha, uma governadora que é educadora e temos o pior Índice de Desenvolvimento do Ensino Básico do Brasil. O que aconteceu com a segurança pública aqui no estado de forma assim mais evidente? Claro que a sensação de insegurança continua, permanece, mas o que aconteceu há um mês e meio atrás, gerou um impacto negativo tremendo para a reputação do Rio Grande do Norte. Então, a frustração de pessoas que pretendiam vir para o Rio Grande do Norte, isso vai demorar quatro, cinco anos para a gente recuperar. O Estado tem como uma das principais atividades econômicas o turismo. Veja como a questão da segurança pública vitimiza a população. Quando comparamos o estado com a Paraíba, historicamente sempre fomos o estado mais rico mais forte do ponto de vista econômico, isso está se acabando, não temos sequer atração do ponto de vista tributário pra reter empresas médias aqui no estado. Dezenas de empresas que nasceram no Rio Grande do Norte, hoje têm o domicílio fiscal na Paraíba ou no Ceará. Estamos deixando literalmente descendo a ladeira, é evidente que isso nos incomoda muito. Vamos passar os próximos três anos buscando ajudar o estado, apontando caminhos, ajudando os municípios para que eles tenham condição de minimamente sobreviver, apesar da forma desastrosa como o governo administra e construir uma alternativa que tire o Estado da situação catastrófica. Esse é um processo que demanda tempo e vamos torcer que haja alguma correção de rumos. Não é possível que o governo vá passar mais quatro anos esperando que o melhor aconteça, porque já fazem quatro anos e cinco meses e o melhor não aconteceu ainda.

As CPIs podem atrapalhar votações no Congresso?
Só existe um projeto de lei em quase cinco meses de início do período legislativo, que o governo enviou ao Congresso Nacional, que é o arcabouço fiscal e que ainda está na Câmara Federal. O que recebemos foram medidas provisórias oriundas do governo Bolsonaro, que estão com prazo de vencimento se exaurindo e algumas medidas provisórias feitas pra reestruturar o governo na visão do novo presidente, aumentando ministérios e a estrutura organizacional.

Porque o senhor critica as medidas recentes que alteram a política de preços dos combustíveis da Petrobras?
Todos nós brasileiros, consumidores, temos interesse de que os preços cobrados pelos combustíveis sejam mais baratos, isso é um consenso. A preocupação que temos que ter é que as ações que o governo está implementando não sejam atalhos perigosos. O que quero dizer com isso? Nós temos um passado, recente onde o PT em função de um projeto de poder, de forma artificial, praticou subsídio no preço do combustível e congelou o preço entre 2013/2014. Principalmente, e no ano seguinte, em 2015, a Petrobras passou a ser considerada a empresa mais endividada do mundo. Esse prejuízo foi suportado principalmente pelo governo brasileiro, que é o principal acionista e, por via de consequência, pelo conjunto da sociedade brasileira. Essa situação determinou a política de paridade de preços internacionais para tirar a Petrobras desse endividamento extraordinário, que foi causado pela forma como o PT lidou com o problema no passado. Então, temos receio que essa situação se repita, até porque os parâmetros que estão sendo anunciados, não estão claros, ninguém entendeu ainda de que forma haverá essa aferição de preços com o preços de dólar do combustível que é importado, com o preço de oportunidade do mercado local, não há nitidez e clareza, isso pode significar que a Petrobras poderá, no momento em que houver alta do preço do petróleo, tomar atitudes e decisões que, de alguma forma, podem prejudicar a companhia e a sociedade brasileira como já aconteceu anteriormente.

O consumidor pode, lá na frente, terminar pagando a conta novamente com preço mais alto?
Como aconteceu no passado recente. Então, a nossa crítica não é porque os preços vão ficar mais baixos, a nossa preocupação é que os atalhos que estão sendo anunciados, podem significar a uma volta, um retrocesso a um que não nos interessa, que já mostrou que não é um não é um bom caminho.

O senador fez uma crítica recente sobre a decisão do governo em apoiar construções de eólicas offshore (no mar), porém muita gente interpretou como se fosse contra o Rio Grande do Norte?
De maneira nenhuma, a minha preocupação é que as pessoas têm memória curta, o imediatismo muitas vezes leva a caminhos que não deveriam ser trilhados, porque se olharmos o passado, foram caminhos que já foram trilhados e que não foram virtuosos pra sociedade brasileira. No passado recente, tivemos a Petrobras e o Governo Federal investindo numa empresa denominada Sete Brasil. Então, os fundos de pensão que foram direcionados para investimentos nesta empresa, a política que o Governo Federal do PT implementou na época, era de substituição da tecnologia importada pela nacional, principalmente, na confecção das plataformas de exploração de petróleo, e o resultado foi um prejuízo de bilhões de reais para os fundos de pensão, para os seus beneficiários, para sociedade brasileira. Um espetáculo de equívocos do ponto de vista de alocação de recurso e desvios de recurso, a própria Operação Greenfield constatou isso. Esse anúncio da Petrobras me parece uma situação que, no mínimo, é uma exposição à empresa a uma ação que do ponto de vista do retorno financeiro absolutamente fora de propósito. Nós temos aqui essa operação de eólicas no Rio Grande do Norte e em outros estados do Nordeste brasileiro, onde o custo de implantação de operação é quatro vezes menor a duas vezes e meia, dependendo da profundidade da nossa plataforma continental. A Petrobras está dizendo que vai fazer a construção de unidades para capturar energia do vento através de eólicas no mar, quando há todo um potencial explorado em terra por um preço que é de duas vezes e meia a quatro vezes e meia a menos, mas pra vender energia pelo mesmo preço, então me parece meio fora de propósito.

