Brasil assume comando do Mercosul nesta semana com reintegração da Venezuela no radar

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) embarca nesta segunda-feira (3) para Puerto Iguazú, na Argentina, onde participará da reunião da Cúpula do Mercosul.

No encontro, o Brasil assumirá a Presidência pro tempore do bloco pelos próximos seis meses.

Nesse período, o governo brasileiro irá defender junto aos demais membros do grupo a necessidade de “realinhar” o processo de integração regional.

O que, segundo Lula tem reforçado em agendas públicas, se esfacelou nos anos anteriores em razão de governantes que não “davam a importância que o Mercosul merece”.

Na prática, essa diretriz, conforme fontes do Itamaraty, também significa aumentar o diálogo com outros países sul-americanos e até mesmo atrair novos integrantes para o bloco.

Nesse contexto, o governo brasileiro já sinalizou que a reintegração da Venezuela ao Mercosul está no radar.

“Precisamos dialogar com o governo venezuelano. É isso que nós estamos fazendo”, explica a secretária de América Latina e Caribe do Ministério das Relações Exteriores, a embaixadora Gisela Padovan.

Apesar disso, o Brasil tem noção que antes da aprovação, o país vizinho precisará solucionar problemas internos. Entre eles a realização de eleições transparentes e o compromisso de respeito aos direitos humanos.

Segundo o Protocolo de Ushuaia, assinado em 1998, todos os integrantes do Mercosul são obrigados “a respeitar os preceitos democráticos”. O descumprimento dessa regra excluiu a Venezuela do bloco.

Mesmo sendo tema da agenda da presidência pro tempore do Brasil, esse assunto, segundo o Palácio Itamaraty, não será discutido na Cúpula de Puerto Iguazú.

“Trataremos de linhas gerais; de diretrizes. Uma discussão específica sobre Venezuela não teremos [agora]”, completou a embaixadora.

Declarações
No evento desta semana, não está prevista a assinatura de acordos ou tratados. Até porque, há 171 documentos dessa natureza vigentes, contemplando praticamente todas as áreas.

No entanto, devem ser divulgadas cartas/declarações conjuntas sobre temas como tecnologia, juventude, idosos, alimentação saudável e violência de gênero. Um dos textos deve reforçar a necessidade de maior participação da mulher na política.

O envolvimento nessas temáticas faz parte do esforço para que o bloco deixe de ser somente “econômico” e passe a ter relevância “social”.

Pensando nesse aspecto, de acordo com integrantes do governo brasileiro, um dos primeiros atos do Brasil à frente do Mercosul será a realização de um fórum social entre setembro e outubro.

E no fim do ano, o país sediará uma nova reunião de cúpula.

Ações externas
Em se tratando das ações extrabloco, o foco pelos próximos seis meses deve ser a assinatura do acordo com a União Europeia.

Politicamente, Lula considera fundamental a parceria — que começou a ser construída 23 anos atrás. No entanto, o presidente tem batido o pé para que os europeus mudem o texto proposto.

Dois pontos têm causado maior entrave, sobretudo entre países da região Amazônica. As exigências ambientais feitas pela UE não estariam levando em conta que o meio ambiente pode ser preservado dentro da visão de desenvolvimento sustentável.

A outra questão que desagrada os integrantes do Mercosul são as duras sanções comerciais a que estariam sujeitos em caso de descumprimento de regras.

De toda forma, a agenda é prioritária.

“Vamos seguir com uma agenda ambiciosa de negociação com outros parceiros. Essa é uma característica dos governos do presidente Lula: favorecer uma agenda ambiciosa externa”, disse o embaixador Mauricio Lyrio, secretário de Assuntos Econômicos e Financeiros do Ministério das Relações Exteriores.

O Mercosul também está negociando outros dois acordos fora do bloco que são considerados estratégicos: com Singapura e com um conglomerado formado por países europeus que não compõe a UE.

metropoles

Postado em 3 de julho de 2023

Filha de Eduardo Cunha contrata ex-patrão para trabalhar na Câmara

A deputada Dani Cunha, do União Brasil do Rio de Janeiro, emprega o publicitário para quem trabalhou no período em que o seu pai, Eduardo Cunha, presidiu a Câmara dos Deputados.

Dani e o publicitário Michell Yamasaki Verdejo eram figuras carimbadas nos corredores da Câmara no segundo semestre de 2015. Cunha, à época, era um dos homens mais poderosos da República, e Verdejo mantinha uma empresa que ofertava serviços de assessoria para políticos.

A dupla visitava os gabinetes de parlamentares aliados a Cunha para falar sobre os trabalhos que prestavam. O jornalista Evandro Ébolli chegou a questionar Dani sobre possíveis conflitos de interesse. “Não tem nada ilegal”, declarou ela. “Recebo salário e prospecto trabalhos.”

Michell está no gabinete de Dani desde o primeiro dia do mandato. Ele recebe um salário bruto de R$ 16.640 para exercer o cargo de secretário parlamentar SP25. Entre novembro de 2019 e dezembro de 2022, Michell trabalhou para o deputado Cezinha de Madureira, do PSD de São Paulo.

Em tempo: alguns deputados que contrataram os serviços de Dani e Michell permanecem na Câmara oito anos depois. Entre eles estão Hugo Motta, do Republicanos da Paraíba, André Fufuca, do PP do Maranhão, e Danilo Forte, do União Brasil do Ceará. Motta e Fufuca são líderes das bancadas dos seus partidos, enquanto Forte tem posição destacada no União — ele será o relator da Lei de Diretrizes Orçamentárias.

