Futebol feminino é tema de Audiência proposta por Rayssa Batista

Por iniciativa da vereadora Rayssa Batista, o Legislativo promove na terça-feira (27), uma Audiência Pública com o tema Futebol delas: por um futebol feminino forte e de igualdade em Currais Novos. O evento tem início às 19h.

De acordo com a vereadora, o objetivo é ouvir a realidade do futebol feminino e pensar caminhos para incentivar, fortalecer e alcançar a igualdade no futebol, construir políticas públicas que garantam a abertura de espaço para as mulheres nesse esporte em Currais Novos.

“Nós não escutamos falar das mulheres no futebol, não somos vistas em espaços que são muito masculinizados como é o caso da política e do futebol. Queremos mostrar que podemos estar em qualquer lugar”, argumentou.

O debate será transmitido ao vivo pela TV Câmara, canais 54 e 6.1, da Sidy’s TV e youtube.

Postado em 26 de junho de 2023

Taxa de juros e mudanças no arcabouço esfriam ânimo do mercado financeiro

O lacônico comunicado do Banco Central para justificar a manutenção da taxa Selic em 13,75% ao ano, divulgado na quarta-feira 21, provocou grande desconforto no mercado financeiro. No documento, inexistem pistas de que o BC está disposto a promover uma guinada no ciclo de aperto monetário. “Não me parece um texto de quem tem pressa para reduzir juros”, resume Raphael Figueredo, sócio da casa de análise Eleven Financial, uma das maiores do pais. No mesmo dia, o Senado acrescentou mais nuvens de insegurança no ar ao desidratar o arcabouço fiscal, propondo mudanças nas regras que poderão tornar menos efetivo o projeto de contenção dos gastos públicos. Se não bastasse, outras notícias preocupantes vieram de fora, com potencial de provocar estragos por aqui. Indicadores fracos da economia chinesa e novos dados da inflação na Europa mostraram que o risco de uma escalada de preços permanece alto.

Essa soma de sinais negativos (sendo que o último Copom teve um peso maior) provocou solavancos na bolsa brasileira, que fechou em baixa na quinta 22, com recuo de 1,17%. Até então, o mercado andava bastante animado com a retomada de negócios. Nas últimas semanas, a bolsa vinha contabilizando o seu melhor desempenho em mais de um ano. Entre 1º e 15 de junho, o Ibovespa subiu 10%, superando com folga os principais índices americanos. Desde o seu pior momento no ano, em 23 de março, o indicador havia acelerado 20%, considerando dados até 21 de junho. Na Faria Lima, o coração financeiro do Brasil, o mau humor havia sido substituído pela convicção em um novo ciclo de crescimento.

Diante das notícias recentes, no entanto, o mercado acendeu o sinal amarelo. Em termos de humores, é provável que opere agora em um sentimento mais equilibrado, entre o pessimismo exagerado do início do ano e a euforia dos últimos meses, desencadeada por fatores como o resultado do PIB no primeiro trimestre, a queda da inflação, a expectativa de redução dos juros e o avanço do arcabouço fiscal — que agora está sob risco.

A onda recente de otimismo ganhou força especialmente após a agência de classificação de risco S&P Global alterar a perspectiva de longo prazo do Brasil de “estável” para “positiva”. Foi o primeiro avanço da nota do país desde dezembro de 2019, mas é preciso lembrar que o sonhado grau de investimento, a classificação mais alta de crédito concedida por essas agências, permanece como uma miragem distante. Já havia um sentimento maior de confiança no país mesmo antes da publicação da S&P Global feita na semana passada. No acumulado do ano até 16 de junho, o fluxo de capital internacional na bolsa de valores de São Paulo totalizou 17,2 bilhões de reais, o que representou um aumento de 30% em relação ao mesmo período do ano passado. É possível que as notícias dos últimos dias tenham alguma influência negativa no comportamento dos investidores estrangeiros a curto prazo, mas as perspectivas ainda permitem otimismo. “Não há razão para que o Brasil não possa crescer de forma agressiva novamente”, disse, em entrevista recente, Amer Bisat, especialista em mercados emergentes da americana BlackRock, a maior gestora de recursos do mundo.

É curioso observar que o início da retomada do mercado de ações tenha contrariado os prognósticos apocalípticos feitos por muitos analistas do mercado. Na mesma medida, o cenário maior de incertezas configurado nos últimos dias mostra que alguma cautela sempre é importante, tratando-se de Brasil. O importante a partir de agora é não desviar o foco do que realmente interessa: a agenda de reformas e o compromisso com o equilíbrio fiscal. “Ambos são elementos críticos que requerem atenção especial”, diz Alexandre Espírito Santo, economista-chefe da Órama Investimentos. Por isso, o mercado reagiu com preocupação aos vetos do Senado à proposta original do novo marco fiscal. No campo positivo, ressalte-se que a reforma tributária começou a andar e, a despeito da manutenção da taxa Selic em 13,75% na última reunião do Copom, permanece a certeza de que, ainda em 2023, os juros deverão começar a cair. Valeu como alerta: a maré começou a virar, mas as ondas ainda são um risco.

VEJA

Postado em 26 de junho de 2023

Com 3 ministérios, União ameaça Lula e vota contra governo por mais espaço

A União Brasil é o partido que mais vota contra os projetos de Lula na Câmara dos Deputados entre as legendas com massas na Esplanada dos Ministérios, mostra pesquisa do Diap (Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar) sobre como foi a articulação do governo e os votos dos partidos na Casa até o final de maio.

Com 59 deputados, a União Brasil tem a terceira maior bancada da Câmara. Para atrair seus votos, Lula entregou ao partido três ministérios: Comunicações (Juscelino Filho), Turismo (Daniela Carneiro) e Integração e Desenvolvimento Regional (Waldez Góes). Apesar disso, o partido se declarou independente e, para ganhar mais espaço, ameaça ir para a oposição.

O que diz a pesquisa?
Com três ministérios, o partido é o que menos vota com o governo na comparação com as outras oito lendas agraciadas com alguma massa: PT, PCdoB, PDT, PSB, PSOL, Rede, PSD e MDB.

Proporcionalmente, o partido rejeita mais propostas do governo do que os declaradamente oposicionistas PP, PSDB e Cidadania e do que outros independentes, como PSC, PSD, MDB, Republicanos e Patriota.

Com 45,23% de votos aderiu à pauta governista, é o terceiro que menos dá apoio a Lula na Câmara, atrás apenas de PL, do ex-presidente Jair Bolsonaro, e Novo, o mais oposicionista. Veja a classificação abaixo.

Na votação do marco temporal , por exemplo, 48 dos 50 deputados da União Brasil em plenário votaram contra o governo .

Pressão. Para entregar mais votos, a legenda pressionou o Planalto a tirar do Turismo Daniela Carneiro (RJ) —que está de mudança para os Republicanos— e colocar Celso Sabino (PA), aliado do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). A troca foi adiada para esta semana , já que Lula voltou apenas ontem ao Brasil após uma semana em viagem oficial pela Europa.

Em junho, 50 parlamentares da sigla entregaram a Lula um pedido formal levado a troca de Daniela por Sabino sob ameaça de deixar a “independência” e rumar para a oposição, tirando os votos até dos projetos de interesse econômico. Para não rifar Daniela e Waguinho, seu marido e prefeito de Belford Roxo (RJ), o petista avalia liberar emendas e entregar a eles cargas no segundo escalão de órgãos federais no Rio , como hospitais. Os dois foram os únicos que apoiaram Lula na Baixada Fluminense durante a campanha eleitoral.

