Lula ainda governa um Brasil dividido

No dia 1º de janeiro deste ano, recém-empossado para o seu terceiro mandato, Luiz Inácio Lula da Silva subiu ao parlamento do Palácio do Planalto para reforçar o que considerava um recado importante para a nação. Depois de uma disputa eleitoral curta, na qual venceu Jair Bolsonaro por menos de 2% dos votos, ele prometeu unir o país com seu trabalho. “Vou governar para 215 milhões de brasileiros e brasileiras, e não apenas para quem votou em mim. Vou governar para todos e todas, olhando para o nosso luminoso futuro em comum, e não pelo retrovisor de um passado de divisão e intolerâncias. A disputa eleitoral acabou”, anunciou. Passados ​​um pouco mais de nove, no entanto, um levantamento feito para VEJA pelo instituto Paraná Pesquisas mostra que o presidente ainda governa um Brasil dividido, tem a desconfiança de quase metade do eleitorado e quase nada avançou para conquistar corações e mentes de quem votou no adversário em 2022.

A fotografia tirada agora é muito parecida com o registro da polarização exposta pelas urnas. Lula tem o governo aprovado por 51,6% do eleitorado, uma maioria apertada e quase o mesmo percentual dos votos que tiveram no segundo turno (50,9%). Quatro em cada dez consultados desaprovaram a sua gestão à frente do país, embora a maioria ache que ele faz um governo melhor que o de seu antecessor ( veja o quadro ). O percentual dos que avaliam sua gestão como ótima ou boa (38%) é praticamente o mesmo dos que a parcela é ruim ou péssima (35%) — como referência, nos oito meses anteriores ao seu primeiro mandato, em 2003, o petista tinha 45% de ótimo/bom e apenas 10% de ruim/péssimo, segundo o Datafolha.

Embora os números estejam longe de ser uma tragédia, há sinais de alerta. Um deles é o fato de haver um contingente expressivo que não se deixou seduzir pelos primeiros passos do governo, apesar de haver tradicionalmente certa boa vontade do brasileiro com o mandatário no início de trabalho. “Lula ainda não eleito o eleitor de Bolsonaro e já perdeu sua lua de mel”, avalia Murilo Hidalgo, diretor do Paraná Pesquisas. Outro ponto de preocupação é que 68% dos entrevistados disseram que a situação financeira deles e de suas famílias piorou ou segue na mesma em relação aos tempos do bolsonarismo.

Também deve se preocupar com uma análise mais detalhada que o eleitor faz no trabalho do governo. Para a maioria (22,9%), uma área em que o presidente tem ido pior é a da segurança, um tema sensível e que tem sido largamente explorado pela direita nos debates eleitorais. Nas últimas semanas cresceu o volume das críticas ao ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino , na esteira da violência registrada em estados como a Bahia e de casos bárbaros como os assassinatos de três médicos no Rio de Janeiro. O segundo maior problema relatado na pesquisa não é menos sensível: a economia. Em que pese Lula ter conseguido alguns bons indicadores e ter tocado projetos importantes como o novo arcabouço fiscal, a reforma tributária e um programa de negociação de dívidas da população, há no eleitor a sensação de que a situação ainda está longe de inspirar confiança.

Pelo menos publicamente, a base governamental diz que não há motivos para qualquer tipo de alarme. Líder do PT na Câmara, Zeca Dirceu (PR) acha que a popularidade de Lula condiz com o contexto no qual a gestão começou. Ele minimiza o fato de a aprovação ter níveis oscilados na comparação com maio. “Houve fica inexpressivo, resultado dos problemas sociais e econômicos que herdamos e que ainda afetam a população. Diante disso, e somado à tentativa de golpe em janeiro e à instabilidade política, além do cenário de guerra no mundo, os números são muito bons”, acredita. Para o deputado Reginaldo Lopes (PT-MG), que foi atuante na transição, o governo ainda está sendo construído. “O processo de pacificação é longo. Estamos no primeiro ano, e a polarização ainda está latente”, afirma.

A exemplo da avaliação de governo, a pesquisa também mostra que eleitoralmente Lula não conseguiu avançar sobre o contingente que não optou por ele em 2022. Em nenhum dos quatro votos sondados, o petista chega perto de seus 48% de totais no primeiro turno — atinge no máximo 37,7%. Somados, os possíveis presidenciáveis ​​do centro à direita têm 48% dos votos ( veja o quadro abaixo ). “Chama a atenção o fato de Lula não ter conseguido avançar em seus percentuais. No ano passado, ele só conseguiu furar seu teto devido à exclusão de Bolsonaro”, avalia Hidalgo.

Em contrapartida, a centro-direita espera ter motivos para acalentar maiores para 2026. Os governadores Tarcísio de Freitas (SP), Romeu Zema (MG) e Ratinho Junior (PR), apontados como potenciais presidenciáveis, alcançam dois dígitos na pesquisa, uma boa marca considerando que faltam três anos para a eleição e que há espaço para que se tornem mais conhecidos no cenário nacional. Outros políticos do mesmo espectro ideológico também aparecem bem. A ministra Simone Tebet , terceira em 2022 com 4,2% dos votos válidos, tem hoje o dobro de desejo de voto.

É claro que ainda há muitas variáveis ​​para definir como se dará a próxima disputa presidencial. Uma delas é saber se de fato Lula será candidato — ele disse na campanha que não seria, mas hoje ninguém leva muito a sério essa afirmação. Outra dúvida é como estará a situação econômica e social. Também podem interferir, segundo especialistas, mudanças no cenário internacional, como eventuais vitórias da direita com Donald Trump, nos Estados Unidos, e Javier Milei, na Argentina. Paralelamente, é difícil saber se as legendas do centro conseguirão construir uma candidatura única de oposição. Na última eleição, a fragmentação inviabilizou qualquer esforço para evitar a polarização.