E temos o exemplo da Sete Brasil, minha crítica não é contra o investimento no Rio Grande do Norte, pelo contrário, o Governo Federal quando entra sobresta a política de investimento, ou seja, paralisa a política de desinvestimento que a Petrobras empreendeu e prejudica o Rio Grande do Norte. A empresa que veio investir no Rio Grande do Norte, paralisou esses investimentos nos poços maduros que tão gerando milhares de empregos e impostos para o Rio Grande do Norte graças a política de revisionismo que o Governo Federal quer implantar. O grande problema que o Brasil tem e isso tem sido recorrente, é que quando muda o governo, se quer reestartar e se reiniciar o país sem levar em consideração o que ocorreu em anos anteriores de forma virtuosa. É necessário correção? Que se faça.

É necessário ser implantada uma agenda diferente, porque foi defendido em praça pública? Que se faça utilizando os instrumentos adequados. Agora, penalizar o Rio Grande do Norte e o Brasil com essa paralisação da política dos investimentos me parece muito grave e a população está assistindo isso de forma passiva. Está se cometendo um crime contra o Rio Grande do Norte com a política implementada pela Petrobras de paralisação da comercialização de praxis da Petrobras, inclusive dos campos maduros, com a paralisação dos investimentos, da geração de empregos e as pessoas estão olhando no factóide, uma narrativa que não sabemos sequer se vai se concretizar no futuro e que me parece absolutamente uma conta que não fecha do ponto de vista da aritmética e da lógica.

O PT falava que era um toma lá, dá cá e agora faz da mesma forma para garantir apoio do Congresso?
O PT tem um histórico de se comportar de uma forma quando é oposição e fazer muito pior quando se encontra no governo. O aparelhamento da máquina pública na época do PT sempre foi uma tônica, colocar aliados e apaniguados em cargos importantes da adminstração pública em estatais e empresas importantes e em bancos, nós vimos o que aconteceu, a corrupção generalizada, a malversação de recursos públicos, os equívocos do ponto de vista gerencial que geraram enorme prejuízo pro país. Em 2015 foi um ano símbolo, em 2015/2016 tivemos a maior recessão da história brasileira desde a década de 20 sem nenhum fator externo, só fruto da má administração e da corrupção. As pessoas parecem que tem dificuldade de se lembrar disso, mas faz muito pouco tempo. E o governo do PT tá repetindo agora os mesmos métodos, algumas vezes com os mesmos personagens e está esperando resultado diferente. Isso é sinônimo de psicopatia, as pessoas que imaginam de uma forma deliberada que a coisa vai acontecer de uma maneira diferente fazendo a mesma coisa. Não é possível.

Como o senhor avalia a troca do teto de gastos criada no governo Temer pelo arcabouço fiscal proposto pelo governo Lula?
Nós somos oposição ao retrocesso. Há uma agenda de atraso, há uma visão ideológica atrasada, que o governo do PT quer implementar no país. Na hora em que o PT ingressa com uma ação no STF para reverter a capitalização da Eletrobras, faz uma portaria da AGU para sobrestar aplicação de precatórios e faz um decreto pra mudar os conceitos da lei do saneamento básico, o PT está dando uma sinalização para quem investe, para quem empreende no Brasil que não existe estabilidade, que não existe segurança jurídica e, principalmente, que o passado no Brasil e a política do estado não tem firmeza em relação ao futuro. Pra mim isso é uma condição importante da forma como o PT está se colocando e isso nos assusta e nós estamos trabalhando de forma e com muita força dentro de Tribunais pra evitar esse retrocesso. E vamos discutir na hora que eventualmente isso for para dentro do parlamento pra evitar. Agora na questão fiscal, claro que essa é uma política de estado. O governo começou na transição entre 2022 e 2023, assim num piscar de olhos toda economia que foi feita em quatro anos foi para o saco.