Ranking de apoio ao governo Lula na Câmara

Sigla é dividida. O analista político e diretor de documentação do Diap, Neuriberg Dias, lembra que o União Brasil nasceu da fusão do PSL e DEM e que, mesmo contemplado com três ministérios, tem divergência muito grande com grupos que apoiam o governo.

O partido poderá dar apoio, mas o desacordo ideológico não deverá ser superado nas votações.” Neuriberg Dias, analista político e diretor de documentos do Diap

Bancada ignorada. O deputado Júnior Bozzela (União-SP) diz que “n inguém foi ouvido” sobre a escolha dos ministros do partido que integram o governo. “Nossos 59 deputados não se sentem parte dessa operação. Isso foi ruim para evoluir as coisas. Agora, é trocar o pneu com o carro em movimento”, diz ele sobre a mudança de Daniela por Sabino.

O partido entregou os votos a projetos consistentes, como o arcabouço fiscal. O governo tinha dificuldade de entender a fusão dos dois partidos. Precisa de mais diálogo para mais adesão da União Brasil. Mas isso tem evoluído.

Governista, Avante é o mais infiel
Entre os oito partidos com “apoio consistente ao governo”, diz o Diap, destaca-se o Avante, que deu apenas 67,75% de apoio, atrás de quatro legendas independentes: PSC (74% de apoio), PSD (73% ); Podemos (69,7%) e MDB (67,77%). Procurada, a liderança do partido na Casa não se manifestou.

Já o Cidadania é o partido da oposição mais próximo ao governo, com 57,14% de apoio.

“A composição do governo teria base mínima de 140 e máxima de 346 na Câmara [contando os independentes]”, estima o estudo. Nas vitórias, o governo teve média de 292 votos. Nas derrotas, a média foi de 133.

Câmara fica mais conservadora. Em uma escala de 1 (esquerda) a 10 (direita), a média da Câmara passou de 4,2, em 1999, para 5,4 com Bolsonaro e para 6,1 no governo Lula. “Passando pela primeira vez o ponto médio em direção à centro-direita”, diz a pesquisa. A situação reforça a dificuldade do governo em garantir adesão partidária.

Como atrair os independentes? Dias entendem que é preciso uma nova forma de o governo conduzido a relação com o Congresso, com diálogo para evitar confronto com o Parlamento.

Mais do que uma reforma ministerial, a indicação de cargas e liberação de emendas tende a melhorar essa relação.”Neuriberg Dias, analista político e diretor de documentos do Diap

“Insatisfação geral”. Crítico da ação do governo na Câmara, o líder da União Brasil, Elmar Nascimento (BA), falou em “insatisfação geral” durante entrevista que reestruturou a Esplanada dos Ministérios, em 31 de maio. “Tudo isso é fruto da forma contraditória, desgovernada, da falta de uma base estabilizada”, criticou na época. Procurado, ele não sofreu contato.

Congresso avança sobre Executivo. Líder do PT na Câmara, Zeca Dirceu (PR) admite que “todo o Congresso acumulou poder” nos últimos anos, retirando o protagonismo do Executivo. “Com a posse de Lula e o fim do orçamento secreto [criado por Bolsonaro para ganhar votos no Congresso], esse poder foi recebido”, afirma.

Temos tido apoio tanto da oposição quanto dos independentes nas principais pautas do país. Será assim na Reforma Tributária também. O segredo é a qualidade dos projetos e o diálogo.

UOL

Postado em 26 de junho de 2023

Doenças cardiovasculares podem aumentar até 30% no inverno; veja cuidados

A queda das temperaturas durante o inverno aumenta em 30% os riscos de doenças cardiovasculares. Com o objetivo de regular a temperatura corporal e manter o equilíbrio, o organismo faz a contração dos vasos sanguíneos, com o aumento da pressão, para evitar a perda de calor em excesso.

No entanto, com a redução brusca da temperatura esse mecanismo chamado vasoconstrição pode favorecer a ocorrência de problemas como infarto, dor no peito e, em casos graves, a morte súbita.

“Nesta época do ano, com as baixas temperaturas, as artérias se contraem para auxiliar o corpo a reter o calor. Como estão mais estreitas, os coágulos e as placas de gorduras podem dificultar o fluxo sanguíneo para o coração. Embora seja um mecanismo natural de proteção contra o frio, durante o processo de vasoconstrição há uma diminuição do calibre das artérias, o que pode aumentar o risco de infarto e derrame. As pessoas bebem menos água e líquidos, o que contribui para aumentar a viscosidade do sangue, ou seja, ele fica mais grosso e propenso para formar coágulos”, diz o cardiologista Leandro Costa, do Hospital Alemão Oswaldo Cruz.

As baixas temperaturas do inverno fazem aumentar em 30% o risco de infarto, segundo dados do Instituto Nacional de Cardiologia, principalmente em pessoas que apresentam fatores de risco.

Nesse contexto, pessoas com idades entre 75 e 84 anos e aquelas que já apresentam doenças relacionadas ao coração são as mais vulneráveis. Os índices de acidente vascular cerebral (AVC) também se intensificam nesse período, podendo ter um crescimento de até 20%.

“Para indivíduos que já têm uma propensão ou já tem doença coronária instalada e algum grau de obstrução nos vasos, a vasoconstrição pode ser extremamente nociva e levar a um desequilíbrio, com sintomas e até mesmo evento agudo”, afirma Ricardo Costa, cardiologista intervencionista e presidente da Sociedade Brasileira de Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista (SBHCI).

Com a chegada do frio, o cenário se torna ainda mais perigoso às pessoas que têm muitos fatores de riscos para as doenças cardiovasculares. “Por isso, é imprescindível realizar o check-up cardiológico anualmente, praticar exercícios físicos com orientação de especialista e, ainda, consumir alimentos saudáveis, evitar gorduras e sal em excesso”, orienta Costa.

Hipertensos, pessoas com diabetes e obesidade e fumantes estão entre os que sofrem maior risco e precisam de cuidados redobrados no inverno. O Ministério da Saúde recomenda o reforço de agasalhos, a prática regular de atividade física e hábitos alimentares saudáveis, além de se evitar o tabagismo e reduzir o consumo de álcool no período.

Riscos
As doenças cardiovasculares são a maior causa de internação e de morte no mundo quando se trata de doenças clínicas não traumáticas. No inverno, ainda há outro fator que agrava os riscos de problemas do coração.

Nessa época, muitas pessoas deixam de praticar exercícios e passam a comer alimentos mais calóricos, pela sensação de bem-estar e aquecimento corporal.

“A atividade física aquece o corpo, melhora a disposição e existem muitos alimentos que podem, também, proporcionar esse bem-estar sem excesso de calorias. Alguns exemplos são o queijo branco, pão integral, peito de peru, ovo cozido e frutas como banana e damasco”, explica o cardiologista.

CNN

Postado em 26 de junho de 2023

Não há evidência de que Covid-19 surgiu em laboratório da China, dizem EUA

As agências de inteligência dos Estados Unidos não encontraram evidências diretas de que a pandemia de Covid-19 se originou de um incidente no Instituto de Virologia de Wuhan, na China, segundo um relatório liberado nesta sexta-feira (23).