Será igualmente crucial mensurar o tamanho que Jair Bolsonaro terá no tabuleiro político. Na pesquisa enviada, quando não são apresentados os nomes dos candidatos, o ex-presidente foi lembrado por 14% dos candidatos (Lula teve a menção de 22%), o que mostra que o ex-capitão, mesmo inelegível e todo enrolado com múltiplos As investigações, ainda têm um ativo específico político para influenciar a sucessão presidencial em 2026. Nos últimos dias, os políticos do centro à direita têm se movimentados no fio da navalha quando o assunto é Bolsonaro: atraindo o eleitor bolsonarista ao mesmo tempo que busca manter distância segura dos enroscos do ex-presidente. Mesmo quem foi aliado de Bolsonaro, como o ex-ministro Ciro Nogueira, presidente do PP e um dos articuladores do Centrão, acha que há espaço para crescimento político à margem do ex-presidente. “O maior eleitor do Brasil é anti-Bolsonaro ou anti-PT. Se o candidato tiver isso e não tiver a exclusão que os dois têm, ele vence”, diz. Para o cientista político Marco Antonio Teixeira, professor da FGV, sem o apoio do ex-presidente são remotas as chances de sucesso eleitoral da oposição. “É muito difícil o candidato da direita não colar em Bolsonaro. Qualquer um deles vai depender muito do capital político do ex-presidente. No caso de Tarcísio, que por sinal tem mão aberta de pautas bolsonaristas em São Paulo, vai depender também da capilaridade que seu partido, os Republicanos, vai dar a ele em todo o Brasil”, afirma.

Um fator que explica a dificuldade de Lula de se aproximar do eleitorado bolsonarista é a falta de acenos claros a esse segmento. Um exemplo é a maneira como o governo não consegue desvencilhar a sua imagem das pautas de costumes, que têm sido responsáveis, em grande parte, por azedar a lua de mel de Lula. A oposição conservadora tem conseguido atrelar ao novo governo, revelando como a descriminalização do aborto até doze semanas de gestação e a porta de maconha para uso pessoal. Embora essa agenda progressista tenha sido tocada pelo Supremo Tribunal Federal , a confusão foi imposta por medidas como a aprovação pelo Conselho Nacional de Saúde da defesa da flexibilização dos dois temas. Também não ajudou o episódio que envolveu uma dança sensual, ao som de funk, em um evento do Ministério da Saúde — o que levou, inclusive, à demissão do diretor da pasta responsável pelo ato. “O importante é sairmos da armadilha ideológica e focarmos em políticas públicas e no projeto de crescimento consistente do país”, apregoa Reginaldo Lopes. Para Marcelo Di Giuseppe, sócio do Instituto de Planejamento Estratégico (Ibespe), a queda na aprovação de Lula deve, principalmente, à insatisfação em relação à economia, mas atrapalha a maneira como o governo trata outros assuntos. “Até entre a esquerda há aqueles que estão insatisfeitos com a prioridade que o governo dá a pautas acordadas ( políticas liberais ou justiça social ) em detrimento da pauta do trabalhador. São coisas simples, mas nas quais a gente vê uma desconexão entre o político e o cidadão comum”, diz.

No discurso de posse, Lula bateu na tecla de que “não existem dois Brasis”. A avaliação do início de governo mostra, porém, que ainda há um país dividido em relação ao andamento do governo. Lula precisará calibrar suas ações se quiser de fato dobrar objeções que ainda estão postas à mesa.

VEJA

Postado em 16 de outubro de 2023

Rio das Pedras: como atua e quem manda na milícia mais poderosa do país

Em paralelo ao boom imobiliário no final dos anos 1970 na Barra da Tijuca, bairro de renda elevada na Zona Oeste carioca, uma imensa área a poucos quilômetros dali viu surgirem barracos em série. Ocupada por imigrantes nordestinos que aportavam na região para trabalhar nas obras em andamento, a comunidade do Rio das Pedras se espalhava de forma desordenada e sempre à margem da lei. Quem dava as cartas por porção do Rio de Janeiro eram líderes locais que impunham sua cartilha e agiam como benfeitores, punindo à base de barbárie crimes praticados por outros no pedaço sob seu comando. A essa célula ainda pequena, que com o tempo passou a explorar toda sorte de ilegalidades — transporte clandestino, “gatos” na origens, agiotagem e até mortes sob encomenda —, se juntou uma banda corrupta de policiais, bombeiros e guardas municipais que, desde o nascente, se vale do terror para reinar. E assim a milícia de Rio das Pedras, uma excrescência como muitas mais que fincaram bandeira no Rio, ganhou envergadura, tornando-se a mais poderosa do país.

Vira e mexe, a bandidagem alojada ao lado da Barra vem aos holofotes nacionais pela maneira como desdenha das vias legais e pela carnificina que produz. Nos últimos dias, ela ficou exposta depois da chacina que tomou uma população de espanto. O fuzilamento de quatro médicos de outros estados que papeavam às vésperas de um congresso num quiosque à beira-mar teve como pano de fundo justamente a disputa dos profícuos negócios tocados nesse quinhão da cidade. A facção autodenominada Comando Vermelho (CV), que nas idas e recebidas da criminalidade vem se associando a milícias, trava uma guerra por território com Rio das Pedras. Foram membros do CV que dispararam 33 vezes contra o quarteto de médicos, acreditando que entre eles estaria Taillon Barbosa, 26 anos, hoje o chefão de Rio das Pedras. Parecido fisicamente com ele, o ortopedista Perseu de Almeida, 33 anos, perdeu a vida, assim como outros dois dos colegas. Um deles salvou-se, ferido.