Metropoles

Postado em 3 de julho de 2023

Após TSE, AGU já prepara ação contra Bolsonaro por improbidade

Após o TSE tornar Jair Bolsonaro inelegível por oito anos, a Advocacia-Geral da União (AGU) já começou a preparar uma série de ações judiciais contra o ex-presidente na esfera cível.

Segundo fontes da pasta, a ideia é ingressar com ações por improbidade administrativa e por dano material e moral coletivo, cobrando indenizações do ex-chefe do Palácio do Planalto.

Bolsonaro foi condenado pelo TSE à inelegibilidade até 2030 por abuso de poder político, após propagar uma série de ataques ao sistema eleitoral em uma reunião com embaixadores.

No mesmo dia da condenação, o ministro da Justiça, Flávio Dino, acionou a AGU pedindo ações de indenização pelos danos causados por Bolsonaro ao Judiciário e à sociedade.

Metropoles

Postado em 3 de julho de 2023

Em dois anos, emplacamento de carros elétricos cresce 145% no RN

ncorado em conceitos como praticidade, economia e sustentabilidade, o mercado de veículos 100% elétricos no Rio Grande do Norte está em franca expansão. Para se ter uma ideia, em dois anos, o número de emplacamento de automóveis deste tipo cresceu 145,6% – saltou de 171 em 2020 para 420 em 2022. Os dados são da Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE). O apresentador Léo Souza está entre os potiguares que já fazem uso dos chamados carros do futuro. “Minha primeira experiência com um automóvel elétrico aconteceu há cerca de um ano, no Rio de Janeiro e hoje sou um super fã”, admite.

Para Léo, são inúmeras as vantagens de possuir um carro do tipo. “O primeiro ganho é a isenção do IPVA. Depois, vem a questão da manutenção, que se resume basicamente a lavar o veículo. Hoje, levanto a bandeira e defendo o uso do carro elétrico por questões de sustentabilidade e economia”, afirma o apresentador. Da mesma forma que Léo, outros usuários do Estado têm despertado para o uso dos automóveis movidos à eletricidade, conforme indicam os dados da ABVE.

Considerando apenas o comparativo entre os anos de 2021 e 2022, o número de emplacamentos no RN cresceu 39% (em 2021, foram registrados 302 carros elétricos emplacados). Os automóveis do segmento são conhecidos como veículos leves eletrificados e estão divididos em três tipos: veículo elétrico à bateria (BEV), veículo elétrico híbrido (HEV) e veículo elétrico híbrido recarregável (PHEV), siglas em inglês utilizadas para diferenciar os modelos no mercado.

Tribuna do Norte.

Postado em 3 de julho de 2023

Carmim de Cochonilha: conheça o corante ‘de morango’ feito a partir de insetos

Já pensou em comer alimentos coloridos a partir de insetos? O popular corante Carmim de Cochonilha , comum entre produtos industrializados sabor morango, tem origem animal e é proveniente de um pequeno parasita.

Biscoitos recheados, gelatinas, bombons, embutidos, picolés e até presuntos são exemplos de produtos alimentícios que costumam ter na composição o corante Carmim. Seu uso colore artificialmente de vermelho, laranja e roxo os alimentos.

Origem do corante Carmim de Cochonilha
Em entrevista ao O POVO , a nutricionista vegana Sara Ortins afirma que o corante Carmim de Cochonilha surgiu na América Central antes do século XV e era utilizado pelos povos astecas e maias.

O produto é produzido a partir de animais popularmente conhecidos como “cochonilha”, um grupo de insetos hemípteros pertencentes ao filo Arthropoda, classe Insecta e ordem Hemiptera. Sua alimentação se dá parasitando a seiva de cactos.

Para fazer o corante, esses insetos são retirados da natureza, ressecados em laboratório, esmagados, misturados em soluções químicas e filtrados posteriormente até que cheguem no resultado de corante.

Carmim de Cochonilha é considerado um corante natural?
“Pelo conceito de natural, ou seja, origem a partir de animais, fungos, ou vegetal, o corante Carmim de Cochonilha é sim um produto natural”, afirma Sara Ortins.

Um nutricionista, no entanto, adverte que o fato do corante carmim ser potencialmente tóxico pode contrapor a ideia de “natural”. “Existem estudos em que pontos sensíveis ao produto. A cochonilha pode provocar alergias alimentares provocadas pelo corante e, em alguns casos, até causar choque anafilático ”, conta.

“Existem relatos de crianças que desenvolveram alergias alimentares por esse corante, apesar de ser considerado um corante natural”, destaca Sara.

Carmim de Cochonilha para os veganos e vegetarianos
Por ser um corante produzido a partir da morte de insetos, não é um produto apto ao consumo de veganos e vegetarianos. “É consequentemente feito por meio do sofrimento animal”, ressalta uma nutricionista.

“Pessoas vegetarianas e veganas não compactuam com essa forma de produção. Eles boicotam esse tipo de alimento por conta do sofrimento necessário que o envolve”, explica Sara Ortins.

Substituições para o Carmim de Cochonilha
Além do Carmim de Cochonilha, outros produtos podem receber o papel de corante das cores vermelho, alaranjado e arroxeado.

