PF e MP prendem dono de ferro-velho acusado de sumir com carro usado na emboscada a Marielle Franco

Apontado como o dono do ferro-velho que desmanchou o Cobalto prata, usado na emboscada pela vereadora Marielle Franco (PSOL) e o motorista Anderson Gomes, Edilson Barbosa dos Santos, vulgo Orelha, foi preso no início da noite desta quarta-feira. Agentes da Polícia Federal e do Ministério Público, baseados na delação do ex-PM Élcio de Queiroz, não obtiveram duplo homicídio, conseguiram um mandado de prisão contra Edilson, detido próximo a sua casa, no distrito de Santa Cruz da Serra, em Duque de Caxias.
Após a execução da vereadora e de Anderson, Élcio e o ex-sargento da PM Ronnie Lessa — motorista e atirador —precisavam se livrar do carro usado no crime imediatamente. Ambos foram para o Méier, na Zona Norte, esconder o Cobalt na casa do irmão de Lessa. O ex-sargento, por sua vez, pediu ajuda ao seu amigo, o ex-bombeiro Maxwell Simões Correa, o Suel, que conhecia Edilson, dono de um ferro-velho no Morro da Pedreira, na Pavuna, na Zona Norte.

Baseados na delação de Élcio, o Ministério Público e a Polícia Federal confirmaram a participação de Edilson. Lessa e Maxwell levaram o carro para o dono do ferro-velho do Méier até o ponto de encontro, uma praça na Avenida dos Italianos, em Rocha Miranda, na Zona Norte. O local, inclusive, fica perto da área onde o ex-bombeiro e o ex-sargento da PM têm uma rede ilegal de internet e TV a cabo. Ambos quebraram a placa do carro em diversos pedaços, jogando-os na linha do trem que tinha no caminho.

Segundo a denúncia da Força-Tarefa do Grupo de Atuação Especializada de Combate ao Crime Organizado para o caso Marielle Franco e Anderson Gomes (Gaeco/FTMA), o Cobalt foi levado até Edilson no dia 16 de março de 2018. Conforme os promotores, o dono do ferro-velho “embaraçou a investigação”, uma vez que deu sumiço ao veículo usado no homicídio.

O Cobalt usado na emboscada, no dia 14 de março de 2018, tinha placas clonadas. Com a ajuda de Edilson, o veículo nunca foi encontrado. Além de Marielle e Anderson, a outra passageira era a chefe de gabinete da parlamentar, Fernanda Gonçalves Chaves, que conseguir escapar com vida.

Durante as investigações, iniciadas pela Delegacia de Homicídios da Capital (DHC), mas que agora estão a cargo da Polícia Federal, 443 veículos Cobalt de cor prata, com as mesmas características do carro usado no crime, foram analisados. Ronnie Lessa, Élcio de Queiroz e Maxwell Correa estão presos em presídios federais fora do Rio.

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Postado em 29 de fevereiro de 2024