VEJA teve acesso a uma denúncia do Ministério Público do Rio que fornece detalhes sobre o bandido que atualmente governa Rio das Pedras e dá contornos horripilantes do modus operandi do bando. Taillon não mora na comunidade que mantém com mãos de ferro nem tampouco na vizinha Muzema, sob o poder de seu grupo. Ele reside em um condomínio a 750 metros do quiosque onde ocorreu a chacina. O inquérito descreve como alguém de comportamento “extremamente violento”, que anda armado e agride moradores. Depois de dois anos de prisão, ele obteve liberdade condicional no mês passado e retomou o comando da comunidade que herdou do pai, o ex-PM Dalmir Barbosa, ainda encarcerado. O montante mensal que a engrenagem de lá faz girar está em 2 milhões de reais, e subindo.

Os documentos do MP também lançaram luz sobre o ex-capitão do Bope Adriano Magalhães da Nóbrega, morto em 2020 pela polícia, que controlava uma milícia em parceria com Dalmir. Adriano se tornou figura emblemática das garras dessa força paralelamente à política — ele instalou a mãe e a ex-mulher no rol de funcionários do gabinete do então deputado estadual Flávio Bolsonaro (PL), que até o homenageou na Assembleia Legislativa . O ex-capitão se revezava entre a milícia e o Escritório do Crime, bando de matadores de aluguel que fez fama pela perícia e crueldade dos assassinatos que executou. No período em que esteve à frente de Rio das Pedras, Adriano cobrava taxas de moradores e comerciantes por suposta proteção e fornecimento de serviços na ilegalidade. O tal imposto chegava a 1 000 reais por mês. “A ascensão de Rio das Pedras se explica por sua posição estratégica, ao lado da Barra e situada em local adensado e repleto de comércio, o que potencializa os lucros”, diz o antropólogo Paulo Storani.

Com tática semelhante, o conjunto de milícias do Rio já supera o tráfico em extensão territorial. De acordo com um levantamento do Grupo de Estudos em Novos Ilegalismos da UFF, junto com o Instituto Fogo Cruzado, esses bandidos dominam 284,3 quilômetros quadrados da região metropolitana, alcançando um avanço impressionante de 428% em pouco mais de uma década. Na capital, um de cada três cariocas vive em bairros com alguma atuação nessas organizações, que foram por longo período vistas como salvadoras de populações pobres sob o domínio de traficantes — um mal menor e necessário, repetia-se, equivocadamente. “Uma parcela de seu crescimento se deve à maior tolerância, inclusive das autoridades, com esse tipo de criminalidade em relação ao tráfico de drogas”, disse o sociólogo Daniel Hirata, da UFF. O modelo de negócios implantado pelas milícias, que se espalhava por cada vez mais setores, entre eles ou imobiliários, tende a ser mais lucrativo e menos visto do que o comércio de drogas.

A associação entre milícias e tráfico é um degrau mais na cadeia evolutiva das quadrilhas de paramilitares, algo nos moldes das maras mexicanas. As chamadas narcomilícias juntaram-se com mais vigor no cotidiano do crime de dois anos para cá, após a morte de Wellington da Silva Braga, o Ecko, altura o miliciano mais procurado do Rio. Depois dele, deu-se uma fragmentação da quadrilha e novos arranjos se firmaram. “A milícia vem sendo descaracterizada e se confundindo com o tráfico. Não é incomum que ambos compartilhem ações criminosas”, afirma André Neves, diretor do Departamento-Geral de Polícia Especializada da capital. Rio das Pedras é justamente alvo de uma união dessa natureza — a milícia de Gardênia Azul, não muito longe dali, e o CV, incrustado na Cidade de Deus, selaram aliança, e daí veio a trama para eliminar o chefe Taillon.

Não apenas os números superlativos, produto de cada vez mais organização, coloca Rio das Pedras no mapa nacional. Nomes ligados a casos de repercussão elevada têm os pés fincados por lá. Acusado pelos disparos contra a vereadora Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes, em 2018, o policial reformado Ronnie Lessa, que já foi dono de uma academia no miolo da favela, hoje preso, é suspeito de ter ocupado alto posto na milícia. Já o PM da reserva Fabrício Queiroz, que era amigo do clã Bolsonaro e foi apontado como o operador do suposto esquema de desvios da rachadinha no gabinete do deputado Flávio, atuou com Adriano lado a lado no batalhão da região.

A presença dessas células criminosas tem reflexos no funcionamento da cidade, já que elas se enfrontam nas mais diversas esferas, extrapolando suas fronteiras. “Esses grupos armados controlam absolutamente todas as camadas da vida local, na economia, na política, na cultura e na religião”, disse o sociólogo José Cláudio Souza Alves, da UFRRJ. Em pronunciamento depois da execução dos médicos na Barra, o governador do Rio, Cláudio Castro (PL), se referiu às milícias como “verdadeiras máfias” que causam prejuízos ao sistema financeiro — um mal que nem ele nem qualquer outro governante chegar até agora extirpar . A atuação deletério dessas gangas se faz sentir, de modo evidente, como a claramente do sol, não fornecido de luz no estado. Esse ano, a Light, responsável pela distribuição de energia em mais de trinta municípios, no processo de reestruturação financeira, atribuiu parte de sua dívida de 11 bilhões de reais aos “gatos” em localidades sob o jugo dos criminosos.

Com o tamanho do poder sobre áreas tão vastas, as milícias também se converteram em cabos eleitorais potentes. Em vários pontos do Rio, só é permitida a entrada de candidatos avalizados pelo crime. Um levantamento do Tribunal Regional Eleitoral aponta que, para fazer campanha nos domínios dessas quadrilhas, um desembolso político até 100 reais por morador, uma violência à democracia. Desde a CPI das Milícias, liderada na Alerj em 2008, recebemos que a estratégia desses bandos mudou — se naquela época foram presos milicianos que compunham o Legislativo, atualmente a estratégia, mais discreta e eficaz, é provar apoio aos nomes que eles são simpáticos.