“De origem vegetal, temos os carotenóides e a betalaína , produto da herança da beterraba”, afirma a nutricionista.

o povo

Postado em 3 de julho de 2023

Morre mãe do ministro da Fazenda, Norma Haddad, aos 85 anos em SP

Morreu na noite deste domingo (2) Norma Theresa Goussein Haddad, mãe do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, aos 85 anos, em São Paulo.

Segundo a assessoria de imprensa do ministro, Norma Haddad lutava contra um câncer há três anos. Além de Fernando Haddad, ela deixou outras duas filhas, Priscila e Lúcia.

O velório será realizado nesta segunda-feira (3) no Cemitério Gethsemani-Morumbi, na zona sul de São Paulo, mas até o momento da publicação da reportagem o horário não havia sido divulgado. O sepultamento será realizado no mesmo local, às 16h.

band

Postado em 3 de julho de 2023

Óticas Mirna reinaugura sua filial de Acari que completa 25 anos.

Comemorando o aniversário de 25 anos na cidade de Acari, a Óticas Mirna inaugurou uma loja reformada, mais aconchegante e elegante para a população. Após 2 meses de reforma, a inauguração aconteceu nesse sábado (1) e contou com a benção do Padre Emanuel, pároco da cidade, e a presença do fundador, Manuel do Ó.

Ainda teve muito forró com Ivo da sanfona e o repentista Mundoca.

Postado em 1 de julho de 2023

Deputados bolsonaristas protocolam projeto de lei para anistiar ex-presidente

Deputados do PL, partido de Jair Bolsonaro, protocolaram nesta sexta-feira (30) um projeto de lei para anistiar o ex-presidente e reverter sua inelegibilidade, após o ex-presidente ter sido condenado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por abuso de poder e uso indevido dos meios de comunicação.

A iniciativa do projeto é do deputado Ubiratan Sanderson (PL-RS; foto) e concede anistia aos condenados por crimes eleitorais ou declarados inelegíveis do período de 2 de outubro de 2016 até a data de entrada em vigor desta lei. Conforme o documento, o PL estaria “corrigindo distorções político-sociais decorrentes de decisões da Justiça Eleitoral contrárias ao sufrágio dos cidadãos brasileiros”.

oantagonista

Postado em 1 de julho de 2023

Imagem “fantasmagórica” da Via Láctea é vista pela 1ª vez através de matéria, em vez de luz

Pela primeira vez, os astrônomos montaram um retrato brilhante da Via Láctea usando “partículas fantasmas” cósmicas detectadas por um telescópio embutido no gelo da Antártida.

Ao longo dos anos, os astrônomos mostraram imagens impressionantes da Via Láctea através da radiação eletromagnética da luz visível ou das ondas de rádio. Mas esta é uma nova perspectiva da nossa galáxia baseada em partículas de matéria, ao invés de energia.

As chamadas partículas fantasmas são os neutrinos. Essas minúsculas partículas cósmicas de alta energia são frequentemente chamadas de fantasmagóricas porque são extremamente vaporosas e podem passar por qualquer tipo de matéria sem mudar.

A pesquisa foi publicada na quinta-feira (29) na revista Science.

“Lembro-me de dizer: ‘Neste ponto da história humana, somos os primeiros a ver nossa galáxia em algo que não seja a luz’”, disse a coautora do estudo Naoko Kurahashi Neilson, professora associada de física na Universidade Drexel, em um comunicado refletindo quando ela e dois estudantes de doutorado inicialmente viram a imagem.

Os neutrinos quase não têm massa e podem viajar pelos ambientes mais extremos – incluindo estrelas, planetas e galáxias inteiras – e não alterar sua estrutura. É provável que bilhões deles passem por nós todos os dias, e simplesmente não os sentimos.

As partículas fantasmas são difíceis de detectar porque muitas vezes não interagem com o ambiente, mas interagem com o gelo. E a maior concentração de gelo na Terra pode ser encontrada na Antártida.

Uma equipe internacional de cientistas usou o IceCube Neutrino Observatory na National Science Foundation’s Amundsen-Scott South Pole Station na Antártida para detectar neutrinos e rastreá-los até suas origens.

Uma maneira gelada de estudar o cosmos
O detector IceCube, que entrou em operação em 2010, é o maior de seu tipo. O observatório pode monitorar 1 bilhão de toneladas de gelo antártico para interações de neutrinos.

Para construir o detector, os trabalhadores perfuraram 86 buracos no gelo, cada um com 2,4 quilômetros de profundidade, e espalharam uma rede de 5.160 sensores de luz em uma grade que se estende por 1 quilômetro cúbico.

À medida que os neutrinos interagem com o gelo, eles criam padrões de luz fracos que o IceCube detecta. Alguns dos padrões de luz apontam para regiões específicas do céu, o que permite aos astrônomos rastrear sua origem.

Em um caso de 2018, os cientistas conseguiram usar o IceCube para rastrear as origens de um neutrino que viajou 3,7 bilhões de anos-luz até a Terra.

Mas outras interações entre neutrinos e gelo apenas produzem “bolas de luz”, o que torna muito mais difícil traçar seu caminho até a Terra, disse Kurahashi Neilson.

