Flávio Dino submerge, e colegas de Esplanada interpretam como gesto pelo STF

Um dos ministros com mais destaque na imprensa, Flávio Dino submergiu nas últimas semanas. Tem dado menos entrevistas e adotado um tom mais discreto.

Se intencional ou não, o fato é que o movimento foi visto por colegas de Esplanada como algo pensado para se movimentar na direção de uma indicação para o Supremo Tribunal Federal, na vaga que será aberta com a aposentadoria de Rosa Weber, em outubro.

Conforme a coluna mostrou, Dino é considerado no Planalto como um dos favoritos para ser indicado por Lula — caso expresse ao presidente o desejo de ir para o STF.

Metropoles

Postado em 7 de julho de 2023

PT negociou para PL não fechar questão contra reforma tributária

O Palácio do Planalto articulou com o PL de Jair Bolsonaro para que o partido não fechasse questão contra a reforma tributária. O combinado foi que a legenda, se não liberasse a bancada, apenas orientaria o voto contrário.

Na manhã desta quinta-feira (6/7), durante uma reunião do PL, Bolsonaro insistiu para que houvesse fechamento de questão, ou seja, que o partido todo obrigatoriamente votasse contra.

Alguns parlamentares, como Bibo Nunes, do PL do Rio Grande do Sul, e Carlos Jordy, do PL do Rio de Janeiro, pediram ao líder do partido na Câmara dos Deputados, Altineu Côrtes, que ele fechasse contra a reforma que foi aprovada nesta quinta-feira.

O PL, contudo, seguiu o acordo feito com o Palácio do Planalto e apenas orientou contra. Vinte deputados da legenda de Bolsonaro votaram com o governo.

Metropoles

Postado em 7 de julho de 2023

Espetáculo “Terra de Sant’Ana” retorna à Currais Novos após 12 anos

Após 12 anos sem acontecer, o espetáculo Terra de Sant’Ana volta a ser encenado durante a Festa de Sant’Ana de Currais Novos. Quem assina a direção é Diana Fontes, que comanda 32 artistas da cidade em uma narrativa afetiva e comovente sobre a fé e a cultura do povo do Seridó. As apresentações estão marcadas para os dias 19, 20 e 21 de julho, às 21h, no Largo do Coreto Guarany.

O texto, lírico e poético, é de Cláudia Magalhães, que em 2023 celebra não apenas a santa, a eterna avó da humanidade, mas também a fé do sertanejo em Sant’Ana e em si mesmo. Danilo Guanais é o responsável pela trilha sonora da peça, que além de trazer canções marcantes de outras edições do espetáculo também criou novas composições especialmente para o retorno do auto.

Desde o início de junho o elenco ensaia para dar vida ao “Terra de Sant’Ana”, que havia sido aprovado em 2019 pela Lei Estadual Câmara Cascudo, e devido a Pandemia, não pode ser realizado. O grupo de artistas que integra o elenco foi escolhido através de seleção pública. Mais de 70 pessoas participaram do processo.

“Esse ano estamos apostando numa abordagem mais intimista, onde o elenco vai falar com a alma e a palavra-chave é emoção. A montagem tem sido tranquila e estou muito feliz de reencontrar os artistas de Currais e também de conhecer gente nova. Já estava na hora desse retorno”, conta Diana Fontes, criadora do espetáculo.

O espetáculo “Terra de Sant’Ana” conta com patrocínio do Governo do RN, Lei Câmara Cascudo, Dore, Unimetais e Mina Brejuí; e com parceria da Prefeitura Municipal de Currais Novos. A realização é da Cia Bagana de Teatro e Diana Fontes Direção e Produção Cultural.

SERVIÇO
Auto Terra de Sant’Ana
Dias 19, 20 e 21 de julho, às 21h, no Largo do Coreto Guarany
 Acesso gratuito

Postado em 7 de julho de 2023

Senadores enviam a proposta de Lula para acabar com pensão de filhas de militares

A Comissão de Direitos Humanos do Senado decidiu enviar ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva uma sugestão para que o governo elabore projeto de lei pondo fim à pensão que o Estado paga para os filhos adultos de militares. Um parecer elaborado sobre o tema será enviado ao gabinete da Presidência da República.
O expediente, de relatoria do senador Carlos Viana (Podemos-ES), acolhe uma sugestão enviada ao colegiado em 2018 pelo E-Cidadania, um espaço no site do Senado para propostas de cidadãos. A ideia ficou disponível para votação no site de agosto de 2018 a fevereiro de 2019, período no qual teve 57.330 votos aderidos.

O documento foi aprovado na primeira sessão ordinária que a Comissão de Direitos Humanos fez este ano. O grupo de 19 parlamentares que encaminhou a sugestão tem como presidente Paulo Paim (PT-RS) e inclui Damares Alves (Republicanos-DF) e Eduardo Girão (Novo-CE), líderes do bolsonarismo.

era Como

Antigamente, as filhas maiores de idade dos falecidos tinham direito a uma pensão vitalícia enquanto permanecessem solteiras. O benefício foi instituído em 1960 e revogado em 2001, no segundo mandato de Fernando Henrique Cardoso, por meio de medida provisória.

