Tufão na China deixa mortos e mais de 31 mil pessoas são retiradas de Pequim
Ao menos duas pessoas pensaram em Pequim, nesta segunda-feira, devido às chuvas torrenciais provocadas pela passagem do tufão Doksuri no norte da China. Autoridades acionaram o alerta máximo diante do risco de inundações pela chuva, que deve continuar até quarta-feira. Cerca de 31.338 pessoas foram migrantes para locais seguros na capital chinesa, 4.069 obras foram interrompidas e todos os locais turísticos foram fechados, informou a televisão estatal CCTV.
As equipes de emergência encontraram dois corpos nos canais do distrito de Mentougou, na periferia oeste de Pequim, de acordo com o jornal Diário do Povo. Escavadeiras, trabalhadoras com capas de chuva laranja e moradores lutavam para remover a lama na tarde desta segunda-feira, quando a chuva caiu por alguns instantes.
— Esta manhã foi uma loucura. O rio Mentougou transbordou, e toda a avenida ficou inundada — disse Guo Zhenyu, um morador de 49 anos.
Segundo o serviço meteorológico da capital, caiu 170,9 mm de água na cidade em 40 horas, entre a noite de sábado e o meio-dia de segunda-feira, ou seja, quase a média de chuvas de um mês inteiro de julho. O registro foi registrado na cidade de Xingtai, na província de Hebei (norte), a cerca de 400 milhas da capital chinesa, onde o nível de precipitação atingiu os 538 milímetros.
Centros turísticos de Pequim, como a Cidade Proibida e o parque de diversões da Universal Studios, assim como bibliotecas e museus, permaneceram fechados no domingo. A prefeitura também pediu que as escolas fechassem temporariamente.
A cautela chinesa com os extremos climáticos aumentou com as fortes chuvas desde 2021, quando houve graves inundações no centro do país, e mais de 300 pessoas dormiram, principalmente na cidade de Zhengzhou.
Nos últimos meses, a China registrou condições meteorológicas extremas e temperaturas bastante incomuns, fenômenos agravados pela mudança climática, segundo cientistas. No início de julho, Pequim e sua região bateram recordes de temperatura, ultrapassando os 40°C.
Em algumas imagens enviadas à AFP por Chen Hong, morador do distrito de Fengtai, ao sul de Pequim, estava em um veículo meio submerso em águas turvas. Nesse mesmo bairro, os moradores retiravam a lama da frente de suas casas, aproveitando um breve momento sem chuva, conforme a mesma fonte.
— Quando começa a chover, a estrada vira um esgoto, e a água sobe até o primeiro andar das casas — afirma Chen Hong. — Como casas são antigas, a questão da segurança é muito preocupante.
O tufão Doksuri é o mais forte para atingir a China neste ano, informou o Global Times. Na semana passada, pelo menos uma pessoa morreu e milhares de casas ficaram sem energia quando o tufão passou por Taiwan, trazendo ventos fortes e chuvas intensas para o sul e leste da ilha. Nas Filipinas, pelo menos 14 morreram e 300 mil ficaram desalojados.
O GLOBO