Juntos, ela e os estudantes de doutorado Steve Sclafani, da Drexel University, e Mirco Hünnefeld, da TU Dortmund University, na Alemanha, criaram um algoritmo de aprendizado de máquina para comparar o tamanho, a energia e a posição relativa de mais de 60.000 padrões de luz de neutrinos detectados pelo IceCube ao longo de 10 anos.

O trio passou mais de dois anos testando o algoritmo antes de fornecê-lo com os dados do IceCube. O resultado final foi uma imagem mostrando pontos brilhantes de luz na Via Láctea que provavelmente emitirão neutrinos, criando um novo retrato de nossa galáxia.

“Ver nossa galáxia com neutrinos é algo com que sonhávamos, mas que parecia fora do alcance de nosso projeto por muitos anos”, disse o coautor do estudo Chad Finley, professor associado de física na Universidade de Estocolmo e membro da equipe IceCube, em um comunicado.

“O que tornou esse resultado possível hoje é a revolução no aprendizado de máquina, que nos permite explorar muito mais profundamente nossos dados do que antes.”

Alguns dos locais apontados na imagem também são o local de raios gama previamente observados, criados quando os raios cósmicos colidiram com gás e poeira galácticos. Acredita-se que tais interações também criem neutrinos, mas definir fontes específicas de neutrinos é um objetivo fundamental para os pesquisadores daqui para frente.

“Uma contraparte de neutrino foi medida, confirmando assim o que sabemos sobre nossa galáxia e fontes de raios cósmicos”, disse Sclafani.

Perseguindo mistérios cósmicos
Os pesquisadores agora acreditam, depois de ver a imagem, que as interações dos raios cósmicos são mais intensas no centro galáctico.

Os raios cósmicos, as partículas mais altamente energéticas do universo, bombardeiam a Terra do espaço com radiação. Essas partículas ionizantes em nossa atmosfera foram detectadas pela primeira vez há mais de 100 anos, em 1912, pelo físico Victor Hess. Ele determinou que eles vieram do espaço.

Os raios cósmicos são compostos principalmente de prótons ou núcleos atômicos que foram retirados dos átomos, de acordo com a Nasa.

Mas esses raios têm intrigado os cientistas desde sua descoberta. De onde eles vêm e o que os cria e os lança pelo universo? Os neutrinos poderiam nos dizer.

Agora, a equipe quer investigar fontes específicas de neutrinos em toda a galáxia.

“Observar nossa própria galáxia pela primeira vez usando partículas em vez de luz é um grande passo”, disse Kurahashi Neilson.

“À medida que a astronomia de neutrinos evoluir, teremos uma nova lente para observar o universo. É por isso que fazemos o que fazemos. Ver algo que ninguém jamais viu e entender coisas que não entendemos.”

CNN

Postado em 1 de julho de 2023

Eleitorado “nem-nem”: a chave para abreviar a era dos extremos no Brasil

Uma das características marcantes do fenômeno da polarização no país é o fervor quase religioso que os patrocinados da esquerda e da direita devotam aos seus representantes. Ídolos de cada um desses polos opostos, o ex-presidente Jair Bolsonaro e o atual mandatário, Luiz Inácio Lula da Silva, se parecem com catedrais sólidos, à prova das mais celebradas políticas intempéries. Não importa o que aconteça, seus defensores estão sempre a cargos com argumentos — ou com a falta deles — na obstinada retaguarda de suas posições. O petista, por exemplo, preservou a imensa maioria dos seus fiéis mesmo nos tempos de cárcere em Curitiba, enquanto o capitão ainda se mostra capaz de arrastar pelas ruas, a despeito da derrota nas urnas, das inúmeras armadilhas e dos enroscos com a Justiça . Embora estejam longe daquilo que o país necessita, eles seguem capturando as simpatias de dois terços do eleitorado e, mesmo se não concorrerem ao Palácio do Planalto em 2026, serão forças importantes na disputa.

Enquanto esses adversários monopolizam o cenário e mantêm sua força alimentando a competição entre si, uma faixa nada desprezível do eleitorado, estimada em 30% dos votantes, não comunga hoje dos credos do lulismo nem do bolsonarismo. Trata-se de um contingente mais identificado com o centro, que repudia o radicalismo da direita, assim como o petismo. Essa parcela, importantíssima no universo total de votantes, é capaz de definir uma vitória para um dos dois lados. A propósito, isso ocorreu em 2018, favorecendo Bolsonaro, e também com o triunfo do PT em 2022, a partir do momento em que Lulafez acenos nessa direção, como na escolha do ex-tucano Geraldo Alckmin para servir vice em sua chapa. Em tese, o conjunto de candidatos “nem-nem” seria suficiente também para alavancar uma candidatura de fora dos extremos atuais. Não é de hoje, aliás, que se vislumbra essa possibilidade. Mas o fracasso da “terceira via” nas últimas eleições mostrou que essa, definitivamente, não é uma tarefa fácil. Falta, de fato, um rosto que personifique (de forma carismática) esse grupo.

