Um levantamento para estimar a incidência de dengue no Brasil sugere que cerca de 13% da população tinha contraído a doença em meados de janeiro, número maior que o dobro naquele mesmo período do ano passado (6%).

O dado produzido pelo Instituto Todos pela Saúde (ITpS) é preocupante, já que em 2024 o país já bateu o recorde anual de presença da infecção transmitida pelo mosquito Aedes aegypti , e normalmente o pico da doença ocorre em abril.

Os dados de manifestação indicam uma escalada acelerada no crescimento de casos, que há dois meses era de apenas 0,7%.

A estimativa de incidência, que foi feita com base em uma amostragem de 50.558 testes diagnósticos aplicados no mês passado, está em linha com a situação preocupante relatada pela Secretaria de Vigilância em Saúde, do Ministério da Saúde.

Até agora em 2024, foram registrados 364 mil casos e 40 mortes pela doença oficialmente. Há mais de 200 óbitos ainda em investigação por suspeita de dengue.

O levantamento do ITpS possui uma amostragem ainda relativamente baixa da população brasileira, e técnicas no Sudeste e Centro-Oeste, mas é suficiente para indicar uma tendência de aumento dos casos em relação a 2023, já que a diferença entre os anos é grande.

Os testes foram aplicados pelos laboratórios parceiros do instituto (Hilab, HLAGyn, Sabin e Hospital Israelita Albert Einstein). Apesar de considerar a limitação dos números, o Todos Pela Saúde diz que a situação inspira grande preocupação.

“O ITpS destaca a importância da análise de dados em tempo oportuno para fornecer informações que possam ajudar o poder público e as entidades médicas a acompanhar a dinâmica da epidemia e, assim, subsidiar decisões de saúde pública de acordo com o cenário observado”, afirmou comunicado da instituição.

O levantamento foi feito com um aporte de US$ 200 milhões do instituto, que tem como principal doador do Unibanco.

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Ontem à noite, em pronunciamento na TV, a ministra da Saúde, Nísia Trindade, fez um apelo à população para que tome medidas de prevenção no combate ao mosquito da dengue, com orientações gerais para evitar focos de reprodução do mosquito em água parada.

A ministra pediu que as pessoas recebessem em suas casas os agentes de saúde treinados para identificar pontos de risco.

“Conte com o trabalho fundamental dos agentes de combate às endemias. Receba-os, ajude-os na localização e na erradicação de possíveis focos do mosquito em sua casa e em suas vizinhanças”, disse Trindade, que também pediu ações de governos e prefeituras .

“Um Centro de Operações de Emergências foi montado para analisar diariamente a evolução dos casos e mobilizar as ações de todos os órgãos envolvidos no enfrentamento à dengue”, afirmou.

O GLOBO