Estima-se que 77 das 97 zonas eleitorais do Grande Rio seguem nas mãos do poder paralelo, 4,6 milhões de participantes. No pleito de 2022, VEJA fez uma incursão a Rio das Pedras e avistou ali apenas material eleitoral de parentes do conselheiro do Tribunal de Contas do Estado Domingos Brazão, suspeito de ligação com o caso Marielle Franco e com a milícia — o que ele sempre negou . Não é mais nas sombras, mas à luz do dia e com a leniência de autoridades diversas, que esses marginais vêm se alastrando. Enquanto isso, inocentes, como os médicos que davam uma trégua ao trabalho na Barra, têm suas vidas ceifadas.

VEJA

Postado em 16 de outubro de 2023

Agentes da Força Nacional começam a atuar na segurança do Rio nesta segunda (16)

A partir de segunda-feira (16), 150 agentes da Força Nacional começam a atuar na segurança do Rio de Janeiro.

Neste primeiro momento, o contingente vai reforçar ações em rodovias sob coordenação da Polícia Rodoviária Federal (PRF).

O foco será no combate à entrada de armas e drogas, bem como identificar e prender os líderes das facções criminosas. Também foram disponibilizadas 40 viaturas.

O secretário-executivo da pasta, Ricardo Cappelli, vai se reunir com o Ministério Público Federal (MPF) na terça-feira (17) para tratar de questões voltadas à atuação das forças federais de segurança na capital fluminense.

O auxílio da Força Nacional foi solicitado pelo governador Cláudio Castro (PL) para ajudar as polícias estaduais nas ações contra criminosos durante a Operação Maré.

Megaoperação
O governo do Rio de Janeiro colocou em atividade uma megaoperação contra organizações criminosas no Complexo da Maré, Vila Cruzeiro e Cidade de Deus na última segunda-feira (9).

A busca é por envolvidos no treinamento de guerrilha na Maré, nas mortes de três médicos na orla da Tijuca e dos responsáveis pelo lançamento de granadas na Avenida Brasil.

CNN

Postado em 16 de outubro de 2023

Biden diz que possível invasão de Gaza por Israel é um “grande erro”

O presidente dos Estados Unidos (EUA), Joe Biden, afirmou que uma possível invasão da Faixa de Gaza por Israel seria um “grande erro”. O território, controlado pelo Hamas, está sob ataque israelita há 9 dias. Conflito já soma cerca de 4 mil mortos.

A manifestação de Biden foi feita em uma entrevista ao programa 60 minutes do canal de TV norte-americano CBS, que foi ao ar no domingo (15/10).

“Acho que seria um grande erro [a invasão da Faixa de Gaza por Israel]. Olhe, o que aconteceu em Gaza, na minha visão, é que Hamas e seus elementos extremos não representam em nada o povo palestino. E acho que que seria um grande erro Israel ocupar Gaza novamente”, admitiu Biden.

Biden ainda se manifestou sobre os reféns, e disse que os EUA fazem tudo que está em seu poderio para ajudar. “Digo que faço tudo em nosso poder para encontrar aqueles que ainda estão vivos e libertá-los. Tudo ao nosso alcance. Não irei entrar em detalhes, mas estamos trabalhando muito nisso”, garantiu.

Desde sábado (14/10), as Forças de Segurança de Israel estão de prontidão para invadir por terra a Faixa de Gaza. O conflito, que existe há décadas, escalou no último sábado (7/10), quando o grupo radical atacou o território israelense. Desde então, Israel passou a promover uma série de bombardeiros contra a região de Gaza.

Na última semana, Biden havia manifestado interesse em manter diálogo com Israel e condenou o ataque feito pelo Hamas em 7 de outubro — ação que deu início ao novo confronto armado.

A Casa Branca tenta planejar uma visita de Biden ao primeiro-ministro de Israel Benjamin Netanyahu. Porém, ainda não há confirmação de que o encontro de fato ocorrerá.

Ataques
Neste domingo, Israel relatou ter interceptado cinco foguetes vindos do Líbano e lançados pelo Hezbollah. O país informou, também, ter iniciado a resposta aos locais de ataques.

Na última sexta-feira (13/10), as Forças de Defesa de Israel determinaram que todos os civis da área deixem o norte da Faixa de Gaza. A Organização das Nações Unidas (ONU) alertou, porém, ser impossível esse deslocamento sem “consequências humanitárias devastadoras”.

O governo de Israel estendeu o prazo para desocupação, mas não recuou da medida, o que levou centenas de milhares de famílias a deixarem tudo para trás. E, em meio a essa mobilização, os bombardeios não cessaram.

O Ministério da Saúde palestino contabilizou 2.670 mortes no conflito. Já a Embaixada de Israel informou que 1,4 mil pessoas perderam a vida. Além disso, há mais de 13 mil feridos, sendo 3,5 mil em Israel e 9,6 mil em Gaza.

Metrópoles

Postado em 16 de outubro de 2023

Pegadas de dinossauros com 90 milhões de anos são encontradas no interior de SP

Um conjunto de pelo menos dez pegadas, de diferentes indivíduos e até grupos distintos de dinossauros , foi encontrado em uma fazenda na cidade de General Salgado, a 502 quilômetros da capital paulista.

Com idade estimada em 100 a 90 milhões de anos atrás, o registro corresponde ao primeiro achado de pegadas de dinossauros do Cretáceo Superior no estado de São Paulo, segundo os pesquisadores da Universidade Federal de Uberlândia, da UFSCar (Universidade Federal de São Carlos) e do MZUSP (Museu de Zoologia da USP), responsáveis ​​pelo estudo.

“É realmente um achado inédito porque outras pegadas da mesma bacia que já foram descritas são de outra formação, no estado do Paraná, e com uma idade diferente”, explica o paleontólogo Bruno Navarro, doutorando do Museu de Zoologia da USP. “Essas pegadas seriam de um intervalo distinto e de um contexto geológico também distinto, possivelmente um rio ou lago, enquanto as pegadas encontradas anteriormente eram de ambiente desértico, com ação eólica [do vento].”

