Brasil pode ficar inabitável em 50 anos, segundo estudo da NASA; entenda

De acordo com um estudo da NASA (Administração Nacional da Aeronáutica e Espaço), o Brasil pode ficar inabitável em 50 anos. Conduzida pelo cientista Colin Raymond, do Laboratório de Propulsão a Jato da agência, a pesquisa mostra como o aumento constante da temperatura global, bem como as ondas de calor cada vez mais frequentes, podem tornar o ambiente extremamente prejudicial à saúde dos seres humanos.

A NASA também destacou que partes do Golfo Pérsico, no oriente médio, o sul do Ásia e o Mar Vermelho, região entre o continente africano e o asiático, podem atingir temperaturas inabitáveis ainda mais cedo, em 2050. A projeção é de que o cenário atinja o território brasileiro e o leste da China em 2070.

Por que o Brasil se tornaria inabitável?
Segundo a agência norte-americana, essas regiões se tornaram inabitáveis pela projeção de temperatura de bulbo úmido, um cálculo que mostra o quanto um objeto consegue se resfriar quando a umidade dele evapora. Raymond afirma que os seres humanos conseguem sobreviver por seis horas em uma temperatura de bulbo úmido acima de 35 ºC. Acima disso, o suor já não é mais capaz de resfriar o corpo.

“Pense em quando você sai de um banho quente. A água evapora do seu corpo e você se sente mais fresco. Mas se estiver quente ou úmido (ou ambos) no ambiente, será mais difícil sentir frio. Essa sensação está diretamente relacionada ao que a temperatura do bulbo úmido está medindo”, explicou a NASA, em uma publicação no site oficial.

O que acontece com o corpo no calor extremo?
Sem conseguir se resfriar, o primeiro resultado no corpo é a desidratação, e alguns órgãos vitais, como o coração, precisam trabalhar mais. Além disso, o sangue se concentra na pele para tentar liberar calor, podendo afetar todos os órgãos internos. Pessoas idosas e com comorbidades são as que mais correm perigo com esses cenários. Quem trabalha ao ar livre e/ou moram em regiões do planeta sem acesso a aparelhos como ar-condicionados também estão entre os mais vulneráveis.

Ondas de calor cada vez mais frequentes
As mudanças climáticas preocupam os cientistas cada vez mais. No Brasil, entre os anos de 2023 e 2024, já foram registradas 12 ondas de calor e um quinto do ano passado (65 dias) registrou temperaturas extremas, segundo dados do Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia).

Apesar dos resultados pessimistas, a NASA afirma que segue em estudo constante, com uso de satélites, para entender cada vez mais como e onde o calor extremo mais afeta. Por meio desses dados, mais estudos e pesquisas podem ser realizadas sobre como reduzir os efeitos negativos das altas temperaturas.

O TEMPO

Postado em 23 de julho de 2024