Milícia usa medo de lucrar até com venda de gelo nas praias do Rio

As milícias estão cada vez mais presentes no dia a dia do Rio de Janeiro . Enquanto ocupam mais territórios, os grupos criminosos também ampliam suas atuações. Hoje, faturam com o monopólio de serviços, como internet e gás de cozinha, com controle sobre prostituição e com a extorsão de todo tipo de comércio, incluindo a venda de gelo nas praias e de vassoura na zona oeste.

Nesta semana, milicianos mostraram sua força ao coordenar o maior ataque ao ônibus da história do Rio. Foram queimados 35 veículos , instaurando caos na cidade e um prejuízo estimado em, ao menos, R$ 38 milhões . A ação ocorreu após a morte de um dos líderes da Milícia do CL, o maior grupo do estado.

A reportagem percorreu em dois meses cerca de 60 bairros e comunidades que englobam 833 áreas específicas pela Polícia Civil como sendo de influência da milícia, nas quais conversaram com ocorrências de vítimas desses grupos criminosos. Este texto é o primeiro da série de reportagens Milícia no RJ .

Criadas a partir de uma união entre ex-policiais e políticos locais, as milícias começaram a ganhar força no Rio a partir do início dos anos 2000. Foi nesse período que surgiu a Liga da Justiça, maior grupo do tipo atualmente na capital fluminense.

Inicialmente, eles nasceram com discurso de levar mais segurança a áreas dominadas pelo tráfico de drogas. Na prática, porém, recorreram a extorsões e coações para obrigar moradores a pagarem taxas em troca de proteção e acesso aos seus serviços —como o oferecimento de gás e de transporte.

“A milícia age taxando um serviço já disponível” e criando um monopólio, diz o delegado André Neves, da Draco (Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas), responsável por investigar os grupos, que atuam principalmente na zona oeste e na Baixada Fluminense.

A partir dos anos 2010, esse perfil começa a mudar, com a entrada de ex-traficantes nas milícias. A antiga Liga da Justiça —hoje conhecida como Bonde do Zinho, ou Milícia do CL— é, inclusive, aliada do Terceiro Comando Puro, uma das principais facções criminosas do Rio.

Já na Gardênia Azul, também na zona oeste, milicianos dissidentes se uniram aos traficantes do Comando Vermelho e passaram a disputar o território com o grupo de Rio das Pedras.

Foi no meio dessa disputa entre as duas milícias que três médicos foram mortos em um quiosque na Barra da Tijuca, no início do mês —segundo a polícia, membros da Gardênia Azul confundiram um dos ortopedistas com um miliciano de Rio das Pedras.

Ao contrário das áreas controladas por traficantes, nas regiões de milícia não há homens com armamento pesado nos acessos, barricadas ou pichações com símbolos das quadrilhas. Com exceção de quem realiza a cobrança das taxas, ninguém sabe ao certo quem é miliciano e quem não é.

Esse medo difuso é o principal pilar que obriga um morador a pagar por um serviço. “Tem um rapaz que vem toda semana pegar o dinheiro, ele diz que é da segurança, sempre está de moto, com arma na cintura. A gente paga. O preço de procurar a polícia pode ser maior”, disse um morador da favela Divineia , na zona oeste. Assim como a maioria dos entrevistados, ele pediu para não ter seu nome divulgado por temer retaliações.

Segundo o promotor Fábio Corrêa, do Gaeco (Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado), a milícia “vende também uma ideia de pseudo agenda moral contra o tráfico e assaltantes”.

Exemplo disso é o caso de Adriel Bastos, 21. Em agosto do ano passado, ele e outros três amigos foram retirados de dentro do carro no qual estavam na Baixada Fluminense, torturados e mortos por milicianos —o crime aconteceu porque um deles era suspeito de ter participado de um roubo.

“Meu irmão era só hold, ele queria cuidar da filha. Eles tiraram isso”, diz Flávia Andrade, 28 anos, irmã de Adriel.

O território dominado por milicianos aumentou 387% entre 2006 e 2021, segundo estudo da UFF (Universidade Federal Fluminense) e do instituto Fogo Cruzado. A expansão foi acompanhada por ameaças aos comerciantes e ao monopólio dos serviços.

É o caso de um empresário que fornecia gelo para as praias da zona oeste. “Demorei anos para conseguir meu negócio. Me recusei a pagar taxas e eles ameaçaram os funcionários, jogaram todo o gelo no chão. Depois de um ano, vendi para eles por um preço bem abaixo do mercado. Não fiz o registro por medo. O gelo que vai para essas praias tem dedo de milícia”, diz ele, que também pediu para não ter o nome divulgado.

Um outro comerciante, da Baixada Fluminense, compareceu a Draco em junho para relatar a cobrança de impostos na venda do gelo. Ele inicialmente disse aos policiais que os milicianos o ameaçaram: se não pagasse R$ 300 semanalmente, perderia seu negócio. Depois, porém, desistiu de registrar um boletim de ocorrência do caso. Procurado pela reportagem, não quis falar .

Há outros relatos semelhantes. Um vendedor de vassoura que conversou com a reportagem disse pagar R$ 10 por semana para circular com a mercadoria debaixo do sol, de segunda a sábado, na zona oeste. O dono de uma barraca de doces diz ser taxado com o mesmo valor.

As anotações apreendidas pela polícia confirmam esse tipo de cobrança. Já há inquéritos abertos para investigar taxas cobradas inclusive de prostitutas.

“Se não pagar, ficamos sem proteção. Podem nos bater. Damos R$ 30 a R$ 50, por semana”, contou a travesti Cátia (ela pediu para não ter o sobrenome divulgado), que trabalha em Bangu, na zona oeste do Rio. Como pagamento, receba amparo em caso de agressões ou roubos de clientes.

Prostitutas do Recreio (também na zona oeste) afirmaram à reportagem que trabalham longe do Terreirão, área de milicianos, para não pagar taxas. Ficam mais vulneráveis, perto de uma reserva ambiental.

Uma flanelinha de Grumari, na mesma área, disse que paga R$ 100 ao que chama de “arrecadador”. Ele mostrou à reportagem conversas em um aplicativo com um suspeito das cobranças.

Para especialistas, a diferença entre milicianos e traficantes é que os primeiros têm dentro das polícias e do Judiciário. Na gestão Castro, os grupos foram cunhados de narcomilicianos, sem distinção, já que ambos traficaram e extorquem.

De 2007 a 2021 foram 10.098 ações policiais contra traficantes do Comando Vermelho no Rio, enquanto 1.909 foram contra milícias. Os dados foram tabulados pelo Grupo de Estudos de Novos Ilegalismos, da UFF. “Fica evidente a tolerância das polícias com os milicianos”, disse Daniel Hirata, coordenador do grupo.

Procurado, o governador Cláudio Castro (PL) disse que caberia às polícias do estado se manifestarem sobre o tema. A gestão moderna do termo narccomilícia para se referir a grupos criminosos, sem diferenciar traficantes e milicianos.

O sociólogo José Cláudio Souza, da UFRRJ (Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro), considera que há uma intenção por trás do termo. “Chamam todos de narccomilícia. Assim, opera-se mais contra o tráfico e a milícia fica estabilizada. Para a opinião pública, vão falar que estão combatendo a milícia, que ela está enfraquecida”.

Questionada sobre o assunto, a Polícia Militar afirmou que “a corporação atua com base em denúncias e dados de inteligência para combater indistintamente práticas criminosas, feitas pelo tráfico ou pela milícia”.

Disse também que “o combate aos grupos é uma das principais metas do comando atual”, e que criou uma delegacia interna para combater a presença de milicianos dentro da corporação.

Um oficial da PM que planeja operações afirmou que as ações nas áreas de tráfico ocorrem com mais frequência pois são quadrilhas que atuam em roubos, o que acarretaria maior impacto na sensação de segurança.