O relatório de quatro páginas afirma que as agências de inteligência ainda não podem descartar a possibilidade de que o vírus tenha vindo de um laboratório. No entanto, eles não foram capazes de descobrir as origens da pandemia.

“A Agência Central de Inteligência e outra agência continuam incapazes de determinar a origem precisa da pandemia da Covid-19, pois ambas as hipóteses (naturais e de laboratório) dependem de suposições significativas ou enfrentam objeções com relatórios conflitantes”, disse.

As agências disseram que, embora um “trabalho extensivo” tenha sido conduzido no Instituto de Wuhan (IVW), não foram encontradas evidências de um incidente específico que pudesse ter causado o surto.

“Continuamos a não ter nenhuma indicação de que as pesquisas pré-pandêmicas do IVW incluíam o SARS-CoV-2 ou um progenitor próximo, nem qualquer evidência direta de de que um incidente específico relacionado à pesquisa ocorreu envolvendo pessoal do IVW antes da pandemia, que poderia ter causado a pandemia de Covid”, afirma o relatório.

CNN

Postado em 26 de junho de 2023

Bolsonaro diz que julgamento que pode deixá-lo inelegível é “politiqueiro”

O ex-presidente Jair Bolsonaro chamou de politiqueiro o julgamento no Tribunal Superior Eleitoral que pode deixá-lo inelegível. Ouça abaixo à entrevista na íntegra.

Em conversa com Milton Neves na Rádio Bandeirantes, neste domingo (25), Bolsonaro disse que o resultado do processo, independente de qual for, não será o fim do mundo.

“É um julgamento politiqueiro, não era nem pra ter recepcionado, ter me reunido com embaixadores. E tem uma jurisprudência de 2017, julgamento da chapa Dilma-Temer que simplesmente deixou de existir agora para esse julgamento meu. Então, a gente vai ver o que acontece, eu não vou adiantar o resultado aqui, mas não será o fim do mundo”, disse.

Na ação, os ministros do TSE analisam Bolsonaro cometeu crime eleitoral ao promover uma reunião com embaixadores estrangeiros para desacreditar o sistema eleitoral brasileiro. O ex-presidente nega as acusações.

“Na reunião com embaixadores, nós falamos do sistema eleitoral brasileiro. Dois meses antes, o ministro Fachin, que estava no TSE, reuniu-se com embaixadores e deu a sua opinião. Ele terminou a reunião com embaixadores dizendo mais ou menos o seguinte: ‘tão logo que apresentar o resultado das urnas, o seu respectivo chefe de estado deve reconhecer o ganhador das eleições’. Eu convidei os embaixadores, que essa é a política minha, não do Fachin e nem de ninguém, e falei sobre as urnas. Falar sobre as urnas no Brasil, falam que você está atacando. Quando você fala sobre vacina, você é negacionista. Quando você fala sobre o projeto da censura, você tá tentando contra o Estado Democrático de Direito”, disse.

O Tribunal Superior Eleitoral suspendeu na última quinta-feira (22) e vai retomar na próxima terça-feira (27) o julgamento que pode deixar o ex-presidente Jair Bolsonaro inelegível até 2030.

O ex-presidente não acompanhou a primeira parte do julgamento no plenário do TSE. No horário, ele esteve em um compromisso em Porto Alegre. A Corte Eleitoral separou três sessões para o julgamento. A expectativa é que o resultado saia na sessão de quinta-feira (29).

Bolsonaro nega irregularidades e já disse que espera manter os direitos políticos. No PL, no entanto, a inelegibilidade já é dada como certa. Integrantes da legenda ouvidos pela colunista da BandNews FM Mônica Bergamo afirmam que o processo será visto como uma perseguição política e dará força na eleição municipal do próximo ano.

O processo começou com a leitura do resumo da ação comandada pelo ministro Benedito Gonçalves. Na sequência, advogados do PDT e de Bolsonaro e a Procuradoria-Eleitoral se manifestaram. A votação dos magistrados ainda não foi iniciada.

O Ministério Público Eleitoral disse que houve abuso de poder político e recomendou a cassação dos direitos políticos do ex-presidente da República. Segundo o vice-procurador eleitoral Paulo Gonet, estão “estampados” elementos que justificam afastar Jair Bolsonaro das eleições.

O MP apontou desvio de finalidade na reunião, busca de vantagem na disputa eleitoral e ressaltou a gravidade da conduta.

A ação foi aberta ainda no período eleitoral do último ano a pedido do PDT. O partido alega que Bolsonaro abusou do poder político e dos meios de comunicação para atrapalhar o processo eleitoral. A reunião com embaixadores foi exibida na TV Brasil, emissora estatal, e foi realizada no Palácio da Alvorada, em julho de 202.

O ex-presidente afirma que estava coberto pela segurança do cargo e não estava oficialmente em campanha para justificar por que deveria ser absolvido. Bolsonaro ainda sustenta que é prerrogativa da Presidência o contato com autoridades de países estrangeiros.

A Procuradoria eleitoral contesta. O vice-procurador eleitoral Paulo Gonet afirmou que as declarações não estavam protegidas pela liberdade de expressão. “Um discurso dessa ordem não compõe o domínio normativo da liberdade de expressão”, pontuou, durante a primeira parte do julgamento do caso.

A defesa do político ainda defende que o processo não apresenta elementos graves pra a cassação de mandato e/ou direitos políticos, além de tentar retirar outras provas que foram inseridas no processo. Entre elas está a minuta encontrada na casa do ex-ministro Anderson Torres dando instruções e um passo a passo para um golpe de Estado no País.

Os ministros analisam um contexto maior de atitudes de Bolsonaro contra o sistema eleitoral, o que, segundo Bolsonaro, contraria outros processos já julgados pela Corte.

Em 2016, no julgamento da chapa Dilma/Temer, acusada de abuso de abuso de poder econômico durante a campanha, os ministros negaram a inelegibilidade. Na ocasião, não foi permitida a anexação de novas provas no processo.

BAND

Postado em 26 de junho de 2023

CPI do 8 de Janeiro ouve nesta segunda-feira ex-chefe da PM do Distrito Federal que está preso

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) mista do 8 de Janeiro tomará nesta segunda-feira (26), às 14h, o depoimento do ex-chefe do Departamento de Operações da Polícia Militar do Distrito Federal, coronel Jorge Eduardo Naime, sobre a tentativa de invasão da sede da Polícia Federal, em Brasília, em 12 de dezembro de 2022 – data em que Luiz Inácio Lula da Silva e Geraldo Alckmin foram diplomados como presidente e vice-presidente da República, respectivamente, no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Naime será ouvido pelos deputados e senadores da CPI que investiga os atos golpistas de 8 de janeiro como testemunha, a pedido da relatora da comissão mista, senadora Eliziane Gama (PSD-MA).

— Pensa-se que o senhor Jorge trará informações de enorme valia para a condução dos nossos futuros trabalhos na presente comissão — avalia a senadora.

O coronel Jorge Eduardo Naime está preso no Complexo Penitenciário da Papuda (DF) desde fevereiro, acusado de omissão no 8 de janeiro, quando ocorreram os atos antidemocráticos na Praça dos Três Poderes, na capital federal.

