Chuvas no RS deixam pelo menos 31 mortos e mais de 70 desaparecidos

As fortes enchentes que atingem o Rio Grande do Sul deixaram desde o início da semana pelo menos 31 pessoas mortas, 56 feridos e 74 desaparecidas, segundo o balanço divulgado pela Defesa Civil estadual às 9h desta sexta-feira (3).
Segundo a Defesa Civil gaúcha, as mortes foram registradas nas cidades de: Canela (2), Candelária (1), Caxias do Sul (1), Bento Gonçalves (1), Boa Vista do Sul (2), Paverama (2), Pantano Grande (1), Putinga (1), Gramado (4), Itaara (1), Encantado (1), Salvador do Sul (2), Serafina Corrêa (2), Segredo (1), Santa Maria (2), Santa Cruz do Sul (2), São João do Polêsine (1), Silveira Martins (1), Vera Cruz (1) e Taquara (2).

Pelo menos 235 cidades gaúchas foram afetadas, cerca de 7.165 pessoas estão em abrigos, outras 17.087 estão desalojadas. No total, mais de 351 mil gaúchos foram diretamente afetados pelas enchentes.

O governador Eduardo Leite, em uma coletiva de imprensa, disse que este é o “maior desastre natural” que já aconteceu na região, superando a tragédia do Vale do Taquari, no ano passado, quando mais de 50 pessoas morreram.

Os temporais castigam o Rio Grande do Sul desde segunda-feira (29). O estado vem sofrendo com ciclos cada vez mais recorrentes de intempéries climáticas.

Orientações da Defesa Civil
A Defesa Civil do estado orientou a população de cidades próximas do Rio Taquari e Rio Caí a deixar áreas de risco e procurar abrigos públicos ou outros espaços de segurança.

Segundo o órgão, o Rio Taquari – que já bateu recorde superando 30 metros de cheia pela primeira vez na histórica, segundo medição do Serviço Geológico do Brasil – deve continuar subindo.

Rio Guaíba
O Rio Guaíba, principal rio que beira a região metropolitana de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, atingiu a cota de inundação no Cais Mauá. Segundo a última medição feita no local realizada no começo da tarde desta quinta-feira (2), o Rio Guaíba ultrapassou a marca de três metros.

Entenda as causas da tragédia climática
Segundo a meteorologista Desirée Brandt, o motivo das altas precipitações é uma combinação de fatores, principalmente a incidência do fenômeno El Niño aliada a uma área de alta pressão em cima do Brasil.

“Isso se deve ao fenômeno El Niño que, embora esteja dando sinais de enfraquecimento, ainda é vigente. O Oceano Pacifico ainda está mais quente que normal. Não é seu ponto mais forte, mas o Pacifico ainda está quente, e a atmosfera ainda está respondendo a esses efeitos. De que forma? Provocando uma grande frequência de chuva, de formação de instabilidades, de frente fria em cima do Rio Grande do Sul”, disse.

Barragens
A Barragem 14 de Julho, localizada entre as cidades de Bento Gonçalves e abarca diversas cidades do Rio Grande do Sul, teve um rompimento parcial que pode resultar em rompimento total da barragem. A informação foi confirmada pelo vice-governador Gabriel Souza.

“Estamos aqui em Santa Cruz do Sul e houve o rompimento da Barragem de 14 de Julho, é parcial, mas deve resultar em um rompimento total da barragem. O que significa em muita água descendo pelo Rio Taquari, aumentando ainda mais as enchentes e de maneira muito rápida nos municípios a partir de Santa Bárbara”, afirmou o vice-governador.

O governador Eduardo Leite afirmou em vídeo que o efeito não será de enxurrada, mas terá curso livre do Rio Taquari. “Infelizmente buscamos evitar o rompimento, mas o volume d’água foi grande e terá efeito de elevação do Rio Taquari e da Bacia do Antas. Fizemos evacuação por sabermos da ameaça de rompimento”, afirmou.

Band

Postado em 3 de maio de 2024