Navarro participou da escavação, que aconteceu no último mês, no interior paulista. Foi necessário quebrar a rocha em três partes para conseguir carregar cada uma delas e levá-las até o Laboratório de Paleontologia do MZUSP, na zona sul paulistana, com cada bloco pesando aproximadamente 100 kg.

Já os donos dos traços incluem um dinossauro terópode (grupo de dinossauros bípedes carnívoros , que inclui os tiranossauros, abelissauros e também a linhagem das aves), um saurópode (grandes dinos herbívoros e que se locomoviam em quatro patas) e, possivelmente, um ornitópode (dinossauro herbívoro bípede).

Segundo o paleontólogo e especialista em icnofósseis (como são chamados os traços dos organismos já extintos, mas que não representam partes preservadas do animal) Marcelo Adorna, da UFSCar, é possível identificar a presença dos diferentes organismos devido às deformações que cada pegada provocada na rocha.

“Pode ser que todos estejam representados por menos três animais diferentes, que tem um terópode é indiscutível pelos três dedos bem visíveis com uma garra, e pode ser que talvez tenha um outro que tem a forma mais arredondada, como cascos [ornitópode], e um terceiro bem circular, que pode ter sido um filhote de saurópode. São interpretações que a gente faz depois, em laboratório”, explica.

De acordo com Navarro, é muito difícil conseguir estabelecer qual espécie foi responsável por cada pegada. Isto porque, sem elementos ósseos preservados, a descrição só pela anatomia do pé é complicada. “A gente não consegue na icnologia [área da paleontologia que estuda vestígios de organismos fósseis] associar a uma espécie. A gente associa a produtores, e por isso identificamos três padrões diferentes de pegadas”, disse.

Os sedimentos onde as pegadas foram encontradas fazem parte da Bacia Bauru , onde ocorrem as rochas cretácicas do interior dos estados do Paraná, Minas Gerais, São Paulo e parte do Mato Grosso do Sul. O Cretáceo representa o terceiro e último período da Era Mesozoica e se estendeu de 145 a 66 milhões de anos.

Na mesma bacia, já foram encontrados diversos fósseis, como crocodilos, quelônios (tartarugas), aves, serpentes e dinossauros, mas é a primeira vez que os cientistas encontram pegadas, e em bom estado de conservação. Porém, no mesmo nível onde foram encontrados os vestígios dos animais, não havia nenhum fóssil preservado.

As pegadas foram descobertas acidentalmente por Ariovaldo Giaretta, professor de zoologia da Universidade Federal de Uberlândia (campus de Ituiutaba) , que buscava na área de fósseis de serpentes —já que ele havia encontrado um fóssil de cobra em rochas da mesma idade na área da bacia que fica no Triângulo Mineiro .

“Como eu sabia que havia um possível cronocorrelato [rochas do mesmo estrato possuem a mesma idade], fui buscar para ver se encontrados outros fósseis quando me deparei com esse conjunto de pegadas que, por si só, chamava atenção pelo nível de preservação e por ser formado de um conjunto de tipos de dinossauros”, disse.

A equipe está agora fazendo uma análise apurada das pegadas no Laboratório do MZUSP, o que pode ajudar a indicar, por exemplo, características do ambiente . É provável que essas pegadas tenham se formado quando os animais chegaram ao rio bebendo água.

“Pelo estudo das pegadas, conseguimos estabelecer relações ecológicas que muitas vezes o osso por si só não consegue, como se um dos dinossauros carnívoros estava perseguindo os herbívoros. Isso tudo vamos analisar com detalhe a partir da chamada biodeformação, que é o tipo de pressão sob o sedimento que levou à impressão”, explica Adorna.

Já Navarro e a equipe do MZUSP pretendem, além da divulgação do estudo científico, levar as pegadas para a exposição no museu , que fica na zona sul da capital. “Além, é claro, de organizar novas coletas para buscar ossos e outras pegadas que possam ser preservadas em outros níveis”, afirma o pesquisador.

Folha SP

Postado em 16 de outubro de 2023

O liberal Daniel Noboa derrota esquerda e é eleito presidente do Equador

Aos 35 anos, o empresário e ex-deputado de centro-direita Daniel Noboa realizou o sonho de seu pai e se tornou o presidente mais jovem da história do Equador . Após uma das campanhas mais conturbadas do país, com eleições antecipadas e um presidente assassinado , o liberal venceu o segundo turno neste domingo (15) .

Com 95% das urnas apuradas, ele contabilizou 52% dos votos válidos, contra 48% de Luisa González, candidata de esquerda ligada ao ex-presidente Rafael Correa , que comandou a nação por uma década de 2007 a 2017 e hoje está asilado na Bélgica após ser condenado por corrupção, se dizendo perseguido.

“Hoje encerramos o capítulo da campanha e amanhã começamos a trabalhar pelo novo Equador”, comemorou Noboa em um discurso frio de pouco mais de um minuto, acrescentando que vai anunciar sua equipe em breve. “Quero agradecer a todas as pessoas que fizeram parte de um projeto político novo, jovem, proposto, cujo fim era devolver o sorriso, a paz, a educação e o emprego ao país.”

Já González conheceu rapidamente a derrota, disse que ligaria ao adversário para dar os parabéns e deixou uma mensagem de unidade. “Podemos contar com os nossos votos na Assembleia para as reformas legais, de segurança, de saúde, de educação, para o que precisar. Desde que não envolva a privatização de nossos recursos nem a precarização da saúde, do emprego ou da educação”, disse.