Agenda
Na terça-feira (27), às 9h, será a vez do depoimento do ex-subchefe do Estado Maior do Exército Brasileiro, coronel Jean Lawand Júnior.

O militar aparece em mensagens periciadas pela Polícia Federal, no celular do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do então presidente Jair Bolsonaro. Nas conversas telefônicas reveladas, o coronel Jean Lawand Júnior pediu a Cid que convencesse o ex-mandatário a dar um golpe de Estado e ordenar uma intervenção militar no Brasil para impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ocorrida em 1º de janeiro.

Os dois depoimentos estão previstos para serem tomados no plenário 2, da ala Nilo Coelho, no Senado e os convocados não podem se recusar a comparecer.

A CPI de 8 de Janeiro já aprovou a convocação de 40 nomes para prestar depoimentos, na condição de testemunhas. Entre eles, o ex-ministro da Defesa do governo Bolsonaro, Braga Netto; o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Augusto Heleno; o ex-ministro da Justiça e Segurança Pública e que ocupava a Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal em 8 de janeiro, Anderson Torres; o tenente-coronel Mauro Cid, o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) general Marco Edson Gonçalves Dias, o G Dias, e o ex-diretor ajunto da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Saulo Moura da Cunha. Ambos indicados no governo do presidente Lula.

O então ministro-chefe do GSI, general Gonçalves Dias, pediu demissão em abril, depois de aparecer, junto com outros funcionários da pasta, em imagens do circuito interno de segurança do Palácio do Planalto, gravadas em 8 de janeiro, no momento em que vândalos destruíam o palácio presidencial.

Depoimentos recentes
A CPI de 8 de Janeiro já ouviu o empresário George Washington Sousa – condenado a 9 anos e 4 meses de prisão pela tentativa de atentado a bomba em um caminhão próximo ao Aeroporto JK, em Brasília, em 24 de dezembro de 2022; o diretor do Departamento de Combate à Corrupção e ao Crime Organizado da Polícia Civil do DF, Leonardo de Castro; e os peritos da Polícia Civil do DF Renato Carrijo e Valdir Pires Filho, que fizeram exames nas proximidades do aeroporto e no referido caminhão. Além do ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Silvinei Vasques, acusado de direcionar ações do órgão, na Região Nordeste, para atrapalhar o segundo turno das eleições presidenciais de 2022. Na última terça-feira (20), Silvinei Vasques negou ter interferido no andamento das eleições majoritárias.

GHZ

Postado em 26 de junho de 2023

Em 5 pontos, o que liga Arthur Lira às ponderadas sobre desvios no kit robótica

A Polícia Federal invejou investigação sobre supostos desvios em contratos de kit robótico para o STF (Supremo Tribunal Federal) após encontrar documentos com a execução de Arthur Lira (PP-AL) e uma lista de pagamentos atrelados ao nome de “Arthur” .

A investigação sobre os desvios em contratos do kit robótica tem origem em reportagem da Folha publicada em abril de 2022 . Uma outra lista com citações de pagamentos ao nome “Arthur” também foi encontrada pela PF — essa revelada pela revista piauí e confirmada pela Folha .

A seguir, conheça elos da investigação e dos investigados com o presidente da Câmara:

1) Quais as ligações encontradas pela PF? Um documento entendido com Luciano Cavalcante , auxiliar direto do presidente da Câmara, lista R$ 834 mil em valores pagos de dezembro de 2022 a março de 2023.

Desse total, pelo menos R$ 650 mil têm à frente do valor o nome “Arthur”. O documento mostra dados, valor, destinatário do gasto e nome a quem a despesa está atrelada. São ao menos 30 pagamentos com referência a “Arthur”.

No documento entendido com Luciano, aparecem como justificativa dos repasses desde despesas com hotéis utilizados por Lira, passando por gastos com alimentação da RO, como é chamada a residência oficial, além de impostos, combustíveis, gastos com veículos e até fisioterapia do pai do presidente da Câmara.

Outros pontos da lista de pagamento :

Além do nome “Arthur”, há elementos que indicam a relação dos valores com o próprio presidente da Câmara. Um deles é o pagamento de fisioterapia do Bill, como é conhecido o pai do político.
Consta um pagamento de R$ 4.500 atrelado a “Arthur” para “revisão Hilux”. Como mostrou a Folha , a campanha de Lira usada na eleição de 2022 uma picape Hilux que também foi utilizada para entregar dinheiro em Maceió, algo que está sob investigação da PF.
Há descrição de gastos para revisão de um Amarok. No ano passado, quando Lira disputou a eleição para renovar o mandato deputado federal, Luciano cedeu um carro de sua propriedade —um VW Amarok, cor preta, ano 2020— para ser usado na campanha do presidente da Câmara.
Compra de pneus para um veículo Saveiro —Lira possuía uma Saveiro em suas prestações de bens à Justiça Eleitoral nas últimas eleições.
Anotações de valores relacionadas ao nome “Arthur” com o motorista de Luciano, Wanderson de Oliveira. O caso revelado pela revista piauí apontou para 11 pagamentos de cerca de R$ 265 milhões entre abril e maio de 2023. O motorista afirmou que os pagamentos foram realizados a pedido de Luciano.

2) O que acontece agora com a investigação? A Folha apurou que a PF de Alagoas já invejou o material para o STF após encontrar as citações a Lira com Luciano e seu motorista —e agora caberá ao ministro Luís Roberto Barroso definir qual o rumo da apuração. A Procuradoria-Geral da República já havia solicitado o envio do caso para as instâncias superiores.

A existência das citações a Lira nas apreensões da PF circulava em Brasília desde as buscas que miravam Luciano e seu motorista na operação Hefesto, indicando que em algum momento o caso subiria ao STF.

3) Qual a origem da investigação? Tudo começa com reportagens da Folha publicadas em abril do ano passado. Em uma delas, a reportagem mostrou que a empresa de Maceió contratada para fornecer kits de robótica para prefeituras por meio de recursos de emendas liberados pelo governo Jair Bolsonaro (PL) vendeu os equipamentos ao poder público com uma diferença de 420% em relação ao preço que declarou ter pago em ao menos uma das compras que fez do produto.

Enquanto os municípios desembolsaram R$ 14 mil por robô educacional, com dinheiro do governo federal repassado por meio das chamadas emendas de relator, nota fiscal tratada pela Folha mostra que unidades Megalic foram adquiridas por R$ 2.700 de um fornecedor do interior de São Paulo.

Os donos da empresa alagoana são Roberta Lins Costa Melo e Edmundo Catunda, pai do vereador de Maceió João Catunda, aliado do presidente da Câmara, Arthur Lira .

O deputado, à época, era o principal responsável por controlar em Brasília a distribuição de parte das emendas bilionárias de relator do Orçamento , fonte dos recursos dos kits de robótica.

4) Quais são as ligações dos investigados com Lira? Um dos mandados de busca e apreensão foi cumprido em endereço de um dos mais próximos auxiliares de Lira: Luciano Cavalcante, então lotado na liderança do PP na Câmara e exonerado logo em seguida à operação. Ele acompanha o presidente da Câmara em diversas agendas e viagens.

A esposa de Luciano, Glaucia, também já foi assessora de Lira e aparece na investigação.

Uma das suspeitas é que Luciano e sua mulher podem ser beneficiários de valores desviados de contratos para compra de kits de robótica, custeados em parte com dinheiro de emendas do relator.