Para além da questão da liderança, há um ponto fundamental e ainda não equacionado pelos políticos de centro no esforço de fisgar aqueles que rejeitam os extremos. Uma pesquisa exclusiva de VEJA, elaborada pelo Instituto Locomotiva, em parceria com a Agência Ideia, ajuda a destrinchar as razões dessa dificuldade. E elas são muito mais complexas do que se imagina. O desafio começa pelo fato de que o “nem-nem” não cabe numa simples caixinha ideológica. Na economia, parte desses consideráveis ​​parece mais identificada com o pensamento clássico da esquerda, defendendo que o governo seja mais intervencionista em assuntos como a taxa de juros. Já no campo de costumes, o mesmo segmento mostra-se majoritariamente contra a legalização do aborto. Conciliar e traduzir bandeiras tão diferentes pode, sem dúvida, catapultar um nome ao olimpo da política nacional. Quem conseguir essa fachada notável, extrapolando a rivalidade Lula-Bolsonaro, credencia-se para abreviar a era dos extremos no Brasil.

VEJA

Postado em 1 de julho de 2023

Após ficar inelegível, Bolsonaro questiona: “Quem se comportou mais do que eu?”

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) questionou “quem se comportou mais” do que ele após o julgamento de inegibilidade. Ele estava em Belo Horizonte e chegou a Brasília na noite desta sexta-feira (30/6). “Quem se comportou mais do que eu? Alguns até reclamam, mas eu não saí das quatro linhas. Me aponte uma ação minha, um descumprimento meu de uma ação judicial”, disse o político.

A chegada foi discreta, em um portão de desembarque diferente do comercial, onde pessoas que souberam da volta do ex-presidente chegaram a puxar um coro de “inelegível”. Somente uma apoiadora, com uma criança, apareceu.

Bolsonaro chegou a criticar a prisão de seus aliados: “Tenho o Cid preso, mais dois assessores presos. A condenação dele, se houver, será abaixo de quatro anos, não compete prisão preventiva pra isso. Por que deixar meu pessoal preso? É uma perseguição para minar e dizer que estou com assessor preso”.

Minutos antes de Bolsonaro chegar, um passageiro inusitado apareceu: o cantor Alexandre Pires. “O bicho ‘tá’ pegando”, disse, sorrindo e surpreso com a quantidade de jornalistas.

O julgamento
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) tornou, nesta sexta-feira, Bolsonaro inelegível. O ex-mandatário foi condenado, com o placar de 5 a 2, pelos ataques que fez ao sistema eleitoral brasileiro durante reunião com embaixadores, em julho de 2022. O TSE entendeu que houve abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação.

Com a decisão, o ex-presidente da República está impedido de concorrer a qualquer cargo eletivo por oito anos, a contar de 2022. Na Ação de Investigação Judicial Eleitoral (Aije) julgada, o Partido Democrático Trabalhista (PDT) acusou Bolsonaro de abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação durante reunião do então presidente com embaixadores estrangeiros, no Palácio da Alvorada.

Segundo o partido, o ex-presidente atacou, no evento, as Cortes do TSE e do Supremo Tribunal Federal (STF) e afirmou, sem apresentar nenhuma prova, que os resultados das eleições gerais de 2022 proclamados pela Justiça Eleitoral não seriam confiáveis.

Além disso, o PDT afirma que houve violação ao princípio da isonomia entre as candidaturas, configurando abuso de poder político o fato de a reunião ter ocorrido na residência oficial da Presidência da República e ter sido organizada por meio do aparato oficial do Palácio do Planalto e do Ministério das Relações Exteriores.

Metrópoles

Postado em 1 de julho de 2023

Veja as falas de Bolsonaro na reunião com embaixadores que podem tornar o ex-presidente inelegível

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pode se tornar inelegível no Tribunal Superior Eleitoral ( TSE ) nesta sexta-feira e ficar sem concorrer a cargo público por oito anos. O processo teve como base uma ação movida pelo PDT, que acusou o ex-chefe do Executivo de deslegitimar sem provas a lisura do processo eleitoral brasileiro durante uma reunião com embaixadores realizada no Palácio da Alvorada em julho de 2022 .

De acordo com a Lei Eleitoral, há abuso de poder político quando o acusado se aproveita de sua posição e se utiliza de bens públicos para agir de modo a influenciar o eleitor. Caso a considerar se confirmado, Bolsonaro só poderá voltar a disputar uma eleição em 2030.

Confira abaixo alguns dos ataques feitos pelo ex-presidente durante a reunião que motivou a ação contra ele.

Sistema eleitoral ‘inauditável’
No Brasil não tem como acompanhar a apuração. Eu não sei o que vêm fazer observadores de fora aqui. Vão fazer o quê? Vão observar o quê? Se o sistema é falso, segundo o próprio TSE, é inauditável também, segundo uma auditoria externa pedida por um partido político, no caso o PSDB, em 2014.
Bolsonaro se refere a um relatório feito pelo partido recém-derrotado na corrida presidencial de 2014 e divulgado em 2015, que afirma não ser possível auditar o sistema de votação de forma externa e independente. O mesmo documento, porém, destaca que não foram encontradas amostras de fraude nas eleições de 2014 .

‘Fraudes’ em 2018
Temos quase cem vídeos de pessoas reclamando que foram voto em mim e, na verdade, o voto foi para outra pessoa. Nenhum vídeo de alguém que foi votar no outro candidato e porventura apareceu meu nome.
Os vídeos que Bolsonaro menciona aspiravam a circular nas redes sociais ainda nas eleições de 2018 e mostravam que, ao digitar o número “1” na urna, o próprio sistema completaria automaticamente com o número “3”, a fim de supostamente computar o voto para o candidato do PT à época, Fernando Haddad. No entanto, as imagens são falsas e já foram desmentidas pela Justiça Eleitoral , como em uma nota interna pelo Tribunal Regional de Minas Gerais (TRE-MG).