Já a Polícia Civil afirmou que criou em 2021 uma força-tarefa para o combate aos milicianos, que hoje foi remodelada e está equipada com Draco. Disse ainda que a prisão de líderes tem enfraquecido a atuação desses grupos.

O promotor Paulo Roberto Mello, que apura crimes de policiais e bombeiros, disse que a milícia só existe por suporte policial. “Esse envolvimento pode ser desde a coleta de propinas para não reprimir a atividade criminosa até o direto na organização”.

Folha de SP

Postado em 26 de outubro de 2023

Procuradoria diz que Bolsonaro usou militares como árbitro de queixas e pede condenação no TSE

O vice-procurador-geral eleitoral, Paulo Gonet, reiterou nesta terça-feira (24) manifestação na qual defende a declaração de inelegibilidade do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em ações que acusam o ex-presidente de ter usado as comemorações do Sete de Setembro para fazer campanha eleitoral com dinheiro público.

O julgamento no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) começou com falas dos advogados das partes e foi suspenso.

“O quadro do Sete de Setembro de 2022 expunha à população a imagem de afinidade que a ordem jurídica quer evitar entre o agente político em campanha para a reeleição e as Forças Armadas. Chamava as Forças Armadas ao palanque dos embates eleitorais”, disse Gonet.

Segundo o vice-procurador, o sugerido apoio das Forças Armadas “se revela de sensível gravidade para a regularidade das eleições”.

“Tanto mais quando o candidato timbrava impor em dúvida a legitimidade do sistema de votação e, notoriamente, mais do que sugeria para as Forças Armadas o exercício extravagante da tarefa de árbitro das suas queixas”.

O julgamento analisa ações apresentadas pelo PDT e pela senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS), que questionam a participação de Bolsonaro nas comemorações do bicentenário da Independência, no ano passado.

Nesta terça, além de Bolsonaro, se manifestaram os advogados do partido, da senadora e do ex-presidente. Depois, o julgamento foi interrompido e será retomado nesta quinta-feira (26), com o voto do relator.

O advogado da chapa de Bolsonaro nas eleições do ano passado, Tarcísio Vieira, voltou a se queixar da celeridade das ações que podem resultar em condenação de inelegibilidade contra o ex-presidente.

Tarcísio disse que pedidos que fez para ouvir três testemunhas foram negados, e que isso é prejudicial ao processo. “Celeridade é importante, mas a certeza jurídica é ainda mais”, afirmou.

Em julgamento anterior, o advogado já havia dito que as ações que analisam condutas adotadas pelo seu cliente tiveram “rito anômalo” no TSE, o que foi rebatido pelo corregedor e relator das ações, Benedito Gonçalves, que defendeu “dinamismo” na tramitação dos processos.

Tarcísio, ao se manifestar, questionou o motivo de o julgamento não tramitar em conjunto com uma ação apresentada pela coligação de Lula (PT), que também tratava de temas como o uso de tratores no evento.

Para o advogado, sem essa ação, “o risco de desnaturação de um julgamento, harmônico, uniforme e estável é real”.

Antes de Tarcísio, se manifestaram o advogado do PDT, Walber Agra, e de Thronicke, Marilda Silveira. Agra disse que as condutas de Bolsonaro nesta ação “são bem mais graves” do que as analisadas anteriormente.

“Nós temos aqui um caráter sistêmico de infrações”, disse Agra, afirmando que o objetivo era “matar a democracia”, por meio da tentativa de burlar o processo eleitoral e deslegitimar o TSE.

Já Marilda disse que, no evento, “o que se viu foi um uso, com todo respeito, descarado da posição de chefe de Estado”, no maior e mais importante evento cívico daquele ano e com “o objetivo claro de impulsionar campanha”.

Ela afirma que se percebe que o evento foi eleitoral “no constrangimento da narradora da TV Brasil”, que transmitia o desfile cívico antes de Bolsonaro se deslocar, em Brasília, para o palanque eleitoral.

“[A narradora] diz ‘o presidente desce à tribuna de honra e caminha para…’, silêncio, ‘está terminado o desfile’. Ela não pode dizer para onde ele está caminhando”, afirmou Marilda, acrescentando que 15 minutos depois foi iniciado o evento eleitoral de Bolsonaro.

“No Rio de Janeiro foi ainda pior, porque o evento foi deslocado de lugar para coincidir com o evento de campanha”, afirmou a advogada de Thronicke.

Bolsonaro já foi declarado inelegível por oito anos pelo TSE em junho, no julgamento de uma ação que tratava de reunião com embaixadores na qual ele fez ataques e divulgou mentiras sobre o sistema eleitoral.

Na semana passada, outras três ações foram julgadas e rejeitadas pela corte. Duas delas tratavam de lives de governo feitas por ele antes das eleições no ano passado, nas quais houve pedidos de voto, e a terceira de eventos com governadores e artistas nos palácios do governo.

Mesmo se condenado neste novo processo, não há efeito prático em ampliar o período de inelegibilidade. No entanto, uma condenação pode ter aplicação de multa, causar mais desgaste político e gerar elementos que engrossem outras ações contra o ex-presidente.

Os processos foram pautados pelo presidente da corte, Alexandre de Moraes, e são relatados pelo corregedor da Justiça Eleitoral, Benedito Gonçalves.

Gonçalves deixa a corte eleitoral em novembro e será substituído na Corregedoria pelo ministro Raul Araújo, que é visto como de tendência conservadora.

Antes da mudança, o tribunal julgou uma série de ações relativas à eleição presidencial do ano passado, cujo segundo turno foi disputado por Bolsonaro e Lula.

A ação de Thronicke sobre o 7 de Setembro afirma que houve abuso de poder político e de poder econômico nos atos do ano passado.

Ela argumentou que houve um incremento substancial de recursos que normalmente são designados para as festividades e que os eventos oficiais foram situados próximos de comícios do então candidato à reeleição. O PDT reforçou as acusações.

A defesa de Bolsonaro argumentou nos processos que não houve uso ilegal, com fim eleitoral, das comemorações de 7 de Setembro.

No processo, Tarcísio Vieira afirmou que as comemorações do evento cívico ocorreram “de forma naturalmente aberta e institucional, com a presença de autoridades e convidados no palco oficial”.

“Ocorreram desfiles e comemorações majoritariamente militares, de forma protocolar. E não foram produzidos e empreendidos, nesta fase, discursos e comportamentos político-eleitorais típicos de campanhas”, disse o advogado.

Ele acrescentou, porém, que após o encerramento da agenda oficial, o então presidente, “já sem a faixa presidencial, se deslocou a pé na direção do público e discursou, na condição de candidato”.

“Da mesma forma que outros candidatos poderiam ter feito, naquele exato momento e ao longo de todo o dia”, disse a defesa.

Politica Livre

Postado em 26 de outubro de 2023

Senado: indicado por Lula após polêmica sobre aborto e imposição de derrota para governo

O Senado rejeitou a indicação do presidente Lula ( PT ) para o comando da DPU (Defensoria Pública da União) e impôs uma derrota ao governo nesta quarta-feira (25).

Com 38 votos contrários e 35 detalhados, Igor Roque não conseguiu ter sua indicação aprovada na Casa para a carga de defensor público-geral federal.

A exposição é o desfecho de uma novela que começou em novembro do ano passado, quando Jair Bolsonaro (PL), ainda presidente, indicou Daniel Macedo para ser reconduzido à frente da instituição.

Visto pelo atual comando do Palácio do Planalto como bolsonarista, teve indicação de retirada e foi substituído por Roque em maio .

A votação para confirmar o nome dele no Senado foi travada por mais de três meses antes do desgaste com um seminário sobre aborto legal que seria organizado pela DPU (Defensoria Pública da União).

Roque foi sabatinado e aprovado pela CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) do Senado em julho para a carga de defensor público-geral federal, mas, desde então, a votação no plenário da Casa Vinha foi adiada pelo risco de derrota.

Ele não chegou a ser questionado sobre aborto por nenhum senador durante as três horas de sabatina na CCJ, mas, logo depois, passou a ser associado por parlamentares bolsonaristas à organização do seminário na DPU sobre acesso ao aborto legal, que aconteceria no fim de agosto .

