‘Me incomoda o título de primeira-dama, porque não é isso que me define’, diz ativista Graça Machel, que foi casada com Mandela

Considerada uma das mais importantes ativistas africanas, Graça Machel é muitas em uma só. Foi professora e guerrilheira, quando lutou com a Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo) durante a luta pela independência de Moçambique, onde nasceu, em 1945. Foi também ministra da Educação do governo do presidente Samora Machel, seu então marido, por 14 anos. Após a morte de Machel, em 1986, em um acidente de avião até hoje questionado, continuou a sua atividade política e criou uma organização sem fins lucrativos, a Fundação para o Desenvolvimento da Comunidade. Em 1990, foi nomeada pelo secretário-geral da ONU como especialista independente para avaliar o impacto dos conflitos armados nas crianças. Seu relatório, o Relatório Machel, estabeleceu uma agenda nova e inovadora para a proteção de crianças envolvidas em guerras, mudando a política e a prática de governos, das agências da ONU e da sociedade civil internacional.
Em 1998, aos 53 anos, casou-se com Nelson Mandela, o primeiro presidente negro da África do Sul, símbolo da luta contra o apartheid — título pelo qual é lembrada até hoje. Defensora da valorização das comunidades, em 2010 fundou ainda a Graça Machel Trust, ONG que auxilia mulheres empreendedoras no continente africano. E, desde 2018 , também é vice-presidente do The Elders, grupo que reúne grandes líderes globais, ao lado do ex-secretário-geral da ONU Ban Ki Moon.

Prestes a completar 78 anos, Graça Machel continua sendo muitas. Em entrevista exclusiva ao GLOBO durante sua participação no Rio Innovation Week, quando foi aplaudida de pé, Machel falou sobre os atuais desafios de seu ativismo na luta pela igualdade de gênero, sobre racismo no Brasil e sobre o título de primeira-dama de Moçambique e da África do Sul. “Sou ativista e é assim como eu sou conhecida, não só nesses dois países, mas no mundo”. Ela também celebrou o Prêmio Nobel da Paz concedido à ativista iraniana Narges Mohammadi no mês passado: “Ela está fisicamente presa, mas é uma mulher livre, que não cabe nas paredes da cela onde está.

Como o papel das mulheres na luta armada na Frelimo influenciou sua perspectiva sobre os direitos das mulheres?

Um dos grandes segredos do sucesso da Frelimo na luta pela independência foi ter compreendido muito cedo que as mulheres tinham que estar presentes em todas as frentes, incluindo a frente de luta armada. Que as mulheres não deviam estar presentes apenas para apoiar, mas que tinham que estar no treinamento, no combate, na educação, na administração. As mulheres foram integradas em todos os setores e isso sacudiu o meu entendimento sobre a igualdade de gênero. A igualdade não é uma teoria, é preciso colocá-la em prática. E a Frelimo ensinou a nós, mulheres, a assumirmos as nossas responsabilidades em todas as experiências, e por isso aprendemos a ser iguais.

Quais foram os desafios e as pressões que a senhora enfrentou como mulher do presidente Samora Machel e como isso influenciou suas próprias visões de mundo?

O primeiro desafio foi ter sido ministra da Educação aos 28, quase 29 anos, sem nenhuma experiência de liderança. Para mim foi um choque, mas também foi a expressão de um voto de confiança nas minhas potencialidades. O segundo aspecto é que eu era a única mulher no Conselho de Ministros e o presidente desse conselho era meu marido. Então eu tinha que me posicionar como uma entre todos eles, mas ao mesmo tempo ter consciência de que precisava manter a distância e nunca olhar para o presidente Samora como meu marido, mas sim como chefe do meu governo.

E sendo a única mulher no governo, eu sabia que todas as mulheres moçambicanas iriam ser julgadas através da minha performance. Se eu fizesse um bom trabalho toda a sociedade acreditaria nas mulheres; se eu não fizesse, toda sociedade diria: ‘demos uma oportunidade às mulheres e elas não aproveitaram’. Foi uma experiência muito desafiadora do ponto de vista pessoal. E, olhando para trás, considero que consegui resultados positivos porque me cerquei de pessoas que tinham mais conhecimento do que eu, que tinham mais experiência, e trabalhamos coletivamente. Isso me enriqueceu e me ensinou a liderar equipes. Tivemos alguns dos resultados que são considerados ainda hoje como os melhores do primeiro governo do país.

A senhora é a única mulher que foi primeira-dama duas vezes no mundo. Como essa experiência influenciou seu ativismo? Esse título lhe incomoda?

Definitivamente me incomoda, porque não é isso que me define. E a Graça que eu sou não é aquela que foi a primeira-dama. Em Moçambique, na verdade não trabalhei como primeira-dama, mas como ministra da Educação. Quando eu deixei o governo, as pessoas continuaram a me tratar como ministra, nunca como primeira-dama. Foi a minha presença no governo que me definiu como pessoa e não o meu casamento. Em relação à África do Sul, me casei com Mandela pouco tempo antes de ele deixar de ser presidente, portanto não quis me envolver a fundo nas questões como primeira-dama. Eu já tinha uma longa carreira como ativista social, já tinha até trabalhado para as Nações Unidas. Tinha o meu próprio trabalho e meu espaço muito bem consolidados e me mantive ali. Os sul-africanos me tratam como mãe, não como primeira-dama. Porque foi isso mesmo que eu fui: continuei trabalhando com mulheres, jovens e crianças. Sou ativista e é assim como eu sou conhecida, não só nesses dois países, mas no mundo.

Narges Mohammadi, ativista da luta por direitos da mulher no Irã, ganhou o Prêmio Nobel da Paz. Qual a importância desse prêmio na luta pelos direitos das mulheres?

Estou empolgada e orgulhosa pelo reconhecimento que está sendo dada a ela. Sua história e sua participação na luta por direitos humanos não têm paralelo. Poucas pessoas passaram pela confrontação e ao mesmo tempo persistiram, não se vergaram. Ela hoje está na prisão, mas é naturalmente um dos espíritos mais livres que existem. Está fisicamente presa, mas é uma mulher livre, que não cabe nas paredes da cela onde está. Por isso, todas nós mulheres e homens progressistas do mundo celebramos esse prêmio como a vitória da coragem, da determinação e da persistência.

Promessa de campanha, o presidente Lula costuma dizer que a retomada das relações entre Brasil e o continente africano é “uma reparação histórica, uma obrigação humanitária”. Como a senhora vê a responsabilidade do Brasil nesse sentido?