Segundo o texto publicado pelo TRE de Minas, os vídeos “não mostram o teclado da urna, onde uma pessoa digita o restante do voto”. A nota prossegue: “Não existe a possibilidade de a urna autocompletar o voto do eleitor”. O TRE mineiro também publicou na ocasião uma explicação dada por um técnico de edição de vídeos, mostrando que há dois cliques na urna antes de aparecer a imagem do candidato petista. A fraude na imagem que viralizou se provou porque há dois barulhos de clique no teclado — ou seja, não teria ocorrido apenas o clique no “1” —, indicando que o segundo número foi digitado por outra pessoa.

Na reunião de julho de 2022, o ex-presidente sugeriu ainda que houve fraude nas eleições de 2018, na qual deveria ter sido, segundo ele, eleito ainda no primeiro turno. Apesar de ter repetido este argumento em diversas ocasiões, Bolsonaro nunca apresentou provas do evento ocorrido.

Em setembro de 2021, o ministro Barroso, por portaria, resolve convidar algumas instituições, entre elas as Forças Armadas, a participarem de uma comissão de transparência eleitoral. As Forças Armadas não se meteram nesse processo, foram convidadas. (…) E, como foram convidadas, procurem a trabalhar para apresentar soluções e sugestões para que o ocorrido na eleição de 2018 não voltesse a ocorrer novamente.
Perseguição do Judiciário
Durante uma reunião com embaixadores, Bolsonaro voltou a exibir trechos de um inquérito sigiloso da Polícia Federal que apurou um ataque hacker sofrido pelo TSE em 2018. Em agosto de 2021, a Corte já havia apresentado uma notícia-crime contra o então presidente pelo fuga do relatório nas redes sociais, o que alimentou a retórica de que o ex-presidente seria vítima de queixa por parte do Poder Judiciário.

Então essa acusação de que eu vazei dados… O inquérito, que é ostensivo, não tem qualquer classificação sigilosa. É uma acusação simplesmente infundada, carece de base, de amparo legal. É uma acusação mentirosa. (…) E se tivesse (classificação de sigilo) estava errado porque quando se fala em votação, vem à nossa cabeça transparência. E o senhor Barroso, também com o senhor Fachin, ficou a andar pelo mundo me criticando, como se eu estivesse esperando um golpe por ocasião da eleição. É exatamente o contrário o que está conectado.
Invasão hacker ao TSE
Os hackers ficaram por oito meses dentro dos computadores do TSE, com códigos-fontes, com senhas e muito à vontade dentro do Tribunal Superior Eleitoral. E diz ao longo do inquérito que eles poderiam alterar nomes de candidatos, tirar votos de um e transferir para outro. Ou seja, um sistema, segundo documentos do próprio TSE e conclusão da Polícia Federal, um processo aberto a muitas maneiras de se alterar o processo de votação.
Ainda sobre a invasão hacker ocorrida em 2018, Bolsonaro afirmou que o episódio poderia, segundo ele, afetar o resultado das decisões daquele ano. Segundo o TSE, a informação é falsa. O tribunal decidiu que o acesso ao código-fonte das urnas eletrônicas não permite mudanças de dados de candidatos nem de números de votos.

“A Justiça Eleitoral não transmite dados tão importantes de forma aberta na internet. Todas as informações relativas às eleições circulam numa rede privativa, que é toda controlada pelo TSE e à qual apenas pessoas e sistemas autorizados têm acesso. E, mesmo que algum hacker tivesse acesso sucesso acessando a rede privativa da Justiça Eleitoral, ele ainda assim não conseguiria alterar os dados da eleição porque os dados são criptografados durante algum fechamento da urna eletrônica. Ou seja, caso se tentasse transmitir alguma informação adulterada, que não saiu diretamente de uma urna eletrônico, o sistema a rejeitar, e os votos não são totalizados”, explica o TSE em nota.

Urnas eletrônicas e transparência eleitoral
Nós temos um sistema eleitoral que apenas dois países no mundo usam. No passado, alguns países tentaram usar, tentaram a usar esse sistema e rapidamente foram abandonados. Repito: o que nós queremos são eleições limpas, transparentes, onde o eleito realmente reflita a vontade da sua população.
Em diversas ocasiões, Bolsonaro enfatizou que prezava “apenas por eleições limpas e transparentes”, rigor que, na verdade, já existe no processo eleitoral brasileiro. O ex-presidente também forneceu a informação de que apenas dois países no mundo, além do Brasil, utilizam as urnas eletrônicas em processos eleitorais.

No entanto, de acordo com o Instituto para Democracia e Assistência Eleitoral Internacional (Idea), o voto eletrônico é adotado por pelo menos 46 nações . O Idea é uma organização intergovernamental que apoia democracias conscientes em todo o mundo e que conta com 34 países-membros, entre eles Suíça, Portugal, Noruega, Austrália e Canadá, além do Brasil.

Ainda segundo o Idea, 16 países adotam máquinas de votação eletrônica de gravação direta. Isso significa que não utilizar boletos de papel e, assim, registrar os votos eletronicamente, sem qualquer interação com cédulas.