Diante da contestação de políticos, o governo decidiu cancelar o seminário “para retomar a discussão em evento futuro, a ser organizado com a presença de especialistas com visões antagônicas sobre o tema, tornando o debate mais plural”.

O cancelamento do seminário acabou provocando desgaste interno para Roque também de uma ala mais progressista na instituição —que apoiou sua designação.

Às vésperas dos dados previstos para o evento, o senador Eduardo Girão (Novo-CE) chegou a subir na tribuna do Senado para dizer que a DPU faz “apologia ao crime de aborto” — mesmo a interrupção da gestação sendo autorizada no Brasil em casos de estupro, risco à vida da mulher e anencefalia do feto.

A Defensoria Pública da União afirma que o seminário foi organizado desde abril pelo Grupo de Trabalho Mulheres (1º de 16 em funcionamento), sem qualquer participação de Roque ou do defensor público-geral em exercício, Fernando Mauro Junior.

A rejeição do escolhido de Lula ocorre em meio à aproximação do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), com a oposição e a pauta anti-STF (Supremo Tribunal Federal).

Pacheco indicou aos aliados que a decisão da ministra Rosa Weber de pautar a descriminalização do aborto, em setembro, fez com que ele não conseguisse mais manter a agenda conservadora que ganhou impulso no Congresso desde o governo Bolsonaro.

Por trás dessa ofensiva, porém, os senadores observam um esforço de Pacheco de se aproximar de uma ala da Casa contrária ao governo Lula, com o objetivo de pavimentar o caminho para a eleição de seu sucessor em 2025 e também de olho nas eleições de 2026 .

O Senado, por outro lado, aprovou os três nomes indicados por Lula para o STJ (Superior Tribunal de Justiça). A primeira delas foi a advogada Daniela Teixeira, que ocupará um dos assentos destinados à advocacia na corte, e foi aprovada com 68 votos específicos e 5 contrários.

Depois, os senadores referendaram a escolha dos juízes federais de segunda instância José Afrânio Vilela, por 68 votos a 1, e Teodoro dos Santos, por 63 específicos, nenhum contrário e uma abstenção.

Teixeira, inicialmente, integrou uma lista sêxtupla eleita pela OAB (Ordem dos Advogados do Brasil). Depois, o STJ determinou a relação para três nomes e, então, invejou a escolha de Lula, que a indicou como única mulher da lista .

A escolha foi vista como uma forma de Lula tentar neutralizar possíveis críticas caso não escolha uma mulher para substituir Rosa Weber no STF. Além disso, a advogada contava com apoios importantes dentro do PT.

Ela tem 51 anos, é natural de Brasília e formada em direito pela UnB (Universidade de Brasília), com mestrado em direito penal pelo IDP (Instituto Brasileiro de Ensino, Desenvolvimento e Pesquisa).

Teve uma carreira atuante na OAB. Foi conselheiro federal por duas vezes e vice-presidente da entidade no Distrito Federal.

Nas duas vagas destinadas à magistratura federal, Lula optou por nomes apoiados por Rodrigo Pacheco, que é o próximo de Vilela, e pelo ministro da Educação , Camilo Santana, que mantém proximidade com Santos.

Ambos integraram uma lista quádrupla formada pelo STJ, que foi enviada ao presidente, que escolheu dois nomes.

Vilela não foi o principal candidato a presidente do Senado para o STJ, e sim o ex-assessor de Pacheco Luís Cláudio Chaves, que disputou o assento destinado a membros da advocacia.

Ele chegou a figurar na lista sêxtupla formada pela OAB, mas ficou de fora da relação de três nomes eleitos pelo STJ para ser enviado ao chefe do Executivo.

Vilela tem 62 anos, nasceu em Ibiá (MG) e é formado pela Universidade Federal de Uberlândia. É desembargador desde 2005. Já havia listas integradas para o STJ em outras duas graças, em 2013 e em 2015, mas não foi indicada.

Já Teodoro Santos tem 65 anos, é natural de Juazeiro do Norte (CE) e formado na Unifor (Universidade de Fortaleza).

Na disputa, além do apoio de Camilo, pesou a favor dele o fato de ser o único nordestino na corrida. Além disso, ele é negro, o que amplia a diversidade num tribunal composto majoritariamente por homens brancos.

Folha de SP

Postado em 26 de outubro de 2023

Crítico da Rouanet, Eduardo Costa fará DVD com R$ 1 milhão da Rouanet

O cantor sertanejo Eduardo Costa, eleitor de Jair Bolsonaro, dizia que os recursos obtidos via Lei Rouanet eram voltados para “artistas safados” que “mamavam nas tetas do Estado”. A opinião de Costa parece ter mudado após a derrota de Bolsonaro nas urnas. O sertanejo foi autorizado pelo Ministério da Cultura a captar R$ 996,5 mil, por meio da Lei Rouanet, até dezembro deste ano. O dinheiro será usado para a gravação de um DVD.

A empresa autorizada a captar os recursos chama-se Churrasco, Cerveja e Viola – C.C.V. Eventos LTDA e pertence a Leandro Restino de Souza Porto. Ele é sócio de Edson Vander da Costa Batista, nome verdadeiro de Eduardo Costa, em outra empresa, a Fox Vision LTDA.

Porto anexou ao projeto de captação um documento em que Costa afirma estar ciente da proposta para financiar o DVD com a Lei Rouanet. O termo, assinado de próprio punho pelo cantor, foi enviado para a Secretaria de Economia Criativa e Fomento Cultural do Ministério da Cultura.

O projeto é chamado “Eduardo Costa – O instrumentista e as modas de violas de Minas” e apresentará músicas sertanejas de raiz gravadas pelo cantor com uma orquestra formada por violões, violas e instrumentos de sopro. As gravações serão feitas durante dois shows em Belo Horizonte.

O sócio de Eduardo Costa informou que o projeto será o primeiro de outras edições previstas para o mesmo formato e em outras capitais brasileiras. A renda do DVD, segundo a justificativa apresentada ao Ministério da Cultura, terá 80% do valor voltado à distribuição gratuita, 10% para patrocinadores e 10% para a divulgação do produto.

Metropoles

Postado em 26 de outubro de 2023

Impactos da seca extrema na Amazônia devem se estender por meses

Sob efeito de um El Niño intenso que deve atingir seu auge em dezembro, região amazônica tem a pior seca em 102 anos. Monitoramento de rios em tempo real enfrenta gargalos e dificulta previsão de cenários futuros.A vida parou nas comunidades às margens do médio rio Solimões. Nessa parte do estado do Amazonas onde as vias são aquáticas, a seca extrema impede que crianças cheguem à escola e que pescadores e agricultores familiares trabalhem.

“Tudo parou. Não dá para sair de barco, há famílias isoladas. A gente tem medo de a água potável acabar, essa é nossa principal preocupação”, narra à DW Maria de Fátima Celestino, 33 anos, mãe de uma recém-nascida de três meses e de outros três filhos.

Ela e outras 31 famílias moram na comunidade Tauary, a oito horas de barco da cidade mais próxima, Tefé. Por conta da dificuldade da navegação e do transporte de mercadores pelo Solimões, os ribeirinhos estão pagando mais caro pelo arroz, feijão, óleo e café.

“Nem a minha sogra, que tem 98 anos, viu uma seca dessa”, conta Celestino sobre a situação que presencia de sua casa no médio Solimões que, quilômetros à frente, se transforma no rio Amazonas.

Algumas estações hidrometeorológicas que medem o nível na bacia amazônica registraram mínimos recordes nas últimas semanas. A seca dramátia também afeta comunidades no curso dos rios Negro, Purus, Madeira e Amazonas.

O cenário para os próximos meses não é otimista. A temporada de chuvas na região, que vai de novembro a março, começa atrasada com volumes abaixo da média, o que compromete o retorno dos rios a níveis saudáveis.