O presidente eleito é filho da “magnata das bananas” Álvaro Noboa, empresário e político que já concorreu ao cargo cinco vezes, três delas contra Correa. A Folha mostrou nesta quinta (12) que ele herdou do pai ao menos duas empresas no paraíso fiscal , o que é proibido pela lei equatoriana, mas isso não o impede de competir.

Este será o terceiro governo seguido de direita ou centro-direita no Equador, depois dos dez anos de correísmo. Antes veio Lenín Moreno (2017-2021) —que foi vice de Correa, porém rompeu a relação logo após chegar à Presidência— e o atual presidente e ex-banqueiro Guillermo Lasso.

Lasso não conseguiu governar sem o apoio da força de esquerda na Assembleia Legislativa e foi alvo de dois processos de impeachment . Para evitar o último deles, em maio, decretou a chamada “morte cruzada” , dissolveu a Casa e convocou estas eleições antecipadas, organizadas às pressas.

Noboa, portanto, só governará por cerca de um ano e meio, até 2025. Ele deverá assumir na primeira semana de dezembro, mas ainda não há um dado divulgado. É um tempo considerado curto para lidar com a grave crise de segurança enfrentada nas ruas e prisões do país, que culminou no assassinato do presidente Fernando Villavicencio 11 dias antes do primeiro turno, em agosto .

Sete colombianos acusados ​​pelo crime foram executados em duas prisões no último dia 7, gerando uma nova crise institucional e levando Lasso a trocar toda a cúpula policial. Ainda não se sabe quem são os mandantes da morte, pelos quais os Estados Unidos estão oferecendo uma recompensa de US$ 5 milhões (R$ 25 milhões).

Antes considerado um lugar seguro, o Equador viu uma guerra entre narcotraficantes acabar nos últimos dois anos, triplicando sua taxa de homicídios. Isso ocorreu num contexto de aumento da produção global de cocaína , que tornou as estratégias portos do país mais relevantes na rota para os EUA , para a Europa e para a Ásia .

Com o clima de insegurança, os candidatos decidiram usar coletes à prova de balas durante toda a campanha, e o esquema de segurança foi reforçado com militares, policiais e revistas em todos os colégios eleitorais. Apesar disso, o primeiro e o segundo turno ocorreram em clima de tranquilidade , sem grandes incidentes.

Nessa área, principal preocupação dos equatorianos, Noboa já disse que pretende abrir “prisões-barco” para isolar os criminosos mais perigosos. Também fala em criar um centro de inteligência para prevenir crimes e em equipar as polícias, mas não deu muitos detalhes de como pretende fazer isso.

Ele focou boa parte de suas promessas na criação de empregos e vagas universitárias para os jovens, que consideram fatores-chave para reduzir a violência. Na economia, diz que vai proteger a dolarização, facilitar o crédito para pequenas e médias empresas, dar incentivos fiscais e importar investimentos estrangeiros.

O Equador tem uma alta taxa de informalidade (52% dos postos de trabalho ocupados, contra cerca de 40% no Brasil) e registrou em dezembro níveis de pobreza maiores que na pré-pandemia, período em que sofreu bastante economicamente. Somados à piora da violência, esses fatores fizeram com que a tentativa de migração para os EUA aumentasse, inclusive pela perigosidade da selva de Darién, no Panamá .

Para o analista e consultor político Michel Rowland, Noboa precisará anunciar rapidamente suas políticas e fazer alianças com o novo Legislativo. “O Equador precisa que uma política de elite que assuma suas cargas a partir de dezembro alcance acordos urgentes mínimos”, evitando os conflitos que têm travado o país, diz.

Mesmo tendo sido deputado, o liberal era uma figura desconhecida pelos equatorianos até o primeiro turno. Seu bom desempenho no debate presidencial anterior, porém, o fez superar os adversários de direita e centro-direita e conquistar o segundo lugar atrás de Luisa González. Agora, ele angariou grande parte dos votos dos candidatos que ficaram pelo caminho e também do anticorreísmo.

Nascido em Guayaquil, cidade mais populosa do país, Noboa construiu boa parte de sua carreira no setor privado. Se formou em administração de empresas na Universidade de Nova York e cursou três mestrados nos EUA, um deles em Harvard.

Fundou sua própria empresa de eventos aos 18 anos e, mais tarde, foi trabalhar no conglomerado do pai, que atua no atacado de importações e exportações em diversos setores, até chegar ao posto de diretor comercial. Em 2021, foi eleito para a Assembleia depois de dissolvido por Lasso, tendo uma atuação considerada discreta.

Hoje, sob um governo atual de direita que angaria uma das estimativas da América Latina, Noboa evita se colocar desse lado do espectro político. Prefiro a palavra progressista e já cheguei a dizer que é de centro-esquerda. “Os analistas querem que eu coloque numa direita que nesse momento tem sido bastante ineficiente e que não acredito que vá ganhar essas eleições”, afirmou em agosto.

Folha de SP

Postado em 16 de outubro de 2023

Israel diz ter matado a liderança do Hamas em Gaza em bombardeio

O Exército de Israel afirmou ter matado neste domingo (15), durante um bombardeio, uma das lideranças do Hamas na Faixa de Gaza.

O que aconteceu
Israel afirma ter “eliminado” Matez Eid, que seria comandante da ala de segurança nacional do distrito sul de Gaza . Segundo o exército israelense, Eid foi alvo de um bombardeio neste domingo.

Mais de 250 alvos militares do Hamas foram bombardeados neste domingo, em Israel . A destruição, de acordo com os israelenses, inclui itens de quartéis-gerais, postos de observação e estruturas para lançamento de foguetes.

Israel quer eliminar o topo da hierarquia do Hamas . Segundo o jornal The New York Times , os israelenses miram Yahya Sinwar, principal governante do grupo radical islâmico em Gaza. Ele é apontado por Israel como comandante dos ataques que deixou mais de 1.300 mortos no dia de outubro.