Lula está sendo muito verdadeiro com a sociedade brasileira, em primeiro lugar. Se este país tem quase 56% da população com sangue preto, porque são pretos ou pardos, Lula tem obrigatoriamente que reconhecer que há uma ligação, que não é apenas histórica mas de sangue, com a África. O fato de Lula tomar iniciativas arrojadas para se reconectar com a África é um reconhecimento de que há uma relação de um passado comum, que só vai nos enriquecer se continuamos trabalhando juntos agora, no presente e no futuro. Esse é o primeiro aspecto. Em segundo lugar, o Brasil está entre as dez economias mais poderosas no mundo. Portanto tem um papel no contexto global, de relevo. E olhando para o futuro da família humana hoje só faz sentido o Brasil se conectar, por exemplo, à Ásia e à África porque esses são os continentes do futuro. E o futuro do Brasil tem que estar onde estão as maiores oportunidades de um futuro comum. É por isso que ele está estreitando as relações dentro dos Brics, mas particularmente dando uma importância à África. Ele está mostrando um comprometimento com o futuro, onde esse futuro reside. E está sendo um bom presidente para os africanos.

O Brasil é o país que mais recebeu escravizados no mundo, e hoje ainda lida de maneira incipiente com o seu racismo. O que ainda precisa ser feito?

Sei que aumentou o número de pessoas negras neste governo, e foi criado o Ministério da Igualdade Racial. Essas ações deliberadas que instituem e institucionalizam mudanças na sociedade são extremamente importantes e vão fazer a mudança. É verdade que essa mudança ainda é incipiente, porque está sendo feita só agora, em 2023, quando deveria ter começado há muito tempo. Mas acredito que são ações pertinentes e estruturantes. O espaço parece estar mais aberto do que nunca, e nós como cidadãos devemos aplaudir essas ações mas também devemos dizer que é preciso fazer mais, porque é possível fazer mais.

Nós temos que ajudar a traçar uma agenda, que não é do governo, mas tem que ser da sociedade. Principalmente porque sabemos que no Congresso essas mudanças estão sendo combatidas porque nem todos acreditam na igualdade racial e das mulheres, e vão fazer tudo para frustrar as iniciativas do governo. Por isso, só poderemos fazer mais com um total apoio da sociedade, da imprensa. Vocês têm que ter uma agenda clara também. Como vocês promovem a igualdade das mulheres e racial? Como os preconceitos são combatidos hoje? Vocês, como imprensa, têm um privilégio porque entram nas casas de todos. Todos nós temos responsabilidades, intelectuais, organizações da sociedade civil, do setor privado. Cada um de nós tem que ter a sua forma de contribuir e eu acredito que, em quatro anos, o Brasil pode mudar muito.

O GLOBO

Postado em 27 de novembro de 2023

Saúde faz alerta para ressurgimento da dengue tipo 3

Um estudo da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), divulgado em maio deste ano, já mostrava o ressurgimento desse sorotipo da dengue e, na última semana, foram confirmados quatro casos na cidade de Votuporanga, no interior paulista.

O primeiro caso, detectado em uma mulher de 34 anos, chamou a atenção por causa da intensidade dos sintomas clássicos da doença, como febre, vômito, dor e manchas vermelhas pelo corpo, além de sangramento nasal e pela urina.

Segundo a Secretaria Municipal de Saúde de Votuporanga, sete casos foram considerados suspeitos. O resultado das amostras colhidas indicou que, dos sete, três eram do tipo 3 da dengue, sendo todos do sexo feminino, com 5, 31 e 46 anos. Todos os casos ocorreram na mesma região, em um bairro da zona sul da cidade. Os quatro pacientes estão em casa e passam bem.

TERRA

Postado em 27 de novembro de 2023

Na reta final de 2023, economia brasileira dá sinais de perda de fôlego

rebaixamentos nos últimos anos, o time dominou o Campeonato Brasileiro de futebol com um desempenho avassalador. A certa altura, a distância para o segundo colocado chegou a ser de (quase) inalcançáveis 13 pontos. Parecia questão de tempo: o clube voltaria a ganhar um título nacional após 28 anos. O ímpeto, contudo, minguou nas últimas rodadas e a conquista, que parecia assegurada, agora está sob ameaça de outros postulantes. Essa comparação futebolística, tão ao gosto do presidente Lula, infelizmente se assemelha à da economia brasileira em 2023. No início do ano, ninguém diria que o Botafogo seria capaz de disputar o troféu nacional, já que o desempenho nos anos recentes era medíocre. Da mesma forma, parecia improvável que a economia cresceria acima de 1% diante das desconfianças que pairavam sobre o novo governo. Mas o novo arcabouço fiscal foi aprovado, a reforma tributária andou e a supersafra de grãos semeou o avanço do Produto Interno Bruto. As projeções de crescimento melhoraram — apontaram até mais de 3% de expansão. Na reta final, contudo, o Brasil vai chutando bolas para fora e, tal qual o Botafogo, mostra perda de fôlego para entregar o que estava prometido.

Segundo o IBC-Br, indicador que é considerado uma prévia da evolução do PIB, a economia brasileira encolheu 0,06% em setembro comparada a agosto, contrariando as expectativas de crescimento, que eram de pelo menos 0,2%. Além do arrasto negativo para o quarto trimestre (o que pode resultar até em uma recessão técnica), o número sugere que o avanço da atividade econômica fique mais perto dos 2,5% em 2023. Entre os conservadores, já se fala em variação do PIB de 2%, o que seria uma tremenda decepção diante da aposta do governo de que cresceria 3,2% no ano. Afinal, o que houve? Diversos fatores explicam o movimento. O setor de serviços, antes vigoroso, perdeu força. Impactado pela alta inadimplência e o crédito caro, o consumo não trouxe a pujança esperada. Por sua vez, o agro não foi mais aquela maravilha do início de ano. E, claro, há o temerário quadro de incertezas fiscais, que só traz desconfiança. “As projeções de crescimento foram feitas quando os números superaram as expectativas no primeiro semestre do ano”, disse a VEJA o economista e ex-ministro da Fazenda Marcílio Marques Moreira. “Agora, existe um ajuste na direção da verdade.”

O governo ainda não chegou naquele estágio em que a descrença ameaça frear o “espírito animal” dos empresários, para usar uma expressão consagrada pelo economista e ex-ministro da Fazenda, Delfim Netto, e que traduz o apetite por investimentos do setor produtivo. No mercado financeiro, contudo, há crescente desconforto com os desígnios econômicos do país. Uma nova pesquisa realizada pela Genial/Quaest não deixou dúvidas sobre isso: 77% dos 100 gestores, analistas e profissionais do ramo entrevistados no levantamento consideram a política fiscal inadequada o principal problema econômico do país. Além disso, 55% deles acreditam que a economia brasileira deverá piorar nos próximos doze meses.

Uma parte considerável das preocupações deve ser atribuída à política fiscal. Na quarta-feira 22, o Ministério da Fazenda informou que o déficit primário — ou o rombo das contas públicas, em bom português — em 2023 deverá ser de 177 bilhões de reais. Trata-se de uma piora inequívoca das expectativas. Em setembro, na previsão anterior, o tombo era de 141 bilhões, já elevadíssimo, portanto. Nesse contexto, ninguém mais acredita na realização de déficit zero em 2024, conforme promessa feita pela equipe econômica. A pesquisa da Genial/Quaest traduz tal suspeição – absolutamente todos os pesquisados disseram ser impossível zerar as contas públicas no ano que vem. Como os números não estão fechando, o governo anunciou um bloqueio adicional de 1,1 bi­lhão de reais no orçamento deste ano. Em 2023, o valor total dos bloqueios de despesas chegará a 5 bilhões de reais, com possibilidade nada desprezível de aumentar até 31 de dezembro.