“A previsão para o próximo trimestre é semelhante ao quadro dos últimos meses: a seca continua na Amazônia, e as chuvas persistem no Sul. Começam também os primeiros sinais de seca na região Nordeste”, afirma à DW Gilvan Sampaio, coordenador geral de Ciências da Terra do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

Apagão de dados

A bacia amazônica é o maior sistema fluvial do mundo, com 6,4 milhões de quilômetros quadrados de extensão compartilhada entre nove países. A maior parte dela está no Brasil, nos estados do Amazonas, Roraima, Acre, Rondônia, parte do Mato Grosso, Pará e Amapá.

No país, o desafio de monitorar a situação em tempo real é proporcional à extensão do território. Uma dificuldade extra surgiu durante a crise atual: o acesso público aos dados está mais difícil desde que a Agência Nacional de Águas (ANA) sofreu um ataque hacker, no início de outubro.

“Os servidores saíram do ar e não há previsão para retorno. Justamente numa época em que se tem cotas muito baixas na Amazônia e muito elevadas no Sul, com processos de enchentes extremas”, comenta André Martinelli, pesquisador do Serviço Geológico do Brasil (SGB), à DW.

Em parceria com a ANA, o SGB opera mais de 75% das estações que formam a rede hidrometeorológica nacional. Os aparelhos – entre automáticos e manuais – coletam dados de chuva, nível dos rios, vazão, sedimentos e qualidade da água.

No Amazonas, onde o quadro é mais crítico, a maior parte do monitoramento (54%) é feita por empresas privadas terceirizadas contratadas pela ANA.

“A gente perde um pouco das facilidades de pegar os dados e trazer informação correta. A gente cobra das empresas, mas as respostas são evasivas. Eles não têm que correr, pois o prazo para entregar os dados para a ANA é de cinco meses”, comenta Martinelli, que chefia a regional do SGB em Manaus.

Diante da emergência, o SGB disponibilizou um link com informações de algumas estações telemétricas, solução tecnológica que permite o acompanhamento remoto.

“Tem dados que a gente só consegue indo a campo, como vazão, qualidade de água e coleta de sedimentos. Em algumas estações, a gente só consegue chegar de avião ou depois de muitos dias de navegação”, detalha Martinelli.

As empresas que prestam serviço para a ANA recolhem os registros feitos nesses locais apenas duas vezes por ano. “O compromisso do SGB é fazer pelo menos quatro visitas por ano”, adiciona.

O gargalo, afirma o pesquisador, reflete os problemas estruturais que empresas públicas enfrentam na Amazônia de contratar e fixar pessoas em seus postos de trabalho. Diante da crise, a expectativa é que um novo concurso público do SGB seja anunciado ainda neste ano.

Efeito cascata

A coleta de dados sobre os rios amazônicos é bastante deficiente, analisa José Genivaldo do Vale Moreira, pesquisador da Universidade Federal do Acre (Ufac). Há falhas nos registros e perda de informações, o que compromete a formação de séries históricas.

“Apesar de hoje a maioria das estações já serem automáticas, a internet na Amazônia não é tão boa. Se no momento da transmissão dos dados a conexão falha, o dado é perdido”, exemplifica o pesquisador.

Sem informações exatas, a previsão de cenários futuros fica em xeque. Os dados coletados no mundo real abastecem modelos matemáticos rodados no computador que dão pistas do que pode vir pela frente e que ajudam o poder público a se preparar.

“Eu trabalho na área de modelagem dos fenômenos, como seca e enchentes. O modelo consegue prever com grau confiável de certeza cenários futuros quando temos séries históricas longas e confiáveis”, afirma.

No Acre, por exemplo, os pesquisadores podem contar com apenas três estações que coletam dados de chuvas desde 1970 – o que seria muito pouco, pontua Moreira sobre a dificuldade das análises científicas.

Assim como no Amazonas, parte do estado do Acre também registrou momentos de seca extrema. A aguardada volta do ciclo de chuvas não deve ser suficiente para devolver o pulso satisfatório dos rios, estima Moreira.

“A americana NOAA (Administração Oceânica e Atmosférica Nacional) acena já para possível recorrência do El Niño no ano que vem. Se isso acontecer, a seca será devastadora”, diz.

“Pior do que o esperado”

Um período mais seco que o normal já era aguardado na região. Sempre que as águas do Oceano Pacífico ao longo da linha do Equador ficam mais quentes – fenômeno conhecido como El Niño -, o transporte de umidade pelo ar para a Amazônia e o Nordeste é prejudicado. O que não estava no radar era sua intensidade sobre toda a bacia.

“Está pior do que o previsto, está mais intenso. Sabíamos que o El Niño seria moderado, podendo chegar a forte, mas chegou muito rapidamente a forte”, comenta Sampaio, do Inpe.

Outro fenômeno concomitante inibiu ainda mais a formação de nuvens e de chuvas na região: o aquecimento das águas do Atlântico tropical, que afeta principalmente as partes sul e sudoeste da Amazônia.

“De forma generalizada, os dois eventos causam esses impactos da pior seca já registrada nos últimos 102 anos. O El Niño vai atingir seu auge ainda em dezembro. Tudo indica que haverá maior impacto no norte e leste da Amazônia nessa época”, detalha Sampaio.

Efeitos prolongados

Em Tefé, Amazonas, pesquisadores do Instituto Mamirauá fazem medições em caráter emergencial para dar uma resposta direta à tragédia que provocou a morte de mais de 150 botos nas últimas semanas.

“Ainda não sabemos qual será a extensão da tragédia humanitária e ambiental, que é muito grande já”, diz à DW Ayan Fleischmann, pesquisador do Instituto Mamirauá.

Uma das soluções para fazer frente aos gargalos de monitoramento hidrometeorológico da região seria descentralizar o serviço. “O próprio Instituto Mamirauá está desenvolvendo uma rede de monitoramento no local onde atua. Não há estações pluviométricas suficientes no curso dos rios”, diz Fleischmann.

Flávia Capelotto Costa, cientista no Instituto Nacional de Pesquisas Amazônicas (Inpa), também se assusta com a intensidade da seca. A tragédia será ainda mais devastadora caso o nível da água dos rios demore muito para se normalizar.

“A resposta da seca na floresta terá que ser muito bem acompanhada. Ela foi feita para se adaptar às cheias. Na seca, o impacto é muito mais profundo na floresta e nas comunidades também”, alerta Costa.

terra

Postado em 26 de outubro de 2023

Denúncias de imagens de abuso sexual infantil na internet crescem 84%

Entre janeiro e setembro deste ano, as denúncias de imagens de abuso e de exploração sexual infantil na internet cresceram 84% em comparação ao mesmo período do ano passado. Isso é o que revelou a organização não governamental Safernet, que desde 2005 atua na promoção dos direitos humanos na internet.

Nesse período, a Safernet recebeu 54.840 novas denúncias de conteúdos com imagens de crianças abusadas sexualmente. No ano passado, foram 29.809 novas denúncias. Em entrevista nesta quarta-feira (25) à Agência Brasil, o presidente da Safernet Brasil, Thiago Tavares, alertou que esses dados são referentes a “novos conteúdos ou novas páginas”, que nunca tinham sido denunciadas antes.

“Isso chama a atenção para o fato de que novos conteúdos e novas imagens estão sendo produzidas e estão sendo disponibilizadas na internet e colocando mais crianças em risco não só para acessar conteúdo dessa natureza mas também de serem vítimas de situações de assédio e de abuso”, disse Tavares.

Para ele, parte desse aumento se deve a um novo fenômeno que tem preocupado muito a Safernet: a venda de packs ou de pacotes. “São imagens autogeradas por adolescentes e vendidas na forma de pacotes em aplicativos de troca de mensagens, em aplicativos como o Discord e Telegram. São sobretudo populações vulneráveis, que estão em condição de vulnerabilidade socioeconômica e crianças das classes D e E que estão produzindo imagens íntimas de si mesmas, de nudez, ou eventualmente manipulando a genitália, introduzindo objetos em genitália e produzindo vídeos e fotos dessas cenas e vendendo ou trocando por cupons de jogos e créditos de celular. Esse é um fenômeno que os pais geralmente não sabem e não acompanham.”