As mulheres que já receberam uma pensão na época em que o benefício foi extinto têm direito adquirido e não foram garantidas. Por outro lado, a medida provisória gerou dúvidas em relação às mulheres que poderiam receber o benefício no período, mas não havia pedido formalizado.

A proposta aprovada pela Comissão de Direitos Humanos diz que “eventual projeto de lei para o aprimoramento do tema deve partir do Poder Executivo, não sendo possível a autoria parlamentar”. A Constituição prevê que deve sair da Presidência da República propostas legislativas que tratem sobre a carreira das Forças Armadas, bem como sobre custódias aos cofres públicos.

Uma cifra bilionária é gasta continuamente pela União para pagamento de pensões aos filhos maiores de idade de falecidos antes de 2001 (quando esse benefício foi revogado). Em 2020, esse valor chegou a R$ 19,3 bilhões, incluindo outros tipos de dependentes, como viúvas e filhos incapazes. Como revelou o Estadão, o registro do estado civil “solteira”, necessário para se continuar fazendo jus à benesse, pode ser alvo de fraudes.

Questionada pela reportagem, a assessoria de Lula disse que ainda não recebeu o documento e, por ora, não comentou a sugestão. Como o documento tem caráter de sugestão, pode tanto ser acolhido pelo presidente e transformado em projeto de lei, quanto a ser engavetado.

uol

Postado em 7 de julho de 2023

EUA e União Europeia estudam “bloqueio do Sol” para reduzir temperaturas globais

Uma ideia digna dos filmes distópicos de ficção científica vem sendo cogitado seriamente por especialistas e pode inclusive ser colocado em prática. Estados Unidos e União Europeia estudam medidas para bloquear a incidência de raios solares, tendo como objetivo a redução da temperatura global, que vem batendo recordes históricos nos últimos dias.

Na quarta-feira (5), o Escritório de Política Científica e Tecnológica da Casa Branca (OSTP) lançou um documento em resposta ao Congresso norte-americano relacionada à “modificação da radiação solar, também conhecida como geoengenharia solar”.

No documento, são colocados os termos atuais de elevação das temperaturas causada pela ação humana, um detalhamento das mudanças climáticas e apontam que reduzir a incidência de raios solares pode ser colocado como uma ação necessária.

Entre as formas sugeridas estão a inserção de objetos (tanto no solo quando em elevadas altitudes) que possuam alta capacidade de refletir essa radicação. Outra sugestão é o clareamento de nuvens, fazendo com que elas passem a “rebater” e não absorver os raios de sol. Outras ações detalhadas no estudo estão a injeção de aerossol estratosférico e métodos baseados no espaço.

“Todos esses métodos alterariam os fluxos de luzes de onda longa (vermelha) e onda curta (amarela)”, aponta o estudo.

De forma cautelosa, o governo dos Estados Unidos não pretende fazer ampla divulgação do estudo. Em nota, a Casa Branca divulgou que o relatório “não significa nenhuma mudança na política ou atividade do governo” e que “não há planos em andamento para estabelecer um programa de pesquisa abrangente focado na modificação da radiação solar”.

A Casa Branca informou ainda que as informações foram divulgadas unicamente para atender a uma demanda do Legislativo.

Europa cética
Nos dias anteriores a União Europeia também abordou o assunto. Segundo a Bloomberg, os países do bloco estudam as implicações de segurança para intervenções de grande escala, como desviar os raios solares, com o objetivo de combater o aquecimento global e as consequentes mudanças climáticas.

“A UE apoiará os esforços internacionais para avaliar de forma abrangente os riscos e incertezas das intervenções climáticas, incluindo a modificação da radiação solar”, afirma o documento elaborado pela União Europeia, segundo a Bloomberg.

“Essas tecnologias introduzem novos riscos para pessoas e ecossistemas, ao mesmo tempo em que podem aumentar os desequilíbrios de poder entre as nações, desencadear conflitos e levantar uma miríade de questões éticas, legais, de governança e políticas” prossegue o documento.

CNN

Postado em 7 de julho de 2023

Você odeia coentro? Não é frescura. Explicação está nos genes do seu corpo, não no paladar; entenda

O coentro é um ingrediente muito comum de ser encontrado na culinária brasileira e há décadas causa debate. O sabor peculiar faz com que seja amado ou odiado, sem meio termos. Mas afinal, é frescura não querer comer a erva aromática? De acordo com um estudo publicado na revista científica Flavour Journal, a resposta é não.

O que explica esse ódio ao coentro?
A aversão ao alimento pode estar ligada diretamente à genética, como apresenta o primeiro ator do artigo, Nicholas Eriksson, professor de genética da Universidade de Chicago. Para a realização da pesquisa, dois grupos foram reunidos, um deles com pessoas que relatavam sentir “sabor e o odor de sabão” quando entravam em contato com o alimento, enquanto o outro grupo declarou gostar de comê-lo em suas refeições.

Clientes da empresa de genética de consumo 23andMe, com sede na Califórnia, foram questionados sobre suas preferências em relação ao coentro. A partir disso, foram observadas duas variantes genéticas ligadas ao “gostar” deste alimento.