Antes de a realidade se impôr, o presidente Lula e aliados próximos sugeriram revisar a meta fiscal do ano que vem, justamente para ter espaço para novos gastos. Naquele momento, ficou claro para todos que o governo desejava ter licença para gastar, pouco se importando com o equilíbrio das contas públicas. A sinalização de que a administração federal desistiu da meta fiscal foi mal recebida pelo mercado financeiro, por empresários e economistas — e o que se vê agora é a redução das expectativas em relação ao potencial de crescimento do país. Não custa lembrar: o desequilíbrio fiscal afeta a credibilidade do governo e, no final das contas, ameaça o desenvolvimento econômico por disseminar incerteza entre os investidores.

Uma corrente de especialistas também atribuiu a falta de ímpeto do PIB às taxas de juros elevadas. “A política monetária restritiva dificulta o crescimento”, diz Juliana Trece, coordenadora do Monitor do PIB da Fundação Getulio Vargas (FGV). Atualmente, a Selic está em 12,25% ao ano após passar meses em campo ainda mais restritivo — 13,75%. Sim, tal medida é um obstáculo para a expansão, mas é assim que se combate a inflação, um risco que, agora, graças à liderança de Roberto Campos Neto no Banco Central, está sob controle.

Em outubro, o IPCA cresceu 0,24%, ou 4,82% nos últimos doze meses. Como efeito de comparação, em 2022 a inflação oficial do país fechou em 5,78%. “A redução da taxa de juros demora um ano para ter efeito”, diz Carlos Thadeu de Freitas Gomes, ex-diretor do Banco Central. O Brasil, registre-se, lidera o ranking dos juros reais mais altos do mundo, aquele que leva em consideração a taxa nominal e a expectativa de inflação para os próximos doze meses.

Apesar da perda de fôlego, é preciso reconhecer que nem tudo está perdido. Além da queda da inflação, que deverá continuar derrubando os juros, a desvalorização do dólar, cuja cotação caiu 3,5% desde o fim de setembro, ajuda a conter a escalada dos preços. O movimento reflete mais entrada do que saída de moeda estrangeira, dado o excelente desempenho das exportações, que deverão apontar para um saldo positivo recorde na balança comercial deste ano, de 60 bilhões de dólares. Há também a reta final do processo de aprovação da reforma tributária, a perspectiva positiva de nova safra de grãos no ano e os bons índices de emprego. “O mercado de trabalho está robusto”, diz Alexandre Manoel, economista-chefe da AZ Quest e ex-secretário de Planejamento. “Devemos encerrar o ano com uma taxa de desemprego baixa, de 7,5%.” Ainda assim, é fato que estamos distantes de romper o ciclo de mediocridade que vem marcando a trajetória da economia brasileira há anos. Para o Brasil chegar ao lugar que merece, será preciso fazer muito mais.

VEJA

Postado em 27 de novembro de 2023

Pesquisa desfaz a ideia de que, no amor, os opostos se atraem

Vem da mitologia grega a ideia de que uma figura como Eros, rebatizado de Cupido nos tempos romanos, escolhia a esmo pessoas que se encantariam umas pelas outras depois de flechadas por ele, o Deus encarregado do amor e da paixão, que tinha lá seus caprichos. Quando dava na telha, usava sua ferramenta de trabalho para promover combinações que desembocavam em pura desilusão. Estava ali embutido um conceito que viria a ganhar envergadura na era medieval — a do amor romântico, em que uma metade completaria a outra, numa fusão de porções diferentes que formariam um todo harmonioso. A lei da física que trata da atração magnética entre dois corpos eletricamente carregados examinou o tópico sob outra lupa — segundo ela, a força que aproxima dois objetos é sempre mais intensa quando eles contêm cargas opostas. Nos anos de 1950, o sociólogo americano Robert Winch enlaçou o raciocínio em um enunciado repisado até os dias de hoje: “Os opostos se atraem”, cravou em artigo publicado na American Sociological Review.

Agora, esse caldo feito de tão variadas leituras ganha nova luz depois de uma vasta pesquisa conduzida por psicólogos da Universidade do Colorado, recém-publicada no respeitado periódico Nature Human Behavior. Em uma ambiciosa empreitada, em que os especialistas aplicaram um mesmo formulário a 80 000 pessoas mundo afora, Brasil incluído, chegou-­se a uma constatação que derruba o velho ditado: 89% dos entrevistados, engatados em relacionamentos sérios e felizes, segundo afirmavam, mantinham muito mais similaridades do que diferenças com seus parceiros.

Foram examinados ao todo mais de uma centena de itens — de hábitos a crenças religiosas, de escolaridade a personalidade e valores, abrangendo a postura frente à vida. Em geral, os que eram mais abertos ao novo, por exemplo, mantinham em dupla a curiosidade que os levava a percorrer inúmeras trilhas juntos. “Descobrimos que as pessoas vão ativamente atrás de quem compartilha semelhanças com elas, uma procura que é facilitada pelo fato de, não raro, estarem inseridos no mesmo contexto social”, disse a VEJA o americano Jared Balbona, um dos autores do estudo.

Um mergulho às raízes da psicanálise mostra que o primeiríssimo exemplo de afeto e amor vem de casa e se reflete em graus distintos ao longo da existência. “A forma como a criança é cuidada e a dinâmica dos elos estabelecidos pelos pais ficam marcados no inconsciente, sem que ele perceba, e influencia suas escolhas amorosas na idade adulta”, afirma a doutora em psicanálise Ana Suy, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro. De acordo com o próprio Sigmund Freud (1856-1939), que fincou os pilares da teoria, o amor contém uma camada de narcisismo, uma vez que os enamorados sempre veem um pouco de si mesmos em seus pares. “Não escolhemos os outros ao acaso, mas encontramos aqueles que já existem em nosso inconsciente”, escreveu o pai da psicanálise.

O estudo americano atiça um debate que, como outros que mexem com a condição humana, revela variadas nuan­ces. Ele sustenta que semelhanças, sobretudo no campo dos valores — visão de família, ética de trabalho, relação com dinheiro —, ajudam a firmar laços sólidos. Mas as inevitáveis diferenças que se pronunciam no dia a dia também contêm uma riqueza que engrandece o convívio e são, portanto, desejáveis. “Ser igual em tudo pode quebrar o encanto”, resume Ana Suy. Existe, no entanto, um limite para o fosso que às vezes separa um casal. “Conflitos são naturais, porém, quando as diferenças são tantas e é preciso negociar sobre absolutamente tudo, a situação acaba se tornando insustentável”, lembra a psicóloga Marta Souza, terapeuta de casais. Os estudantes de jornalismo Kezya Paiva e João Pedro Sabadini (ambos de 22, começando aí as similaridades) se conheceram na faculdade e contam que tiveram uma criação parecida, no interior, o que acabou por aproximá-los. “Nossas origens ajudam a explicar nossa forma de pensar em várias áreas”, avalia João Pedro.