Tavares alertou que esse tipo de imagens e vídeos não só fere o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), mas coloca a criança e o adolescente em risco. “Você não consegue conter depois a disseminação e a viralização dessas imagens.”

Esses dados revelados pela Safernet são condizentes com dados de operações da Polícia Federal que envolvem crimes cibernéticos e que tiveram crianças e adolescentes como vítimas. Só neste ano foram realizadas 627 operações dessa natureza, o que significou aumento de quase 70% em comparação ao ano passado.

“De alguma maneira, estão acontecendo investigações e prisões estão sendo feitas. Mas é como enxugar gelo porque o crime continua avançando. E, em se tratando de produção de imagens, a solução não é pela via policial. Não é aplicando medida socioeducativa para um adolescente que você vai resolver o problema. Esse adolescente é vítima de uma situação de exploração comercial da sua sexualidade. Ele não está produzindo porque ele quer ficar famoso na rede, mas por uma troca: há alguém disposto a pagar por isso”, explicou.

Acesso à internet cada vez mais cedo
Os dados da Safernet foram divulgados durante o 8º Simpósio Crianças e Adolescentes na Internet, realizado hoje na capital paulista, e que revelou que as crianças estão acessando a internet cada vez mais cedo no Brasil. Esse estudo, que foi conduzido pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br) do Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br), ligado ao Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br), apontou que 24% do total de crianças e adolescentes entre 9 e 17 anos acessam a internet pela primeira vez antes dos 6 anos de idade. Em 2015, esse primeiro acesso à internet acontecia mais tarde: 16% acessavam a internet pela primeira vez aos 10 anos de idade, enquanto 11% faziam esse primeiro acesso quando tinham menos de 6 anos.

Para Tavares, o fato de crianças acessarem a internet cada vez mais cedo preocupa. “O acesso [à internet] é cada vez mais cedo e sem supervisão. Essa é uma combinação explosiva”, disse.

A prevenção da disseminação de imagens de abuso e da exploração sexual infantil na internet, disse Tavares, passa pelo ensino de educação sexual nas escolas.

“É absolutamente necessário falar sobre educação sexual nas escolas. As escolas precisam romper esse tabu e falar sobre esse assunto porque as crianças e adolescentes estão entrando em contato com conteúdos que são inapropriados para sua idade e estão tendo comportamentos de risco”, defendeu.

Segundo ele, falar sobre educação sexual é importante também para que a criança aprenda a reconhecer situações de abuso e de violência.

Ele alerta também para a necessidade de os pais ficarem mais atentos ao que seus filhos estão fazendo na internet. “É fundamental que eles acompanhem a navegação dos filhos. E é possível fazer isso hoje com apoio da tecnologia. Os sistemas operacionais como o Android, por exemplo, que é usado por 85% da população brasileira que tem acesso ao celular, tem um aplicativo chamado Family Link, que permite que os pais acompanhem em tempo real a navegação dos seus filhos e permite definir horário de uso, sites permitidos e observar interações com estranhos”, destacou. “A pior coisa que um pai ou uma mãe pode fazer é dar de presente um celular a uma criança e deixá-la explorá-lo sozinha. É como se você deixasse seu filho em uma rua, sozinho, explorando regiões de venda de drogas e de altos índices de criminalidade”, comparou.

“Temos que estar em cima, sempre observando o que as crianças estão acessando. Temos que fazer um controle e ver que tipos de redes sociais elas querem acessar”, reforçou Estela Beraquet Costa, delegada da Polícia Federal, durante o simpósio.

Expressão
A Safernet não utiliza a expressão “pornografia infantil” para se referir a esse tipo de crime, preferindo utilizar “imagens de abuso e exploração sexual infantil” ou “imagens de abusos contra crianças e adolescentes”. Isso porque, segundo a ONG, a expressão pornografia pressupõe o consumo passivo do conteúdo, diminuindo a percepção de gravidade dos que têm acesso a essa imagem e as distribuem. Para a Safernet, quem consome imagens de violência sexual infantil é cúmplice do abuso e da exploração sexual infantil.

No Brasil, o ECA prevê como crime a venda ou exposição de fotos e vídeos cenas de sexo explícito envolvendo crianças e adolescentes. Também são crimes a divulgação dessas imagens por qualquer meio e a posse de arquivos desse tipo.

“Para quem produz imagens pornográficas ou com cenas de sexo explícito envolvendo crianças e adolescentes, o ECA prevê pena de quatro a oito anos de reclusão. Quem armazena essas imagens em um pen-drive, celular ou computador incorre no crime de armazenamento, cuja pena é de um a três anos de reclusão. Quem assedia, alicia ou estimula a participação de crianças e adolescentes em cenas pornográficas ou de sexo explícito tem pena de um a quatro anos de reclusão. E quem compra, vende ou expõe a venda de imagens dessa natureza também incorre em pena de quatro a oito anos de reclusão. E essas penas são somadas a depender das múltiplas condutas que o agente venha a cometer. Então, se ele filmou, fotografou, armazenou, divulgou e vendeu, ele pode ter uma pena mínima de dez anos, podendo chegar a 20 anos de reclusão, fora o abuso em si, que é uma pena separada.”

Denúncias
As denúncias de páginas que contenham imagens de abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes podem ser feitas na Central Nacional de Denúncias da Safernet Brasil. Em caso de suspeita de violência sexual contra crianças ou adolescentes, deve ser acionado o Disque 100.

“Se algum usuário encontrar imagens de abuso sexual, em qualquer lugar da internet, não feche os olhos e nem se omita. Denuncie. A denúncia é completamente anônima. Basta acessar o formulário e o endereço www.denuncie.org.br”, destacou Tavares.

ebc

Postado em 26 de outubro de 2023

UFRN ofertará 7.186 vagas para graduação no Sisu 2024

O Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (Consepe) da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) aprovou, por unanimidade, os quadros de vagas para ingresso em 2024 na graduação presencial e a distância. De acordo com a decisão comunicada na terça-feira (24), a instituição irá ofertar 7.186 vagas via Sistema de Seleção Unificada (Sisu), distribuídas em 4.902 para o primeiro semestre e 2.284 para o segundo semestre.

Em comparação a 2023, o número teve um acréscimo de 50 vagas. A diferença existe devido a criação do novo curso de Relações Internacionais, que está vinculado ao Centro de Ciências Sociais Aplicadas (CCSA).

Além disso, a UFRN informou que os conselheiros também decidiram flexibilizar as notas mínimas exigidas no Sisu, excepcionalmente na edição 2024, em decorrência dos impactos da pandemia da covid-19, aos estudantes que “tiveram o processo de aprendizagem comprometido em razão da dificuldade de acesso ao ensino remoto”.

No total, serão ofertadas 7.804 vagas de graduação presencial, que incluem 166 vagas para graduações com Processo Seletivo Específico (PSE); 444 vagas para reingresso de segundo ciclo e oito vagas para mobilidade interna. A oferta de vagas do Programa de Estudantes de Convênio (PEC-G) foi aprovada em resolução própria, tendo em vista as datas do calendário disponibilizado pelo Ministério das Relações Exteriores (MRE).

Além dessas, a UFRN ofertará 300 vagas para os cursos a distância de licenciatura em História e Pedagogia, remanescentes de edital da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). As vagas serão distribuídas igualmente entre os dois cursos e divididas entre demanda social e para professores da rede. O curso de História contemplará 30 vagas para cada polo de apoio presencial, nos municípios de Caraúbas, Currais Novos, Lajes, Luís Gomes e Macaíba. A licenciatura em Pedagogia também contemplará 30 vagas para cada polo de apoio presencial, nas cidades de Guamaré, Macaíba, Marcelino Vieira, Martins e Nova Cruz.

