‘Enormes explosões de energia’: Estudo do MIT descobre novos 18 buracos negros que devoram estrelas próximas; entenda

De acordo com um estudo realizado por cientistas do Massachusetts Institute of Technology (MIT), é possível encontrar buracos negros devoradores de estrelas se você descobrir como procurá-los. Publicada na última segunda-feira no Astrophysical Journal, a pesquisa aponta a descoberta de 18 novos eventos de perturbação das marés (TDEs), ou seja, casos extremos em que uma estrela próxima é despedaçada após ser atraída para um buraco negro. Mediante essa alimentação, o efeito produz uma enorme explosão de energia em todo o espectro eletromagnético.
Com atração gravitacional tão intensa ao ponto de nem mesmo a luz conseguir escapar, os buracos negros são formados por colapso de enormes estrelas, que depois integram seus núcleos.

— Os buracos negros podem ser pequenos, de massa próxima à massa do nosso Sol, de massa interativa (como o que acabamos de descobrir), ou muito massivos, milhões ou bilhões de vezes a massa do nosso Sol. Esses buracos negros massivos ocorrem nos centros das galáxias. Há uma no centro da nossa galáxia, a Via Láctea —, disse à Newsweek Steven Tingay, astrofísico e diretor executivo do Instituto Curtin de Radioastronomia da Universidade Curtin, na Austrália.

Segundo a Newsweek, esses ‘eventos de perturbação de maré’ ocorrem após a queda de uma estrela no horizonte de eventos próximos ao buraco negro. Lentamente, ela será devorada por ele.

— Podemos detectar buracos negros porque eles arrastam material próximo para dentro deles, destruindo-o e, como consequência, provocando a liberação de radiação que podemos observar e inferir sua presença. -conta Tingay.

De acordo com os autores do estudo, esses eventos ocorreram até o momento pelo fato de estarem em uma faixa incomum de luz eletromagnética. Geralmente, eles são detectados pela explosão de radiação X que emitem, além de radiação térmica infravermelha. Os raios X emitidos podem ser captados por nuvens de poeira, que aquecem até 704°C e podem ser detectados pelos cientistas. Dessa forma, esses novos 18 TDEs foram encontrados.

Parte do motivo pelo qual os TDEs só foram avistados em galáxias raras se dá também pouca quantidade de poeira, o que tornaria mais fácil a detecção. Entretanto, agora com luzes infravermelhas, os TDEs serão percebidos em muito mais galáxias do universo. Os autores do estudo que séries de galáxias devem hospedar buracos negros que destroem estrelas de forma semelhante, ainda segundo os cientistas, uma única galáxia deve ver um TDE uma vez a cada 50 mil anos.

O GLOBO

Postado em 3 de fevereiro de 2024