Uma delas apontou para sensibilidade aos aldeídos químicos presentes no coentro em seus receptores olfativos (presentes na narina e responsáveis por identificar odores) no grupo que disse ter dificuldades em comer a erva aromática. Eles possuem a variante mais forte do gene OR6A2, que codifica um receptor extremamente sensível aos aldeídos. Outro achado de Eriksson e sua equipe é que esses genes não são herdados.

“É possível que a herdabilidade da preferência do coentro seja bastante baixa”, dizem eles.

Outra pesquisa, sediada na Universidade de Toronto, no Canadá, e publicada na revista científica Chemical Senses, encontrou variantes ligadas à preferência pelo coentro em um gene receptor olfativo diferente e um gene receptor de sabor amargo dentre mais de 500 pessoas de ascendência europeia. A autora do estudo, Lilli Mauer, encontrou diferentes predisposições genéticas envolvendo o sabor da erva aromática, incluindo os presentes que estão presentes em receptores gustatórios especializados em comidas amargas.

A genética influencia diretamente no paladar
Como a nutricionista Anette Marum, especialista em genômica nutricional pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), explica ao GLOBO, as variações genéticas tornam os seres humanos diferentes até no gosto por diferentes sabores. Essas preferências se traduzem em ter mais facilidade em consumir comidas mais doces ou amargas.

Para a pesquisadora o lado negativo dessas tendências genéticas é o que acontece com pessoas que não gostam de comer comidas muito amargas, deixando de fora da sua dieta vegetais verdes escuros, como a rúcula. Eles apresentam certo amargor ao paladar, mas são ricos em vitaminas e minerais, ácido fólico e complexo B. Mas por outro lado, é algo que pode ser adaptado, segundo ela.

“O que a gente estuda muito é que essa percepção é treinável, mesmo você tendo a predisposição genética. Os enólogos, que desgustam vinho e café, por exemplo, treinam os receptores gustativos por muitos anos. Com esse treino numa pessoa que odeia coentro a gente consegue melhorar e bastante essa percepção” elucida.

Assim como o consumo em excesso de doces, por agradarem ao paladar, também pode ser controlado através da conscientização na alimentação.

Folha Pe

Postado em 7 de julho de 2023

Preço de passagem aérea recua 10% no primeiro semestre – no mercado corporativo

Depois da alta expressiva com a retomada das viagens pós-pandemia, o preço das passagens aéreas recuou no primeiro semestre, na comparação com o mesmo período de 2022 — ao menos para o mercado de viagens corporativas. É o que mostra um levantamento realizado pela agência Tour House, que vem monitorando o comportamento de compra de passagens aéreas de mais de 300 empresas desde 2021. Foram observados 350 mil transações apenas no período de comparação.

No primeiro semestre, o preço médio pago por uma passagem aérea foi 10% mais barato do que nos primeiros seis meses de 2022: as empresas pagaram em média R$ 1.200 por um bilhete doméstico, ante R$ 1.333 no primeiro semestre do ano passado.

Na comparação mensal, pode-se registrar a maior queda de preços: 20%, com a tarifa caindo de R$ 1.490 em maio de 2022 para R$ 1.190 em maio passado. Em junho, o preço médio ficou praticamente estável: caiu de R$ 1.270 para R$ 1.250 na comparação anual.

— O preço médio da passagem vinha em evolução. Saiu de R$ 995,80 em 2021 para R$ 1340 no ano passado, um aumento de 34%. Mas a partir de 2023, enfrentou uma tendência de queda — diz Alexandre Motta, CEO da Tour House Corporativo. Segundo o Motta, contribuiu para a queda no preço pago pelas passagens um maior planejamento por parte das empresas, que conseguiram adquirir as passagens com mais antecedência.

— O planejamento pode reduzir em quase 60% o preço de uma passagem. Uma passagem comprada com sete dias de antecedência e que custa R$ 1.940,00 pode ser encontrada por R$ 784,80 se for comprada com 21 dias de antecedência — diz Motta.

O GLOBO

Postado em 7 de julho de 2023

Câmara aprova reforma tributária em dois turnos em votação histórica

Numa votação histórica e após 35 anos de tentativas sem sucesso, a Câmara dos Deputados aprovou nesta quinta-feira, 6, o texto-base da proposta de reforma tributária, que muda o sistema de impostos do País. O placar foi folgado: 382 votos a favor e 118 contrários no primeiro turno e 375 votos a favor e 113 contrários no segundo turno, encerrado pouco antes das 2h desta sexta-feira, 7. Por se tratar de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC), eram necessários 308 votos.

A Câmara continuará a análise dos destaques (pedidos de alteração) a partir das 10h desta sexta. Após encerrada a votação, o texto segue para o Senado.

A PEC 45 altera a tributação dos impostos que incidem sobre o consumo de bens e serviços e cria três novos: o Imposto sobre Bens e Serviços (IBS), substituindo o ICMS dos Estados e o ISS dos municípios; a Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS), que substitui PIS, Cofins e o IPI, que são federais; e o Imposto Seletivo, que incide sobre produtos danosos à saúde e ao meio ambiente. Os novos impostos começam a valer em 2026, com um período de teste, e passam a ter vigência integral em 2033.

O modelo de cobrança será o do Imposto sobre Valor Agregado (IVA), que acaba com a tributação em cascata. Outro pilar da reforma é a mudança da tributação do consumo (onde o bem ou serviço é produzido) para o destino (onde é consumido) — a fim de acabar com a chamada guerra fiscal entre Estados.