O governo do presidente Bolsonaro é o primeiro governo desde 1988, ou seja desde a Constituição, que termina o governo devendo menos do que começou o governo. Houve uma diminuição da dívida pública em 2%. Mesmo com epidemia, foi a maior crise sanitária que o Brasil teve em 100 anos desde a gripe espanhola. Mesmo com uma guerra que impactou com duas crises importantes na área de energia, na área de alimentos, mesmo com Brumadinho que no primeiro ano do governo subtraiu 1% do PIB e mesmo com a crise hídrica, que foi a mais grave em 92 anos de Brasil. Com todos esses problemas, as ações empreendidas do ponto de vista de responsabilidade fiscal e de intervenção na macroeconomia permitiram que o governo apresentasse números muito importantes e virtuosos e, na virada de 2022 para 2023, deram uma consistência do ponto de vista econômico para o governo que estava entrando. Mas a tal da PEC da transição chamada pela imprensa, na minha opinião PEC da gastança, acresceu R$ 200 bilhões a nossa despesas sem contrapartida de novas receitas e nem diminuição de despesas anteriores. Essa a base do novo marco fiscal que o governo apresenta e que a imprensa e a opinião pública já assimilou. Nós aumentamos abruptamente a divida pública, isso é um fato, aumentou em R$ 200 bilhões a nossa dívida.

O governo está propondo um novo marco fiscal que ele denomina arcabouço, que rima com calabouço. Esse marco fiscal da forma como chegou ao Congresso Nacional era uma licença para gastar, o Governo estabeleceu que mesmo que não houvesse aumento de receitas em anos seguintes haveria um acréscimo das despesas, com a inflação mais 0,60% de ganho real se não houvesse aumento, mas limitado até 2,5% na proporção de até 70% sem penalidade caso as metas fiscais não fossem cumpridas, com uma série de exceções que estariam fora dessa meta fiscal, que poderia ultrapassar e aumentar o endividamento. Com um piso de investimento de R$ 75 bilhões, o que significa é praticamente engessa o orçamento com uma nova despesa fixa e o ministro da Fazenda faz o discurso genérico dizendo que vamos precisar de um acréscimo de R$ 150 bilhões de novas receitas, pra isso vamos taxar o que não é taxado, jogos eletrônicos, comércio eletrônico, fundos especiais, e vamos perseguir os subsídios que existem hoje dentro do orçamento. Esse discurso cabe a mim, que sou oposição, que é um discurso genérico, ao ministro da Fazenda não. Nós temos R$ 450 bilhões de reais em subsídio no orçamento. O que o ministro propõe retirar do orçamento? Ele vai retirar o incentivo dado a Zona Franca de Manaus, vai retirar os incentivo dado ao MEI e ao Simples e aos micro e pequenos empreendedores brasileiros, vai entrar a isenção que é dada as filantrópicas e aos hospitais e Santas Casas.

Ele precisa e tem a responsabilidade de apontar quais subsídios pretende suprimir, não fazer um discurso genérico, porque na hora em que esse discurso não tem materialidade, só posso afirmar que a aritmética não fecha, que a conta não se põe de pé. Nós da oposição, achamos que qualquer regra é melhor do que regra nenhuma. Então a apresentação do relatório feito pelo deputado Cajado, estabelece alguns gatilhos da questão de descumprimento de metas, não haver aumento de salários do funcionário público, não haver contratação, mas excepcionaliza o salário mínimo. Todos nós queremos um salário mínimo de R$ 5 mil. Quem não quer. Mas fazer uma política real de crescimento de salário mínimo, precisando de um acréscimo de R$ 150 bilhões de receita, afirmando que não vai haver aumento de tributos, não dizendo onde você vai cortar benefícios e sabendo que há um impacto direto nas contas previdenciárias, que é a maior porta que o governo tem com o aumento do salário mínimo dos benefícios sociais.

Evidente que a trajetória de dívida a longo prazo vai continuar embicando para cima. E isso significa que a médio prazo vá acontecer no Brasil, o que sempre aconteceu nos governos do PT, um aumento de gastos sem preocupação com a responsabilidade fiscal, que em algum tempo se volta contra a economia e impede um crescimento sustentável a longo prazo, impede a diminuição de juros, impede o controle da inflação, impede a retomada do mercado de trabalho, diminui a condição e a propensão do investimento por parte de empreendedores, gera um ambiente a longo prazo, porque quem investe no país na infraestrutura, investe a longo prazo de instabilidade, enfim o aumento da dívida pública fragiliza o país em relação a nossa necessidade de crescimento econômico.