O líder do Hamas, no entanto, não está em Gaza . Ismail Haniyeh, que tem se manifestado publicamente desde o início do conflito, não vive no território palestino, e sim em Doha, no Catar.

UOL

Postado em 16 de outubro de 2023

Israel lançou 1 bomba a cada 2 minutos sobre Gaza na primeira semana de guerra

A Força Aérea de Israel disse ter lançado 6.000 bombas na Faixa de Gaza na primeira semana de guerra contra o grupo terrorista palestino Hamas . Em média, 1 explosão a cada 2 minutos.

A resposta de Tel Aviv aos ataques do 7 de Outubro já matou mais de 1.900 pessoas no lado palestino. Crianças são um terço das vítimas.

Em toda a extensão da Faixa de Gaza, os bombardeios israelenses atingem alvos civis, como hospitais, campos de refugiados, prédios residenciais, veículos de imprensa e universidades. Ao menos sete jornalistas morreram .

Israel diz que seus alvos são bases do Hamas e que se esforça para evitar danos a civis no território com 2,2 milhões de residentes.

“Estamos todos apavorados”, disse o brasileiro Hasan Rabee , 30. Ele está com a família em Khan Younis, no sul da Faixa de Gaza, para onde milhares de pessoas se deslocaram depois que Israel deu um ultimato aos moradores da região norte.

“Muitos inocentes serão mortos no norte de Gaza. Tenho certeza de que vai acontecer um massacre”, afirmou Rabee.

Na terça-feira (10), um bombardeio de Israel matou 22 membros de uma família em Khan Yunis. Na quinta (12), 45 pessoas morreram sob os escombros de um prédio residencial atingido no campo de refugiados Jabalia.

Também ocorreram bombardeios no posto de controle de Rafah, única rota de fuga para o Egito. As autoridades do Cairo resistem à pressão internacional para abrir uma fronteira e receber os refugiados.

Há pelo menos 22 brasileiros em Gaza que esperam fugir para o Egito para serem repatriados, sem sucesso até aqui.

Além dos bombardeios incessantes, Tel Aviv impôs um cerco total a Gaza e cortou o fornecimento de eletricidade, água e comida. A situação humanitária , que já era aguda antes da guerra, chegou à beira do colapso, e não há previsão de entrega de ajuda humanitária.

Ao menos 423 mil pessoas já deixaram suas casas na Faixa de Gaza ao longo da última semana, segundo as Nações Unidas. Em 1948, quando o Estado de Israel foi distribuído, cerca de 750 mil palestinos foram expulsos de suas casas no território e foram refugiados em Gaza, na Cisjordânia e outras partes do mundo. Três em cada quatro palestinos em Gaza são membros de famílias oriundas de terras do outro lado da fronteira.

Os palestinos agora temem que, 75 anos depois do que chamam de “Nakba” , ou catástrofe, uma nova deslocação em massa ocorre na região acompanhada de um morticínio sem precedentes.

Israel se prepara para invadir a Faixa de Gaza para aniquilar a liderança do Hamas e resgatar a maioria de cem pessoas sequestradas por terroristas no sul de Israel e mantidas como reféns. O grupo terrorista diz que pelo menos 13 árbitros morreram nos bombardeios até agora.

Israel já realizou duas grandes incursões contra a Faixa de Gaza desde a retirada de tropas e colonos de 2005. As operações terrestres contra o Hamas em 2009 e 2014 duraram algumas semanas e terminaram com remessas de soldados israelenses mortos —além das milhares de mortos do lado palestino , a maioria civis.

Folha de SP

Postado em 16 de outubro de 2023

Filha de brasileiros está entre os reféns do Hamas, após 2º ataque terrorista sofrido pela família

Uma família brasileira, que já foi vítima de terrorismo mais de duas décadas atrás, está revivendo o mesmo drama com os ataques promovidos pelo Hamas em Israel.

Filha e neta de brasileiros, a jovem Tchelet Fishbein Za’arur (ou Celeste como a família a chama em português), de 18 anos, foi sequestrada no dia 7, e, segundo familiares, está em poder dos terroristas. De acordo com Israel, cerca de 150 pessoas são mantidas como reféns em Gaza.

A mãe de Celeste, Gladys Fishbein, é prima-irmã de Flora Rosenbaum. Em 2001, Flora ficou ferida num atentado, depois que um terrorista suicida detonou uma bomba no momento em que ela passava com a família na frente da pizzaria Sbarro, em Jerusalém.

À época, a explosão deixou 18 vítimas e cerca de cem feridos. Um dos mortos no episódio foi o marido de Flora, Jorge Balazs, de 69 anos. Ela ainda estava acompanhada da enteada Deborah Brando Balazs da Costa Faria, que também sobreviveu.

Celeste não tem nacionalidade brasileira – o pai é israelense – e trabalha como babá. Ela mora num kibutz, próximo da Faixa de Gaza. De acordo com relato de familiares, no dia do ataque, chegou a se esconder num bunker com o namorado, que também segue desaparecido.

A família explica que, até agora, não acharam DNA compatível com o de Celeste entre as vítimas do ataque terrorista.

“Ela entrou com o namorado no bunker e, depois, não tiveram mais notícias deles”, afirma Rinat Balazs, filha de Flora Rosenbaum. Rinat retornou ao Brasil no sábado, 14, num dos aviões da Força Aérea Brasileira (FAB). “Ontem (sábado), o exército confirmou que ela está na lista de sequestrados”, diz.

Na noite do dia 6, sexta-feira, um dia antes do atentado terrorista, Celeste jantou com a avó de 94 anos, a mãe e o irmão. Em seguida, foi para a casa. Os ataques começaram no sábado, 7, por volta das 6h30.

“Foi um ataque de grande escala e, depois, começaram a chegar os terroristas atacando esse e outros lugares da região”, conta Mario Ricardo Fishbein, tio de Celeste . “Eles queimavam as casas para as pessoas saírem e aí disparavam ou sequestravam.”

