Mudanças climáticas: proteger-se do calor é mais caro do que do frio, alerta Paulo Saldiva

O patologista e professor da Faculdade de Medicina da USP Paulo Saldiva participou de pesquisas pioneiras que mostravam a associação entre mortalidade e variação da poluição atmosférica, que lhe renderam convites para dois comitês da Organização Mundial da Saúde (OMS). Um deles definiu padrões de qualidade do ar e o outro, o potencial carcinogênico da poluição atmosférica. Não tardou para que as mudanças climáticas, principalmente as temperaturas extremas, se tornassem objeto de estudo dele. ⁣

Participou de uma das pesquisas mais emblemáticas desta década, que mostrou fortes evidências de excesso de risco de morte quando a temperatura torna-se extrema. A pesquisa foi publicada em 2015 pela respeitada revista científica The Lancet. Em entrevista ao Estadão, o médico afirma que as mudanças climáticas já matam, prematuramente, as pessoas mais vulneráveis a variações de temperatura, como idosos e crianças. “É unânime, já se sabe, crianças abaixo de 5 anos e pessoas acima de 70 vão pagar a conta, por enquanto, dessa história [mudanças climáticas]”, acrescenta. ⁣
⁣Estadão

Postado em 9 de julho de 2024