Ministério da Justiça tem 185 câmeras, mas Dino entregou imagens de quatro à CPMI

O ministro da Justiça, Flávio Dino, só entregou à CPMI do 8 de Janeiro imagens de quatro câmeras de monitoramento das 185 que estão instaladas no prédio que sedia a pasta.

O pífio número representa menos de 3% do total das câmeras que devem monitorar o prédio e podem esclarecer o que realmente houve em 8 janeiro. O Ministério da Justiça fica em um raio menor que 180 metros do Congresso Nacional, a menos de 500 metros do Palácio do Planalto e a 600 metros do Supremo Tribunal Federal, prédios que foram vandalizados no início do ano.

O jornal também divulgou imagens (veja abaixo) de Ricardo Capelli, antes das 18h, dando instruções aos policiais da Força Nacional de Segurança que estavam de prontidão no ministério. À época das imagens, Capelli era secretário-executivo do MJ e braço direito de Dino, posteriormente, assumiu a segurança pública do Distrito Federal após intervenção decretada pelo governo federal.

À CPMI do 8 de Janeiro, Flávio Dino informou que imagens das câmeras de segurança do prédio foram apagadas. O ministro culpou o contrato firmado com a empresa que cuida do circuito de TV pela indisponibilidade das imagens.

“Há um contrato sobre as regras de conservação dessas imagens. Havia imagens preservadas, porque estavam em inquéritos. A PF foi lá, no começo de fevereiro, e levaram nas imagens. Todas as imagens que existem foram entregues”, disse Dino ao justificar a exclusão e dizer que as imagens são apagadas a cada 30 dias para dar lugar a novas filmagens.

O jornal procurou o Ministério da Justiça, que não esclareceu o motivo de não ter preservado o material. A pasta respondeu ao contato da reportagem dizendo que “as imagens consideradas importantes pelas autoridades competentes para os inquéritos em curso foram preservadas”.

Denúncia contra Dino
Nesta quinta-feira (31), o colunista Cláudio Humberto, do Diário do Poder, trouxe informações sobre os próximos passos da oposição no Congresso Nacional contra Flávio Dino.

O deputado federal Filipe Barros (PL-SC) antecipou ao colunista denúncia contra o ministro por crimes de obstrução de Justiça e prevaricação.

O parlamentar cita que Dino não acionou 240 homens da Força Nacional de Segurança para atuar na quebradeira do dia 8 de janeiro. O pelotão estava de prontidão no estacionamento do prédio do ministério.

O Estado de São Paulo

Postado em 1 de setembro de 2023