Num gesto raro antes da votação, o presidente da Câmara, Arthur Lira, resolveu fazer um pronunciamento da tribuna para rebater os críticos da reforma e pedir os votos. Ele solicitou aos deputados que não se deixassem levar por críticas infundadas de quem nunca quis a reforma. “Sairemos daqui com a cabeça erguida, vamos escrever os nossos nomes na História”, disse. O PL, partido do ex-presidente Bolsonaro, orientou a bancada a votar contra. Mesmo assim, 20 deputados do partido votaram a favor da reforma.

O relator, Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), afirmou que, com a votação, o País “não olha para a esquerda nem para a direita, mas para frente”. “Poderíamos fazer melhor, mas estamos fazendo o melhor que podemos fazer”, disse. Ele agradeceu nominalmente políticos que participaram das negociações, citando o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos) e os membros da Frente Parlamentar do Agronegócio. Ribeiro também citou que começou a discutir a proposta ainda durante o governo Bolsonaro, com o então ministro da Economia, Paulo Guedes.

Para a aprovação da reforma, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e o relator, deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), fizeram uma série de concessões, beneficiando ainda mais o agronegócio e o setor de serviços com taxação mais baixa.

Com forte lobby junto aos deputados e se aproveitando da pressa de Lira para concluir a votação, os dois grupos mais resistentes à reforma durante os últimos anos jogaram pesado e conseguiram emplacar a maior parte das suas demandas.

Apesar da resistência da equipe econômica, o agro e os supermercados foram atendidos também com a criação de uma cesta básica nacional, cujos produtos terão alíquota zero. Com os pleitos atendidos, a bancada ruralista declarou apoio à reforma em plenário.

Faltando menos de uma hora para o início da votação, o relator cortou ainda mais a alíquota que já era reduzida para um grupo de setores, mercadorias e atividades, como saúde, educação, medicamentos, transporte coletivo, produtos agropecuários e produtos de cuidados básicos à saúde menstrual, como absorventes.

O imposto para esse grupo de favorecidos será 60% menor do que para os demais contribuintes. Antes, a tributação era 50% mais baixa.

Aguinaldo também ampliou a lista dos beneficiados com a alíquota reduzida para produção jornalística e audiovisual nacionais. Os setores de hotelaria, parques temáticos e de diversão, restaurantes e aviação regional conseguiram ser incluídos nos regimes específicos de tributação.

Nova emenda
Após a aprovação do texto-base, foi aprovada por 379 votos uma emenda aglutinativa, unindo diferentes propostas legislativas de acordos que foram firmados na última hora. O objetivo era atender a segmentos com interesses específicos para que não atrapalhassem a votação.

Dessa maneira, entraram na lista com alíquota reduzida atividades desportivas, aquícolas, bens e serviços relacionados a segurança e soberania nacional, segurança da informação e segurança cibernética. A emenda também ampliou a imunidade tributária de “templos de qualquer culto”.

O texto adicional abre a possibilidade de os Estados instituírem um novo tributo: uma contribuição sobre produtos primários e semielaborados, produzidos nos seus territórios, para investimento em obras de infraestrutura e habitação.

A permissão surpreendeu os tributaristas. Segundo o tributarista Luiz Bichara, até então, a contribuição era prerrogativa da União. “A emenda aglutinativa contém temas relevantes e que, por isso mesmo, deveriam ter sido debatidos. Essa sofreguidão cria uma mácula no processo legislativo”, criticou Bichara, que considera as novas contribuições estaduais “muito grave” .

“Cria-se uma competência constitucional nova, e dá-se autorização para que os Estados criem tributos novos, revelando o descompromisso da PEC com a manutenção da carga tributária Além disso, certamente estamos diante de um dispositivo que vai onerar exportações”, avaliou. “Amanhã os Estados poderão tributar com essa nova contribuição petróleo, energia, minério… enfim, agora se entende que “acordo” foi esse. Como sempre, às custas do sangue do contribuinte.”

O resultado foi um texto repleto de exceções, na contramão de um dos pilares da reforma pretendida pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o secretário extraordinário, Bernard Appy: uniformidade de alíquota e o menor número de regimes diferenciados e especiais.

A porteira aberta por Lira e Aguinaldo, em menos de 24 horas, comprometeu o texto original apresentado há duas semanas e acabou deixando uma pergunta no ar: afinal, qual será a alíquota básica do novo imposto?

Quanto maior o número de exceções, maior será a alíquota básica (de referência) do imposto que será paga por todos os outros contribuintes brasileiros. Antes da votação e sem tantas exceções, a expectativa era de que a alíquota seria de 25%. Críticos contumazes da reforma preveem que será a maior alíquota de Imposto sobre Valor Agregado (IVA) do mundo.

Appy acompanhou a votação dentro do plenário, próximo à mesa, e se emocionou com a aprovação da proposta.

‘Traição’
A aprovação da reforma envolveu também concessões aos Estados e cristalizou acordo fechado com o governador de São Paulo, Tarcísio Gomes de Freitas, para mudar a governança do Conselho Federativo, instância que será responsável por gerir a arrecadação do imposto.