A neurociência também se deteve sobre a lógica da atração humana, examinando o que se passa no cérebro quando dá o match, aquele clique que une duas pessoas. Já é bem sabido que a conexão não é produto de uma química aleatória: a efervescência observada na mente é fruto da identificação de qualidades mapeadas no outro que despertam sensação de familiaridade. A paixão, o amor — esses são sentimentos que logo põem em marcha os neurônios que atuam no chamado sistema de recompensa, regulado principalmente pela dopamina, que proporciona prazer. “Quando esbarramos com alguém que apresenta muito em comum conosco, os disparos neste sistema são ainda mais intensos”, esclarece o neurologista Ricardo Afonso, diretor do Instituto do Cérebro de Brasília.

Uma pesquisa realizada pela Universidade de Boston rastreou um mecanismo adicional no elétrico circuito dos encontros. “Ao estar frente a frente com um indivíduo que dê sinais de cultivar gostos parecidos, a tendência é logo achar que ele compartilha uma visão de mundo igual à sua, tomando a parte pelo todo”, alerta o psicólogo Charles Chu, autor da investigação, que serve de ponderação: só mesmo o convívio vai indicar se o par, na alegria ou na aridez do cotidiano, nutre mesmo tantas afinidades essenciais à longevidade da parceria.

Muitas vezes, hobbies e hábitos que satisfazem a ambos são descobertos e alimentados na convivência, como ocorreu com o casal de farmacêuticos Cleide e Paulo Freitas, 55 e 60 anos, respectivamente, já com três décadas de estrada. De cara, tiveram diante de si pelo menos um indício de que algo os unia: devoradores de livros, ambos liam Anna Kariênina, de Tolstói, num retiro de Carnaval. “A conexão foi instantânea”, diz Cleide, que, com o marido, sedimentou novos gostos com o tempo. Evidentemente que o mundo dos afetos não é regido por fórmulas matemáticas e nele cabe de tudo, inclusive a atração dos opostos. O que importa, lembram os especialistas, é que a relação se desenrole sobre bases saudáveis, em que a solidão — um mal da civilização moderna que a Organização Mundial da Saúde acaba de classificar como epidemia (leia abaixo) — saia verdadeiramente de cena.

Só, e bem acompanhado

Se você se sente solitário, não está sozinho. Este é um mal que vem acometendo a civilização em escala planetária — de acordo com uma recente pesquisa do Instituto Meta Gallup, que investigou 142 países, um de cada quatro adultos revela solidão em graus de moderado a elevado. O sinal de alerta acaba de ser aceso pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que classificou o problema como prioridade de saúde global e anunciou a criação de uma comissão com o objetivo de travar um duelo contra esta “ameaça urgente” que se apresenta na forma de “epidemia”. A ideia é traçar estratégias para ajudar os indivíduos a aprofundarem os laços sociais e partirem rumo a novas conexões, algo que a roda da sociedade moderna — acelerada e atada ao universo das redes — compromete em alto grau. “Diante das consequências sociais e à saúde provocadas pela solidão, temos a obrigação de investir com o mesmo vigor em seu combate que dedicamos ao uso de tabaco, à obesidade e à dependência ligada a vícios variados”, enfatiza o médico Vivek Murthy, integrante da comissão da OMS e porta-voz do governo americano para assuntos de saúde.

A ciência já se encarregou de mapear os males provocados pela sensação de isolamento, quando se olha em volta sem encontrar um ouvido com quem compartilhar os altos e baixos da existência. O solitário, segundo estudos, tem maior propensão a registrar disfunções no sistema imunológico e cardiovasculares, como hipertensão, e seu risco de acidente vascular cerebral sobe 30%. No terreno dos hábitos, quem se vê só tende a alimentar uma rotina menos saudável, com índices de consumo de álcool e sedentarismo acima da média. Uma pesquisa da própria OMS, que pesou o quanto todos esses fatores prejudicam o bem-estar, chegou à conclusão preocupante: os malefícios da solidão correspondem ao consumo diário de quinze cigarros.

Existe um termômetro que ajuda a dar a medida da solidão, mesmo sendo tão subjetiva. “Ela pode ser entendida de forma simples, como a diferença entre o número e a qualidade dos relacionamentos que alguém almeja e os que realmente tem”, explica a psicóloga Olivia Remes, especialista em saúde mental da Universidade de Cambridge, na Inglaterra. O ponto central não é exibir uma rede de 1 000 amigos nem tampouco estar envolvido em um relacionamento de pouca troca e significado. “Há muita gente por aí sozinha no meio da multidão”, resume. Vale ainda um lembrete do psicanalista francês Jacques Lacan (1906-1981): a trilha antissolidão não passa necessariamente pelo elo com o mundo exterior, mas pela busca do que desperta “o imaginário e o simbólico”, encontrando interesses genuínos e renovadores do espírito. É quando a pessoa está sozinha, sim, mas muito bem acompanhada.

VEJA

Postado em 27 de novembro de 2023

“Agressor, covarde, canalha”, dispara Ana Hickmann sobre o marido

Ana Hickmann falou pela primeira vez sobre a violência doméstica que sofreu do marido, Alexandre Correa, em entrevista ao Domingo Espetacular. A íntegra da conversa vai ao ar neste domingo (26/11), na Record TV.
Em um novo trecho divulgado previamente pelo programa, Ana Hickmann chama o empresário de agressor, covarde e canalha.

“Eu tô falando da figura de um agressor, de um covarde, de um canalha que acha que tem poder e domínio sobre os outros”, disparou, ao conversar com Carolina Ferraz.
Em outro momento, ela comenta sobre as dívidas em seu nome. “Eu nunca devi nada pra ninguém e agora eu tô devendo pra banco?”, questionou a apresentadora.

Emocionada, Ana Hickmann revela: “Fui machucada durante muito tempo”
Em uma outra chamada da entrevista, divulgada pela emissora, Ana Hickmann desabafou sobre as agressões. “Sou eu que estou aqui machucada e fui machucada durante muito tempo”, declarou, emocionada.

Ainda na entrevista, Ana reafirmou a tentativa de cabeçada de Alexandre. “Ele veio sim pra me dar uma cabeçada”, afirmou. “Comecei a gritar mesmo, porque ele não me soltava. Eu fiquei com medo dele.”

O caso Ana Hickmann
Ana Hickmann denunciou Alexandre Correa por violência doméstica após ser agredida durante discussão na residência em que o casal morava, em Itu, interior de São Paulo. A artista buscou atendimento médico no Hospital São Camilo após o episódio e foi diagnostica com lesão no cotovelo esquerdo.