Tribuna do Norte

Postado em 21 de maio de 2023

Moro pede orações para Deltan, fala em injustiça e diz que ex-procurador é ‘pessoa honrada’: ‘Se arriscou pelo bem do Brasil’

O senador Sergio Moro (União-PR) pediu orações para que haja justiça no caso envolvendo o ex-procurador da Lava Jato Deltan Dallagnol (Podemos-PR), que teve o mandato de deputado federal cassado nesta semana pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Em discurso na manhã deste sábado, 20, na Marcha para Jesus, em Curitiba, o ex-juiz demonstrou solidariedade ao parlamentar cassado e atribuiu a cassação ao clima de ódio e ressentimento no país. “Deltan Dallganol é a pessoa mais honrada que conheço e que se arriscou pelo bem do Brasil. E digo isso pela admiração profissional, o trabalho que ele fez neste país, e arriscou pelo bem do Brasil, quantos riscos ele assumiu. (…) Esse homem sofreu uma gigantesca injustiça. Não vou criticar ninguém, mas atribuo a esse sentimento de ressentimento e ódio, se a gente se deixa dominar pelo ódio, a gente se afasta de Deus e de Jesus. Queria pedir orações para ter justiça na Terra em relação a Deltan”, declarou Sergio Moro. Em outro momento, o senador também defendeu “o amor a Deus e ao próximo”. “Esse país vive uma fase de ódio no coração, queria pedir encarecidamente corações para que possamos afastar esses maus sentimentos dos corações e mentes das pessoas, principalmente em Brasília e possamos seguir adiante”, completou.

Deltan Dallagnol compartilhou nas redes sociais vídeo que mostra a fala de Sergio Moro sobre ele. Em momento da gravação, é possível ver o ex-procurador chorando abraçado com um pastor enquanto o senador fala. “O Brasil precisa de união e orações para afastar os maus sentimentos dos corações e mentes das pessoas, principalmente em Brasília, que tem o poder de fazer o bem e o justo para nosso povo”, escreveu o deputado cassado. Como o site da Jovem Pan mostrou, na terça-feira, 16, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) cassou o mandato do deputado Federal Deltan Dallagnol (Podemos-PR). Os ministros da Corte entenderam que a saída de Deltan do cargo de ex-procurador da República ocorreu de maneira irregular, já que o mesmo era alvo de 15 procedimentos administrativos do Conselho Nacional do Ministério Público que poderiam lhe render processo administrativo disciplinar (PAD) e torná-lo inelegível. Por ter antecipado sua saída do cargo público, o TSE enxergou uma manobra para fraudar a lei. Mesmo com a decisão, que deverá ser cumprida imediatamente, Deltan ainda poderá apresentar recurso para o Supremo Tribunal Federal – porém, sem o mandato.

JP NEWS

Postado em 21 de maio de 2023

‘Gonçalves Dias é um dos maiores amigos de Lula, não houve leniência’, diz Múcio

O ministro da Defesa, José Múcio, disse nesta sexta-feira (21/4) em Lisboa que “não concorda com a narrativa” de que o ex-ministro-chefe do GSI (Gabinete de Segurança Institucional) general Gonçalves Dias agiu com “ leniência”, pois “é um dos mais fiéis amigos do presidente Lula”.

GDias, como é conhecido, pediu a demissão do cargo na quarta-feira (19/4), após a divulgação de imagens que fizeram em xeque a atuação do órgão durante os atos antidemocráticos de 8 de janeiro. Foi a primeira queda de um ministro na atual gestão.

Lula e Gonçalves Dias são amigos de longa data. O militar chefiou a segurança do petista durante seus dois primeiros mandatos (2003-2010).

“Lamentei muito (a demissão), quero muito bem a ele. Não acordo com narrativa que houve leniência pois é um dos mais fiéis amigos do presidente Lula”, disse Múcio, que participa da comitiva do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) que está viagem oficial a Portugal e Espanha.

Múcio, no entanto, sugeriu que a “fritura” de Gonçalves Dias começou antes da divulgação, pela CNN Brasil, de imagens do circuito interno da segurança durante a invasão da sede da Presidência da República que mostram uma ação colaborativa de agentes com golpistas e a presença de Gonçalves Dias no local.

“Depois daquele dia, 8 de janeiro, ficaram cicatrizes, e essas coisas foram acompanhando. Por fim, com o incorporaram esses vídeos, as coisas pioraram”, disse.

Nos vídeos obtidos pela CNN Brasil, os invasores são vistos recebendo água dos militares e cumprimentando agentes do GSI durante os ataques.

O próprio Gonçalves Dias circula pelo terceiro andar do palácio, na antessala do gabinete do presidente da República, enquanto os atos ocorriam no andar de baixo.

Em sua defesa, o general afirmou, em entrevista à Globonews, que sua estratégia no 8 de janeiro era conduzir todos os invasores para o segundo andar do Planalto, onde estariam presos.

Dias acrescentou considerar um “absurdo para a sua imagem” associado a um agente do GSI que optou por água aos vândalos; e que ele colocou sua carga à disposição, embora esteja “muito triste”, para que a investigação seja feita.

“Estou muito triste, coloquei minha carga à disposição do presidente da República para que toda a investigação seja feita”, disse.

Múcio afirmou que esteve com Dias na quinta-feira (20/4), antes da partida a Lisboa, e falou novamente com ele nesta sexta-feira (21/4).

Questionado pela BBC News Brasil sobre o teor da conversa, o ministro falou: “Torço muito que ele supere isso, porque ele é um homem de bem, um homem sério, bem-intencionado e amigo do presidente. Trabalhamos no primeiro governo. Foi bom para ele. Tem certeza de coisas que quando você precisa justificar muito, é melhor resolver de uma vez”.