As regras do conselho beneficiam os Estados mais populosos, portanto mais ricos, que terão maior poder de decisão nas deliberações do órgão. Esse trecho desagradou os Estados do Nordeste, que falam em traição.

Sem querer mexer em mais vespeiros, o relator deixou para legislação complementar a forma de distribuição do Fundo Nacional de Desenvolvimento Regional, que receberá aporte da União de R$ 40 bilhões para compensar o fim dos incentivos fiscais, que levou à guerra tributária. O fundo ganhou o “n” de nacional justamente para que os Estados mais ricos também possam receber os recursos do fundo, que tem como finalidade combater as desigualdades regionais.

O governador de São Paulo capitaneou o acordo com Lira, Aguinaldo e Haddad, mas acabou também desgastado com seu padrinho político, o ex-presidente Jair Bolsonaro.

Zona Franca e ‘gênero’
Atendendo a pedidos da bancada do Amazonas e do governador do Estado, Wilson Lima, o relator acrescentou no texto da reforma a previsão de um terceiro fundo de compensação, voltado exclusivamente à região.

O dispositivo será criado por lei complementar e abastecido com recursos da União. O objetivo, segundo a proposta, é fomentar o desenvolvimento e a diversificação das atividades econômicas no Amazonas, que hoje depende dos subsídios concedidos à Zona Franca de Manaus, os quais serão extintos depois de 2073.

Nas negociações de última hora, Ribeiro também contemplou a bancada evangélica, que requisitou a retirada da palavra “gênero” do trecho da lei que fala sobre o cashback, programa de devolução de impostos voltado à população de baixa renda. O texto anterior previa que o cashback teria como objetivo reduzir as desigualdades de renda, gênero ou raça. Os dois últimos termos caíram na versão atualizada.

TERRA

Postado em 7 de julho de 2023

Anvisa aprova novo medicamento para reduzir o colesterol ruim

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou um novo medicamento para o controle do colesterol ruim (LDL). Trata-se do Inclisirana, produzido pela Novartis, indicado para pacientes de muito alto risco cardiovascular, ou seja, que já infartou ou AVC isquêmico, e também para adultos com hipercolesterolemia primária (colesterol alto familiar ou não familiar) e dislipidemia mista (quem tem alterações no colesterol e triglicérides).

“Pacientes que já passaram por ataque cardíaco ou derrame precisam não só reduzir o colesterol ruim (LDL), mas controlá-lo, isto é, mantê-lo abaixo de 50mg/dL”, diz Raul Santos, cardiologista do InCor-HCMFUSP, professor associado da Faculdade de Medicina da USP e ex-presidente da Sociedade Internacional de Aterosclerose (IAS). “Manter o colesterol ruim (LDL) controlado é essencial para que um paciente não volte a ter novos eventos cardiovasculares graves como esses, que têm mais chances de acontecerem depois de um primeiro caso”, completa o especialista.

seguro e eficaz

O Inclisirana utiliza como mecanismo de ação um pequeno RNA de interferência que limita a produção da proteína hepática PCSK9, auxiliando na redução dos níveis de LDL no sangue. Nos estudos, o fármaco demonstrou eficácia e segurança com duas injeções da substância ao ano, suficientes para reduzir, em média, 52% dos níveis de colesterol ruim (LDL) em pacientes que já sofreram infarto do miocárdio, AVC ou tem doença arterial periférica assintomática .

“É uma medicação bastante segura, eficaz e que bastam duas aplicações aéreas. Após uma dose inicial e um reforço em três meses, as aplicações são semestrais e você consegue manter valores de LDL muito baixos que só com os medicamentos usuais, nem sempre seria possível”, explica Maria Cristina Izar, diretora da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo (SOCESP) e professora de Cardiologia da UNIFESP. “A grande vantagem é a duração prolongada que se observa com o Inclisirana, mas ele não é uma droga de primeira escolha, e sim de combinação com outros remédios como as estatinas”, acrescenta.

Atenção ao colesterol ruim

Atualmente, 92,6% dos pacientes que sofreram infarto estão com o colesterol ruim (LDL) acima de 50mg/dL. Mesmo mudando o estilo de vida e tomando os medicamentos mais comuns para o controle do colesterol, muitos pacientes que já tiveram um ataque cardíaco ou um derrame não conseguem manter o colesterol ruim (LDL) dentro da meta. “Nesse sentido, a inclisirana entra em cena como um avanço para controlarmos o colesterol ruim (LDL) nesses pacientes”, afirma Santos.

Cerca de 400 mil mortes estão relacionadas a doenças cardiovasculares no Brasil atualmente – número maior do que todas as mortes por cânceres somadas. Eventos esses que têm a aterosclerose (acúmulo de gordura nas paredes dos vasos sanguíneos, principalmente causado pelo colesterol ruim (LDL) alto) como uma de suas principais causas.

“As doenças cardiovasculares, especialmente a aterosclerose, são a principal causa de mortalidade no Brasil, o que evidencia a necessidade de novos tratamentos para pacientes que precisam atingir metas de colesterol ruim (LDL) recomendadas pela SBC”, explica Priscila Raupp, gerente médica sênior de cardiologia da Novartis no Brasil. “Inclisirana surge como um tratamento inovador, que promove uma redução eficaz e sustentada do colesterol ruim (LDL) para que o paciente possa retomar sua rotina após um episódio de infarto ou AVC”.