No documento, ela relatou que as agressões começaram na frente do filho do casal, Alezinho, de 10 anos. Alexandre teria começado uma discussão na presença do menino, que ficou assustado com os ânimos dos pais e pediu que ambos parassem de brigar. Como o conflito seguiu, Alezinho saiu correndo no momento em que Correa pressionou Ana contra a parede, ameaçando desferir uma cabeçada contra ela.

Em seguida, Hickmann conseguiu afastar Correa e, ao tentar pegar o celular, que estava em uma área externa da casa, foi surpreendia após ele fechar repentinamente uma porta de correr, ato que pressionou o braço esquerdo da apresentadora. Funcionários da casa também estavam com Ana Hickmann no momento em que a confusão começou. Um deles se apresentou como testemunha e foi citado na delação da artista contra o esposo. Alexandre já tinha saído quando a diligência chegou ao local.

Metropoles

Postado em 27 de novembro de 2023

Bolsonaristas fazem protesto em SP pela morte de réu do 8/1

Manifestantes participam de um ato neste domingo (26), em frente ao Masp, em São Paulo, para homenagear Cleriston Pereira da Cunha. Ele era réu no Supremo Tribunal Federal (STF) por participar dos atos de 8 de Janeiro.
Cleriston morreu no último dia 20, no Complexo Penitenciário da Papuda, no Distrito Federal. A causa da morte foi de mal súbito. Ele estava preso há 80 dias, e a Procuradoria-Geral da República (PGR) já havia se manifestado a favor da soltura por conta do estado de saúde do réu.

O protesto foi convocado pelo pastor Sílas Malafaia e contou com a participação de Carla Zambelli (PL-SP), Ricardo Salles (PL-SP), Bia Kicis (PL-DF), Nikolas Ferreira (PL-MG), entre outros.

Personalidades políticas da direita e representantes religiosos fizeram críticas ao presidente Lula e ao ministro do STF, Alexandre de Moraes, relator dos casos relacionados ao 8 de Janeiro.

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) não compareceu à manifestação.

A Polícia Militar informou à CNN que a manifestação iniciou às 10h10 na Avenida do Estado e se deslocou para a região da Avenida Paulista.

Em nota, a Secretária de Segurança Pública (SSP), falou que a PM iria, “acompanhar a manifestação a fim de garantir o direito constitucional e evitar quebra da ordem”.

A PM não divulgou o número oficial de manifestantes.

CNN

Postado em 27 de novembro de 2023

Entrada de turistas no Brasil alcança patamar semelhante ao período pré-pandemia

O Brasil recebeu 410 mil turistas internacionais em outubro. O número se equipara ao período que antecedeu a pandemia de Covid-19, quando, em outubro de 2019, 413 mil estrangeiros entraram no país.
Se comparado ao período de janeiro a outubro de 2022, a entrada de estrangeiros foi 74% maior em 2023, registrando 4,78 milhões de visitantes de outros países.

De acordo com o presidente da Embratur, Marcelo Freixo, a perspectiva é de que esse número se aproxime dos 6 milhões até o fim do ano.

“A gente está em um momento muito positivo no setor do turismo. Certamente, vamos nos aproximar dos patamares históricos de pré-pandemia. Em relação a rendimentos, nós vamos terminar o ano provavelmente com um recorde histórico. De janeiro a setembro deste ano, os turistas internacionais injetaram mais de R$ 24,6 bilhões na nossa economia. Esses números só comprovam o potencial do turismo”, afirma.

O ministro do Turismo, Celso Sabino, ressalta que as ações implantadas pelo governo estão atraindo mais estrangeiros.

“Claramente temos melhoria no ambiente econômico, com alta na previsão do PIB e redução de juros; no social, com a garantia de direitos, como o bolsa família, e no compromisso com a sustentabilidade e meio-ambiente. Isso tudo impacta na imagem do Brasil lá fora. Temos muito a oferecer e o mundo está acordando para isso”, comemora.

Entre os principais visitantes estrangeiros que estiveram no Brasil em 2023 estão os argentinos, com 1,51 milhão; os americanos vêm em seguida, com pouco mais de 483 mil visitantes; seguidos pelos chilenos e paraguaios, ambos com pouco mais de 311 mil turistas.

CNN

Postado em 27 de novembro de 2023

Criança é deixada sozinha em carro enquanto pais passam a noite em bar

São Paulo — Uma criança de dois anos foi encontrada por policiais militares trancada dentro de um carro estacionado em Embu das Artes, na região metropolitana de São Paulo, na madrugada de quinta-feira (23/11). Os pais foram localizados em um bar das proximidades e levados à delegacia.
A Polícia Militar informou que o carro em que estava o menino foi encontrado na Estrada de Constantinopla, no Jardim Marina, entre Embu das Artes e Taboão da Serra. O veículo estava com os vidros fechados e a criança estava dormindo.

Segundo a Secretaria da Segurança Pública (SSP), os policiais abriram o carro e retiraram o menino. Em seguida, encontraram os pais da criança, uma mulher de 18 anos e um homem de 25, em um bar e tabacaria das redondezas.

O casal estaria separado. Segundo a polícia, o pai trabalha no local e disse não saber que o filho estava dormindo no carro. Já a mãe disse aos policiais que a criança estava no veículo pois não tinha com quem deixá-la e queria “curtir a noite”

De acordo com a SSP, os pais foram levados para a delegacia e o Conselho Tutelar foi acionado. O caso foi registrado como abandono de incapaz na Delegacia de Polícia de Embu das Artes. A criança ficou aos cuidados da avó paterna.
Metrópoles

Postado em 27 de novembro de 2023

Milei envia carta a Lula e convida para a posse: “Construção de laços”

O presidente eleito da Argentina, Javier Milei, enviou uma carta para Luiz Inácio Lula da Silva, convidando o colega brasileiro para a sua posse. No documento, ele também deseja que o tempo em comum de ambos como presidentes seja de “construção de laços”
A CNN teve acesso à carta que foi entregue hoje pela futura chanceler argentina, Diana Mondino, ao ministro de Relações Exteriores, Mauro Vieira em visita surpresa.
“Estimado presidente, te faço chegar a presente mensagem, portador de meus cordiais cumprimentos, para transmitir o convite que me acompanhe, no próximo dia 10 de dezembro, nos atos que aqui terão lugar por motivo de minha ascensão ao mandato presidencial”, diz o documento.

“Sei que o senhor conhece e valoriza cabalmente o que significa esse momento de transição para a memória histórica da Argentina, seu povo, e naturalmente, para mim e minha equipe”, continua a carta.

Ao final, Milei deseja que seu tempo em comum com Lula como presidentes “seja frutífero e de construção de laços”, diz que espera encontrar o presidente brasileiro “em breve” e que envia seus cumprimentos “com estima e respeito”.

Segundo apurou a CNN, é pouco provável que Lula vá na posse, mas um telefonema para Milei está sendo avaliado depois da visita da futura chanceler e da chegada dessa carta.

Milei falou pessoalmente com o ex-presidente Jair Bolsonaro por telefone e o convidou para a posse, o que provocou mal-estar no Planalto. Bolsonaro prepara uma comitiva para a posse do presidente argentino, acompanhado de governadores e parlamentares.