Múcio também disse que intermediou um encontro entre Dias e o atual ministro interno do GSI, Ricardo Capelli, e que a conversa “correu bem”. Capelli é ex-interventor de segurança no Distrito Federal.

Questionado pela BBC News Brasil se o presidente Lula se sentiu “enganado”, uma vez que teria pedido reiteradas vezes ao general, sem sucesso, acesso às imagens, o ministro da Defesa afirmou que “interessa para nós da Defesa, do governo, da sociedade , que tudo seja absolutamente esclarecido”.

Múcio também deu a entender que Dias é inocente.

“Culpado tem que pagar por ter a suspeita que está em cima de inocentes. Se não, a gente não vai virar essa página, nunca. E nós precisamos virar essa página”, completou.

BBC

Postado em 21 de maio de 2023

Carla Zambelli é internada na UTI, em Brasília, após ser diagnosticada com Covid-19

A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) foi diagnosticada com Covid-19 na última segunda-feira (15) e está internada em uma unidade hospitalar em Brasília desde então. Pelas redes sociais, a parlamentar afirmou que deu entrada em uma UTI para ser monitorada após um “mal súbito”.

Em nota, a assessoria informou que Zambelli está sem sintomas e que não se vacinou contra a covid-19 por recomendação médica. A nota diz ainda que ela manteve sua imunidade “em níveis elevados” nos últimos anos e que ela está assintomática após os cinco dias desde o diagnóstico.

“A deputada Carla Zambelli não se vacinou contra a Covid-19 por recomendação médica e nos últimos anos, a parlamentar manteve sua imunidade em níveis elevados.

É provável que tenha contraído o vírus durante sua viagem de volta da Coreia do Sul, que durou aproximadamente 24 horas. Vale ressaltar que a parlamentar encontra-se assintomática e já se passaram 5 dias desde o diagnóstico”, diz a nota.

Zambelli, no entanto, segue internada e tem previsão de alta para a próxima semana. Pelas redes sociais, a parlamentar afirmou nesta sábado que estava na UTI para ser monitorada e passar por exames, mas que ainda não sabia a causa do seu mal estar.

A deputada contou neste sábado que se sentiu mal no retorno de sua viagem para a Coreia do Sul e que seguiu a orientação de seu médico pela internação. No vídeo ela ainda narra uma série de problemas de saúde que tem desde a infância.

“Estou internada em uma UTI em Brasília, e essa internação se deu em conta de um mal-estar súbito que eu tive na segunda-feira. Eu cheguei de viagem, descansei dois dias, é uma viagem exaustiva, são mais de 30h de viagem, e quando eu tive esse mal-estar o meu médico achou melhor me internar para fazer vários exames. Como vocês podem ver, estou sendo monitorada e estou dentro da UTI. Ainda não se sabe de onde isso veio, não se sabe muito bem a causa e estão tentando diagnosticar”, afirmou a parlamentar no vídeo.

Zambelli afirmou que irá para São Paulo para novos tratamentos de saúde e que está pedindo ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) para participar das votação remotamente.

“Devo ficar na UTI até segunda ou terça, mas devo ter um atestado um pouco maior para fazer um tratamento em SP. O que estou pedindo ao Lira é que mesmo em tratamento eu possa votar de longe “, afirmou no vídeo compartilhado nas redes sociais.

Folha PE

Postado em 21 de maio de 2023

Opinião: especialista em doenças infecciosas cita preocupações com nova fase da pandemia

Finalmente, a pandemia de Covid-19 entrou em sua fase residual. Na semana passada, a Organização Mundial da Saúde (OMS) decidiu encerrar a emergência global de saúde da Covid-19.

Os marcos da pandemia vêm após três anos estressantes de picos de infecções, seguidos por períodos de calmaria, depois mais picos, causando um total de 1,1 milhão de mortes nos Estados Unidos e quase 7 milhões em todo o mundo, incluindo mais de 700 mil no Brasil.

Com certeza, a reversão lenta e constante dessas intervenções antes necessárias é a coisa certa a fazer. Também é correto garantir que máscaras, vacinas e kits de testes (que em breve não serão mais gratuitos para todos nos EUA) e todo o aparato de controle pandêmico permaneçam disponíveis para aqueles que ainda se sentem inseguros.

Apesar do que as evidências dizem, no entanto, admito que temo que possamos estar liberando tudo muito rapidamente. Eu tenho uma razão racional para minha posição irracional. As doenças infecciosas nunca vão embora; elas apenas mudam um pouco, depois mudam um pouco mais até que um dia retornam maiores e mais ferozes do que nunca.

A Covid-19, o surgimento do coronavírus simples, é, naturalmente, o exemplo mais vívido. Mas a gripe (influenza), o vírus sincicial respiratório (VSR) e vários “resfriados” semelhantes sempre tiveram boas e más estações, pois seu DNA é embaralhado e reordenado e novos truques virais são aprendidos.