Os sete juízes titulares do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) participantes do julgamento de Bolsonaro. Além do presidente da Corte, Alexandre de Moraes, compõe o plenário dos magistrados Cármen Lúcia, Kassio Nunes Marques, Benedito Gonçalves, Raul Araújo Filho, André Ramos e Floriano de Azevedo.

O GLOBO

Postado em 1 de julho de 2023

Câncer de fígado: produtos químicos presentes em cortinas de chuveiros estão associados ao tumor em estudo

O tipo mais comum de câncer de fígado, carcinoma hepatocelular não viral, foi ligado diretamente a uma classe de produtos sintéticos conhecidos como “químicos eternos”, de acordo com novo estudo feito pela Keck School of Medicine da Universidade do Sul da Califórnia e publicado na revista científica de hepatologia JHEP Reports.

O principal deles é o sulfato de perfluorooctano (PFOS), que faz parte de uma classe de compostos químicos industriais chamados de perlifluoroalquil e polifluoroalquil, mais conhecidos como PFAS. Eles são produzidos em larga escala para sua utilização em produtos para comércio e indústria. Por terem uma sombra lenta no meio ambiente, são chamados de “eternos”.

Anteriormente, outras pesquisas em animais chegaram a ligar a exposição ao PFAS ao aumento do risco do desenvolvimento do câncer de fígado, contudo, este é o primeiro estudo a confirmar uma associação direta utilizando a amostra coletada em seres humanos.

“Isso se baseia na pesquisa existente, mas leva um passo adiante. O câncer de fígado é um dos resultados mais graves na doença hepática e este é o primeiro estudo em humanos a mostrar que os PFAS estão associados a esta doença”, explica Jesse Goodrich , PhD, pós-doutorando no Departamento de População e Ciências da Saúde Pública da Keck School of Medicine.

Para o estudo, foi realizada uma colaboração entre pesquisadores da Keck School of Medicine e da Faculdade de Medicina da Universidade do Havaí, chamado Multiethnic Cohort Study. No total, 200.000 residentes de Los Angeles e do Havaí participaram da pesquisa com suas amostras sanguíneas.

Dentro deste grupo, os pesquisadores encontraram 50 participantes que eventualmente desenvolveram câncer de fígado. Seus dados foram avaliados antes do diagnóstico de câncer e foram detectados com outras 50 pessoas que não desenvolveram a doença.

“Parte da razão pela qual houve poucos estudos em humanos é porque você precisa das amostras certas. Quando você está olhando para uma exposição ambiental, você precisa de uma amostra bem antes do diagnóstico porque leva tempo para o câncer se desenvolver”, afirma Veronica Wendy Setiawan, PhD, professora de ciências populacionais e de saúde pública na Keck School of Medicine.

Foram encontrados diversos tipos de FPAS em amostras sanguíneas coletadas em um período anterior ao desenvolvimento do câncer de fígado. Na pesquisa, os resultados revelaram que a associação mais forte à doença foi com os PFOS. Os indivíduos 10% mais expostos à eles têm 4,5 vezes mais chances de desenvolver câncer de fígado do que aqueles com níveis mais baixos do composto no sangue.

PFOS prejudicam as funções do fígado
A avaliação das amostras feitas pelo investigador provou que o PFOS pode estar ligado à alteração dos processos normais do fígado. São eles o metabolismo da glicose, o metabolismo dos receptores biliares e o metabolismo de um tipo de aminoácido chamado aminoácidos de cadeia ramificada no fígado.

Ao alterar esses processos, mais gordura pode se acumular no fígado causando uma doença hepática gordurosa não alcoólica. Pessoas com essa condição tendem a desenvolver câncer no fígado.

Lista de produtos com PFOS
No Brasil e em outros países, o PFOS é utilizado principalmente como impermeabilizante, para manter a cor das roupas, estofados e tapetes, é usado em revestimento para embalagens de doces e alimentos em geral, em pratos. Além disso podem ser encontrados em:

fluidos hidráulicos;
produtos de limpeza doméstica e industrial;
cortinas de chuveiros;
em componentes eletrônicos;
espumas de combate a incêndios;
formulações de inseticidas.
Outro ponto importante sobre eles é que são amplamente distribuídos no ambiente, podendo ser transportados a longas distâncias pelo ar e água .

Na Convenção de Estocolmo, um tratado internacional assinado em 2001 pelos países participantes, incluindo o Brasil, o PFOS foi incluído na lista de poluentes orgânicos persistentes (POPs) . O acordo assumiu a missão entre os signatários da limitação da produção e uso, além da eliminação segura dos compostos listados.

Lista de produtos com PFAS
O PFAS, que também inclui o ácido PFOS, é utilizado em larga escala em diversos produtos por serem muito resistentes à água, óleo e manchas. De acordo com uma estimativa do site Greenme são mais de 4.700 produtos químicos diferentes com esse composto industrial presente no mercado brasileiro.

roupas impermeáveis ​​e tapetes resistentes a manchas;
ceras para o piso;
panelas antiaderentes;
embalagens a prova de gordura;
fio dental;
espumas de combate aos incêndios;
e alguns cosméticos.
Um estudo da Universidade do Texas descobriu que as crianças expostas ao PFAS no útero eram mais propensas a desenvolver autismo. Além disso, também pode deixar uma pessoa em maior risco de ter câncer de rim, testículo, ovário, próstata, tireoide e medula óssea quando atingir a idade adulta.