Leia a carta enviada para Lula na íntegra:

CNN

Postado em 27 de novembro de 2023

Antes dada como morta e agora viva em Gaza: pai de refém se apega à esperança de reencontrar filha

Tom Hand passou de “aliviado” por imaginar que sua filha Emily tinha morrido rapidamente depois que ela desapareceu durante o ataque de 7 de outubro por homens armados do Hamas ao sul de Israel para pensamentos angustiantes sobre ela passar seu nono aniversário como refém em um túnel em Gaza.
Emily estava dormindo na casa de uma amiga em Be’eri, um dos kibutzim ao redor da Faixa de Gaza que foram alvos do Hamas em um ataque que começou no início da manhã e terminou horas depois, com 1.200 pessoas mortas e cerca de 240 feitas reféns, segundo a contagem de Israel — no dia mais mortal dos seus 75 anos de história.

“Chegaram informações não oficiais de que ela foi encontrada morta no kibutz”, disse Hand, que agora vive em um hotel no Mar Morto com outras pessoas retiradas de Be’eri. “Fiquei aliviado. Fiquei aliviado por ela estar morta e tudo ter acabado, teria sido bem rápido.”

Mais de 100 pessoas foram mortas em Be’eri em mais de 24 horas. Muitos foram baleados com suas famílias ou encontrados mortos com as mãos amarradas. Equipes de resgate disseram que alguns foram queimados vivos. Hand estava em casa, e os homens armados nunca chegaram à sua casa.

“Você tenta imaginar o melhor, você sabe. Você espera que tenha sido rápido”, disse Hand. “Pensamento louco para um pai dizer, mas, sim, foi um alívio pensar que ela não estava em Gaza.”

Imigrante irlandês de 64 anos que veio para Be’eri em 1992 como um voluntário de 32 anos, Hand trabalhou como impressor no kibutz, onde conheceu a mãe de Emily, Liat.

Liat morreu quando Emily tinha apenas 2 anos e meio de idade, mas a família permaneceu no kibutz onde a primeira esposa de Hand, Narkis, também morava. Ela foi morta em 7 de outubro.

Durante semanas, Hand acreditou que Emily também havia morrido no ataque, antes de ser informado pelo Exército que seu corpo não havia sido encontrado. Então ele soube que ela havia sido sequestrada e provavelmente mantida em uma rede de túneis construídos pelo Hamas.

“Então agora eu sei que ela está em Gaza e está viva. Ela vai completar 9 anos nos túneis”, disse ele. “Ela nem saberá que é aniversário dela. Ela não terá ideia de noite, dia ou hora.”

“Não haverá festa de aniversário, nem bolo de aniversário, nem amigos por perto. Mas você sabe, sim. Agora esperamos, agora oramos.”

Desde o ataque de 7 de outubro, Israel tem atacado a Faixa de Gaza em uma campanha de bombardeios, que as autoridades de Gaza dizem ter matado mais de 11.000 pessoas, e uma operação terrestre para destruir o Hamas. O governo e as forças militares prometeram trazer de volta o maior número possível de reféns.

Agora que Hand descobriu que Emily estava viva, ele disse que foi forçado a uma mudança mental completa para pensar: “OK, vamos recuperá-la, vamos recuperá-la. Recuperar todos.”

“Vou me certificar de levá-la ao próximo show da Beyoncé. Levá-la para a Disney World, vou gastar todo o meu dinheiro, cada centavo que tenho para dar a ela diversão para compensar tudo o que ela perdeu e tudo o que ela está passando”, disse ele, lutando contra as lágrimas. “Vou dar o mundo a ela.”

CNN

Postado em 27 de novembro de 2023

Vulcão Etna cospe lava no céu noturno da Itália

Imagens da agência Reuters capturaram o momento em que a lava quente desceu das encostas cobertas de neve do Monte Etna, vulcão localizado na Sicília, entre as províncias de Messina e Catânia, na noite de sexta-feira (24).
O fluxo de lava intenso vindo de uma cratera sudeste do vulcão mais alto e ativo da Europa, iluminou o céu noturno no horizonte da região.

O Instituto Nacional de Geofísica e Vulcanologia do Observatório do Etna emitiu um alerta de voo, informou a agência de notícias italiana Ansa, acrescentando que o Aeroporto Internacional Vincenzo Bellini, em Catânia, não foi afetado pela atividade vulcânica.

CNN

Postado em 27 de novembro de 2023

‘Seria uma honra se Lula estivesse na posse de Milei’, diz futura chanceler argentina ao GLOBO

Em seu encontro de cerca de três horas com o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, neste domingo, em Brasília, a chanceler do futuro Gabinete argentino, Diana Mondino, entregou uma carta do presidente eleito Javier Milei ao brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva, na qual o argentino diz que os dois países são amigos, irmãos e estarão sempre juntos. No texto, confirmou Mondino em entrevista exclusiva ao GLOBO, Milei convida informalmente — já que convite formal deve ser enviado pela chancelaria argentina — Lula para ir à sua posse, em 10 de dezembro.

— Para nós seria um prazer e uma honra contar com a presença do presidente brasileiro. Os convites formais serão enviados pelo atual governo entre segunda e terça — confirmou a futura chanceler.

Mondino queixou-se pelo que chamou de “circo” sobre o que ela considera supostas opiniões negativas de Milei sobre Lula e sobre o Brasil. Segundo a futura chanceler argentina, “Milei nunca disse nada do que disseram que ele disse”.

— Perdi muito tempo explicando que não era nada do que diziam, que o Brasil é o principal sócio da Argentina e que não vamos romper nada, armaram um circo — afirmou.

Durante a campanha eleitoral, quando foi perguntado pelo Brasil, o presidente eleito respondeu, em algumas oportunidades, que não se relacionaria com governos comunistas. A reposta de Milei foi sempre a mesma: a relação poderá ser entre empresas, mas não entre Estados. A mesma posição era levantada quando a pergunta era sobre China. No entanto, após vencer as eleições com mais de 55% dos votos, o presidente eleito buscou aproximar dos dois países.

— Criaram uma imagem errada, se você revisar as declarações de Milei verá que ele nunca disse nada agressivo [sobre Lula ou o Brasil]. Milei será um grande presidente da Argentina — assegurou Mondino. — Milei nunca foi o monstro que inventaram.

Também participaram do encontro em Brasília o embaixador da Argentina no Brasil, Daniel Scioli, e do Brasil em Buenos Aires, Julio Bitelli. A futura chanceler confirmou que, “como todos os argentinos que estão fazendo um bom trabalho” no exterior, Scioli foi convidado pelo governo eleito para continuar no posto.

No caso de Lula, houve uma entrevista que gerou bastante polêmica, concedida por Milei ao entrevistador peruano Jaime Bayly. Na conversa, o presidente eleito argentino volta a chamar Lula de comunista, e diante de uma pergunta de Bayly sobre a prisão do presidente brasileiro, o então candidato concorda quando o jornalista peruano afirma que Lula é “um grande corrupto”, e acrescenta: “Obvio, por isso esteve preso”.