Como especialista em doenças infecciosas, há muito tempo aceitei que nós, humanos, vivemos emprestando tempo: os micróbios nos superam pelos trilhões e não têm nenhum apego emocional, nenhuma hesitação ou dúvida, e nenhum objetivo além de serem abundantes e se multiplicarem.

Além disso, a história de doenças infecciosas é repleta de doenças que viveram sob um fiapo de erradicação e depois retornaram, às vezes mais fortes e vingativas, e outras vezes com uma persistência irregular semelhante ao que vemos agora com SARS-CoV-2.

Flagelos lendários como a poliomielite e o sarampo aguardam pacientemente na porta, só esperando que a gente não se vacine de forma completa, prontos para reacender novas ondas de doenças infecciosas que o respeito adequado à saúde pública poderia ter evitado.

Então, embora o alívio das restrições da Covid-19 esteja garantido em maio de 2023, isso não pode ser visto como um momento de “liberou geral” permanente. Teremos mais problemas com o coronavírus implacável e/ou outros vírus nos próximos meses, anos ou décadas. No entanto, as considerações práticas (também conhecidas como viver uma vida normal) neste momento substituem a preocupação básica dos profissionais; simplesmente não podemos nos encolher enquanto esperamos que outro raio caia no mesmo lugar.

E as especificidades da próxima coisa ruim (outro coronavírus, VSR ou gripe ou uma infecção menos famosa que sai de controle) não é o que nos mantém – nós, especialistas em doenças infecciosas – sem dormir. O que nos assusta é a incerteza cada vez maior sobre se os EUA conseguirão responder à próxima crise.

A coleção antes solta de pessoas antivacina, antifarmacêuticas, anticiência e pró-conspirações acabou virando um movimento em si. A deputada republicana Lauren Boebert, do Colorado, declarou recentemente sobre a demissão da diretora de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA, doutora Rochelle Walensky, que “Rochelle foi uma agente importante nos lockdowns, exigências de vacina e na destruição econômica dos Estados Unidos”, como se sua visão de má conduta fosse um fato.

Sabemos que Walensky tornou-se a chefe do CDC dez meses após o início do lockdown, e o CDC não tem o poder de exigir vacinas para os cidadãos nos EUA.

Em uma carta ao presidente Joe Biden, Walensky disse que ela assumiu o trabalho a seu pedido “com o objetivo de deixar para trás os dias terríveis da pandemia e levar o CDC e a saúde pública para um lugar muito melhor e mais confiável”. Ela observou, também, que o CDC “salvou e melhorou vidas e protegeu o país e o mundo da maior ameaça em doença infecciosa que vimos em mais de 100 anos”.

De forma ainda mais sinistra, no meio da multidão antivacina há um grupo em particular bem financiado, cujo líder, de acordo com a repórter Lisa Hagen, da NPR, vê as ações dos últimos anos como uma “trama orientada para a pandemia para envenenar o mundo para obter lucro”. O grupo está se organizando tanto para espalhar sua ideologia quanto para desenvolver um calhamaço de conteúdo jurídico para transformar ações de saúde pública em outro processo judicial sem fim, moendo o progresso científico até que ele pare. O inimigo do grupo não é a doença em si, mas sim as medidas necessárias tomadas pelos órgãos de saúde pública e pelos líderes científicos para salvar vidas humanas.

O que significa que, na próxima crise de saúde pública, teremos de lidar não só com um patógeno, mas também com uma comunidade bem organizada e descolada na realidade, que parece incansável na busca de fatos alternativos. Embora a maioria das pessoas nos EUA esteja vacinada, pareça acreditar na ciência e simplesmente queira seguir com sua vida, a minoria ruidosa provavelmente fará com que a resposta da Operação Warp Speed organizada por Trump no início da pandemia de Covid-19 pareça um momento de união único, um acordo pacífico em todas as ideologias e faixas políticas.

E essa é uma situação que deve manter muitos de nós acordados à noite.

CNN

Postado em 21 de maio de 2023

União Europeia planeja banir maior produtor de diamantes da Rússia

A União Europeia está prestes a impor uma proibição às importações de diamantes da Rússia – cortando o maior produtor de diamantes do mundo de um de seus principais mercados.

“Os diamantes russos não duram para sempre”, disse o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, à margem da cúpula do G7 em Hiroshima, Japão, na sexta-feira.

Um plano para sancionar a indústria russa, no valor de US$ 4 bilhões em exportações, pode ser revelado ainda neste fim de semana, disse um alto funcionário da UE a jornalistas durante um briefing na quinta-feira (18).

A Rússia produz cerca de um terço dos diamantes do mundo e é o maior exportador individual, de acordo com o Antwerp World Diamond Center (AWDC), que representa o maior centro comercial de diamantes do mundo na Bélgica.