A PF chegou até Luciano Cavalcante e Glaucia ao investigar movimentações financeiras da Megalic, empresa de um aliado de Lira, vencedora de licitações de contratos para venda dos kits e também alvo da operação.

5) O que dizem as defesas? O advogado André Callegari, que defende Luciano, diz que não “teve acesso integral aos autos do inquérito e diligências já realizadas, o que impede qualquer manifestação, vez que não se sabe a motivação da operação deflagrada”.

Procurado, Lira respondeu por meio da sua assessoria de imprensa que as transações com seus nomes são referentes à recepção recebida por ele como parlamentar ou a ganhos na atividade rural.

“Toda movimentação financeira e pagamentos de despesas do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, seja realizada por ele e, às vezes, por sua assessoria, tem origem nos seus ganhos como agropecuarista e na remuneração como deputado federal”, afirma nota enviada pela assessoria.

Ele afirmou no dia da operação que não se sente atingido pela operação da Polícia Federal que mira seus aliados. Em entrevista à GloboNews, disse que não tem “absolutamente nada a ver com o que está conectado” e que cada um é “responsável pelo seu CPF nesta terra e neste país”.

folha de sp

Postado em 26 de junho de 2023

Armas adquiridas no governo Bolsonaro se concentram no Sul e Centro-Oeste

As regiões Sul e Centro-Oeste do Brasil concentram a maior quantidade de armas de fogo adquiridas nos últimos quatro anos, quando se considera a proporção por número de habitantes.

Dados do recadastramento revelam o perfil das pessoas que se armaram durante o governo de Jair Bolsonaro (PL), com base nos equipamentos comprados a partir de maio de 2019. O Metrópoles teve acesso a esses índices via Lei de Acesso à Informação.

No Sul do país, foram 1.061,8 armas recadastradas a cada grupo de 100 mil habitantes. Na Região Centro-Oeste, a taxa foi de 1.034,5. Ambos os números estão bem acima dos índices registrados em outras regiões do país.

Gerente de projetos do Instituto Sou da Paz, Bruno Langeani explica que a Região Sul e estados mais rurais têm tradição de caça e histórico de altas taxas de posse de armas.

“As taxas de Centro-Oeste e Norte me chamam muito a atenção. Já havia uma pista de que isso aconteceria, por causa da expansão acelerada de clubes de tiro, mesmo em cidades bem pequenas dessas regiões”, afirma Langeani.

Os cinco estados com as maiores taxas de armas de fogo por 100 mil habitantes são: Santa Catarina, Goiás, Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Sul e Mato Grosso.

Aumento de homicídios
Bruno Langeani, autor do livro “Arma de Fogo no Brasil: gatilho da violência”, ressalta que a Região Norte teve crescimento de homicídios em 2021, na contramão do restante do país.

Além disso, o especialista apontou que vários estados do Norte e Centro-Oeste, como Mato Grosso, Rondônia, Acre e Mato Grosso do Sul, apresentam alta no número de assassinatos.

“Só a taxa de armas, sozinha, não é o único fator, mas dificulta o controle de homicídios”, destaca.

Mercado ilegal
Langeani acredita que parte do aumento nas regiões Norte e Centro-Oeste foi influenciado pela infiltração de grupos criminosos que recorrem a laranjas ou registram armas em nome próprio, no Exército. Por meio desse esquema, o armamento é utilizado em atividades de milícias rurais ou em apoio a atividades ilegais, tais como o garimpo e a extração de madeira.

“É um afrouxamento do governo que contribui para crimes ambientais e faz crescer o risco para agentes públicos que atuam na fiscalização da região”, ressalta.

Membro do conselho do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), o pesquisador Roberto Uchôa destaca que muitos garimpeiros tinham armas legalizadas.

“A gente não pode descartar que a conexão dos mercados de arma legal e ilegal se intensificou. Se antigamente o criminoso precisava de R$ 60 mil, R$ 70 mil para comprar um fuzil, ele passou a comprar esse fuzil por R$ 15 mil no mercado interno”, pontua.

Calibre restrito
Uchôa também alerta para as cerca de 6 mil armas de calibre restrito não recadastradas. Vale lembrar que, nos primeiros meses de mandato, o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) determinou o recadastramento das armas no sistema da Polícia Federal (PF), com o intuito de frear a facilitação para a compra de equipamento bélico por civis, durante a gestão de Bolsonaro.

“Há 6 mil armas de calibre restrito que ninguém sabe onde estão. E são justamente esses os equipamentos sobre os quais o país tinha de ter um maior controle, por serem de calibre restrito. Isso é muito preocupante. Muitas dessas armas podem estar na Região Norte”, pondera o pesquisador.

Metrópoles

Postado em 26 de junho de 2023

Membros do PCC e CV se escondem em áreas indígenas e quilombos na Amazônia

Membros do PCC (Primeiro Comando da Capital) e do CV (Comando Vermelho) usam áreas de proteção indígenas e territórios quilombolas na Amazônia para se esconder e dominar nas rotas do tráfico internacional, segundo a Polícia Civil e o Ministério Público.

O que você sabe
Investigações da Polícia Civil, de promotores e dados compilados por investigadores apontam que, na região amazônica, tiveram nos últimos oito anos o número de cidades ocupadas por narcotraficantes. Um levantamento da Universidade Estadual do Pará indica que há 42 cidades dominadas por grupos criminosos.

Em geral, foram identificadas as presenças de integrantes do CV dentro dos territórios quilombolas no nordeste do estado. Já os membros do PCC costumam dominar áreas de proteção indígena no sul e sudeste do Pará, segundo dados do Ministério Público.

Só no estado do Pará, por exemplo, 39 áreas quilombolas têm domínio do CV. Em uma delas, houve uma assembleia de moradores para decidir se aceitariam ou não membro da facção no local. Por pouca diferença de votos, a comunidade foi contrária. Os que votaram a favor tinham medo de sofrer represálias, segundo relatos.

Os membros do PCC têm se escondido em áreas afastadas. No território indígena de Jacareacanga, criminosos foram alvos recentemente ao serem identificados enquanto estavam foragidos. Há duas semanas, na cidade de Inhangapi, foram capturados dois integrantes do grupo que estava morando por ali.

O Ministério Público do Pará estima que existam pelo menos 11 mil integrantes do CV no estado. A facção criminosa do Rio de Janeiro, que se estabeleceu na região em 2015, registra, na mídia, mil novos faccionados por ano.

A Amazônia é uma das portas de entrada de drogas no Brasil. Só no Pará, há mais de 2 mil pistas de pouso usadas pelo tráfico e pelo garimpo. De janeiro a junho deste ano, a Polícia Civil apreendeu 2,6 toneladas de cocaína em rotas fluviais, quase o dobro do que foi apreendido em todo o ano de 2022.

Integrantes dessas organizações se escondem da polícia em áreas de garimpo, onde há uma menor presença da polícia. As informações foram levantadas pelo UOL durante o encontro anual do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, em Belém (PA).