Grande parte dos brasileiros (64%), porém, desconhece seu risco cardiovascular e, consequentemente, sua meta de colesterol ruim (LDL) para reduzir a chance de ataque cardíaco e derrame cerebral. É o que aponta uma pesquisa encomendada pela Novartis em parceria com a Ipsos. Apesar de 80% conhecerem o termo “colesterol”, esse ainda é um tema sobre o qual os brasileiros não só sabem pouco, como também não se preocupam.

Mas o controle do colesterol ruim (LDL) é essencial para a saúde do coração: “A alimentação é responsável por cerca de 25% do colesterol no sangue. Para pacientes que já sofreram ataque cardíaco (infarto) ou derrame (AVC), a adoção de dieta e exercícios é necessária, mas não é suficiente para o controle do colesterol ruim (LDL). Para diminuir o risco de um novo infarto ou um novo AVC, esses pacientes precisam tomar regularmente seus medicamentos, conforme a orientação do cardiologista”, finaliza Santos.

VEJA

Postado em 6 de julho de 2023

Meta lança o aplicativo Threads para concorrer com Twitter

A Meta – empresa de Mark Zuckerberg que controla o Facebook, Instagram e WhatsApp – lançou na noite desta quarta-feira (5) uma nova rede social, Threads, para concorrer com o Twitter, de Elon Musk.

O aplicativo se apresenta como uma plataforma de conversas “onde as comunidades se reúnem para conversar sobre tudo, dos tópicos importantes para você hoje até o que estará em alta amanhã”.

É possível acessar a plataforma com o login do Instagram, mantendo o mesmo nome de usuário.

A CNN já conseguiu acessar o aplicativo, que se parece muito com o Twitter, tanto nas funções disponíveis – com botões para compartilhar, comentar e curtir conteúdos – como na interface.

O lançamento estava previsto para quinta-feira (6), às 11h da manhã, mas foi adiantado para a noite desta quarta.

O Threads chega poucos dias após Elon Musk limitar o número de posts que os usuários do Twitter podem ter acesso diariamente, o que gerou problemas de navegação na plataforma e muitas críticas dos usuários.

Como o Threads funciona?
Na nova plataforma, as postagens são chamadas de “threads” e podem ter apenas texto ou também vídeos e fotos. Os usuários poderão curtir, comentar, repostar e compartilhar as publicações.

A página inicial do perfil pessoal, por exemplo, contará com duas colunas: “threads” e “respostas”. Será possível escolher quem poderá responder aos posts publicados.

Diferentemente do Twitter, que faz uma divisão, trazendo as colunas “Para você”, que apresenta posts recomendados de acordo com o perfil e as interações de cada usuário, e a aba “Seguindo”, com publicações de perfis seguidos pelo usuário, o Threads tem um único feed, mas é possível escolher quais perfis aparecem primeiro.

Como o novo aplicativo da Meta está ligado ao Instagram, será possível acessá-lo com o login e senha da rede existente, assim como sincronizar os contatos entre as duas plataformas.

Como baixar o Threads?
O Threads será lançado para dispositivos com sistema iOS e Android. Para baixar o aplicativo, basta acessar a App Store (para dispositivos iOS) ou a Play Store (para sistema Android) e seguir esses passos:

digitar “Threads” no campo de busca;
clicar no ícone do aplicativo (semelhante a um “@”) na lista de sugeridos;
clicar em “Instalar” ou “Obter” e aguardar a instalação do app no dispositivo.
As mudanças de Musk no Twitter
Elon Musk comprou o Twitter por US$ 44 bilhões em outubro do ano passado, mas o valor da plataforma despencou desde então, depois do êxodo de anunciantes em meio a cortes de boa parte dos funcionários e controvérsias sobre moderação de conteúdo.

Matt Navarra, consultor de mídia social que trabalhou com Meta, Google e Pinterest, disse à Reuters que o momento é oportuno para a Meta dar esse “golpe” no Twitter, já que meses de decisões caóticas de Musk perturbaram a rede social.

O aplicativo também se beneficia do fracasso de outros possíveis concorrentes do Twitter. Embora várias plataformas novas e crescentes, como Mastodon, Post e T2, tenham tentado atrair os usuários do Twitter, todos permaneceram relativamente pequenos até agora.

O Bluesky, um novo aplicativo apoiado pelo cofundador do Twitter, Jack Dorsey, lançou sua versão beta apenas para convidados em fevereiro e, imediatamente, os usuários do Twitter começaram a pedir por códigos de acesso. O site diz que tem 50 mil usuários atualmente.

CNN

Postado em 6 de julho de 2023

Estados Unidos vão testar carro elétrico voador

Agência responsável pela aviação nos Estados Unidos autorizou empresa da Califórnia a realizar testes em ruas e estradas

A Administração Federal de Aviação (Federal Aviation Administration – FAA), autorizou a Alef Aeronautics, empresa da Califórnia, a realizar testes com seu veículo elétrico voador em ruas e estradas americanas.