O encontro de Mondino com o chanceler brasileiro foi longo, e terminou com um almoço no Itamaraty. A agenda de temas, acrescentou a argentina, inclui o acordo entre Mercosul e União Europeia, que está em fase final de negociação, entre outros.

— Demos nosso apoio ao acordo com a UE, sem ressalvas. A troca de presidentes na Argentina não será um impedimento — frisou a futura chanceler do governo Milei, que é economista e sempre trabalhou no setor privado, em bancos, empresas e fundos de investimento.

Mondino e Vieira também conversaram sobre a cooperação entre os dois países em matéria energética, e sobre as negociações do Mercosul com Cingapura e com a Associação Europeia de Livre Comércio (Efta).

O GLOBO

Postado em 27 de novembro de 2023

Pastores ‘progressistas’ avançam nas redes sociais, embora conservadores ainda pautem o debate; confira ranking

A proximidade do público evangélico com as pautas conservadoras continua garantindo a pastores alinhados a Jair Bolsonaro o predomínio nas redes sociais. Passados 11 meses de governo de Luiz Inácio Lula da Lula (PT), no entanto, líderes religiosos afinados à esquerda começaram a ganhar espaços de maior relevância na disputa pelo “púlpito digital”. Segundo um levantamento da Quaest, entre os 12 pastores mais influentes, nove apoiaram Bolsonaro. Mas, pela primeira vez, três nomes que se autointitulam “progressistas” aparecem com maior relevância digital; todos com mais de um milhão de seguidores.
Quem lidera essa vertente é o deputado federal Pastor Henrique Vieira (PSOL-RJ) que, desde que assumiu seu mandato na Câmara, tem se dedicado a repostar suas falas sobre a comunidade evangélica. Em mais de uma ocasião, o parlamentar conseguiu viralizar com essa estratégia.

Em outubro, por exemplo, a Comissão de Previdência, Assistência Social, Infância, Adolescência e Família da Câmara aprovou um projeto de lei que proíbe o casamento homoafetivo. Integrante deste colegiado, o pastor discursou:

— Para a sociedade nós ganhamos essa pauta, ampla mobilidade da sociedade civil, inclusive de religiosos. O que vai ficar registrado aqui é que um grupo extremista, antirrepublicano, se esforça bastante para tirar direitos das pessoas.

Sem cargos políticos, aparecem na lista os pastores Caio Fábio (Igreja Presbiteriana) e o cantor gospel Kleber Lucas (Batista); este cantou na cerimônia da posse de Lula, no dia 1º de janeiro. Outros dois pastores considerados progressistas também foram identificados pela Quaest como influentes: Hermes Fernandes (Reina) e Ariovaldo Ramos (Comunidade Cristã Renovada), com, respectivamente, 205 mil e 122 mil seguidores.

Entre esses quatro líderes, três declararam apoio à campanha do presidente Lula no ano passado. A exceção é Hermes Fernandes que, apesar de defender pautas da esquerda como os direitos LGBTQIAP+ e a descriminalização do aborto, e ser amigo da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, não chegou a citar o então candidato nas suas redes.

No entanto, as bandeiras associadas à plataforma de governo foram o suficiente para que o pastor fosse rotulado como petista e sofresse ameaças, motivo que o levou a deixar o país durante o período eleitoral.

— É o tipo de coisa que temos que estar disposto a enfrentar, o ódio engaja. Como viemos na contramão, falando de amor, de acolhimento, tocando em pautas sensíveis, identitárias, acabam acirrando os ânimos. No início isso me afetava, mas fui criando uma crosta e hoje ser chamado de herege, falso profeta, não me incomoda mais — diz.

Falas conservadoras
Com engajamento em suas redes que muitas vezes ultrapassa um milhão de pessoas, o pastor tem o costume de retrucar falas de líderes conservadores, como Silas Malafaia, da Assembleia de Deus Vitória em Cristo, e André Valadão, da Igreja Lagoinha, ou parlamentares evangélicos, como Nikolas Ferreira (PL-MG).

Em suas postagens, Fernandes divulga o que foi dito por essas personalidades. De acordo com ele, a estratégia consiste em mostrar o “quão ridículo” são esses posicionamentos para que os apoiadores possam “repensá-los”.

Em algumas ocasiões, o líder religioso rebateu, inclusive, esses argumentos no púlpito. Em maio deste ano, o pastor viralizou ao chamar Valadão de “mensageiro do Satanás” durante um culto. Neste mesmo sermão, defendeu o casamento homoafetivo.

Bolsonarismo é maioria
Enquanto as lideranças de esquerda tentam ganhar protagonismo, os pastores ligados a Bolsonaro seguem mobilizando a maior parte do segmento nas redes. Este é o caso de nomes conhecidos das vertentes neopentecostais como Silas Malafaia e o fundador da Igreja Universal do Reino de Deus, Bispo Edir Macedo.

Malafaia afirma que migrou para as redes sociais assim que percebeu o processo de perda de audiência da televisão. Sobre o conteúdo político que publica, incluindo vídeos criticando o Supremo Tribunal Federal (STF) e o presidente Lula, o pastor alega apenas usar o canal para “exercer sua cidadania”:

— Sou um dos pouquíssimos que coloco a cara e falo. Nós, evangélicos, não podemos ser massa de manobra e temos que ter as nossas convicções. Se marxismo vale, a teologia vale muito mais.

Ao contrário dos vídeos de Malafaia, outros pastores influencers apostam conteúdos mais religiosos que, em muitas ocasiões, traz um cunho político “nas entrelinhas”. Deive Leonardo, da Igreja Reviver, soma 35 milhões de seguidores e inclui, entre suas pregações, mensagens de apoio à família, pátria e liberdade.

— Esse campo conservador se articula politicamente desde antes do Bolsonaro. No Lula 1, Macedo, bispo Rodrigues, todos esses atores estavam apoiando o governo. Essa articulação não é nova, mas o que era um campo pragmático se bolsonarizou por uma oportunidade de maior influência — avalia Flávio Conrado, pós-doutor em Antropologia pela Universidade de Montreal e ex-secretário executivo da Aliança de Batistas do Brasil.

Na visão de Conrado, contudo, a maior projeção de pastores de esquerda não tem correlação com o governo, já que passados 11 meses, Lula não fez aceno concreto ao segmento. No início do mandato, havia uma plano de criar uma subsecretaria ligada aos evangélicos, mas ele não vingou.

O GLOBO

Postado em 27 de novembro de 2023

Lula decide indicar Flávio Dino ao STF e Paulo Gonet para a PGR

O presidente Lula (PT) decidiu indicar o ministro da Justiça, Flávio Dino (PSB), para uma cadeira no STF (Supremo Tribunal Federal) e Paulo Gonet para o comando da PGR (Procuradoria Geral da República). O anúncio deve ser feito nesta segunda-feira (27), antes do embarque do petista para Arábia Saudita.

