CPI do 8 de janeiro vai ouvir Torres e Cid; “Pode até ficar calado, mas tem que vir”, diz presidente

O ex-secretário de Segurança Pública do DF Anderson Torres e Mauro Cid, que foi ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, estão entre as cinco pessoas que serão ouvidas em agosto na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que apura os atos extremistas de 12 de novembro e de 8 de janeiro na Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF).

Torres chegou a ser convocado para depor outras vezes, mas não compareceu. À época, o ex-secretário estava preso por suspeita de omissão em relação aos atos extremistas. Segundo a defesa, como o ex-ministro já deu a versão dele sobre os episódios de vandalismo em depoimento à Polícia Federal, não haveria nada de novo a comentar sobre o caso.

O presidente da CPI, deputado distrital Chico Vigilante (PT) afirma que Anderson Torres é obrigado a comparecer no depoimento marcado para o dia 10. “Ele pode até ficar calado, mas tem que vir.”

Mauro Cid está preso desde 3 de maio por suspeita de integrar um esquema para inserir dados falsos de vacinação em cartões de vacina da família Bolsonaro e deve ser ouvido pela CPI no dia 24. O ministro do Supremo Tribunal federal (STF) Alexandre de Moraes autorizou que presos investigados pelos atos extremistas fossem ouvidos pela Comissão.

Cid prestou depoimento na Comissão Mista Parlamentar de Inquérito do Congresso Nacional que apura o mesmo assunto e permaneceu em silêncio. Questionado sobre essa possibilidade se repetir na CLDF, o deputado Vigilante afirma que os questionamentos seguirão. “Vamos fazer todas as perguntas que acharmos pertinentes, quer ele responda ou não”, afirma.

Oitivas de agosto
Na quinta-feira (3), a Comissão ouvirá o depoimento do major da Polícia Militar do DF Flávio Silvestre de Alencar. Ele é suspeito de ter ordenado a retirada das tropas da PM dos arredores do Congresso Nacional, o que facilitou a invasão pelos vândalos. O policial foi preso na 12ª fase da Operação Lesa Pátria.

Anderson Torres deve ser ouvido na semana seguinte. No dia 17, a CPI ouve Leonardo de Castro Cardoso, diretor do Departamento de Combate à Corrupção e ao Crime Organizado (Decor) da Polícia Civil.

O depoimento de Mauro Cid está marcado para a quarta semana de agosto, no dia 24. Na última quinta-feira do mês (31), a CPI ouve o coronel e chefe de Inteligência da Polícia Militar Reginaldo de Souza Leitão. Ele foi apontado pelo coronel Naime, em depoimento da CPMI, por supostamente fazer parte de um grupo de Whatsapp criado para acompanhar as manifestações.

r7

Postado em 31 de julho de 2023