Cafezinho funciona melhor que cafeína pura no organismo, diz estudo

O cafezinho faz parte da vida e da sociabilidade do brasileiro, mas não é só uma questão de etiqueta ou gosto nacional. Pesquisadores portugueses e espanhóis que o efeito da bebida tem efeito estimulante maior do que a cafeína pura no cérebro. O estudo foi publicado recentemente na revista Frontiers Behavioral Neuroscience .

Para realizar o estudo foram recrutadas pessoas que bebem no mínimo uma xícara de café por dia. A exigência era de os membros não ingerirem qualquer alimento ou bebida com cafeína, pelo menos até três horas antes dos testes. Para registrar a mudança da atividade cerebral, todos passaram por dois exames de ressonância magnética. O primeiro foi realizado trinta minutos antes da ingestão da cafeína pura, eo segundo, meia hora depois.

“O efeito do cafezinho é maior que o da cafeína pura”, disse a VEJA um dos pesquisadores do grupo, Rodrigo Antunes Cunha, professor da Faculdade de Medicina de Coimbra. “Imagine o cérebro como um carro que tem de percorrer um determinado caminho. O automóvel vai andar melhor se a estiver na estrada livre.” Segundo ele, a bebida tem esse efeito de liberar as vias, deixando a cabeça livre, calma, para fazer mais conexões, permitindo que o cérebro entre no estado, chamado pelo investigador, de default mode network .

Já a cafeína pura não provocou a mesma reação. “Essa diferença nos resultados indica que há outros componentes no cafezinho, que turbinam o efeito da cafeína no organismo”, diz Rui Daniel Prediger, professor do Departamento de Farmacologia da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), que também pesquisa as propriedades do café . “Na bebida, apenas 1% é cafeína.” Há outras substâncias, como os antioxidantes, cujos efeitos antioxidantes previnem o desenvolvimento de doenças neurodegenerativas, e o ácido cafeico, ainda pouco explorado.

Em relação a quantidade de xícaras ideais por dia, Cunha adverte: cada um tem a sua medida. “Eu, por exemplo, preciso de 8 xícaras por dia para ficar bem.” A média é de três a cinco.

VEJA

Postado em 5 de julho de 2023