O que dizem os especialistas
Essas organizações criminosas querem grandes rotas para escoar a produção de drogas da Bolívia, Peru e Colômbia para a Europa. Por isso, arregimentam comunidades onde há vazios demográficos.”
Promotor Bruno Saravalli Rodrigues, do Ministério Público do Pará

A maioria dos territórios quilombolas e das comunidades indígenas estão em locais distantes dos centros urbanos. São áreas de difícil acesso, algumas são de proteção ambiental, onde não há uma vigilância constante por parte da segurança pública e tem muita terra disponível. Então, esses locais acabam se tornando espaços de refúgio de esconderijo para que esses grupos comecem a se organizar.”
Aiala Colares Couto, geógrafa, pesquisadora da Universidade do Estado do Pará e do Fórum Brasileiro de Segurança Pública

O tráfico usa a estrutura logística do garimpo, como pistas de pouso e estradas precárias de difícil acesso, para fazer o transporte da droga.”Betina Barros, pesquisadora do Fórum Brasileiro de Segurança Pública

Eles [criminosos] usam fazendas, estradas e às vezes ruas de pequenas comunidades para fazer até pouso e reforço até o paradeiro final. O Pará é estratégico para eles. Essas rotas mantinham povos indígenas e quilombolas em uma situação de vulnerabilidade.”Delegado André Costa, secretário-adjunto de Inteligência e Análise Criminal do Pará

Como os grupos envelhecem
Ao se estabelecerem nos territórios indígenas e quilombolas, são criadas relações de poder e controle. Isso porque existe uma necessidade de controlar as principais rotas da entrada de cocaína e de skank no território brasileiro para venda no território e fora dele.

Há uma intimidação feita pelas facções sobre as lideranças indígenas e quilombolas. Aqueles que se opõem ao grupo criminoso passam a ser ameaçados.

As facções criminosas usam drones e instalam câmeras de segurança nos territórios para monitorar a população local. Esse tipo de prática influencia os moradores a aceitar a presença de criminosos na comunidade.

UOL

Postado em 24 de junho de 2023

Putin denuncia “traição” do líder do grupo Wagner e promete punição

O presidente russo, Vladimir Putin, prometeu, neste sábado (24), punir a “traição” do líder do grupo paramilitar Wagner, cuja rebelião contra o comando militar de Moscou representa uma “ameaça mortal” e o risco de uma “guerra civil” para o país em pleno conflito com a Ucrânia.

Vestindo terno e gravata pretos, com semblante sério e tom solene, o presidente russo se dirigiu, sem nomeá-lo explicitamente, ao homem que o desafia, Yevgueni Prigozhin.

— É uma punhalada pelas costas para o nosso país e o nosso povo — disse Putin em discurso à nação. — O que enfrentamos é exatamente uma traição. Uma traição provocada pela ambição desmedida e interesses pessoais — acrescentou.

Em mensagem de áudio, Prigozhin reagiu, afirmando que Putin “está profundamente equivocado” ao acusar a ele e seus combatentes de traição, descartando uma rendição.

— No que diz respeito à “traição da pátria”, o presidente está profundamente equivocado. Nós somos patriotas — afirmou Prigozhin. — Ninguém planeja se render a pedido do presidente, dos serviços de segurança ou de quem quer que seja — complementou.

Anteriormente, o líder do grupo Wagner havia anunciado a ocupação do quartel-general do exército russo em Rostov, centro nevrálgico das operações na Ucrânia, e assegurou que controla várias instalações militares. No seu discurso, Putin afirmou que a situação em Rostov é “difícil”.

Em resposta à rebelião, o Ministério Público da Rússia anunciou a abertura de uma investigação por “motim armado” conta o grupo paramilitar, cujo efetivo (de 25 mil combatentes, segundo Prigozhin) se insurgiu após acusar o exército russo de ter bombardeado suas bases.

As autoridades também reforçaram as medidas de segurança em Moscou, onde foi instaurado um “regime de operação antiterrorista”, uma consequência direta da ameaça de Prigozhin. Em mensagem de áudio divulgada pelo Telegram, ele advertiu que suas forças irão “até o final” e vão “destruir tudo o que atravessar” seu caminho.

Segundo a agência de notícias estatal bielorrussa Belta, Putin falou por telefone, neste sábado, com seu contraparte bielorrusso, Alexander Lukashenko, um aliado próximo, para informá-lo “da situação na Rússia”. As autoridades da ocupação russa nas regiões ucranianas de Donetsk e Lugansk (leste), e de Zaporizhzhia e Kherson (sul) também expressaram que seus territórios estão “com o presidente” Putin.

Na Ucrânia, um assessor do presidente Volodimir Zelensky considerou que a rebelião do grupo Wagner “é só o começo” do que vai acontecer na Rússia. “A divisão entre as elites é evidente demais. Entrar em acordo e supor que está tudo acertado não vai funcionar”, comentou Mikhailo Podoliak no Twitter.

Em um comunicado postado em uma rede social, Zelensky destacou que “a fragilidade da Rússia é evidente”. Também “é evidente que a Ucrânia é capaz de proteger a Europa de uma contaminação do mal e do caos russos”, escreveu.

“Prontos para morrer”
“Todos nós estamos prontos para morrer. Todos os 25 mil e depois mais 25 mil”, reforçou Prigozhin em mensagem pelo Telegram. “Estamos morrendo pelo povo russo, que deve ser libertado de quem bombardeia a população civil”.

À noite, ele anunciou ter cruzado a fronteira e entrado em Rostov. Também assegurou que suas tropas derrubaram um helicóptero russo que tinha acabado de “abrir fogo contra uma coluna civil”.

O governador da região de Rostov pediu que a população evite “sair de casa, exceto por necessidade” e o de Lipetsk, 420 km ao sul de Moscou, anunciou “medidas de segurança reforçadas”.

Em várias mensagens de áudio transmitidas na quinta-feira (22), o líder do grupo Wagner havia afirmado que bombardeios russos causaram um “grande número de vítimas” em suas fileiras.

— Executaram bombardeios, bombardeios com mísseis, contra nossas bases de retaguarda. Um grande número dos nossos combatentes morreu — disse, acusando o ministro da Defesa russo, Sergei Shoigu, de ter ordenado estes ataques.

As acusações “não correspondem à realidade e são uma provocação”, reagiu, em nota, o Ministério da Defesa. As forças de segurança russas (FSB) pediram que os combatentes do grupo Wagner detenham seu líder. Um influente general russo, Sergei Surovikin, instou os milicianos a renunciar à rebelião. Esta disputa deixou em evidência as tensões existentes dentro das forças mobilizadas no conflito ucraniano.

Ajudar até mesmo “o diabo”
Os governos de Estados Unidos, França e Alemanha informaram que acompanham a situação na Rússia de perto.

A União Europeia “acompanha de perto a situação na Rússia” e está “em contato com os dirigentes europeus e os parceiros do G7”, afirmou neste sábado o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel.

O empresário opositor russo no exílio Mikhail Khodorkovski pediu que a população apoie a rebelião de Prigozhin, após assinalar que é importante apoiar “até mesmo o diabo” para enfrentar o Kremlin.

Horas antes do início desta crise, Prigozhin havia dito que o exército russo estava se “retirando” no leste e no sul da Ucrânia, contradizendo informações do Kremlin, segundo o qual a contraofensiva de Kiev está fracassando.

O Ministério da Defesa russo alertou que a Ucrânia está se preparando para atacar Bakhmut, no leste da Ucrânia, “aproveitando a provocação de Prigozhin”.