A última mensagem enviada por Celeste no grupo da família foi por volta de 11h25 do sábado – cinco horas depois do início do ataque. “Depois, não recebemos mais mensagem nenhuma”, diz Fishbein. “De alguma forma ou outra entraram na casa da Celeste, mas não tem marca de sangue. O que quer dizer que não mataram eles dentro do bunker que estavam. Não sabemos qual a situação dela, se está viva ou morta.”

A mãe de Fishbein, a irmã e o sobrinho foram resgatados depois de 20 horas trancados num bunker. “Por sorte, não aconteceu nada grave com eles.”

Exame

Postado em 16 de outubro de 2023

Fernando Tonet é o novo técnico do Potyguar

O Potyguar anunciou seu treinador para a temporada 2024. Será o gaúcho Fernando Tonet, ex-técnico de Globo, Santa Cruz e Alecrim. A informação foi publicada pelo clube em seu perfil nas redes sociais.

O profissional tem 53 anos e possui Licença A CBF para atuar como treinador. Além de conhecimento no futebol potiguar, Tonet tem boas passagens no futebol piauiense, onde trabalhou no 4 de Julho, Parnahyba e Piauí.

No RN, foi vice campeão de turno em 2016 com o Alecrim e conseguiu a vaga para série D com o Santa Cruz em 2018.

anthonymedeiros

Postado em 16 de outubro de 2023

VEREADORA RAYSSA ARTICULA COM O DEPUTADO MINEIRO MAIS DE 400 MIL PARA A SAÚDE MUNICIPAL

Em agosto, durante sua passagem por Brasilia, a vereadora Rayssa esteve na câmara dos deputados visitando o deputado Fernando Mineiro. Entre suas articulações conseguiu a garantia do deputado viabilizar junto ao Ministério da Saúde a liberação do recurso extra de 420 mil reais para financiar e custear as equipes multidisciplinares em Saúde do nosso município. Recentemente o prefeito Odon também visitou o deputado e reforçou o pleito.

Essa semana o Ministério da Saúde publicou portaria habilitando o município a receber o recurso em breve, que servirá para custear os profissionais dessa ação importantíssima.

Postado em 14 de outubro de 2023

Haddad vê momento “crítico” e defende “multilateralismo do século 21”

Em discurso durante a reunião dos ministros das Finanças e presidentes dos bancos centrais dos países que compõem o G20, nesta sexta-feira (13/10), em Marrakech (Marrocos), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que o Brasil defende o “multilateralismo do século 21” para resolver questões políticas e econômicas que afligem o mundo neste momento.

Segundo Haddad, a economia global vive “um momento crítico” e o G20 talvez seja “o único fórum global com capacidade para promover o multilateralismo”. Em 2024, o Brasil será o anfitrião da cúpula do G20, depois de ter assumido a presidência do grupo neste ano.

O G20 é o bloco formado pelas 19 maiores e mais importantes economias do mundo e a União Europeia.

“Em vez do triunfo da globalização e de uma ordem mundial liberal centrada no livre comércio, em instituições internacionais baseadas em regras e na promessa de prosperidade para todos, o que vemos hoje é uma crescente fragmentação geoeconômica e um multilateralismo ineficaz, para não falar de uma nova crise da dívida no Sul Global e uma catástrofe ambiental iminente”, afirmou Haddad.

“Precisamos urgentemente melhorar as nossas instituições financeiras internacionais, fazer com que os mais ricos paguem sua justa cota de impostos, tratar do problema da dívida em um número crescente de países da África, Ásia e América Latina, e, de maneira eficiente, mobilizar recursos públicos e privados para uma economia global mais verde e sustentável”, prosseguiu o ministro da Fazenda em seu discurso.

“O G-20 é talvez o único fórum global com capacidade para promover o multilateralismo do século 21 que o Brasil e muitos outros países estão propondo. Isso não se deve apenas à grande parcela do PIB e da população mundial que os países do G20 representam. Mais importante, o G-20 reúne países muito diferentes, do Norte Global e do Sul Global, do Ocidente e do Oriente. Isso é fundamental porque as soluções globais de que necessitamos só emergirão a partir de um diálogo ampliado, envolvendo distintas vozes.”

Em seu discurso, Haddad afirma que é necessário que a comunidade internacional recupere a confiança “em soluções multilaterais” e aprenda “a ver o mundo pela perspectiva do outro”.

“O Brasil tem tradição de facilitar o diálogo e o consenso entre diferentes grupos de países. Teremos grande prazer em trabalhar mais uma vez para ajudar a construir o consenso tão necessário sobre as questões contemporâneas prementes”, concluiu Haddad.

“Casa em ordem”
Fernando Haddad afirmou, ainda, que o Brasil colocou a “casa em ordem” neste primeiro ano de governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), com o avanço da agenda econômica no Congresso.

“Em 2023, colocamos a nossa casa em ordem depois de alguns anos turbulentos. Estabelecemos um novo arcabouço fiscal, estamos fazendo uma grande reforma tributária, avançamos em reformas estruturais, reduzimos o desmatamento, renovamos e expandimos programas sociais reconhecidos internacionalmente, como o Bolsa Família, e acabamos de lançar um ambicioso plano de transformação ecológica”, disse Haddad.

“Agora, o Brasil está pronto para se voltar aos desafios globais e promover um diálogo construtivo e produtivo em direção ao multilateralismo do século 21.”

O ministro da Fazenda está no Marrocos para participar da reunião anual do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial. Segundo o Ministério da Fazenda, a viagem do ministro se estenderá até sábado (14/10).

A reunião anual do FMI conta com a participação de ministros da Economia e presidentes de bancos centrais de 189 países.

Metropoles

Postado em 14 de outubro de 2023