A proibição da UE viria como parte de um 11º pacote de sanções sobre a invasão em grande escala da Ucrânia pela Rússia em fevereiro de 2022, e mais de um ano depois que os Estados Unidos proibiram suas empresas de comprar diamantes russos para fins não industriais.

Na sexta-feira (19), o Reino Unido também anunciou que proibiria as importações de diamantes de Moscou ainda este ano, bem como todas as importações de cobre, alumínio e níquel de origem russa.

A proibição da UE afetará as finanças da Rússia, bem como varejistas e comerciantes europeus de diamantes. Os compradores de joias e relógios de luxo também podem sentir o impacto em suas carteiras.

Tamanho do impacto
As exportações de diamantes da Rússia geraram cerca de US$ 4 bilhões em 2021, segundo o governo do Reino Unido. O valor total das exportações russas de mercadorias naquele ano foi de US$ 494 bilhões, de acordo com o banco central do país. Petróleo e gás representaram cerca de metade desse valor.

A indústria de diamantes do país já sofreu um grande golpe em abril de 2022, quando os Estados Unidos proibiram as importações da Alrosa, uma mineradora estatal russa responsável por 90% da capacidade de mineração de diamantes da Rússia.

Os Estados Unidos respondem por metade da demanda global de diamantes usados em joias, disse Paul Zimnisky, analista independente da indústria de diamantes, enquanto a Europa e o Reino Unido juntos representam apenas cerca de 5% do mercado.

A proibição dos diamantes russos pode inflar os preços para os consumidores europeus, especialmente se a produção de diamantes em outros lugares não aumentar.

“Custa bilhões para produzir mais diamantes e leva até dois anos antes que a produção realmente possa ser vista no mercado”, disse Tom Neys, porta-voz do AWDC, à CNN.

Ele observou que a demanda por joias com diamantes estava atualmente “lenta”, mas “quanto mais perto chegarmos do final do ano [quando a demanda tende a aumentar]… você sentirá esse aperto e isso provavelmente se traduzirá em preços mais altos”.

É improvável que o uso de diamantes na indústria sofra graves interrupções, de acordo com Zimnisky, porque mais de 90% dessas gemas são produzidas sinteticamente na China. A dureza dos diamantes os torna úteis na fabricação de brocas e equipamentos cirúrgicos, por exemplo.

É possível que os diamantes produzidos sinteticamente também possam ajudar a preencher a lacuna no mercado de joias deixada pelas exportações de Moscou, disse Zimnisky, embora seja improvável que um excesso de diamantes mais baratos, produzidos em laboratório, concorra com suas alternativas naturais. Esses sempre serão um “produto de luxo”, disse Zimnisky.

Um golpe para a Bélgica
Os comerciantes de diamantes da Europa estão consternados com a perspectiva de sanções.

“Somos contra as sanções”, disse Neys, do AWDC, acrescentando que os comerciantes simplesmente mudariam seus negócios de Antuérpia em resposta.

A cidade belga já “perdeu muitos negócios para Dubai” nos últimos 15 anos, disse ele, já que a Antuérpia endureceu suas regras de transparência e aquisição ética de diamantes.

Cerca de US$ 40 bilhões em diamantes são movimentados pela Antuérpia todos os anos, de acordo com o AWDC. Entre 5% e 10% desses diamantes são de origem russa, ante cerca de um quarto antes da guerra.

As empresas provavelmente se mudarão para o centro comercial mais ativo, disse Neys. E “quando os grandes se movem, os pequenos vão atrás, e aí você fica sem nada”, acrescentou.

Alguns dos maiores fabricantes de joias do mundo, incluindo a Pandora – a maior do mundo – já rejeitaram os diamantes de Moscou voluntariamente após a invasão.

Outros joalheiros de renome também reformularam suas cadeias de suprimentos, disse Zimnisky, portanto, a proibição de diamantes russos será sentida de forma mais intensa pelos pequenos joalheiros independentes da Europa.

“Em última análise, [haverá] uma bifurcação no mercado de diamantes. Os diamantes não russos serão encaminhados para o mundo ocidental”, disse ele, enquanto os diamantes russos provavelmente acabarão na China, Índia e Oriente Médio.

Fechando brechas?
A maior tarefa que a Europa enfrenta é como projetar uma proibição hermética que impeça que os diamantes russos cheguem ao bloco por rotas tortuosas.

Falando a jornalistas na quinta-feira, um alto funcionário da UE disse que o “foco principal” do novo pacote de sanções do bloco era a “evasão”.

Zimnisky explicou: “Se você é, digamos, um participante da indústria dos EUA… comprando diamantes de um cortador e polidor indiano, tecnicamente você ainda pode comprar pedras de origem russa”.

Cerca de 90% dos diamantes brutos do mundo são enviados para a Índia para corte e polimento antes de serem reexportados para fabricantes de joias.

É aí que a atual proibição dos EUA falha, de acordo com Neys. “Há muitos diamantes russos que ainda são vendidos na economia americana”, disse ele.

