Vacina contra dengue estará disponível nas clínicas particulares a partir de R$ 300

Aprovada para uso no Brasil pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em março, a vacina Qdenga contra dengue, custará, no mínimo, R$ 301,27 por dose nas clínicas do país. O valor do imunizante vai variar conforme a alíquota do ICMS em cada estado, podendo chegar a até R$ 402,50.

O preço foi autorizado pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED) da reguladora e publicado no início de junho. A incorporação da vacina no SUS depende ainda de avaliação e aprovação da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec) para ser comprada pela pasta e distribuída aos municípios.

O Qdenga promete eficácia de 80% para crianças de 4 anos a adultos de 60 e é aplicado em esquema de duas doses, com intervalo de três meses entre as aplicações. Conforme os valores aprovados pela CMED, a imunização completa com a vacina na rede particular sai a mais de R$ 600.

A vacina é composta por quatro diferentes sorotipos do vírus causador da dengue. A sua produção foi realizada ao longo de quatro anos e meio, em mais de 20 milhões de crianças e adultos em 13 países da Ásia e América Latina. Segundo os resultados, ela previne 84% das hospitalizações causadas pela doença e evita 61% dos casos de dengue sintomática.

Diferente do primeiro imunizante autorizado no país para a doença, o Dengvaxia, indicado apenas para pessoas já contaminadas anteriormente, a Qdenga com ou sem infecção prévia.

A vacina é composta por quatro diferentes sorotipos do vírus causador da dengue. A sua produção foi realizada ao longo de quatro anos e meio, em mais de 20 milhões de crianças e adultos em 13 países da Ásia e América Latina. Segundo os resultados, ela previne 84% das hospitalizações causadas pela doença e evita 61% dos casos de dengue sintomática.

Tire suas dúvidas sobre o imunizante:

Quem pode tomar a nova vacina contra a dengue?
A Qdenga pode ser aplicada em crianças acima de 4 anos, adolescentes e adultos até 60 anos de idade. Tanto quem já teve, quanto quem nunca teve dengue pode ser imunizado.

Qual é o esquema de imunização?
A nova vacina tem esquema de aplicação com duas doses e intervalo de 3 meses entre elas. A administração é subcutânea.

Qual a eficácia?
Na avaliação clínica da vacina foi demonstrada uma eficácia geral de 80,2% contra a dengue causada por qualquer sorotipo e independente de situação sorológica de base para dengue (indivíduos soropositivos e soronegativos) em 12 meses após a administração da vacina.

A demonstração da eficácia da vacina Qdenga tem suporte principalmente nos resultados de um estudo de larga escala, de fase 3 (final), randomizado e controlado por placebo, controlado em países endêmicos para dengue com o objetivo de avaliar a eficácia, segurança e imunogenicidade da vacina.

Onde a vacina já foi aprovada?
Em março deste ano, ela foi aprovada pela Anvisa. Em dezembro de 2022, a Qdenga foi avaliada pela agência sanitária europeia (EMA), tendo recebido uma recomendação positiva no âmbito do programa “EU Medicines for all”, um mecanismo que permite a avaliação de medicamentos que se destinam a ser utilizados em países de baixa e média renda fora da União Europeia (UE), e tendo sua declaração aprovada na União Europeia.

Duas semanas antes, a Food and Drug Administration (FDA), agência reguladora dos Estados Unidos, também aceitou um pedido para aprovação da vacina da Takeda em regime de análise prioritária no país. O imunizante, que já foi liberado na Indonésia, ainda está em avaliação em outras partes da Ásia e da América Latina.

Quais as diferenças dessa nova vacina para a que o Brasil já oferece?
A primeira vacina autorizada no Brasil contra a dengue é a Dengvaxia, da Sanofi. A principal diferença em relação ao novo imunizante está no público-alvo, que é mais restrito: apenas pessoas de 9 a 45 anos que já foram contaminadas anteriormente. O esquema de vacinação também é diferente — são três doses aplicadas no intervalo de seis meses. Este imunizante está disponível apenas em clínicas privadas e é indicado somente para evitar reinfecções, que costumam ser mais graves.

O GLOBO

Postado em 22 de junho de 2023