A empresa de tecnologia norte-americana desenvolveu um carro elétrico com capacidade de rodar normalmente pelas ruas, mas com recursos de descolagem e pouso na vertical. Quando o veículo está no ar, é possível mudar de direção normalmente, como se fosse uma verdadeira espaçonave.

Segundo a Alef Aeronautics, o carro voador pode transportar duas pessoas e ainda possui uma motorização em hidrogênio. Em solo, ele chega a 320 km/h e no ar, o veículo alcança 180 km/h.

Mais de 800 carros voadores da empresa já foram comprados na pré-venda por cerca de 1 milhão de reais. Outros modelos de carros voadores já foram testados na China e em Dubai. Na Eslováquia, um modelo que alcança os 300 km/h recebeu até certificado para ser usado.

BAND

Postado em 6 de julho de 2023

União Brasil quer saída de Daniela Carneiro do Ministério do Turismo até sexta

Um dos assuntos da semana em Brasília é a substituição no Ministério do Turismo. Na última terça-feira (04), aconteceu um almoço do União Brasil com o Celso Sabino, o indicado do partido para suceder Daniela Carneiro, que já saiu da legenda.

Também na última terça-feira, o Ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, recebeu Waguinho, marido de Daniela, e atualmente está conversando com a própria Daniela, definindo a saída honrosa da ministra.

A intenção do governo é achar uma forma de compensar a saída de Daniela, oferecendo outros espaços para que ela ocupe. O que se fala é de uma possível vice-liderança na Câmara dos Deputados, para onde a ministra vai voltar.

A substituição no Turismo é dada como certa, e o governo só está avaliando qual é o melhor momento para fazer esse anúncio. Segundo informações da reportagem da Band Brasília, a mudança será feita antes do recesso parlamentar, muito provavelmente já nas próximas horas. Caso não aconteça, a resolução deverá sair até sexta-feira, prazo pedido pelo União Brasil.

BAND

Postado em 6 de julho de 2023

Reforma tributária entra em votação na Câmara nesta quinta-feira (6)

A reforma tributária finalmente entrou em discussão nesta quarta-feira (5) e deve ser votada na quinta (6) na Câmara dos Deputados. Alguns pontos ainda geram discordâncias, mas os políticos estão mais flexíveis após as emendas parlamentares cedidas pelo governo federal.

A Confederação da Agricultura e Pecuária defende sete alterações, como um imposto seletivo mais alto, sem ser aplicado nos insumos agropecuários ou alimentos. Além disso, defende que aviões agrícolas e tratores fiquem isentos do IPVA.

Até quinta (6), o relator da reforma, Aguinaldo Ribeiro, promete que vai apresentar mudanças solicitadas no texto. Em aceno ao setor de serviços, que teme aumento da carga, a saída é desonerar mais de 20 itens da cesta básica, como arroz, óleo e açúcar.

O governador de São Paulo esteve com o ministro da Fazenda. Tarcísio de Freitas e Fernando Haddad debateram mudanças e os governadores defendem alterações no Conselho Federativo, que vai coordenar a distribuição de impostos arrecadados de estados e municípios.

“A gente concorda com 95% da reforma. Eu acho que tá muito fácil construir o entendimento, SP vai ser um parceiro no debate, na aprovação da reforma tributária, nós estamos aqui pra isso, pra gerar o convencimento, a gente sabe que a reforma tributária é extremamente importante pro Brasil”, diz Tarcísio de Freitas.

Fernando Haddad é o articulador, que pretende superar o mínimo para passar a ideia “tanto quanto aconteceu com o marco fiscal, de que é um projeto de país que está em curso”.

BAND

Postado em 6 de julho de 2023

“Se a reforma tributária não sair, vai custar caro para o País”, alerta o ex-presidente do Banco Central Arminio Fraga

O ex-presidente do Banco Central Arminio Fraga alertou para a oportunidade “rara” que o País está tendo de aprovar a reforma tributária. A mudança no sistema de cobrança de impostos está tramitando no Congresso, unificando tributos federais, estaduais e municipais em dois impostos, o chamado IVA (Imposto sobre Valor Agregado) dual. O economista afirmou que é a chance de o país “sair de um sistema maluco, antiquado, com 27 enciclopédias de regras para cada Estado”.

O economista disse que aceitou assinar “sem hesitar um minuto” o manifesto a favor da reforma que recebeu apoio de mais de 60 economistas, advogados, ex-secretários de Fazenda, entre eles Edmar Bacha, José Roberto Mendonça de Barros, Laura Carvalho, a ex-secretária de Fazenda Goiás Cristiane Alkmin Junqueira e o empresário Jorge Gerdau.

O documento intitulado “Crescimento econômico e Justiça Social: um manifesto pela Reforma Tributária”, uma iniciativa do Movimento Praserjusto defende que a reforma, “se aprovada, terá um efeito muito positivo sobre a produtividade e o crescimento do País, além de reduzir nossas desigualdades sociais e regionais”.

1) Quais motivos levaram o senhor a assinar o manifesto?

Acho uma boa hora, tudo indica que a reforma tributária está avançando. Na reta final, sempre surgem dúvidas e tensões, que são naturais desse tipo de situação. Eu vejo uma oportunidade rara para o Brasil sair de um sistema maluco, antiquado, com 27 enciclopédias de regras para cada Estado.