Tribuna do Norte

Postado em 26 de outubro de 2023

Lula demite presidente da Caixa, Rita Serrano; indicado pelo Centrão, Carlos Fernandes assumirá banco

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) demitiu nesta quarta-feira (25) a economista Rita Serrano da presidência da Caixa Econômica Federal. A decisão foi comunicada a Rita em reunião no Palácio do Planalto, no fim da manhã.

Funcionária de carreira da Caixa desde 1989, Maria Rita estava desde janeiro como presidente da instituição. Antes, ela participou do Conselho de Administração do banco

Em nota, o Palácio do Planalto confirmou que o novo presidente da Caixa será o economista e servidor da Caixa Carlos Vieira Fernandes – que já ocupou cargos de confiança em ministérios de partidos do Centrão, em anos anteriores.

Fernandes é indicação do Centrão e conta com o aval do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).

A troca de comando da Caixa já vinha sendo antecipada por interlocutores. A presidência do banco era cobiçada há meses por partidos do Centrão, em troca de apoio ao governo Lula no Congresso.

Lira já havia afirmado que o comando da Caixa estava na negociação para ampliar a base parlamentar do Palácio do Planalto.

Os partidos querem também indicar substitutos para as vice-presidências da Caixa. Lula e Lira, no entanto, ainda devem se reunir ao longo desta semana para confirmar as substituições.

O Centrão é um bloco de partidos que tradicionalmente apoia o governo federal em troca de cargos e recursos do orçamento público.

O comando da Caixa e de outros órgãos públicos, como os Correios e a Fundação Nacional de Saúde (Funasa), era reivindicado por essas siglas desde julho.

O novo presidente
Carlos Vieira Fernandes foi diretor da Funcef, fundo de pensão da Caixa, entre 2016 e 2019. Ele também já trabalhou na própria Caixa Econômica Federal.

Fernandes também foi secretário-executivo dos ministérios das Cidades e da Integração Nacional durante o governo da ex-presidente Dilma Rousseff (PT). Em ambos os casos, os ministros responsáveis pelas pastas eram do PP.

Nota oficial
O governo divulgou nota oficial sobre a mudança. Veja abaixo:

Nomeação de novo presidente da Caixa Econômica Federal

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reuniu nesta quarta-feira (24/10), com a presidenta da Caixa Econômica Federal, Rita Serrano, e agradeceu seu trabalho e dedicação no exercício do cargo.

Serrano cumpriu na sua gestão uma missão importante de recuperação da gestão e cultura interna da Caixa Econômica Federal, com a valorização do corpo de funcionários e retomada do papel do banco em diversas políticas sociais, ao mesmo tempo aumentando sua eficiência e rentabilidade, ampliando os financiamentos para habitação, infraestrutura e agronegócio.

Na gestão de Serrano foram inauguradas 74 salas de atendimento para prefeitos em todo o país, cumprindo um compromisso de campanha.

O governo federal nomeará o economista Carlos Antônio Vieira Fernandes para a presidência do banco, dando continuidade ao trabalho da Caixa Econômica Federal na oferta de crédito na nossa economia e na execução de políticas públicas em diversas áreas sociais, culturais e esportivas.

g1

Postado em 26 de outubro de 2023

Latam começa vender bilhetes de novos voos para Natal e Mossoró; veja

A LATAM começou, nesta quinta-feira (25), a disponibilizar bilhetes aéreos para novos voos para Recife-Natal, Natal-Mossoró e Mossoró-Fortaleza. Todas elas serão operadas a partir de 1º de janeiro pela VOEPASS, com aeronaves ATR-72, com capacidade para até 70 passageiros. Com isto, chega a 55 o número de rotas atendidas no codeshare entre as duas companhias.

De acordo com a LATAM, além desses novos voos que incluem Natal e Mossoró, a Latam também passou a oferecer as rotas Recife-Campina Grande, Campina Grande-Fortaleza e Salvador-Vitória da Conquista.

Entre Recife e Natal, os voos serão operados às segundas, quartas, sextas e domingos, com partida às 9h10 e chegada às 10h15. No sentido oposto, partem às 17h35 e chegam no Recife às 18h40.

A rota Natal-Mossoró também terá voos às segundas, quartas, sextas e domingos, com partida às 10h55 e chegada às 11h55. No sentido oposto, partem às 15h55, com chegada em Natal às 16h55.

Segundo a LATAM, Mossoró também será conectada com voos diretos para Fortaleza às segundas, quartas, sextas e domingos, com partida às 12h35 e chegada às 13h30. No sentido oposto, partem às 15h55 e chegam a Mossoró às 16h55.

Tribuna do Norte

Postado em 26 de outubro de 2023

Aprovação de Lula cai seis pontos em dois meses, mostra Quaest

Pesquisa Genial Quaest divulgada quarta-feira mostra uma importante queda na aprovação do presidente Lula nesta rodada de outubro.

  • Para 55% dos brasileiros, viagens de Lula são ‘excessivas’, diz Quaest

No último levantamento de agosto, o petista foi aprovado por 60% dos entrevistados. Agora, esse número caiu para 54%. Na outra direção, os que desaprovavam Lula eram 35% há dois meses e hoje são 42%.

Lula perdeu capital político em todas as regiões do país, inclusive no Nordeste, onde a avaliação negativa de sua gestão levantou quatro pontos, de 25% para 29% e a positiva caiu de 72% para 68%.

  • Otimismo com a economia cai nove pontos em dois meses, diz Quaest

No Sudeste, Lula caiu de 55% para 49% de aprovação enquanto a retirada subiu de 39% para 45%.

No Sul, foram quase dez pontos (de 59% para 50%) de queda de popularidade e sete a mais na exclusão: 38% para 45%.

No Norte e Centro-Oeste, o petista perdeu dois pontos (de 52% para 50%) de avaliação positiva e ampliou em sete pontos a excluídos (39% para 46%).

  • Brasileiros pessimistas com rumo do país superam otimistas, diz Quaest

O levantamento reuniu 2.000 brasileiros entre os dias 19 e 22 de outubro e a margem de erro é de 2,2 pontos percentuais.

VEJA

Postado em 26 de outubro de 2023

Covid: 76% dos hospitais privados de SP registram aumento de internações

Um levantamento feito pelo Sindicato dos Hospitais, Clínicas e Laboratórios do Estado de São Paulo (SindHosp) mostrou um aumento de internações de pacientes por Covid-19 em 76% dos estabelecimentos privados de saúde. A grande maioria deles afirma, no entanto, que essa alta ficou na casa dos 5%.

Esse mesmo nível de crescimento também foi verificado em leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI), atingindo 92% dos hospitais . Os dados são de 81 estabelecimentos de saúde da capital e do interior do estado, entre os dias 10 e 19 de outubro.

Houve também um crescimento de 84% dos casos suspeitos que chegam aos prontos-socorros. Quando os pacientes são testados, contudo, 68% informam que o aumento de diagnósticos positivos fica entre 11% e 20% no pronto atendimento.

De acordo com dados da Secretaria Estadual da Saúde de São Paulo, 70,8% dos leitos de UTI estão livres no estado. Na região metropolitana, o número cai para 61,9%. Em média, esses pacientes permaneceram internados até quatro dias.

Alerta da Fiocruz

No começo de outubro, o boletim Infogripe, feito pela Fiocruz , já havia alertado para o aumento de casos de Covid-19 no país, especialmente nas regiões Sudeste, Centro-Oeste e Sul. O relatório recentemente dados inseridos no Sistema de Informação de Vigilância Epidemiológica da Gripe (Sivep-Gripe), do Ministério da Saúde, até 9 de outubro.

Os estados que apresentam aumento nas internações pela doença provocada pelo coronavírus e exigem mais atenção são Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, São Paulo e Distrito Federal. Em relação às capitais, Brasília, Rio de Janeiro e São Paulo apresentam crescimento dos casos.

