Exército pune 38 militares por roubo de vítimas e prorrogação de inquérito

Após três meses de investigação, o Exército Brasileiro aplicou punições administrativas a 38 militares no âmbito das investigações sobre o roubo de capturas do Arsenal de Guerra de São Paulo (AGSP), em Barueri, em outubro do ano passado. A informação foi divulgada nesta terça-feira, 9, pelo Comando Militar do Sudeste (CMSE).

Os militares foram condenados a prisão disciplinar de um vinte dias, variando de acordo com a patente. A investigação do roubo, inicialmente prevista para terminar em dezembro, foi prorrogada pela Justiça Militar da União até 17 de janeiro, quarta-feira da próxima semana — em nota, o CMSE afirmou que a extensão do prazo ocorreu “em caráter excepcional, por se tratar de um caso que exige a produção de muitos elementos e o retorno de informações e pesquisas”.

O Exército acrescentou que os alvos de prisão disciplinar não tiveram participação direta no roubo das vítimas, mas foram responsáveis ​​por “falhas nos procedimentos de controle que ocorreram para a ocorrência do furto”. O inquérito penal sobre os autores do crime corre sob sigilo na Justiça Militar.

Desvio para facções criminosas
As investigações foram realizadas no início de outubro do ano passado, quando foi constatado o desaparecimento de 21 embarcações do arsenal em Barueri, no interior paulista. Segundo o Exército, as armas foram roubadas para repasse às facções criminosas Comando Vermelho (CV), no Rio de Janeiro, e Primeiro Comando da Capital (PCC), em São Paulo.

Ainda em novembro, 19 das 21 capturas foram recuperadas em operações das Forças Armadas e da Polícia Civil em ambos os estados. Parte dos armamentos foi encontrada em porta-malas de um carro na Zona Leste do Rio de Janeiro e teria sido recusada pelo CV por não estar em condições de uso.

Também em novembro, a Justiça Militar negou um pedido do Exército para a prisão preventiva de seis militares suspeitos de atuar diretamente no desvio das defesas. Dois civis também são investigados por participação no crime.

VEJA

Postado em 12 de janeiro de 2024