O sistema novo é muito mais fácil, muito menos distorcivo. Essa uma é das grandes reformas, se não estragarem muito, tenho esperança que isso não aconteça, seja esse o resultado final. Se não sair, vai custar caro para o País.

2) Por quê? Quais as consequências?

Seria uma grande decepção, numa reforma que está pronta, debatida e que os ganhos são muito superiores aos custos. Não quero exagerar e dizer que a reforma vai mudar tudo, mas é a mais importante à nossa disposição, com impacto na produtividade, no crescimento e distributivos. Visto a médio e longo prazos, vai trazer benefícios para todos. Não é correto fazer um conta de curto prazo, em cima da alíquota.

Os preços vão se ajustar, dependendo do estado de oferta e demanda de cada setor. A incidência final dos impostos não é igual à mudança da alíquota. Tem que ser levado em conta a modernização extremamente benéfica para o País. Já passou da hora. Por essa e por outras, o Brasil não consegue deslanchar. Não vai resolver tudo, mas é muito relevante.

3) Quais as vantagens dessa reforma?

Não hesitei um minuto em assinar (o manifesto). Não é só um jogo que soma zero. Em qualquer horizonte de tempo, que não seja muito no curto prazo, todo mundo ganha.

4) Por quê?

Nós estamos vendo em paralelo o arcabouço fiscal, que não resolve todos os nossos problemas, mas estávamos caminhando claramente na direção a um desastre. É mérito da área fazendária, que está na direção certa. Foi uma mudança importante. Se no lado microeconômico houver um avanço ainda maior, vai ser uma grande vitória.

E se, na sequência, houver faxina no Imposto de Renda (o governo tem dito que pretende mandar o projeto ao Congresso neste semestre), que é cheio de iniquidades, está com jogo na mão se não engolir dois frangos nos últimos 15 minutos do jogo (como aconteceu com o Brasil na Copa do Mundo de 2022, nas quartas de final, quando a Croácia empatou o jogo nos últimos minutos da prorrogação e o Brasil perdeu nos pênaltis).

5) Mas há muito pressão de vários setores?

É importante não abrir muitas caixinhas. Ter uma certa simplicidade e sair desse sistema que a empresa fica fazendo lobby em Brasília ao invés de tocar a empresa. Está na hora de todo mundo fazer sua parte e, enfim, dar esse presente à Nação.

6) Essa é a reforma mais importante na sua opinião?

Houve reformas importantes no governo Michel Temer (trabalhista) e no do Bolsonaro (Previdência). Atualmente, parecia que iríamos dar um passo atrás na responsabilidade fiscal, a política externa é de tremendo mau gosto e os bancos públicos ainda são uma questão, mas existem oportunidades. Realmente ainda estamos longe de uma posição confortável, mas estamos caminhando para uma direção muito promissora.

O SUL

Postado em 6 de julho de 2023

O Brasil está no rumo certo? País atinge melhor patamar desde 2003 na pesquisa Ipsos: veja os números

Pesquisa em 29 países feita pela Ipsos e recebida pelo Pulso revela que 57% dos brasileiros acreditam que o país está no rumo certo, uma oscilação positiva de quatro pontos percentuais na comparação com maio e o patamar maior para essa pergunta desde 2003, quando o monitoramento global começou. Apesar de oscilações negativas em março, abril e maio, que podem, segundo a Ipsos, estar relacionadas com as reflexões da área econômica, o mês de junho significou uma melhora significativa no humor dos brasileiros em relação ao futuro próximo.

Por outro lado, são 43% os brasileiros que veem o Brasil no rumo errado, uma oscilação negativa de quatro pontos em relação a maio, mas ainda um patamar importante que evidencia a polarização política nacional permanente. Mesmo assim, o país está muito à frente da média dos outros 28 países pesquisados, com 20.570 entrevistas. Em geral, no mundo, 62% acham que seus países estão indo na direção errada contra 38% que o veem na trilha certa. Veja os números:

Segundo o relatório da Ipsos, a queda do dólar, suportou mais baixa e subidas da Bolsa ajudou no cenário mais otimista. Quando a pesquisa aprofunda perguntas sobre as principais preocupações da população, a pobreza e a desigualdade ficaram a ficar em primeiro lugar (40%), deixando a criminalidade/violência e saúde empatados na segunda posição, com 35%. A desigualdade é uma das principais pautas dos discursos do presidente Lula e, pelo menos em junho, há concordância da maior parte dos brasileiros. No entanto, os discursos do petista abordam pouca segurança pública, que era, em maio, a principal preocupação dos brasileiros, com 39%, segundo a Ipsos.

No mundo, a África do Sul tem a pior avaliação: 90% veem o país no caminho errado. A Argentina é o segundo pior, com 89%. Na outra ponta, a Indonésia tem 83% de sua população com avaliação positiva sobre os caminhos do país.

A pesquisa foi conduzida entre 26 de maio e 9 de junho pelo sistema de painel digital e com exceção de entre 500 e 1.000 por país. Para o Brasil, a margem de erro é de 3,5 pontos percentuais para mais ou menos, e a amostra pode ser considerada mais concentrada em mais urbanas e com educação do que a média da população.

O GLOBO

Postado em 6 de julho de 2023