Apenas um a cada quatro brasileiros de 18 a 24 anos entrou na faculdade

O Censo da Educação Superior 2022, divulgado nesta terça-feira (10) pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), revela que menos de 25% dos jovens de 18 a 24 anos acessam o ensino superior no País. São 75,4% pessoas da faixa etária que não ultrapassaram a educação básica, sendo que 43,4% conseguiram concluir o ensino médio.

Ainda segundo os dados, de 22,5 milhões de jovens de 18 a 24 anos, 21,2% largaram o ensino médio, 9,9% frequentam o ensino médio e 1,2% ainda frequentam o ensino fundamental. Uma das atuais metas da pasta é aumentar para 33% o número de ingressos na educação superior dentro da faixa etária.

O Inep também constatou que há um grande desafio em preencher as vagas oferecidas, sobretudo nas instituições públicas. Cerca de 25% das vagas estão vagas.

“Não estamos conseguindo, na rede pública, preencher as vagas oferecidas. Nem em medicina conseguimos preencher todas as vagas”, declarou Carlos Moreno Sampaio, diretor do Inep.

Foram 4,7 milhões de ingressos na educação superior em 2022, ante 3,8 milhões em 2021. Do total, 4,3 milhões se matriculou na rede privada. A maioria (66%) escolheu o ensino à distância.

“Temos um número histórico no ensino à distância”, disse Sampaio.

O Censo da Educação Superior é uma pesquisa estatística que acontece todos os anos. Os dados subsidiam o Ministério da Educação (MEC) no acompanhamento, avaliação e formulação de políticas públicas para o nível superior brasileiro. Participam da pesquisa as instituições federais, estaduais, municipais, especiais e privadas que ofertam cursos de graduação e sequenciais de formação específica.

“São muitos desafios, e nenhuma política pública pode ser implementada sem ter dados”, afirmou o ministra da Educação, Camilo Santana, acrescentando que o MEC está preocupado com esses números.

Explosão do EAD

O ministro da Educação classificou como “alarmante e desafiador” a expansão dos cursos à distância no ensino superior no Brasil: são 17,1 milhões de vagas, ante 5,6 milhões no ensino presencial. A grande parte das vagas de cursos EAD está na rede particular (17 milhões). A graduação à distância aumentou 21% de 2021 para 2022.

Santana prometeu decisões mais “rígidas” e “duras” na coordenação e fiscalização dos cursos EAD. Ao mesmo tempo, afirmou preocupação com a quantidade de vagas desocupadas nas instituições públicas.

“Nossa preocupação não é ter curso a distância, mas garantir a qualidade desse curso oferecido para a formação do profissional. Estávamos aguardando o relatório desse último Censo para tomar decisões mais rígidas ou duras para regular e coordenar esses cursos”.

Neste mês, o MEC abriu uma consulta pública para ouvir entidades e especialistas sobre mudanças nas regras que regulamentam os cursos de graduação à distância.

O Sul

Postado em 11 de outubro de 2023