As farmácias também registaram pico. Depois de uma longa estagnação, o percentual de diagnósticos positivos de Covid-19, detectado por testes rápidos, ultrapassou os 30% na primeira semana de outubro, o maior patamar desde janeiro.

Segundo a Abrafarma (Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias), dos 7.061 exames rápidos realizados entre 3 e 9 de outubro, 2.304 tiveram resultado positivo para o coronavírus – pouco mais de 32% dos atendimentos. Ao longo de agosto, o índice médio de exames positivos girou em torno de 13% a 17%, saltando para 27% no fim de setembro.

Variante e vacina

Uma das hipóteses levantadas pelo SindHosp para o aumento das hospitalizações nos estabelecimentos paulistas é a circulação de subvariantes do vírus. Em agosto, uma nova variante Éris foi identificada no Brasil, mais especificamente no estado de São Paulo. O Ministério da Saúde tem frisado a importância de manter a vacina contra a doença em dia, principal estratégia para prevenção.

No estado, praticamente um quarto das pessoas (22,47%) está imunizada com a vacina bivalente. No país, esse percentual é mais baixo, 16,74%, segundo o Ministério da Saúde.

VEJA

Postado em 26 de outubro de 2023

Brasil um dos maiores exportadores de alimento do mundo

O Brasil já é um dos maiores exportadores de alimentos do mundo. Em quantidade, é o primeiro em soja, carne bovina, aves e, mais recentemente, milho — acabou de ultrapassar os Estados Unidos, até então líderes mundiais em vendas desse cereal. Abasteça parte substancial do mercado global de café, açúcar e suco de laranja. Nos próximos 10 anos, o Brasil deverá superar o Canadá e se tornar o terceiro maior exportador de carne suína.

Os números demonstram a força do agronegócio brasileiro. Em 2000, o setor exportava 20 bilhões de dólares. Em 2022, eram 160 bilhões. Os produtos brasileiros chegam a cerca de 150 dos 193 países do planeta. Os analistas defendem ainda um grande potencial de crescimento nas vendas de frutas, hortaliças, oleaginosas, lácteos e pescados.

Uma condição é dada: a população mundial deve passar dos atuais 8 bilhões de habitantes para 8,9 bilhões em 2032 e 9,7 bilhões em 2050, segundo estimativa da Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (Unctad). A explosão populacional ocorrerá principalmente nos países da Ásia — que não são autossuficientes em alimentos e continuarão dependendo das condições.

Em 1980, o que hoje é reconhecido como agronegócio era um horizonte quando o empresário Wilson Ferrarin, então com 39 anos, embarcou em um Fusca no Rio Grande do Sul e se mudou para Mato Grosso. Foi quando comecei a acreditar que o Brasil se tornaria uma potência agrícola. “Não me surpreende ver o Brasil de hoje porque eu sempre acreditei muito”, diz Ferrarin, aos 81 anos. “Muitos brasileiros, como eu, jogaram suas vidas no Cerrado. Comecei com arroz de sequeiro, porque não tinha água.

Era muito difícil naquela época. Abríamos estrada com facão. Hoje ser lavoreiro é um luxo. Tem carro, colheitadeira e trator com ar condicionado e muita oferta de serviços de tecnologia e meteorologia.” O Grupo Ferrarin, que atua com produção, comércio, armazenamento e distribuição de grãos, além da venda de insumos e máquinas e serviços financeiros, fatura 5 bilhões de reais ao ano. Dos 1,3 milhão de toneladas de grãos de soja recebidos nos armazéns da empresa, 65% vão para o mercado externo, principalmente para a China.

A força do agronegócio brasileiro é evidenciada pelo crescimento de gigantes como a JBS, maior produtora e processadora de carne bovina do mundo. De acordo com um levantamento da Fipe, apenas a JBS e as cadeias produtivas ligadas a ela movimentaram, em 2021, o equivalente a 2,1% do PIB brasileiro e desenvolveram para a geração de 2,73% dos empregos do país. A empresa possui unidades em mais de 130 municípios brasileiros e emprega cerca de 145 mil pessoas no país.

O perfil exportador do agronegócio brasileiro está ancorado em uma série de fatores. Os mercados internacionais se abriram a partir dos anos 1990. A população mundial, principalmente na Ásia, entrou em ciclo de crescimento. A renda per capita em países como a China e a Índia aumentou, impulsionando a demanda por alimentos. E, definitivamente, nos últimos 20 anos, a China tem sustentado o comércio internacional de grãos e alimentos. “Esses são os grandes fatores que explicam a potência e a competitividade do agronegócio brasileiro”, diz o consultor Elisio Contini, que foi pesquisador da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) por 45 anos.

Geraldo Barros, coordenador científico do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, da Universidade de São Paulo, lembra que o crescimento focado na industrialização urbana, basicamente entre as décadas de 1930 e 1980, não foi suficiente
para criar empregos para toda a população que migrou do campo para as cidades. Nesse período, a indústria ocupou, no máximo, 20% da força de trabalho. Os migrantes do meio rural se empregaram predominantemente no setor de serviços, recebendo variações inferiores aos pagamentos pela indústria.

Levou algum tempo até o setor agropecuário crescer mais do que o industrial. De 1950 a 1980, período marcado pela substituição de importações, a indústria teve uma taxa média anual de crescimento superior à da agropecuária (8,6% a 4,3%). A tendência se inverteu depois de 1981 e se manteve desde então. O processo de desenvolvimento da chamada agricultura tropical,
principalmente para a ocupação da região do Cerrado, veio acompanhado da criação de centros de pesquisa em ciência agrícola. A produtividade depende de um modelo de agricultura adaptado às condições climáticas e ambientais do Brasil. Fundada em 1973, a Embrapa é uma das personagens importantes dessa rede de conhecimento científico, ao desenvolver sentimentos e técnicas adequadas ao manejo do solo brasileiro.

A opinião do pesquisador Pedro Abel, da Superintendência Estratégica da Embrapa, não foi só pela geração de conhecimento e de tecnologia. “O grande papel da Embrapa foi fazer a articulação entre o setor privado e a academia, entre o setor produtivo e a ciência”, afirma. Ele observa que, enquanto a produtividade agrícola cresce à taxa média de 1,5% ao ano nos países de clima temperado, no Brasil cresce 3,5%. “Sem modéstia ou vaidade, nós somos muito bons na agricultura.”

Perspectiva positiva, com desafios
PARA O BRASIL, uma perspectiva continua positiva. O crescimento da produtividade dos principais pontos é uma realidade desde a década de 1970. Elisio Contini acredita que o país pode aumentar ainda mais a eficiência e produzir 500 milhões de insumos iniciados com a pandemia de Covid-19, em março de 2020, e se agravou com a guerra entre a Rússia e a Ucrânia, iniciada em fevereiro de 2022. “As commodities são como vasos comunicantes: o que acontece nos Estados Unidos, na China e no Brasil reverbera para todos os os”, diz Marcos Rubin, fundador da consultoria Veeries , especializada em agronegócio. “Tivemos uma mudança no fornecimento de materiais-primas porque boa parte dos insumos químicos que o Brasil utiliza nos defensivos agrícolas e nos fertilizantes vem da China, um dos países mais afetados pela pandemia, e da Rússia, envolvidos na guerra.

A pressão de custos aconteceu em um momento de preços elevados de commodities agrícolas, como soja e milho, o que ajudou o produtor brasileiro a absorver a alta dos insumos e de toneladas em 20 anos e 800 milhões de toneladas em 30 anos — se a demanda internacional se mantiver em alta. Para alcançar esse potencial, não são poucos os desafios pelo caminho. Geraldo Barros cita alguns: desigualdade e pobreza no Brasil, desmatamento e mudanças climáticas, concentração das exportações em poucos produtos, gargalos na logística, entre outros. Também há influência externa dos países concorrentes, como barreiras tarifárias, à medida que aumenta a participação dos produtos brasileiros no mercado internacional.