Neste ano, entrou em votação na União Europeia um planeamento para iniciar a proteção da utilização de mais de 10 mil produtos PFAS, por seus riscos à saúde humana.

O GLOBO

Postado em 1 de julho de 2023

Google contrata Michel Temer para mediar debates sobre regulação das big techs

O Google contratou o ex-presidente da República, Michel Temer, para mediar a interlocução com o poder público em relação às questões que envolvem o Projeto de Lei 2630/2020, que ficou popularmente conhecida como a PL das Fake News, e que visa estabelecer diretrizes para a atuação das big techs no País.

A notícia da contratação de Temer foi dada em primeira mão pela jornalista Patricia Campos Mello, na Folha de S.Paulo e, posteriormente, confirmada pela reportagem de Meio & Mensagem.

À respeito do assunto, a área de comunicação do Google enviou um posicionamento em que não cita o nome do ex-presidente, mas afirma que a empresa contrata “agências e consultores especializados para ajudar na mediação dos nosso esforços de diálogo com o poder público.” Veja, abaixo, a íntegra do comunicado do Google:

“Assim como outras empresas e entidades, contratamos agências e consultores especializados para ajudar na mediação dos nossos esforços de diálogo com o poder público para podermos levar nossas contribuições a políticos e parlamentares, especialmente, em questões importantes e técnicas como a construção de novas legislações.”

Por que o Google contratou Michel Temer?
De acordo com apurações da reportagem, o ex-presidente Michel Temer é visto por parte da diretoria do Google no Brasil como uma pessoa com bastante articulação entre o poder público, em diferentes partidos, e que, por isso, poderia ter um papel importante na manutenção do diálogo entre a big tech e a Câmara e Senado, responsáveis pela tramitação do Projeto de Lei.

Na prática, o ex-presidente tem a missão de auxiliar na conexão entre a diretoria do Google e autoridades da esfera política para que possam ser debatidos pontos de interesse da empresa que envolvam a PL das Fake News.

A reportagem de Meio & Mensagem apurou que, nessas primeiras três semanas desse trabalho de consultoria especial, Michel Temer auxiliou na articulação de uma reunião entre representantes do Google e o deputado federal Orlando Silva (PCdoB-SP), relator da Proposta de Lei.

O Google e a PL das Fake News
Na noite de 2 de maio, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL) comunicou o adiamento da votação do Projeto de Lei 2630/2020. Ainda não há uma nova data para a votação do projeto na Câmara.

Antes, havia sido aprovado o regime de urgência para a votação, mas o adiamento foi feito a pedido do próprio relator do projeto, Orlando Silva.

Pouco antes desse adiamento da votação, o Google havia intensificado seu posicionamento a respeito de alguns pontos do projeto de Lei que julga serem desfavoráveis.

O texto final da proposta, apresentado por Orlando Silva em abril, foi motivo de muita discussão. Um dos pontos mais debatidos foi a criação de uma entidade reguladora autônoma que seria responsável pela fiscalização do cumprimento da lei. A existência da entidade foi criticada pelas big techs e retirada do texto final.

No fim de abril, a empresa de tecnologia publicou uma carta aberta, em seu blog oficial, apontando que, em sua visão, as consequências do texto do PL representariam retrocesso para a internet aberta no Brasil. Entre os pontos citados, estavam o impacto econômico para pequenas e médias empresas e ameaça à liberdade de expressão e política.

meioemensagem

Postado em 1 de julho de 2023

Filhos de Bolsonaro comentam decisão do TSE: ‘Pessoa do bem’

Os filhos do ex-presidente Jair Bolsonaro publicaram críticas ao sistema da Justiça Eleitoral e lamentaram a condenação do pai a oito anos inelegível nesta sexta-feira (30). A decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) declarou o político inelegível por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação.

Com a decisão, o ex-presidente Jair Bolsonaro não poderá concorrer às eleições municipais de 2024 e 2028 e ao pleito estadual ou federal de 2026. A ação do TSE não é válida para o âmbito penal, ou seja, o político não será preso.

Pelas redes sociais, Eduardo Bolsonaro fez referência a Jesus Cristo ao comentar a decisão do TSE. “Não é na glória que conhecemos a nossa verdadeira força, mas nas adversidades. No fim, vence quem mais consegue suportar a dor. Não esqueçam daquele venceu o mundo numa cruz e suas idéia persistem até hoje”, afirmou.

“Não somos perfeitos, mas somos sinceros e nosso sonho segue mais vivo do que nunca”, completou Eduardo Bolsonaro.
O senador Flávio Bolsonaro, por sua vez, publicou um vídeo do acidente de do piloto Romain Grosjean na Fórmula 1, com a legenda: ‘Quando um homem perde as esperanças, Deus mostra de quem é a última palavra’.

Na publicação, Flávio Bolsonaro afirmou que o TSE deu uma vitória moral ao pai. “Ficou claro a todos os brasileiros que ele é uma pessoa do bem, que não merecia nem havia fundamento legal para ser injustiçada. Julgamento parcial e por motivos pessoais. Seguiremos fortes para resgatar o Brasil das mãos sujas do PT”, afirmou.

Carlos Bolsonaro apenas publicou uma foto ao lado do pai. Já o mais novo, Jair Renan, publicou um vídeo de Bolsonaro em entrevista coletiva após a decisão do TSE.

Band

Postado em 1 de julho de 2023