GZH

Postado em 24 de junho de 2023

Lula diz que exigências da UE para acordo com Mercosul são “ameaça”

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou nesta sexta-feira (23/6) os termos colocados pela União Europeia (UE) para fechar o acordo comercial com o Mercosul, discutido há, pelo menos, duas décadas. Durante discurso no encerramento da Cúpula por um Novo Pacto Financeiro Global, em Paris, França, o presidente declarou que a carta enviada pela UE ao bloco sul-americano é “uma ameaça” e “não permite que se faça um acordo”.

“Os acordos comerciais têm de ser mais justos. Estou doido para fazer um acordo com a União Europeia, mas não é possível. A carta adicional que foi feita pela União Europeia não permite que se faça um acordo”, frisou o presidente brasileiro. “Nós vamos fazer a resposta, e vamos mandar a resposta, mas é preciso que a gente comece a discutir. Não é possível que nós tenhamos uma parceria estratégica e haja uma carta adicional fazendo uma ameaça a um parceiro estratégico. Como a gente vai resolver isso?”, questionou ainda.

A União Europeia estabeleceu uma série de critérios para que o acordo com o Mercosul seja firmado. Lula vem criticando que o bloco europeu exige punições para os países em desenvolvimento caso não cumpram os termos de proteção ao meio ambiente, inclusive os previstos no Acordo de Paris. As principais críticas são que a UE ficaria responsável por determinar se os termos foram cumpridos ou não, e que o próprio bloco não cumpre as medidas ambientais cobradas.

A fala de Lula ocorreu na França, país que lidera as exigências ambientais para o acordo com o Mercosul. Lula deve discutir o tema em reunião privada com o presidente francês Emmanuel Macron.

Reforma dos mecanismos internacionais
Em seu discurso o petista também voltou a defender uma reforma dos mecanismos internacionais, incluindo as instituições financeiras e o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) para fomentar a participação dos países em desenvolvimento. O presidente brasileiro celebrou ainda a articulação do Sul Global, incluindo o Brics (composto por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul).

Lula pediu um esforço maior pelo combate à desigualdade e à fome no mundo, e citou como exemplo de sucesso os seus governos anteriores, com os quais conseguiu retirar o Brasil do Mapa da Fome da ONU. Ele voltou a comemorar também os esforços por transações internacionais que não sejam realizadas em dólares, e afirmou que a matriz energética brasileira provavelmente é a mais limpa do mundo.

Correio Braziliense

Postado em 24 de junho de 2023

Viagens de Lula tornam Alckmin o vice que mais ocupou a Presidência em seis meses de mandato

Visto com desconfiança pela base petista ao ingressar na chapa presidencial de Luiz Inácio Lula da Silva, no ano passado, Geraldo Alckmin se tornou o vice-presidente que mais assumiu a Presidência da República no início de mandato desde a redemocratização. Com o giro internacional do titular, ele vai chegar ao fim do mês com 31 dias no posto, apenas um dia a menos que o vice de Jair Bolsonaro, Hamilton Mourão, ao longo de todo o primeiro ano do governo passado.

Na comparação com os outros ocupantes do posto, quem chega mais perto é José de Alencar — vice de Lula nos primeiros dois mandatos. Alencar ocupou a Presidência por 27 dias no primeiro semestre do segundo mandato do petista, em 2007.

Longe de ser um “vice decorativo”, Alckmin tem usado a caneta de titular para tomar decisões importantes, como a prorrogação do prazo para que pessoas físicas possam adquirir carros com descontos. Na quinta-feira, diante da decisão do Banco Central de manter a taxa de juros em 13,75%, convocou uma entrevista coletiva e criticou o patamar, chamado por ele de “desnecessariamente elevada”.

O peso político do cargo também tem servido para turbinar os quadros do PSB, principalmente atraindo prefeitos de São Paulo — no sábado passado, esteve em Barueri na cerimônia de filiação do prefeito Rubens Furlan, que deixou o PSDB. Nos últimos dias, recebeu deputados e dirigentes partidários em seu gabinete para discutir eleições municipais. Uma das metas do PSB é ter candidatos próprios em quase todas as cidades da Região Metropolitana de São Paulo.

Ao deputado Jonas Donizete (PSB-SP), que preside a legenda no estado, Alckmin pediu ajuda na mobilização, indicou nomes de alvos que podem migrar para a sigla, especialmente ex-prefeitos, e demonstrou preocupação em meio ao cenário em que o Republicanos, do governador Tarcísio de Freitas, e o PSD, do secretário de Governo, Gilberto Kassab, têm feito o mesmo movimento.

— Ele me pediu ajuda para conversar com as pessoas. Alckmin é um ativo que a gente tem, alguém que além de ter governado o estado de São Paulo agora tem a autoridade de ser vice-presidente. Ele nos diz que o partido que não tem força nos municípios depois pode ter dificuldade no plano nacional — disse Donizette ao GLOBO.

Ao receber deputados, Alckmin segue um roteiro semelhante. Faz uma avaliação da conjuntura política e tem em mãos um relatório com o resumo de recursos enviados e ações do governo direcionados à base do parlamentar. Quando esteve com Aliel Machado (PV-PR) na quarta-feira, citou as emendas e a quantidade de profissionais do Mais Médicos que alocados em Ponta Grossa, além de prometer que o deputado seria convidado para integrar a comitiva do vice em uma viagem ao Paraná, prevista para o dia 30 de junho. Avisar deputados da base quando ministros forem aos seus estados é uma determinação de Lula.

O vice tem aproveitado as conversas também para defender a federação entre PSB e PDT e argumentado que partidos com bancadas menores devem buscar alianças para lançarem candidatos a prefeitos e vereadores em 2024, sob pena de perderem força nos municípios.

— Ele nos aconselha a tentar diminuir o máximo de conflitos possíveis, fazer alianças onde for possível, para evitar duas candidaturas da base do governo — disse o deputado Max Lemos (PDT-RJ), ex-prefeito de Queimados e estimulado por Alckmin a tentar retomar o posto.

O vice se define como alguém que ajuda a construir pontes, avalia que a relação do governo com o Congresso tem melhorado, mas atribui o mérito do distensionamento dos últimos dias ao presidente Lula. Na semana que vem, vai a Portugal, a pedido do petista, para se reunir com o presidente Marcelo Rebelo de Sousa e o primeiro-ministro António Costa.

Na terça-feira, antes de anunciar a prorrogação por mais 15 dias do prazo para que apenas pessoas físicas possam adquirir carros leves com os descontos entre R$ 2 mil e R$ 8 mil bancados pela União, Alckmin conversou com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. O programa aproximou o vice e o ministro. Embora tenha havido uma hesitação inicial da Fazenda com a medida do Ministério de Indústria e Comércio, que autorizou o uso de R$ 500 milhões em créditos tributários para a venda de carros com desconto, o sucesso da iniciativa reduziu as tensões.

Os feirões anunciados por montadoras nos finais de semana e a expectativa de que as empresas continuem praticando descontos animaram Alckmin a prorrogar a medida. Na avaliação de auxiliares do vice, o programa está tendo efeito na classe média, público sobre o qual o governo tenta vencer resistências.

Avesso a sentar na cadeira do chefe, dessa vez Alckmin sequer ocupou o gabinete presidencial no terceiro andar do Palácio do Planalto. Cumpre agenda das 8h às 20h, parte despachando da Vice-Presidência e parte do Ministério de Indústria e Comércio.

