Réveillon em Copacabana terá queima de fogos de 12 minutos e homenagem a Rita Lee

Passado o Natal, agora é a contagem regressiva para 2024. E a promessa é virar o ano em grande estilo na queima de fogos em Copacabana. Detonados enquanto são “regidos” pela maestrina Ludmylla Bruzzi, que estará acompanhada por uma orquestra sinfônica e integrantes de escolas de samba, o réveillon na praia também será de homenagens. Os promotores da festa vão dedicar parte da queima de fogos à rainha do rock, Rita Lee — ou padroeira da Liberdade, como preferia ser chamada —, que morreu de câncer em maio, aos 75 anos.
A referência virá mais ou menos na metade do show, que vai durar 12 minutos, quando será tocada uma versão orquestrada de “Ovelha Negra”. A expectativa é que a festa possa reunir até 2,5 milhões na Praia de Copacabana. Além da queima de fogos, haverá shows em dois palcos. O principal, em frente ao Hotel Copacabana Palace, terá entre as principais atrações Ludmilla e Gloria Groove. Já o segundo palco será dedicado ao samba e vai receber Jorge Aragão, Belo, Diogo Nogueira e Teresa Cristina.

— A homenagem para Rita será feita com fogos que reproduzirão uma cascata dourada gigante. Eles serão detonados de todas as balsas. Será um momento para o público celebrar a paz e também relembrar o ano que está encerrando — conta o cenógrafo Abel Gomes, vice-presidente criativo da SRCOM, que produz o réveillon de Copacabana.
Todos os detalhes do show foram simulados em computador. O espetáculo será dividido em quatro partes. Ao todo, a trilha que servirá de pano de fundo para a virada do ano terá cerca de 20 músicas, entre sucessos nacionais e internacionais. Os fogos vão “dançar” também ao som de Barão Vermelho, Gilberto Gil, Beyoncé e Claudinho e Buchecha, entre outros.

Abel deu spoilers, inclusive, das imagens das simulações, para o público ter um gostinho. Mas não contou tudo, para não estragar a surpresa. Nos primeiros minutos de 2024, o público será saudado com uma versão de “Aquele Abraço”, de Gil. No céu, explodirão bombas de duas cores, conhecidas, como “halfs”.

— Essa parte do show batizamos de tributo à Cidade Maravilhosa. Teremos uma sequência de bombas multicoloridas, com variações de cores. Será de tirar o fôlego — diz Abel.

A segunda parte será uma homenagem ao amor, que terá, entre outras canções, “Nosso Sonho”, de Claudinho e Bucheca. Nesse trecho do espetáculo, serão vistos fogos que projetam imagens tradicionais da festa, como desenhos de corações entrelaçados ou flechados pelo cupido. A terceira fase é a de homenagem a Rita Lee.

Três alturas
A parte final da apresentação é que deverá reunir mais efeitos inéditos. A produção batizou como “Baile no Céu”. As imagens divulgadas mostram fogos sendo detonados de três alturas diferentes. Uma das canções que vai ditar o ritmo das explosões será “Pro Dia Nascer Feliz”, do Barão Vermelho.

— Nesse momento, a gente quer colocar a galera que está na praia para dançar. Afinal, réveillon é um momento de esperança. E ninguém encara tanto esse espírito agregador quanto o carioca. Não existe lugar no mundo capaz de reunir 2,5 milhões de pessoas com esse espírito como em Copacabana — diz Abel.

A montagem de tubos e fios e a instalação dos explosivos em dez balsas, que serão posicionadas ao largo da orla de Copacabana, estão a cargo da mesma empresa que produz a queima de fogos do Rock In Rio, The Town, do Natal Luz de Gramado (RS) e do Natal da Lagoa, que voltou a ser montada este ano. Ela começou na semana passada em um estaleiro na Ilha do Governador.

As balsas, que por motivo de segurança precisaram ter seus tanques de combustível esvaziados, só devem começar a se rebocadas para Copacabana a partir do fim da noite do próximo sábado, dia 30.

O empresário catarinense Marcelo Kokote, da Vision Shows, que fornece os fogos usados em Copacabana desde a virada de 2017/2018, conta que o espetáculo foi produzido de forma a dar ao público a sensação de que as bombas estariam explodindo conforme os comandos da batuta da maestrina. Mas com certos limites, para que, independentemente do ângulo de visão, seja possível ter o mesmo impacto visual do espetáculo.

— A proposta é transmitir a ideia de que a festa é mágica, mas há limite para ousadias que podem não funcionar na presença de um público tão grande. Nesse processo, tiramos proveito da evolução tecnológica dos fogos, que permitem que sejamos mais criativos — diz Kokote, que usa matéria-prima de fabricação própria, chinesa e espanhola.

EXTRA

Postado em 27 de dezembro de 2023