Em relação à emergência das mudanças climáticas, o crescimento da produção deverá centrar-se na produtividade, sem ocupação de novas áreas de floresta e com o reaproveitamento de áreas degradadas. Nesse cenário de abundância de alimentos, a distribuição de renda é fundamental para garantir a segurança alimentar e nutricional dos brasileiros.

Os movimentos externos também influenciam o desempenho, uma vez que o Brasil é um grande importador de insumos químicos para a agricultura. Em 2022, por exemplo, os produtores brasileiros gastaram 24,7 bilhões de dólares com a compra de fertilizantes — 9,1% do valor de todas as mercadorias que o país comprou do exterior. Com isso, a safra 2022-2023 foi uma das mais caras para o produtor. A restrição no fluxo de insumos começou com a pandemia de Covid-19, em março de 2020, e se agravou com a guerra entre a Rússia e a Ucrânia, iniciada em fevereiro de 2022. “As commodities são como vasos comunicantes: o que acontece nos Estados Unidos, na China e no Brasil reverberam para todos os cantos”, diz Marcos Rubin, fundador da consultoria Veeries, especializada em agronegócio. “Tivemos uma mudança não fornecida de materiais-primas porque boa parte dos insumos químicos que o Brasil utiliza nos defensivos agrícolas e nos fertilizantes vem da China, um dos países mais afetados pela pandemia, e da Rússia, envolvidos na guerra.”

A pressão de custos ocorreu em um momento de preços elevados de commodities agrícolas, como soja e milho, o que ajudou o produtor brasileiro a absorver a alta dos insumos e ainda manter uma margem de lucro razoável. A partir do primeiro trimestre de 2023, os preços dos insumos caíram, mas a cotação das commodities também. “A safra que passou foi muito cara. A próxima safra será um pouco mais barata, mas houve também uma queda muito grande dos preços das commodities”, diz Rubin.
Esses ciclos são tradicionais no agronegócio. Segundo os consultores, nos últimos 20 anos, os mercados de soja e milho passaram por três momentos de lucros operacionais superiores a 60%. Em cada uma dessas fases, com duração de dois a três anos, aumentou-se a adoção de tecnologia nas propriedades e na capacidade produtiva. Passada a bonança, veio como crises. O setor entrou agora em um desses ciclos de ajuste. As margens de 2021 e 2022 despencaram em 2023, passando de 60% para abaixo de 30%.

“Estamos em uma fase de ajuste de rentabilidade, mas com uma agricultura muito mais resiliente e com o produtor muito mais profissionalizado e preparado para o próximo ciclo, que não se sabe exatamente quando vai ocorrer”, afirma Rubin. Os dados
mostram que, nos últimos dez anos, o Brasil foi responsável por 75% do crescimento das exportações mundiais de soja, milho e trigo. “Quando pensamos nos próximos dez anos, eu diria que a expansão das exportações brasileiras de alimentos será muito semelhante à do passado recente”, diz Rubin. Previsões otimistas, sem dúvida, mas com os pés no chão.

VEJA

Postado em 26 de outubro de 2023

Cláudia Araújo produtora rural do RN foi agraciada com Prêmio Mulheres do Agro em São Paulo

Na tarde desta quarta-feira dia 25 de outubro, Cláudia Araújo, produtora rural do Rio Grande do Norte, foi agraciada com a segunda colocação na categoria Médias Propriedades no renomado Prêmio Mulheres do Agro. Este evento, promovido em São Paulo pela Bayer e a Associação Brasileira de Agronegócio (ABAG), celebra as mulheres que desempenham um papel fundamental no agronegócio do Brasil.

O anúncio da premiação foi um momento emocionante, com vídeos tocantes de seus filhos que capturaram a atenção do público presente. Cláudia Araújo se destacou não apenas por suas conquistas no mundo do queijo, mas também pela comovente história de sua jornada.

A Bayer teve a oportunidade de conhecer de perto a trajetória de Cláudia, e o Sebrae, o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas, foi um parceiro fundamental na apresentação de histórias inspiradoras como a dela. Cláudia agora se une a um seleto grupo de 54 mulheres premiadas em todo o Brasil por essas instituições que valorizam e reconhecem o talento e a dedicação das mulheres no setor do agronegócio. Esta conquista é um testemunho do impacto e da força das mulheres que moldam o futuro do campo brasileiro.

Adeilton Silva – Agro Sertão e Portal Agro Brasil

Postado em 25 de outubro de 2023

TV Tropical se consolida como vice-líder em audiência

A TV Tropical se consolidou como vice-líder de audiência em pesquisa do Kantar/Ibope/Media realizada em Natal, no período de 18 a 24 de setembro. De acordo com os dados, uma emissora genuinamente potiguar ocupa uma vice-liderança na mídia diária.

Na hora do almoço, o Balanço Geral RN é vice-líder absoluto. O programa comandado por Cyro Robson, o Papinha, apresenta crescimento na audiência a cada pesquisa. E o resultado do Ibope reforça essa proximidade do público.

“A TV Tropical investe em um jornalismo de qualidade, exibindo nos seus programas um conteúdo que o telespectador se identifica. Além disso, tem investido também em programas especiais e ações junto à comunidade”, destaca a gerente de jornalismo, Amanda Carvalho.

Para o diretor comercial e de marketing, Raniere Andrade, o resultado da pesquisa deve ser o investimento em pessoal, em tecnologia, manutenção da já consagrada qualidade do jornalismo e da reposição da emissora. “É fato que a TV Tropical tem o maior tempo de apresentadores, tanto em quantidade quanto em popularidade”, afirma.

Para o próximo ano, o planejamento é ainda maior. “Consolidamos a vice-liderança, mas não vamos parar por aqui. Queremos mais. Para 2024, já temos vários projetos na gaveta, que, em breve, vocês conhecerão em suas casas”, completa Andrade.

Atualmente, se tratando do Rio Grande do Norte, uma emissora genuinamente potiguar chega a mais de 150 municípios. Ainda para o ano que vem, já está prevista a continuidade da expansão na cobertura de sinal. “Um conteúdo de qualidade chegando aos mais lares potiguares”, destaca o diretor.

O resultado também reforça a qualidade da programação da Record TV no estado, uma parceria que se estende há anos.

Aniversário da Tropical

No dia 31 de outubro, a TV Tropical comemora 36 anos de história e conexão com os potiguares. Ao longo do mês, a emissora tem ações feitas que destacam uma parceria de sucesso com o povo norte-rio-grandense. O evento de aniversário do Alecrim , no último dia 23, corrobora. Uma multidão tomou conta da Praça Gentil Ferreira e abraçou a equipe da TV Tropical, interagindo e se informando ao vivo.

Portal Tropical

Postado em 25 de outubro de 2023

Programação completa do Currais Rock será divulgada nesta sexta no Halloween da XP Tabuleiria

Nessa sexta-feira (27.10), a XP Tabuleiria irá promover o II Halloween da XP, com concursos de fantasias para crianças, jovens e adultos, além de uma programação musical com Carlos Felipe, guitarrista da Banda Sete de Espadas.

Os concursos de fantasias premiarão as melhores fantasias em três categorias e, após os anúncios dos vencedores, a turma promete muito rock n roll para embalar o restante da noite.

Em uma parceria com a Aljarboua Produções, organizadora do Currais Rock, a noite das bruxas do espaço de jogos de tabuleiro de Currais Novos, vai ser o palco para divulgação da programação completa do Currais Rock 2023.

“Eu sou fã de jogos de tabuleiro, quando Juvane e Ricardo me procuraram com essa proposta da gente integrar o Halloween com a divulgação do Currais Rock 2023, não pensei duas vezes”, comentou o produtor do evento, Fahad Mohammed.

A XP Tabuleiria irá abrir as 17:00 e no mesmo horário começam as inscrições para os concursos de fantasias, a votação das melhores fantasias será feita pelo Instagram @xptabuleiria. O show de Carlos Felipe começa às 22:00, após o anúncio da programação oficial do Currais Rock 2023.

Postado em 25 de outubro de 2023