Período em que os vices ocuparam a Presidência nos primeiros seis meses de mandato

Geraldo Alckmin – 2023 – 31 dias

José de Alencar – 2007 – 27 dias

José de Alencar – 2003 – 22 dias

Marco Maciel – 1999 – 17 dias

Michel Temer – 2011 – 16 dias

Hamilton Mourão – 2019 – 16 dias

Marco Maciel – 1999 – 13 dias

Michel Temer – 2015 – 13 dias

Itamar Franco – 1990 – 9 dias

Folha PE

Postado em 24 de junho de 2023

Diabetes: doença cresce em ritmo ‘alarmante’ e atingirá mais de 1 bilhão de pessoas até 2050; saiba por quê

Em ritmo acelerado e considerado “alarmante” por especialistas, a prevalência da diabetes deve mais que dobrar no mundo e chegar a um total de 1,3 bilhão de indivíduos com o diagnóstico em 2050 – cerca de 13% da população mundial considerando a estimativa das Nações Unidas de 9,7 bilhões de habitantes para o ano.

O alerta é de um novo e amplo trabalho publicado nesta semana na revista científica The Lancet controlado por investigadores que colaboram com o estudo Global Burden of Diseases (GBD) (Carga Global de Doenças, em tradução livre), conduzidos pela equipe do Instituto de Métricas e Avaliação de Saúde da Universidade de Washington (IHME, da sigla em inglês), nos Estados Unidos.

“A rápida taxa de crescimento do diabetes não é apenas alarmante, mas também desafiadora para todos os sistemas de saúde do mundo, especialmente porque a doença também aumenta o risco de doença cardíaca isquêmica e derrame”, destaca a principal autora do estudo e pesquisadora do instituto, Liane Ong, em comunicado.

Hoje, são cerca de 529 milhões de pessoas com a doença, uma prevalência global de 6,1%. O impacto é mais significativo entre os maiores de 65 anos, em que 1 a cada 5 idosos (20%) tem diabetes. Especificamente entre os de 75 e 79, chega a ser 1 a cada 4 (24,4%).

A maior prevalência é observada nas regiões do Norte da África e Oriente Médio: 9,3%. Entre os idosos desses locais na faixa dos 70 anos, é de alarmantes 39,4%, ou seja, mais de 1 a cada 3 indivíduos.

Para o futuro próximo, as tentativas da pesquisa apontam que o aumento da doença, uma das 10 principais causas de morte e incapacidade do mundo, deve ser observada em todos os países do planeta.

Nas duas regiões acima, a prevalência em todas as idades deve saltar para 16,8% da população. Na América Latina e no Caribe, 11,3% da população terá diabetes em menos de 30 anos. No Brasil, segundo a última edição da pesquisa Vigitel, do Ministério da Saúde, 9,1% dos adultos já têm a doença.

O pesquisador ainda que em 24 dos 204 e países analisados, mais de 20% da população terá um diagnóstico de diabetes. O trabalho examinou a prevalência, morbidade e mortalidade do diabetes nos países e territórios por idade e sexo entre 1990 e 2021 para fazer as estimativas.

Por que a diabetes cresce no mundo?
Segundo o estudo, o aumento dos casos até 2050 está associado principalmente ao avanço da diabetes tipo 2, responsável hoje por 96% dos pacientes no mundo. A prevalência, que é de 5,9%, deve crescer 61,2% e chegar a 9,5% — tornando-se a causa de 1,27 do 1,31 bilhão de diagnósticos daqui a menos de 30 anos. Já o tipo 1 deve aumentar 23,9%, mas saindo de um cenário de 0,2% da população para somente 0,3%.

O GLOBO

Postado em 24 de junho de 2023

Crianças aprendem mesmo quando não estão prestando atenção, adultos precisam focar, mostra novo estudo

A aparente incapacidade das crianças de prestar atenção lhes permite superar os adultos quando se trata de reter informações que foram instruídas a ignorar. A conclusão é de um estudo realizado pela Universidade de Toronto, no Canadá, publicado recentemente na revista científica The Journal of Neuroscience.

“O que descobrimos é que os cérebros das crianças podem armazenar informações de uma forma que os cérebros dos adultos não conseguem”, diz Yaelan Jung, que trabalhou no estudo como estudante de pós-graduação na Universidade de Toronto e atualmente é pesquisadora de pós-graduação doutorado na Universidade Emory, em comunicado.

De acordo com a equipe, a descoberta preenche uma lacuna de conhecimento e mostra que a falta de atenção das crianças leva a reter mais informações do mundo do que os adultos.

“O que descobrimos neste estudo fornece uma nova maneira de pensar sobre o que significa o desenvolvimento do cérebro. Muitas vezes, assumimos que, à medida que o cérebro se desenvolve, ele fará mais e fará as coisas melhores. Assim, muitas vezes pensamos que os adultos são melhores e mais inteligentes do que as crianças. No entanto, nosso trabalho mostra que nem sempre é esse o caso. Em vez disso, os cérebros das crianças podem apenas fazer as coisas de maneira diferente dos adultos – e, consequentemente, às podem vezes fazer mais do que os adultos, avalia a autora.

O estudo envolveu 24 adultos com idade média de 23 anos e 26 crianças com idade média de 8 anos. A equipe pediu aos participantes que observassem uma série de quatro ilustrações estáticas: uma abelha, um carro, uma cadeira e uma árvore. Cada imagem era seguida por um fundo de pontos cinza movendo-se em uma das quatro direções: para cima, para baixo, para a esquerda e para a direita.

Em uma fase do estudo, os participantes foram instruídos a ignorar os pontos em movimento e apertar um botão quando um objeto – digamos, uma abelha – aparência mais de uma vez. Em outra fase, eles foram solicitados a ignorar os objetos e apertar um botão quando o movimento dos pontos fosse repetição.

Essas tarefas foram realizadas sob monitoramento de ressonância magnética que mediu a atividade cerebral dos participantes, revelando como atenção molda o que é representado nos cérebros dos participantes.

Os resultados apreciados, como esperados, os adultos dão um ótimo trabalho ao focar sua atenção em uma tarefa atribuída e não prestam atenção às informações que devem ignorar. As crianças, por outro lado, absorvem as informações secundárias que são instruídas a ignorar quando recebem a mesma tarefa.

“O estudo sugere que essa abordagem de ser mais sensível ao ambiente mais amplo, ao custo de prestar atenção a coisas específicas, é melhor para a compreensão de sistemas complexos. Pode ajudar a formar um nível mais alto de compreensão de nosso ambiente completo”, explica Amy Finn, professora associada do departamento de psicologia da Faculdade de Artes e Ciências da Universidade de Toronto e uma das autoras do estudo.

Segundo os autores, a descoberta ajudaria a explicar porque a infância dos humanos é tão longa, em comparação com outras espécies.

“Dependendo da sua definição de infância, os humanos são crianças por oito ou nove anos. Em comparação com outras espécies, isso é muito tempo e uma explicação para uma infância tão longa é que nós, humanos, temos muito a aprender. Outra é que é importante para o nosso QI absorver tanta informação quanto nós. Outra ainda é que precisamos absorver todas essas informações quando crianças para conectar nossos cérebros rastreados, para desenvolver os circuitos e caminhos para o processamento de informações”, especula Finn.

O GLOBO

Postado em 24 de junho de 2023