As escolhas foram confirmadas pelo presidente a aliados neste domingo (26). A equipe de Lula calcula que os nomes sejam aprovados no Senado antes do recesso parlamentar, com início em 23 de dezembro.

A decisão foi tomada após uma demora inédita de Lula para indicar os nomes, deixando os cargos vagos por mais de 50 dias.

Dino era considerado favorito ao posto desde outubro, quando Rosa Weber se aposentou do Supremo.

O presidente dizia a aliados que seria interessante indicar alguém da estatura do ministro para fazer um embate político no STF. A avaliação é que, com a bagagem jurídica que tem, Dino é capaz de ser um magistrado influente na corte.

Dino, 55, nasceu em São Luís e foi juiz federal antes de iniciar uma carreira na política. Foi secretário‐geral do CNJ (Conselho Nacional de Justiça), presidente da Associação dos Juízes Federais e assessor da presidência do Supremo Tribunal Federal.

Foi deputado federal, presidiu a Embratur no governo Dilma Rousseff (PT) e governou o Maranhão por dois mandatos (2015-2022). Em 2022, foi eleito senador, cargo do qual se licenciou para comandar o Ministério da Justiça.

Apesar do favoritismo de Dino, alguns aliados de Lula defendiam que ele nomeasse o advogado-geral da União, Jorge Messias, por ser mais próximo do PT.

Pessoas próximas do presidente chegaram a dizer que Dino estava enfraquecido pela postura do Ministério da Justiça em razão das crises de segurança enfrentadas por alguns estados, como Bahia e Rio de Janeiro.

O titular da Justiça também protagonizou diversos embates com parlamentares dentro do Congresso Nacional e nas redes sociais.

O último episódio que rendeu críticas ao ministro foi a revelação de que a esposa de um homem apontado como líder do Comando Vermelho no Amazonas participou de reuniões com integrantes de sua pasta.

Lula e outros aliados, no entanto, fizeram uma defesa enfática de Dino. O presidente afirmou que ele tem sofrido ataques “absurdos” e “artificialmente plantados”.

Apesar dos desgastes, aliados do presidente no Senado acreditam que o ministro não deve ter problemas para obter os votos necessários para aprovação, tanto na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) como no plenário.

Em relação a Gonet, Lula chegou a ouvi-lo em setembro, quando também teve encontro com o subprocurador Antonio Bigonha, que tem apoio massivo no PT e era apontado como principal favorito.

Após as reuniões, porém, o presidente pediu mais sugestões aos auxiliares por não sair decidido das conversas.

Interlocutores de Lula avisaram a Gonet neste domingo que a indicação deve ser anunciada nesta segunda.

A chefia da PGR está ocupada interinamente desde setembro pela subprocuradora-geral Elizeta Ramos, vice-presidente do Conselho Superior do Ministério Público Federal.

O ex-procurador-geral da República Augusto Aras, que ocupou o cargo por dois mandatos, deixou o posto em 26 de setembro. Aras chegou a tentar articular a própria recondução, mas seu passado, atrelado a Jair Bolsonaro (PL), tirou suas chances.

Gonet é apoiado pelos ministros Gilmar Mendes e Alexandre de Moraes, do STF, e consta como um dos favoritos desde o início da disputa pela PGR.

O apoio dos dois integrantes do Supremo, segundo avaliações no Planalto e no Congresso, pavimenta a aprovação do nome de Gonet, apesar dos choques recentes entre o tribunal e o Senado.

As sabatinas e votações de Dino para o STF e de Gonet para a PGR devem movimentar a pauta da Casa nas próximas quatro semanas, antes do recesso parlamentar.

O Senado precisa aprovar também indicações de Lula para o Banco Central, o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) e a Defensoria Pública da União.

Integrantes do governo dizem que há um acordo com a cúpula da CCJ e do Senado para que essas votações se esgotem até o fim do ano.

Gonet, 62 anos, ingressou no MPF (Ministério Público Federal) em 1987. Nos anos 1990, criou com Gilmar o IDP (Instituto Brasileiro de Direito Público). O procurador também foi sócio do escritório de advocacia Sergio Bermudes.

Folha de SP

Postado em 27 de novembro de 2023

Senador Kajuru diz que “jogadores do ABC são piores do que prostitutas”

O senador Jorge Kajuru, de Goiás, se revoltou com a vitória do ABC sobre o Vila Nova, resultado que acabou com o sonho do time goiano de conquistar o acesso à Série A do Campeonato Brasileiro. Em duelo pela última rodada da Série B, o Alvinegro, rebaixado de forma antecipada, venceu por 3 a 2 no Frasqueirão. Kajuru estava em Natal para acompanhar o Vila e publicou vídeo nas redes sociais com um desabafo em que chama os jogadores do ABC de “canalhas” e “bandidos” (veja abaixo).

  • Para mim, os jogadores do ABC de Natal são piores do que prostitutas. Muito piores. As prostitutas são mais éticas do que eles. Eles até agora não jogaram nada, deixaram o ABC rebaixado, desmoralizado no Campeonato Brasileiro. O ABC vai agora para a terceira divisão, de repente vai para a Série D. Tomara que vá para a Série Z. Tô cagando para o ABC de Natal – declarou.

O senador, que é jornalista esportivo, disse ainda que cada jogador do ABC teria recebido R$ 200 mil de “mala branca”, como incentivo para vencer o Vila

  • Tenho 45 anos de carreira no futebol. A maioria da classe é de bandido, é de canalha (…) Vocês (jogadores do ABC) são canalhas, bandidos. Vocês não tiveram dignidade de vestir a camisa do ABC durante o campeonato, rebaixaram o time, e, na última rodada, no último jogo, jogaram como se fosse uma Copa do Mundo porque vocês receberam R$ 200 mil cada um de prêmio para derrotar o Vila Nova e derrotaram. É por isso que tenho nojo do futebol – completou.

Com a vitória do ABC, o Vila ficou com 61 pontos e terminou a Série B na oitava posição. O resultado ajudou o Atlético-GO, rival do Vila, na conquista do acesso à Série A.

Sindicato se manifesta
O Sindicato dos Atletas de Futebol Profissional do Estado do Rio Grande do Norte (Safern) repudiou a declaração do senador Jorge Kajuru, que “difama e injuria todos os jogadores do ABC”.

“Certamente que o senador, em disparate, deve ter confundido sua condição de homem público eleito pelo povo do Estado de Goiás com a sua profissão nata de jornalista, onde a emoção, o equilíbrio precisa ser contido para o bem da informação isenta. Atingir a dignidade das pessoas afronta cláusulas pétreas inseridas na Carta de Outubro, notadamente o art. 5º e suas derivações”, aponta a nota.

“Sabendo disto, cumpre-nos o dever de sugerir ao jornalista que se retrate, publicamente e no mesmo tempo e modo, das gravíssimas acusações proferidas contra os profissionais que defenderam bravamente o centenário clube potiguar”.

A Safern destacou ainda que a manifestação será enviada ao presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco.

GE

Postado em 27 de novembro de 2023