“Se você realmente deseja fechar brechas, precisa encontrar um sistema que impeça que os diamantes [russos] cheguem ao mercado G7”, disse Neys. Para fazer isso funcionar, ele acrescentou, joalheiros e comerciantes precisariam de acesso à tecnologia que pudesse determinar a origem dos diamantes.

CNN

Postado em 21 de maio de 2023

Bolsonaro perdeu mais de 5 milhões de seguidores entre dezembro e maio

Jair Bolsonaro perdeu mais de 5 milhões de seguidores entre dezembro e maio. A análise dos perfis do ex-presidente no Facebook, no Instagram e no Twitter foi conduzida pela agência de marketing Ativaweb.

Segundo o levantamento, as perdas de Bolsonaro ultrapassam 2 milhões de perfis só no Instagram. Ele também apresentou redução de 4,5 pontos percentuais no engajamento nesta rede social.

Os perfis de Bolsonaro começaram a encolher após a ida do ex-presidente para Orlando, nos Estados Unidos, e o silêncio que marcou o período pós-eleição.

O estudo, no entanto, mostra que as crises enfrentadas pelo ex-presidente reanimaram a militância bolsonarista no meio digital. Até o dia 12 deste mês, Bolsonaro conversava com menos de 1% de seu público nas redes sociais, mas apresentou pico de interações nesta semana, quando depôs na Polícia Federal.

Metropoles

Postado em 20 de maio de 2023

Familiares e conhecidos são responsáveis por 68% dos casos de violência sexual contra crianças no Brasil, diz Saúde

Familiares e conhecidos são responsáveis por 68% dos casos de violência sexual contra crianças de 0 a 9 anos no Brasil. Entre as vítimas de 10 a 19 anos, o crime é cometido por pessoas próximas em 58,4% dos casos.

Entre 2015 e 2021, o país registrou mais de 200 mil casos de abuso sexual contra crianças e adolescentes. Foram notificados mais de 83 mil episódios entre crianças e mais de 119 mil atos violentos contra adolescentes, totalizando 202.948 casos. Em 2021, o número de notificações foi o maior registrado ao longo do período analisado, com 35.196 casos.

Os dados são de um novo boletim epidemiológico do Ministério da Saúde, divulgado na quinta-feira (18). Em evento realizado pelo Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), reforçou o combate à exploração sexual de crianças e adolescentes.

“Neste dia nacional de luta, quero dizer que o meu governo reconhece o trabalho de cada uma e de cada um de vocês que lutam para combater esse crime condenável. O Brasil será o país que protegerá cada criança e cada adolescente de qualquer de abuso”, disse o presidente.

De acordo com o documento, a casa das vítimas é o local de ocorrência de 70,9% dos casos de violência sexual contra crianças de 0 a 9 anos de idade e de 63,4% dos casos contra pessoas de 10 a 19 anos.

O boletim também descreve detalhes sobre o perfil dos agressores. A maioria são do sexo masculino, responsáveis por mais de 81% dos casos contra crianças de 0 a 9 anos e 86% dos casos contra aqueles de 10 a 19 anos.

As vítimas são predominantemente do sexo feminino: 76,9% das notificações de crianças e 92,7% das notificações de adolescentes nessas faixas etárias ocorreram entre meninas. No entanto, segundo o boletim epidemiológico, pode existir uma subnotificação de casos entre meninos, devido a fatores como estereótipo de gênero ou a crença de que os meninos não vivenciam a violência sexual.

Combate à violência sexual
O Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania anunciou, na quinta-feira, o lançamento de 12 ações coordenadas pelo governo federal para proteção da população infantojuvenil no país.

Entre as medidas estão a assinatura de pactos para proteção da infância. Os acordos incluem uma parceria com a Childhood Brasil para dar seguimento e aprofundar ações do Programa Na Mão Certa, que tem o objetivo promover esforços conjuntos para erradicar a exploração sexual de crianças e adolescentes nas rodovias do país.

Outra parceria anunciada é a adesão ao Inspire, um conjunto de estratégias para pôr fim à violência contra crianças em um pacote de medidas técnicas para prevenção e enfrentamento à violência por esta população. O Inspire é direcionado a entes governamentais e sociedade civil, desenvolvido por dez organismos internacionais especialistas, incluindo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e o Banco Mundial.

Com a adesão, o ministério anunciou o compromisso de incorporar as recomendações do Inspire na elaboração das suas políticas. A pactuação, no Brasil, se dá por meio da Coalizão Brasileira pelo Fim da Violência contra Crianças Adolescentes.

Houve ainda o compromisso com o Pacto Global, uma rede para troca de boas práticas relacionadas ao engajamento do setor privado na proteção de crianças e adolescentes. Também foi assinado o termo de posse dos integrantes da Comissão Intersetorial de Enfrentamento à Violência Sexual contra Crianças e Adolescentes.

CNN

Postado em 20 de maio de 2023