Mourão nega ter incitado militares a reagir com ruptura institucional à operação da PF

O senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS), ex-vice-presidente de Jair Bolsonaro, negou nesta sexta-feira ter incitado militares a reagir com uma ‘ruptura institucional’ à ação da Polícia Federal (PF), que investiga uma tentativa de um Golpe de Estado. Na quinta-feira, mesmo dia da operação contra Jair Bolsonaro e auxiliares, ele afirmou que o Brasil vive uma situação de “não normalidade” e que as Forças Armadas precisariam reagir ao que chamou de “arbítrios” e processos ilegais transitórios pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

O discurso ganhou repercussão nas redes sociais e no noticiário. O PSOL também anunciou que iria ao Conselho de Ética do Senado pedir a cassação do mandato do parlamentar. Da tribuna do Senado, Mourão foi enfático:

— No caso das Forças Armadas, os seus comandantes não podem se omitir perante a condução arbitrária de processos ilegais que atinjam seus membros ao largo da Justiça Militar. Existem oficiais da ativa sendo atingidos por supostos delitos, inclusive oficiais gerais. Não há o que justifique a omissão da Justiça Militar — disse o senador, em plenário.

Uma nota divulgada nesta sexta-feira afirma que o senador é legalista.

“Mourão destacou que o País vive uma situação de não normalidade, mas que, mesmo neste cenário, é preciso ‘…afastar claramente qualquer postura que seja radical, de ruptura, mas temos que repudiar os fatos que estão ocorrendo…’ ; Quando afirmou que ‘os comandantes não podem se omitir perante a condução arbitrária de processos ilegais’, não incitou, e nem se referiu, a nenhum tipo de ruptura institucional ou golpe”, diz a nota.

Mourão aproveitou para dizer que há a intenção de adversários de ‘difamar’ a oposição.

“Quaisquer discussões e insinuações relacionadas às palavras proferidas pelo senador Hamilton Mourão no discurso de ontem (08/02) são totalmente descabidas e fazem parte do jogo político e das narrativas daquelas que tentam, a qualquer custo, difamar a oposição”, diz o texto .

O GLOBO

Postado em 10 de fevereiro de 2024